YeBin P.O.V

A visão de Seul, do alto, era realmente linda. Fiquei por longos minutos observando aquela cena espetacular. Jimin havia se calado. Estranho.

Virei-me para ele, nossos rostos ficaram próximos de mais. Pude perceber que ele sorria, corei com a situação, mas ele continuou a aproximar nossos rostos.

— Oh... U-Um mosquito! ~ Menti e dei um tapa no braço dele, virando-me novamente para a cidade.

Que vergonha. Nossa. Abusado.

Um enorme silêncio constrangedor se instalou entre nós, só se ouviam suspiros vindos de ambos. Jimin deu meia volta e começou a andar em direção aos elevadores, e eu apenas o segui. Ele ficou esquisitão depois do “mosquito”; acho que ele também estava envergonhado, ou brabo, não sei.

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Finalmente o tão esperado final de semana chegou. Ontem, sexta feira, TaeHyung havia combinado de sairmos hoje a tarde. Como não conheço a cidade, quem escolheu o local foi ele. Ele escolheu passearmos em MyeongDong. Ótimo. Onde fica isso? Fui obrigada a pedir ajuda aos universitários.

— PAI! ~ Gritei, procurando-o pela casa. Encontrei-o na sala, jogando cartas com dona MiYeon. ~ Oi pai! Oi dona MiYeon!

— Olá! ~ Disse MiYeon parando o jogo.

— O que foi filha?

— Onde fica MyeongDong? ~ Perguntei aproximando-me.

— Por quê?

— Onde fica MyeongDong? ~ Insisti na pergunta.

— Por que a caipira quer saber? ~ Pude ouví-lo logo atrás de mim. Sua voz fina e parecida com a de uma garota era inconfundível.

— Não te interessa! ~ Tentei não dar muita atenção á ele, mas era impossível.

— Vai sair com o namorado? ~ Perguntou ele. Intrometido.

— Que namorado? ~ Foi a vez de meu pai perguntar. Fala sério.

— Nenhum. Não tenho namorado! ~ Respondi de imediato.

Demorei 20 minutos para convencer meu pai de que eu não tinha um namorado; e de que Jimin não precisava ir junto, já que o mesmo afirmou que eu era uma “imprestável” e que não saberia chegar lá sem me perder, então seria melhor ele ir. Definitivamente, não. Como ele consegue ser tão chato?

Depois de decorar o caminho que meu pai havia ensinado, subi e fui para meu quarto. Agora sim vinha a parte difícil: achar uma roupa legal. Acho que a maior demora foi encontrar a roupa.

Tomei um banho rápido e me vesti. Com certeza a roupa não era tão bonita. Coloquei minha botinha marrom, uma calça jeans e uma blusa branca básica de mangas longas com um coletinho por cima. Pelo menos não ficou tão feio.

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— TaeHyung? ~ O vi de costas, e toquei seu ombro.

— Oh... YeBin... ~ Disse assustado. ~ Pensei que não vinha mais!

— Desculpe a demora.

— Sem problemas! ~ Ele disse.

TaeHyung ofereceu seu braço para que eu engatasse o meu. Que vergonha. Assim o fiz, enganchei meu braço no dele.

— Você está linda, sabia? ~ Disse ele sorrindo. Ha ha. Não. Já vi que ele é aquele tipo de pessoa que é capaz de mentir para agradar.

Fiz uma careta e ele riu.

— O que foi? ~ Perguntou confuso e eu apenas dei um tapa em seu braço.

— Menos, TaeHyung. Bem menos. Seu mentiroso!

Enquanto andávamos, pude ver uma figura estranha em todos os lugares que íamos. Não pude distinguir se era homem ou mulher, pois usava um capuz encobrindo o rosto. Hora se escondia atrás de uma folha de jornal, hora atrás do banner de alguma loja. Estranho. Apertei mais o braço de TaeHyung, que olhou pra mim sorrindo. Que foi?

— Se queria ficar mais perto de mim... Era só pedir! ~ Disse ele convencido.

— Aff... Seu ridículo! Tem um ser... Ele está atrás da gente...

— Quem? ~ Disse ele olhando para trás.

— Não sei.

— Você deve estar louquinha! ~ Disse ele rindo, provavelmente divertindo-se com a situação.

— Imbecil.

Já estava ficando tarde, Tae propôs tomarmos um sorvete e depois ele me levaria até em casa. Sorvete, eu amo sorvete. Como não sou boba, aceitei.

TaeHyung me fez esperar sentada em um banco de praça, enquanto ele comprava os sorvetes. Parei de reclamar pela demora, assim que ele entrou em meu campo de visão, com dois sorvetes enormes de chocolate.

— Demorei? ~ Perguntou ele, sentando ao meu lado.

— Um pouco. Mas nem senti sua falta! Essas delícias na sua mão compensam cada segundo! ~ Brinquei e ele logo me entregou um.

— Imagina se tivesse sentido...

Ficamos tomando sorvete e conversando. Esse cara de peixe mal me deixou tomar o meu sorvetinho, me fez rir o tempo todo. Bobão.

— Ta... Sujinho... Aqui... ~ Disse ele, mostrando no canto dos próprios lábios.

Fiquei envergonhada e levei uma das mãos até meus lábios, tentando limpar, mas ele me impediu. Segurou minha mão, abaixando-a logo em seguida.

Não estava entendendo, até ele aproximar seu rosto do meu. Nossos lábios estavam a milímetros de distancia, podia sentir sua respiração batendo contra minha pele, minha única reação foi fechar os olhos.

— NOSSA... CAIPIRA... VOCÊ POR AQUI? QUE COINCIDÊNCIA! ~ Recuei com o susto. Aquela voz. Não. Só pode ser brincadeira. Jimin forçou surpresa ao berrar a frase. Vou matar esse moleque chato. Será que ele não sabe ao menos encenar? Não. Definitivamente não.

Virei o rosto para encará-lo. Não pode ser. Ele trajava a mesma roupa da pessoa que nos seguia. Garoto sem noção. Ridículo.

— Bom... Eu já estou indo embora, e como seu pai vai brigar se você chegar tarde, você vem comigo! ~ Ele disse autoritário.

— Não quero. Não vou! Pode ir. ~ Retruquei, encarando-o séria.

— Eu estou mandando. ~ Há. Coitado.

— Eu quem vou levá-la pra casa! ~ TaeHyung se levantou enquanto falava.

Levantei-me e fiquei ao lado de TaeHyung, podendo ver bem a cara de bunda do esquilo. Eu e Tae ignoramos e começamos a andar em direção ao ponto de ônibus. Foi tão legal deixar ele pra trás, com cara de tacho. Mas como dizem: tudo que é bom, dura pouco. Logo Jimin já estava caminhando normalmente atrás da gente, como se nada tivesse acontecido. Aff. Mereço. Será que ele não se toca?

Como a tarde toda, fiquei com o braço engatado ao de Tae, até o ônibus chegar.

— - -

Jimin não desgrudou de nós, um minuto sequer, durante todo o percurso. Chicletão.

— Tchau YeBin, te vejo segunda! ~ Disse Tae, já em frente á minha casa.

— Obrigada TaeHyung! ~ Disse abraçando-o.

— Vamos logo, caipira! ~ Jimin me apressou.

— Gostei muito de hoje! ~ Ignorei Jimin sem soltar TaeHyung. ~ Nos vemos segunda. ~ Dei um beijo demorado em sua bochecha.

Logo Jimin me puxou para dentro de casa. Que vontade de espancar esse garoto. Mas se eu tentasse bater nele, era capaz de ele virar um lutador de sumo e me esmagar. Isso definitivamente não seria legal.