Ninfa das Águas escrita por Mylanessa
Notas iniciais do capítulo
✖ O QUE QUE TA COM TE SENO?!
Eu meio que tô amando fazer esses poemas bobinhos ♥
Desde que desenterrei "Canção do Ceifador", que postei faz algumas semanas, agora sempre fico tentada a criar novos para as histórias que já existem e para aquelas que ainda irei postar!
✖ Bem, nesse caso, até que soa coerente, porque como eu disse nas notas do perfil da história, eu a atribui a um bardo (se alguém já leu meu conto "Mau Agouro no Inverno", estou falando do Rafe!). Em breve postarei o novo conto, que será de horror. Esse poema não tem nada a ver com o enredo, então, ele não estraga de forma alguma a leitura que está por vir (espero!).
✖ Enfim. Estou me sentindo até meio tonta, porque não sei escrever poema, fico pensando que tô fazendo mil bobagens (provavelmente estou). Mas me divirto bastante, mesmo que sejam bobinhos ♥ E bem, até agora, nenhum teve qualquer pretensão de soar denso ou complexo, porque foram feitos com a intenção de serem canções populares no universo das histórias, sooooooo....
Boa leitura!
ps: Belenos é o deus celta do sol. Curiosamente, como o deus Hélio da mitologia greco-romana, ele também dirigia uma carruagem solar :D
Era o raiar d’uma aurora de primavera
De céu azul e nuvens tingidas de aquarela
Um andarilho errava sob as primeiras cores do amanhecer
Quando no pico das montanhas um brilho viu arder
Não foi surpresa avistar, a carruagem de Belenos a cavalgar
Numa investida de curiosidade, o seu trajeto pôs-se a espreitar
Da corcunda da colina, viu a chama da esfera se infiltrar
Pelas copas dos carvalhos e pelos jardins rociados d’orvalho
Foi então que no inesperado de um luzir ligeiro
O Sol piscou tímido, mas não despercebido ao forasteiro
Seus olhos de águia em tempo algum o enganavam
Nos pés da colina, uma vereda havia avistado
Mordido, então, de interesse, ladeira abaixo correu o andarilho
Com pressa, os pés afoitos, com dificuldade abriam caminho
O bosque escuro, onde raro se alcançava qualquer brilho
Mistérios ali se escondiam, refugiados, como desertores em exílio
Até manhã alta peregrinou, a mata desbravou, sem nada encontrar
Já perto de desistir, ouviu ao longe uma corrente fluir, de água a se derramar
Consigo mesmo disse, “até que enfim, já era tempo!”
E para os confins do bosque a sua voz viajou com o vento
Nas margens rasas, onde a náiade negra se banhava
O eco distante de um estranho se aproximava
“Ó, Belenos, querido, és tu que nestes arbustos te escondes?”
Ingênuo, o andarilho do seu abrigo se revela e então responde,
“Dama de ébano, perdoa este intruso, sou só um homem”
A surpresa de tais notícias usurpa o riso da sua beleza
Nenhum mortal jamais adentrara a sua fortaleza
“Estranho, tu pisas em terras proibidas, este é o meu esconderijo!”
Maravilhado, revida, “Dama do rio, acalma-te, pois nada te ti exijo!”
Os olhos, como dois opalas de fogo, sem hesitar, recusam o rogo
“Tu não compreendes, esta é a morada onde o Sol não brilha!”
Mas as palavras da sirena acariciam seus ouvidos como cantiga
A mente ao delírio se entrega, e segue o andarilho, arrebatado
Na direção da correnteza avança, perdido, enfeitiçado
De braços abertos, nas profundezas ele se atira
Sem olhar para trás, sem cerimônia de despedida
Numa manhã de primavera, condenado foi o peregrino
Nos bosques da sirena, obliterado foi o seu destino
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
:*