Devaneios da morte escrita por Patrício Almeida
Estive nos mais diversos lugares
Conheço bem cada cantinho desse mundo
Faz parte do meu trabalho
Ir aonde precisam de mim
E sempre me solicitam
Pessoas dos mais diversos tipos
Boas, ruins, tristes e felizes
Mulheres, homens, crianças e idosos
Não cabe a mim diferenciar
São todos iguais quando os conheço
De perto chegam aparecer a mesma pessoa
Criaturas confusas, cheias de dor
Ao mesmo tempo repletos de amor
Cada um do seu jeito
Mas o mesmo sentimento
Daqui onde estou não sei dizer
Se algum deles mereceu vir comigo
Mais do que outros mereciam
Sei que apenas alguns queriam realmente
Mas todos gostam no final
Tento entender por que eles são assim
Encarando essa fixação do modo mais estranho
Sem se dar conta, de fato, como tudo é passageiro
A minha visita já está agendada
Posso chegar antes ou depois mas eu chegarei
Não precisam ter medo, mas eles temem.
Não a mim, mas como chegaram até mim.
Há um certo teor cômico nisso.
Os homens são criaturas estranhas.
Fascinantes.
Fracos no início e impotentes no final.
Compreender seu proposito é fundamental.
Nasceram para serem meus.
Tudo que nasce me pertence.
Mesmo que eu tenha que esperar.
Mas eu sou paciente.
Tenho tantas coisas, e uma delas é a eternidade.
Posso esperar até que estejam prontos.
Tenho lugar para todos.
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