Tia Laura era uma mulher que no volante poderia ser um perigo constante se não fosse por seu filho, mas que lindo, Rafael estar conosco.

Se ele fosse mais velho, eu o pegaria sem problema algum. Mais era uma lastima que ele tivesse apenas 16 anos.

-Ei Lilian - ele me chamou - Não se esqueça de mandar noticias. Quero saber como são as garotas de lá.

Sorri sem humor. Voltei meu olhar para a paisagem que via sem interesse. Meu pensamento se voltou novamente para H..., ainda tinha algo que não estava esclarecido pra mim.

-Laura, poderia me dizer como foi que ganhei uma bolsa de estudos integral? - perguntei

-Ah, você não sabia? - indagou ela surpresa - Acontece que algumas familias americanas escolhem alguns alunos dos quais possuem interesse e bancam seus estudos a fim de que no fim do curso estes se, somente se, mostrarem bons, poderão trabalhar com essas familias - respondeu ela enquanto estacionava.

-Entendo... Quem é que está pagando minha faculdade?

-Hmm, se não me engano o nome é Smith - respondeu ela saindo do carro

-Smith é? - indaguei baixinho

Será que ia encontrar essa familia quando chegasse? Seriam pessoas agradaveis, educadas?

Laura abriu u bagageiro. Peguei minha mochila enquanto Rafael pegava as duas malas restantes..

Caminhamos em silêncio até a entrada da rodoviaria. Laura olhou para seu relogio de pulso, em seguida se afastou de nós.

-Hei Lilian, o que houve com a Luara? - perguntou Rafael enquanto me encostava numa coluna

-Do que você está falando? - perguntei o olhando confusa

-Bem, soube que ela sumiu.

-Ah! Ela só tá viajando com a familia dela, não sumiu não.

-Saquei.

-Você está interessado na Luara, Rafael? - indaguei o olhando inquisitiva

-Não.Ela não faz o meu tipo.

-Desde quando você tem um tipo de mulher que quer pegar?

-Desde sempre. Você não acha que eu saio pegando qualquer uma, acha?

-Não sabia que você era assim - confessei passando a mão no meu cabelo

-Agora sabe.

-Voltei meu olhar pra tia Laura que voltava com um papel na mão

-Aqui está. O ônibus saí daqui ás onze - disse ela estendendo pra mim o bilhete da passagem

-Então é melhor eu ir andando - disse pegando o bilhete

-Acompanhamos você até o buzão - disse Rafael

-Vamos então - disse começando a caminhar

Caminhamos pouco tempo. Rafael ajudou o motorista a guardar minhas duas malas antes de se virar pra mim para se despedir.

-Se cuida - disse ele me abraçand - E manda noticias.

-Relaxa. Eu mandarei sempre que possivel.

Ele sorriu pra mim e se afastou para que Laura de despedisse de mim.

-Vai com Deus, querida - disse ela me abraçando 

-Obrigada. Diga pra todos que morrerei de saudades.

-Pode deixar - disse ela com os olhos prontos para deixar cair lagrimas.

Engoli o choro que se formara na minha garganta. Acenei pela ultima vez pra eles antes de entrar e ocupar meu assento no ônibus...