Conforme eu lia, mais me via envolvido com aqueles textos, a caligrafia fina e delicada fazia com que aquelas palavras fossem quentes, sedutoras, de alguma forma tudo aquilo me soava proibido, me peguei imaginando as cenas que eram descritas ali. Eu necessitava mostrar aquilo a alguém, com certeza o dono ou dona daquele caderno estava sentindo muita falta daquele objeto precioso, mas nao conseguia, muito menos podia, cogitar a ideia de perder tudo aqui.

Nossas bocas não conseguiam se tocar alguns poucos milímetros as separavam, a respiração entrecortada, os corpos unidos, o suor exalava um perfume único, uma mão me agarrava a cintura e a outra os cabelos. O movimento dos corpos era ritmado, o desejo beirava o limite, o combinado era de não emitirmos nenhum som, uma tortura que já tinha feito com que me marcasse no meio dos seios como se me castigasse por ter deixado marcas de mordidas em seu pescoço e peitoral. O ápice chegou e nos permitimos dar gemidos extasiados, pouco tempo já estávamos unidos novamente quando me viu tomar banho; saciados, eu dengosa e você rindo da minha vontade de passar mais tempo debaixo das cobertas, as pernas enroscadas dando leves sinais de que o desejo começara a aparecer novamente, as caricias aumentando, o tesão crescendo no olhar, a rouquidão na voz se acentuando, roupas a tempos jaziam no chão, logo os corpos já se uniam novamente, e era sua vez de dar as cartas.

Como alguém poderia esconder tudo aquilo? Como tantas palavras mexiam comigo dessa maneira?