Civil War: Moon. escrita por Barbs


Capítulo 10
Decisões.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um! Espero que gostem e comentem! Beijos!
Ps.: Por favor, leiam as notas finais.



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A Lua iluminava meu quarto enquanto eu olhava atenta para a porta torcendo para que meu pai não entrasse no quarto a qualquer momento. Confesso que conseguir a localização do Capitão não tinha sido muito fácil, devido a seus fãs na internet que em fóruns específicos e secretos falavam de teorias e outras coisas e entre não ter nada ou pelo menos tentar, a segunda opção parecia mais plausível para mim. 

Mas a covardia me segurava. Eu não queria me meter no que quer que estivesse acontecendo, preferiria me abster e continuar com minha vida, mas o próprio Tony Stark, quem está do lado do governo, disse que quem discordar será preso. Preso como um bandido. Preso como um criminoso, um estuprador, um assassino, um ladrão. Simplesmente por não concordar e não querer partilhar da mesma opinião que ele: o governo no comando. 

Algumas pessoas diziam que o Capitão não estava sozinho, além de Barnes e Falcão, ele tinha recrutado alguns heróis para seu time, mas nada disso realmente me importava. Eu tinha a esperança de que, talvez, conversando com ele, eu conseguisse ficar fora e protegida, de alguma maneira. Não queria lutar, não contra Os Vingadores que muitas vezes salvaram a cidade, não contra heróis que dão suas vidas sem pedir nada em troca, isso parecia tão estúpido que era difícil de acreditar. E, talvez, eu não acreditasse se não fosse Tony Stark tentar me recrutar para seu grupo. 

Tony tinha suas razões, não digo que está errado e nem certo e sei que mesmo depois de ouvir Capitão, caso consiga encontrá-lo, também não o julgarei, afinal, os dois tem suas razões para assinar e não assinar o Acordo, respectivamente. A questão pela qual eu me importava em não assinar era apenas uma: o controle do governo sobre nossas ações. Para mim era muito estranho me incluir nesse grupo de habilidosos, sou apenas uma garota comum do Queens que fez a burrada de tentar salvar a cidade, ao lado de um cabeça de teia, algumas vezes. Talvez se eu não tivesse mostrado meus poderes e não tivesse ido na ideia de “grandes poderes, grandes responsabilidades” nada daquilo estaria acontecendo, talvez eu ainda estivesse no anonimato vivendo minha vida normalmente. Mas lá estava eu, discordando – e fugindo – de um dos maiores heróis da Terra, Homem de Ferro, e indo atrás de outro herói respeitado e renomado – que agora era um fugitivo –: Capitão América. Em um mês tudo havia mudado em minha vida e, se ela não estava antes, agora estava de cabeça pra baixo. 

Virei-me em direção a janela e assustei-me ao ver Peter parado com sua roupa de Homem-Aranha agachado em sua pose clichê e com as mãos na frente do corpo segurando na janela. Por um momento quis recuar, estava com medo, não dele, mas de alguém mais aparecer. Alguém indesejado. Ele não disse nada, apenas ficou parado em silêncio e aquilo estava, de certo modo, me assustando. 

— Você está me assustando. 

— Desculpa – ele entrou em meu quarto retirando a máscara – eu só…

— Você não precisa falar nada – dei de ombros o fitando.

— Mas eu não posso simplesmente deixar você ir sem falar alguma coisa.

Esbocei um fraco sorriso – Sim, você pode.

— Eu só… - ele fez uma breve pausa andando em minha direção – não entendo. 

— O que você não entende, Peter? 

— Por que você está partindo – ele cruzou os braços sem tirar os olhos de mim – você não precisa fazer isso.

— Eu preciso, Pete – sussurrei mais próxima dele – infelizmente ou eu fico do lado do acordo ou contra, acredite, eu não queria ter que escolher, queria me abster e continuar vivendo minha vida, mas a partir do momento em que aceitei prender uns idiotas pela cidade, as pessoas ficaram sabendo quem eu sou, que há alguém mais novo que o Homem-Aranha na cidade tentando fazer seu melhor. Não sei se enxergam desse jeito – dei uma fraca risada – provavelmente não, mas a questão é que eu mostrei minhas habilidades para a cidade e agora… Bem, agora Tony Stark sabe quem eu sou e ele está a favor do Acordo. 

Peter apenas me fitava sem esboçar um mísero sorriso.

— Eu sei que podia muito bem aceitar as opções de Tony e tentar entrar em um acordo para não lutar, para ter a proteção dele ou algo assim, mas eu não posso fazer isso, Pete. Não de novo. Não posso abaixar minha cabeça e deixar que escolham por mim o que devo ou não fazer. Estou com medo. Mas, ao mesmo tempo, estou certa que concordar com esse acordo não trará benefícios para ninguém. 

— Trará para as pessoas que estão sempre assustadas com nós. Eu sei como é parecer uma ameaça e sei que, apesar de tudo, eles temem um cara em uma roupa caseira escalando paredes e lançando teias pelos prédios – ele coçou o cabelo virando de costas para mim enquanto andava pelo meu quarto – não as culpo. Não mesmo. Querendo ou não, quando as coisas ficam realmente feias, trazemos prejuízos para a cidade e não é só sobre isso – ele se virou em minha direção parando perto da janela – nós salvamos e vamos embora. E o suporte pós tudo o que rolou? Alguém tem que prever isso… Eu concordo com o senhor Stark, Luna. Sinto muito, mas essa é a coisa certa a se fazer e Capitão está protegendo um criminoso, um cara que matou centenas…

— Um amigo – cruzei os braços o interrompendo – Capitão América está protegendo um amigo. E que suporte, Pete? O que você acha que o governo fará após vocês lutarem em uma batalha, a qual eles decidirão, para dar suporte às pessoas? Porque eu realmente não consigo pensar em nada. 

Ele novamente andou até mim, senti suas mãos frias por baixo da luva quando ele segurou meus ombros me fitando – Luna, por favor. Você não precisa fazer isso. 

Dei um passo para trás me afastando dele – E não posso ficar. 

— Se você for, você será uma fugitiva… Isso é loucura. 

— Claro que é – concordei o fitando nos olhos, Peter estava sendo iluminado pela luz do luar que entrava em meu quarto – há um mês atrás eu era só uma garota normal tentando voltar a rotina após a morte da mãe. Há seis meses atrás eu era só uma garota normal passando os últimos dias de vida ao lado da mãe doente em outro país. Olha só pra mim. Você não tem ideia de como estou com medo. 

— Eu tenho – ele falou de imediato – eu tenho ideia. Claro que não sei como foram essas mudanças, disso eu não tenho ideia porque não passei por elas, mas tenho ideia do que é estar com medo de estar fazendo tudo errado depois de tudo o que aprendi. Eu sei.

O fitei sentindo o aperto em meu peito – Sentirei sua falta, Pete.

Ele não respondeu, apenas me fitou com a respiração um pouco mais ofegante o que me fez pensar o que se passava em sua cabeça naquele momento. Senti minha garganta fechar, mas não choraria, não naquele momento, não depois de tudo o que havíamos passado juntos, eu esperava que aquilo não fosse um adeus definitivo, mas sim um “até logo”. Uma grande parte dentro de mim ainda tinha esperanças de que, talvez, algum dia, Peter e eu voltaríamos a nossa “parceria” desastrada pelo Queens. 

Passei por ele lhe lançando um último olhar, Peter permaneceu parado no mesmo local, em meu quarto, enquanto eu me afastava de si. Meu coração estava tão acelerado que podia senti-lo saltar em minha garganta e apesar do incomodo não estava me importando muito, afinal, eu estava prestes a tomar uma decisão que mudaria, completamente, o rumo de minha vida. 

— Espera.

Virei-me imediatamente na direção de Peter na esperança de que ele desse seu sorriso amigável e anunciasse que se juntaria à mim para irmos até o suposto local onde Capitão América estaria naquela noite. 

— Não posso deixar que você vá – ele colocou as mãos atrás da nuca descendo-as rapidamente enquanto ria nervoso – eu simplesmente não posso. 

O fitei esboçando, novamente, um fraco sorriso.

Ele riu, mais uma vez, ficando sério logo em seguida – Eu pus você nisso. Eu aceitei você comigo e comecei com aquele papo maluco de que precisamos fazer algo se somos capazes.

— Não foi um papo maluco. 

— Para mim tem grande importância, mas eu… Caramba! – ele bateu as mãos na perna causando um estalo abafado na calça – sou imensamente egoísta. Eu estava gostando de ter você comigo, aprendendo, lutando, de um modo ou de outro eu não estava sozinho segurando todo esse fardo. Eu não devia ter feito isso.

— Peter…

Ele me interrompeu enquanto dava voltas pelo meu quarto visivelmente nervoso – Eu posso falar com o senhor Stark, ele vai entender. Você tem poderes, mas não os usa, então pra que entrar nessa briga? Por que se rotular como a favor ou contra o Acordo? O que você tem, realmente, a ver com isso? Eu posso fazer isso – ele virou-se para mim andando em minha direção novamente – eu farei isso. Falarei com o senhor Stark amanhã mesmo e ele…

Apenas fechei os olhos segurando todas as lágrimas que queriam escorrer, precisava ser forte e ver Peter surtando daquela maneira estava me deixando completamente quebrada por dentro. Não era sua culpa, jamais seria, eu não o culpava por estar tendo que tomar aquela decisão e vê-lo fazendo isso estava acabando comigo. Ele então se calou fazendo com que abrisse meus olhos para olhá-lo, ele então me fitava parado com a respiração ofegante enquanto balançava a cabeça negativamente, ele quebrou o silêncio:

— Desculpa – ele sussurrou abafado.

— Não é sua culpa, Pete – sussurrei andando em sua direção – por favor, não se culpe.

Ele não disse mais nada, me fitava sem seu sorriso que eu tanto gostava, forcei um sorriso o fitando nos olhos me dando conta de como seria difícil ficar do lado oposto ao dele. 

— Não posso deixar você ir – ele repetiu sussurrando.

— Não cabe a você decidir isso, Pete – sussurrei o fitando com um pequeno e breve sorriso. 

Novamente ele apenas me fitou, apenas ficou parado na minha frente, a centímetros de distância, me olhando nos olhos. E eu fazia o mesmo sentindo meu coração palpitar cada vez mais rápido, olhei para seus lábios e não ver um sorriso neles era algo realmente triste. Talvez aquela seria a última vez que nos veríamos ou até mesmo conversaríamos como bons amigos. Talvez eu o perderia para sempre e tudo o que restaria seriam as lembranças dos bons momentos. Mas pensar em tudo aquilo, naquele momento, apenas faria com que eu recuasse e desistisse de fazer o que, para mim, parecia o certo.

— Clint Barton, o Gavião Arqueiro, foi visto, há um tempo, na casa dos Vingadores. Ele resgatou Wanda, a Feiticeira, e agora os dois são fugitivos. Eles estão indo para o aeroporto pegar um avião para a Alemanha. 

— Como sabe disso?

— O mundo inteiro está em alerta para os fugitivos. Quem tem habilidades e se recusa a assinar o Acordo está contra a lei e, estando contra a lei, até a polícia pode interferir – ele retirou o celular do bolso esboçando um sorriso – e eu meio que tenho meus contatos.

Soltei uma breve risada – Claro que tem.

— Prometa que você terá cuidado.

— Prometo – o fitei sorrindo – obrigada, Pete.

Ele deu de ombros – É só uma informação. 

— Não estou dizendo sobre isso. Obrigada por tudo. 

— Não fiz nada – ele sorriu coçando a nuca – o crédito é todo seu. 

— E obrigada por não tentar me parar.

— Eu jamais faria isso – ele falou após tornar a ficar sério – só… Se cuida. 

— Você também. 

Ele apenas sorriu sem mostrar os dentes, a linha fina que seus lábios formavam deram lugar a um pequeno e breve sorriso. Sorri de volta e lhe lancei um último olhar antes de sair pela janela de meu quarto em busca de Clint e Wanda. Eu sequer os conhecia e seria imensamente estranho vê-los e dizer que eu estava precisando de ajuda porque Tony Stark queria me recrutar para seu time, mas eu preferia ser uma fugitiva. Provavelmente ninguém me levaria a sério e eu voltaria para casa e seria presa. Ótima visão do futuro.

Caminhei pela rua com meu capuz, já beirava as onze da noite e a rua estava deserta em algumas partes. As lojas, em sua grande maioria, estavam fechadas e apenas algumas lanchonetes ainda se mantinham abertas com dois ou três clientes dentro. Passei em frente ao mercadinho o qual usei meus poderes ao lado de Peter, foi onde tudo começou, onde nos tornamos amigos e confidentes. Fechei os olhos respirando fundo enquanto tentava pensar em outras coisas, talvez parar de pensar em Peter faria com que a decisão fosse mais fácil. Mas ele simplesmente não saía de minha cabeça e eu me sentia imensamente infeliz por estar seguindo aquele caminho, o aperto em meu peito era ainda maior quando, ao pensar em Peter e na escola, pensava em Jullie e meu pai. Estava deixando-os sem explicação alguma, mas a verdade é que eu pretendia voltar o mais rápido possível com as coisas resolvidas, pelo menos para meu lado.

Estava sendo insana. De um jeito que nunca havia sido antes, mas era o melhor a se fazer. Não apenas por mim, mas também pelo que refletiria em meus amigos e em meu pai, os quais não tem noção do que vinha fazendo quase todas as noites ao lado do Homem-Aranha, e que continuasse assim. Preferia que não soubessem ao invés de colocá-los em perigo porque, ao mesmo tempo em que eram minha força, eles eram minha fraqueza. 

Uma das coisas mais difíceis fora deixar Peter no meu quarto e ir embora, ele era meu melhor amigo, quem me entendia e podia falar todos os meus segredos. E agora se alguém soubesse que ele me ajudou a fugir, que me deu informações secretas e não tentou me parar talvez isso lhe trouxesse problemas. E tudo o que eu podia fazer era desejar que isso não acontecesse. 

Fiz sinal para o primeiro táxi que passava na rua naquele momento, o homem parou me fitando pelo retrovisor lateral e entrei no carro ficando no banco de trás, falei que queria ir para o aeroporto o mais rápido possível e ele assentiu indo em uma velocidade razoável. Peguei meu celular fitando as inúmeras mensagens de Jullie e lendo-as onde, em sua maioria, ela perguntava se eu estava bem e onde eu estava, a última tinha sido há cinco minutos e eu apenas a ignorei novamente porque não a responderia por enquanto. 

Encolhida no banco de trás só conseguia pensar em Peter e em toda aquela maluquice que eu estava prestes a fazer porque estava preferindo ser uma fugitiva fora da lei do que um pau mandado do governo, o que isso agregaria em minha vida? Sou só uma garota de dezesseis anos que ficará fugindo ao lado de outros heróis. Isso soa tão absurdo quanto quando ouço meus pensamentos dando ênfase em minha decisão. 

Sentia meu estômago embrulhar a medida que o caminho se tornava mais curto, estava cada vez mais próxima do aeroporto e me sentia como uma criança em um esconderijo prestes a ser achada pelo pai, estava com um misto de sensações onde não sabia dizer qual predominava mais. Meu celular vibrou em minhas mãos e ao ver a foto de Jullie, indicando que ela me ligava, pensei em atender, mas o que eu falaria? Atenderia e diria: “Ei, Julles. Como vai? Ah, estou a caminho do aeroporto porque, a partir de agora, me tornarei uma fugitiva fora da lei ao lado do Capitão América, Soldado Invernal, Falcão, Gavião Arqueiro e Feiticeira Escarlate. Por quê? Bem, porque eu tenho superpoderes. Sim, sim, sou como eles. Agora tenho que ir, beijos!”

O taxista parou na porta do aeroporto apenas fitando a porta iluminada esperando a coragem falar mais alto e me forçar a sair do táxi, mas a verdade é que eu estava travada naquele carro com o taxista me olhando pelo retrovisor interno. 

— Chegamos!

Sobressaltei-me com seu grito retirando do bolso da jaqueta uma nota de dólar o entregando, sussurrei que ele podia ficar com o troco e então abri a porta do carro saindo. O homem acelerou em disparada para longe dali e então me vi completamente sozinha na frente do aeroporto iluminado, porém silencioso e deserto. 

Assim que dei o primeiro passo trombei com um homem quem parecia tão distraído e assustado quanto eu. 

— Desculpa – pedi abaixando enquanto o ajudava a pegar sua bolsa e algumas coisas que haviam caído no chão com o impacto.

— Tudo bem – ele dizia sorridente enquanto pegava alguns frascos e tubos de ensaio que haviam caído de uma pasta que agora estava aberta.

— Você está bem? – perguntamos juntos rindo em seguida. 

Entreguei alguns frascos vazios que peguei do chão e o entreguei com o fraco sorriso.

— Obrigado – ele os jogou na bolsa me fitando – você está bem? Eu sinto muito, eu saí do carro e quando percebi já tinha te esbarrado, eu tô uma pilha de nervos então desculpa, eu realmente…

— Oi Lang.

Viramo-nos na direção da voz masculina que parecia chamar um de nós dois, o homem sorriu olhando para o outro cara de chapéu e óculos escuros. O homem misterioso deu um fraco sorriso em minha direção e resmungou algo sobre estarem atrasados para o voo, Lang assentiu me pedindo desculpas mais uma vez antes de se virar e entrar no aeroporto acompanhado do homem.

Entrei logo em seguida atenta para todos de modo que encontrasse Gavião Arqueiro ou Feiticeira Escarlate, tinha visto ambos apenas na televisão e como eles não usavam máscaras reconhecê-los era mais fácil do que reconhecer os outros heróis mascarados, obviamente. Olhando para todos os lados procurava as figuras conhecidas, andei por grande parte do saguão, fui para perto do banheiro, fiquei um tempo sentada olhando as pessoas que passavam, na cantina, até que estava quase desistindo quando uma figura conhecida apareceu ao lado de duas pessoas, Lang me cumprimentou novamente com um aceno de mão e um sorriso simpático e agora usava uma touca preta, estava ao lado do homem de boné e óculos escuros e agora uma moça andava ao lado de ambos com um vestido preto e um casaco vermelho, ela também usava um boné e um óculos e seguia na direção de embarque séria. 

Continuei a olhar em volta do saguão quando meu coração acelerou. Eu a conhecia. Era a primeira vez em que a via pessoalmente, mas eu a conhecia: era a Feiticeira Escarlate. Ela caminhava ao lado de Lang e do outro homem em direção à uma porta e tudo o que fiz foi ficar parada, era como se naquele momento toda a minha coragem tivesse ido embora e perguntas como: “E se eu estiver errada?” e “E se eles não me ajudarem?” rondavam pela minha cabeça e foi quando senti meu celular vibrar, mais uma vez, em meu bolso. O ignorei observando os três irem em uma direção diferente das demais, ao invés de embarcarem normalmente como as demais pessoas no aeroporto, eles seguiram em direção a uma porta cinza, da mesma cor da parede, e então o homem que não conseguia reconhecer ou ver o rosto, mas que suspeitava ser Gavião Arqueiro, lançou um último olhar para trás de modo que visse se havia alguém os observando ou até mesmo seguindo.

Permaneci parada, completamente estática. Caso tudo corresse como o esperado, minha vida mudaria de ponta a cabeça, mais uma vez, porém desta vez eu não teria Peter ao meu lado para me ajudar. Fechei os olhos me detestando por ter chegado até ali e não conseguir sequer tentar, tornei a abrir os olhos quando a voz feminina anunciou a última chamada para um voô para o Egito, olhei em direção a porta em que entraram, mais uma vez, e então vi um homem abrindo-a e, lentamente, entrando no local olhando para trás precavido.

Sentindo meu coração acelerar pus-me a andar em direção a porta rapidamente, mas de um modo que não chamasse muita atenção. Consegui segurar a porta com a ponta dos dedos e então respirei fundo sentindo o coração palpitar na garganta. Olhei a meu redor e entrei no local que estava completamente escuro, como se não houvesse luz alguma por ali, mas minha habilidade me permitia enxergar em locais extremamente escuros então aquilo não estava sendo um problema para mim, afinal, era como se eu soubesse que tudo estava escuro, mas enxergava normalmente.

Demorei um tempo para conseguir me mover, via algumas caixas de papelão empilhadas, outras largadas e abertas pelo chão, parecia um depósito e tive certeza de que era quando resolvi andar e vi que as caixas tinham certa numeração. Comecei a ouvir vozes e elas não pareciam tão distantes, mas eles sussurravam algo entre si que não conseguia escutar. Havia uma voz feminina e outra masculina que se sobressaiam das demais, não pareciam ser muitos e, por isso, logo me tranquilizei saindo de trás das caixas na esperança de que fosse Wanda a mulher que tanto falava.

Tive a certeza quando ela me fitou e ergueu as mãos fazendo com que elas brilhassem de vermelho. Não consegui me mover e em questão de segundos estava flutuando sem controle algum do meu corpo. Ela passou na frente dos demais me fitando séria enquanto mexia as mãos lentamente para me controlar, como se eu fosse um fantoche. Seu fantoche.

— Quem é você? - ela perguntou com seu sotaque levemente russo.

— Meu nome é Luna, eu preciso muito falar com o Capitão América sobre tudo...

— Não sabemos onde o Capitão América está – o homem cruzou os braços me fitando ao lado de Wanda – quem te mandou?

— Ninguém – respondi alternando os olhares – sei que você retirou Wanda da casa dos Vingadores e tem policiais vindo para este lugar... Eu preciso de ajuda.

— Sinto muito, mas não podemos te ajudar – Clint disse apoiando a mão no ombro de Wanda – vá para casa, criança.

O último homem quem entrou veio em minha direção assim que Wanda me colocou lentamente ao chão, ele me segurou pelo braço e o fitei assustada sentindo meu coração acelerar como antes, eu não podia ir para casa, não podia assinar o Acordo, por mais que fosse confortante o fato de saber que teria Peter ao meu lado novamente.

— Por favor, eu preciso falar com ele.

— Sinto muito, mas não sabemos onde ele está – Clint era o único que falava pelos três.

— Stark me procurou e eu não posso assinar o Acordo.

— Espera.

O homem parou de me arrastar pelo braço e então me soltei bruscamente o fitando tentando parecer, o máximo possível, normal. Tentava camuflar meu medo, mas minha cara de assustada, provavelmente, me denunciava.

— Devíamos ouvi-la, Clint – Lang se pronunciou parando ao lado de Wanda – ela é só uma criança que está visivelmente assustada.

— Ele tá certo – Wanda virou-se em minha direção – não somos os monstros.

Clint hesitou, cruzou os braços e então bufou apontando em minha direção – Quem é você, garota? 

Hesitei para responder, mas sabia que aquela era minha única chance – Meu nome é Luna Cabbot. Eu tenho quinze anos e sou estudante da Midtown High School. Moro em uma casa no Queens com meu pai desde que minha mãe morreu. Nasci aqui, mas morei grande parte da minha vida no Brasil. Eu tenho esses poderes e Tony Stark sabe, ele me procurou hoje para me chamar para o time dele, seja lá o que tá realmente rolando. 

— Stark está envolvendo crianças, agora?

— Não sei o que ele planeja, mas ele veio até minha casa no Queens e começou a dizer algo sobre Capitão estar errado e que o melhor jeito seria estar ao lado dele para proteger as pessoas.

— Claro que ele disse – Gavião cruzava os braços – e por que ele queria você?

— Porque eu estava ajudando a cidade com o Homem-Aranha. 

— Espera – Lang apontou em minha direção – você é aquela garota que brilha? 

Assenti em silêncio surpresa por alguém me conhecer.

— Eu vi você nos noticiários – Wanda disse cruzando os braços – foi algo rápido, mas eu jamais imaginaria que a pessoa por trás daqueles poderes é só uma criança. 

— E agora, Stark a envolveu nisso também – Clint bufou me fitando – vamos lá. 

— O que? – perguntei confusa.

— Nós vamos te levar até o Capitão.

Arqueei uma sobrancelha confusa – Assim, tão fácil? 

— Se quiser permanecer, tudo bem.

— Não – dei o primeiro passo em direção a eles – eu só não esperava…

— Escuta só – Gavião Arqueiro parou na minha frente me impedindo de andar enquanto seus músculos ressaltavam em sua blusa de frio devido aos braços cruzados – se você, por alguma razão, está mentindo e nada mais é do que um peão do Stark eu quero que saiba que você não sai dessa impune. Estamos claros?

O fitei sentindo meu coração disparar e respondi depois de um tempo – Sim.

— Ótimo - ele descruzou os braços tornando a colocar os óculos escuros – agora, vamos para a Alemanha.


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Notas finais do capítulo

Bom, depois desse capítulo acho que dá pra ter certeza qual lado a Luna escolheu, não é? Ela é #TeamCap ficando contra seu melhor amigo. O que será que vai rolar?
Enfim, o próximo capítulo já dá início à Parte II da fic, que acontece durante a Guerra Civil e é a parte mais extensa da fic, nela, temos a mescla do filme Capitão América: Guerra Civil e das HQs do arco da Guerra Civil. Vou explicar tudo nos devidos capítulos.
Porém pra postar o próximo capítulo estou dependendo de um banner de capítulo, que tem no inicio de todas as partes, e assim que ficar pronto posto o capítulo com o banner, mas como não sou eu quem estou fazendo não sei quanto tempo demorará, mas fiquem comigo e não abandonem a fic porque, com toda certeza do mundo, eu volto!
Beijos, e até o próximo! ♥



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