Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 49
Quem avisa, padrinho é!


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Então pessoal, sei que vocês com certeza e sem sombra de duvidas devem estar furiosos, e claro, com toda razão. Eu simplesmente sumi por mais de um mês... UM MÊS! Gostaria de explicar a situação para vocês com uma boa desculpa, mas a verdade é que eu tinha começado esse capitulo quando meu notebook pegou um vírus, logicamente eu perdi todo o conteúdo que eu tinha salvo e fiquei sem nenhuma forma de escrever por uns dias, depois que eu o mandei para o conserto ele ficou quase uma semana lá, e quando eu o peguei de volta, tive que ficar mais uma semana sem escrever, isso por dois motivos. PRIMEIRO: Eu não tive muito tempo para escrever e SEGUNDO: Eu não sabia o que escrever, esse era para ser o ultimo capítulo, mas eu simplesmente não sei como terminar tudo, então eu fiquei uns dias pensando, e ontem e hoje consegui escrever esse capítulo para vocês. Confesso que ainda tem muita coisa para acontecer, mas acabarei tudo no próximo capítulo, que será postado ainda essa semana, ou no fim de semana, mas disso não passa. PROMETO!

Desculpa por tudo, espero do fundo do meu coração que vocês não tenham pensado que eu desisti de Out Of The Woods, e espero mais ainda, que vocês não tenham desistido.

Boa Leitura! ♥



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Alguns anos depois...

Pov Peeta.

Se existe algo que eu aprendi ao longo dos anos, é que nada nessa vida é fácil, todos os dias, a cada segundo, todas as pessoas do mundo, inclusive nós mesmo, passamos por situações terríveis que nos fazem questionar se viver vale a pena, se lutar cada dia para enfrentar esses obstáculos vale a pena. Mas quer saber? No fundo, nós sabemos a resposta, sabemos que desistir muitas vezes é o mais fácil, até mesmo mais sensato. Entretanto, não é o ato mais corajoso a se fazer. Afinal, algum de vocês já passaram por uma situação que quiseram abaixar a cabeça e admitir que já haviam desistido, porém, não queriam? Queriam provar para si mesmos que podiam enfrentar isso? Eu já, eu passei várias vezes ao longo da minha vida, pensando sobre esses momentos. Mas, incrivelmente, nunca me arrependi das minhas decisões, eu não conseguiria, pois todas elas me levaram para onde eu estou hoje, todas elas construíram quem eu sou hoje. E eu não poderia estar mais feliz com isso...

Quando eu ouvi o nome de Prim ser chamado para a colheita, eu sabia que naquele momento iria perder a mulher da minha vida, sabia que em hipótese alguma Katniss deixaria a pequena Prim ir para os Jogos, sabia que ela iria evitar a todo custo que isso se realizasse. Então, enquanto todos ficavam em silencio, ouvi a voz da mulher da minha vida, gritando para que ela fosse no lugar da irmã. Senti o perto em meu coração “eu havia a perdido, e para sempre.”, não por que eu não acreditava que ela fosse sobreviver, Katniss sempre foi uma guerreira, mas eu sempre soube que não existiam “vencedores” nos jogos, existiam “sobreviventes” e com os exemplos que tínhamos dos “sobreviventes” dos Jogos, eu temia que se Katniss vencesse, virasse um deles. Mas isso foi um pensamento que durou pouco tempo em minha mente. Não importava o quanto ela mudasse, eu sempre iria amá-la.

Até que Effie foi escolher o tributo masculino, e mesmo tremendo de medo de ser escolhido, algo dentro de mim gritava para que ela falasse meu nome. Tudo seria melhor se eu estivesse ao lado de Katniss. E então, o quase impossível aconteceu, eu fui escolhido, prendi o ar em meus pulmões e caminhei até o palanque. Quando eu me virei e encarei a multidão, eu soube... Minha vida nunca mais seria a mesma, e quando eu apertei a mão de Katniss, eu fiz uma promessa silenciosa olhando no fundo de seus olhos cinzas, ela seria a “sobrevivente”, mesmo que para isso, eu tivesse que sacrificar a minha vida.

Infelizmente, ou felizmente, eu ainda tenho dúvidas sobre isso. Sobrevivemos os dois, não posso dizer que fui infeliz de tudo nos jogos, afinal, querendo ou não, de uma forma boa ou ruim, eles fizeram com que eu me aproximasse de Katniss, e com isso, nós dois desenvolvemos uma “relação”. Jamais vou me esquecer das coisas que passamos juntos, de cada momento, de felicidade e de tristeza, desespero ou alivio. Tudo ficará para sempre, guardado em minha memória.

— Hey pai, tira o bolo do forno aí.

Saio de meus devaneios olhando para o homem ao meu lado e logo vou até o forno tirando o bolo lá de dentro, colocando-o sobre a bancada da cozinha.

Rye havia se tornado um grande homem, com seus 21 anos, ele é muito responsável, desde pequeno demonstrava interesse na padaria, e quando completou seus 18 anos eu deixei que ele tomasse conta da padaria, e decidi me dedicar mais a Katniss e nosso casamento, não que ele estivesse em crise, mas ficar ao lado dela nunca parece ser o suficiente. E eu não deixei de ir à padaria, sempre aparecia por lá, todos os dias e o ajudava nos afazeres. Discutíamos novas receitas e trabalhávamos juntos em vários projetos futuros, Rye queria muito abrir um restaurante, e nós o apoiamos nessa decisão, até que ano passado ele abriu o Mellark’s Bistrô, e eu não poderia estar sentindo mais orgulho, ainda mais quando vi meu primogênito tão focado em algo que ele queria e o melhor, tendo sucesso nisso. Seu restaurante é um dos melhores do Distrito 12, e Rye já abriu algumas franquias no Distrito 2, 8 e 4, mas sua meta mesmo, é ter franquias por toda Panem.

— Nosso acordo ainda está de pé? – Ele perguntou.

— Claro, convenço sua mãe a deixar você participar do campeonato de arco e flecha. – Apesar de ter o amor pela gastronomia, Rye tinha uma paixão ainda maior por arco e flecha, apesar de não levar muito jeito com a coisa. — E em troca, você vai me ajudar a convencer sua mãe a proibir a Willow de ir para a Universidade.

— Willow não vai esperar mais um ano papai, e acredito que nem mesmo a mamãe vai ser capaz de fazê-la mudar de ideia. – Ele respondeu, parando de sovar a massa pra a torta de amora que estava fazendo. A preferida de Willow.

(Sei lá, tava procurando homens bonitos na internet kkkkkkk e vi ele, cabelos escuros e olhos claros, daria um ótimo Rye não?)

— Temos um acordo, então acho bom você usar toda a sua persuasão e esses olhos azuis para fazê-las mudar de ideia.

— Você também tem boa lábia e olhos azuis, por que não usa isso para pedir a Will que ela não vá embora?

A verdade é que eu já havia usado, eu já havia usado todos os meus meios para impedir que minha filha mais nova fosse embora, mas assim como Rye puxou a aparência da mãe e minha personalidade, Willow puxou a minha aparência e a personalidade da mãe, se eu não aguentava uma Katniss, imagina duas? Não sei como ainda não tenho cabelos brancos.

— E você já tem cabelos brancos. – Ele zombou e depois deu uma risada, eu tinha pensado em voz alta? Não importa. Willow com seus 17 anos e meio, colocou na cabeça de que quer cursar medicina, eu fiquei bem animado com a ideia, e apesar de ver que Katniss ficou um pouco tensa com isso – já que Prim tinha a mesma vontade e acabou morrendo meio que por isso–, eu também vi que ela ficou emocionada, era como se víssemos Prim no lugar de Willow, minha filha havia se tornado uma linda mulher de olhos cinza-azulados e cabelos loiros quase platinados, apesar de se parecer muito comigo, em alguns aspectos ela era extremamente parecida com Prim. Algumas vezes ao longo dos anos eu via Katniss parar no tempo olhando para Willow, que apesar de ser arrogante e marrenta, era doce e carinhosa muitas vezes, e eu sabia que ela imaginava como Prim teria se tornado se ainda estivesse viva.

— Você ouviu? É a voz da Will.

Não tive tempo de falar nada, Rye havia jogado o pano de prato sobre mim e saído correndo para ver a irmã, hoje teríamos a confirmação de sua aceitação na Universidade de Panem, e eu desejava do fundo do meu coração que ela tivesse chegado em prantos dizendo que não foi aceita. Mas por sua inteligência e determinação...

— PAPAI...! – Senti o impacto de seu corpo se chocando contra o meu em um abraço terrivelmente empolgado “DROGA!”. — EU FUI ACEITA! EU FUI ACEITA!

Ela gritava ainda abraçada a mim, podia sentir o quanto ela estava feliz e empolgada, e senti uma pontada de culpa me atingir “É isso que sua filha quer, é a vida dela, aceite”, minha consciência berrava, mas eu a ignorei me afastando do abraço de Willow. Seu sorriso estava enorme, mas vi ele se fechando quando ela viu minha expressão, que devia estar de desgosto. Ouvi os passos de Katniss na escada e logo seu corpo empurrou o meu, e ela abraçou a filha, ficando de frente para mim e me fuzilando com os olhos cinzas, e na minha cabeça eu ouvi ela dizendo “Ao menos finja que está feliz”, mas eu não podia, minha filha, minha pequena filha, estava indo embora, como isso poderia ser bom?

Afastei-me levemente e fiquei encostado no batente da porta que dava entrada para a cozinha, ainda olhando a cena de Rye e Katniss dando os parabéns à Willow, eles estão dando os parabéns a ela por ir embora? Não sei quantos segundos depois minha casa foi invadida por uma multidão composta por: Effie, Haymitch, Lily, Gale, Johanna, Hunter, Alice, Annie, Finn e Clara. Minha raiva cresceu, sabe por que? Todos eles estavam apoiando Willow a sair de casa, e isso não estava me ajudando em nada.

— Podíamos trancá-los em casa. – Johanna se aproximou de mim, ela era a única que não estava feliz com isso, mas ela tinha motivos, Hunter e Alice tinham se inscrevido na mesma Universidade de Willow, e por sua cara e suas palavras, também haviam sido aceitos.

— Não acredito que vá funcionar com Willow, é bem capaz dela quebrar as paredes da casa e enfiar uma flecha no meu coração, nada muito diferente do que está fazendo agora. – Eu disse, me lembrando da incrível habilidade da minha pequena em arco e flecha.

— Hunter também não deixaria por baixo, apesar que Alice ficaria, se o pai pedisse. Mas Gale não vai fazer isso.

— Ele e Katniss tem muito mais em comum do que os olhos e a personalidade. – Eu falei.

— De fato. – Ela disse, saindo logo em seguida por Gale tê-la chamado para dar os parabéns para Willow.

Todos estavam muito felizes, e nem faziam questão de disfarçar isso por mim. Bufei e abaixei a cabeça, alguns minutos depois, senti seu perfume e o toque de suas mãos em meus ombros, ergui meu olhar e encarei seus olhos cinzas, eles estavam bem mais brilhantes do que já estiveram, ela sorria para mim, um sorriso compreensível e amoroso, ela se aproximou e encostou seus lábios nos meus, por apenas alguns segundos, mas foi o suficiente para colocar em ordem toda aquela confusão de sentimentos que eu estava sentindo. E por um segundo, eu me senti conformado.

— Desmancha essa carranca, sua filha não está indo para uma arena, está indo para a Universidade. – Ela disse séria, e depois sorriu.

— Eu sei, mas não queria que ela fosse. – Digo olhando em seus olhos.

— Ela não vai para sempre. – Ela falou.

— Papai – Willow me chamou, se aproximando.

— Não faça, por favor. – Eu disse, já imaginando que ela iria usar todo o poder que aprendeu com a mãe a ter sobre mim.

— Eu virei para cá, todo fim de semana, eu prometo. – Ela disse.

— Não é o suficiente. – Eu falei.

— Por favor, pai. – Ela pediu.

— Não.

— Bom, eu irei de qualquer forma, confesso que gostaria de ir com seu consentimento, mas se não o tenho, irei sem ele. – Ela falou.

— Ela poderia ganhar uma revolução com esse jeito. – Ouvi Haymitch sussurrar.

— Quer meu consentimento? Okay, vá. Mas não terá as minhas felicitações. – Eu disse. — Isso é muito, você sabe por tudo que eu e sua mãe passamos na Capital, e agora um de nossos filhos quer ir morar lá, tem ideia do efeito que isso nos causa?

— Eu sinto muito pai, mas lá está o meu futuro, vou lutar por ele. – Ela disse olhando em meus olhos. Todos na sala permaneciam em silencio.

Willow quebrou o contato visual e subiu as escadas para seu quarto. Soltei o ar de meus pulmões e abaixei a cabeça. Até quando íamos viver com o medo? Saí para o jardim atrás de casa e me sentei entre as flores de prímulas que enfeitavam o jardim e a lateral da casa.

— O que eu estou fazendo? – Perguntei para o nada, mas a resposta veio em minha cabeça. Eu estava sendo egoísta, eu estava sendo egoísta com minha própria filha, estava tentando privar Willow de algo que ela quer, por medo de algo que me aconteceu no passado, um passado que talvez eu e Katniss nunca vamos superar. Abaixei a cabeça e deixei que uma lagrima caísse de meus olhos, eu tinha que deixa-la ir, minha filha não era mais uma menininha. Ela havia se tornado uma mulher, e a forma como ela sempre me enfrentava quando a assunto era a Universidade, e a forma como ela me enfrentou na sala, apenas me dá mais certeza de que ela não precisa mais totalmente dos meus cuidados, Willow já sabe se cuidar sozinha, ela sabe se defender e lutar pelo que quer.

Fiquei encarando as prímulas mais alguns minutos. Eu deveria estar orgulhoso, não deprimido, devia estar apoiando minha filha, não a desencorajando. Eu não estou sendo o bom pai que sempre prometi ser. E eu tenho que mudar isso. Levantei-me e entrei em casa, Katniss estava sentada na sala, assistindo algum canal de comédia na Tv junto de Rye. Eles me olharam subir as escadas, mas não disseram nada.

Parei em frente a porta de seu quarto, tentando formular frases de desculpas em minha mente, mas não perdi tempo com isso, e logo dei três batidas na porta. Não demorou muito e Willow abriu a porta, ela não chorava, e não parecia ter chorado, ela tinha puxado essa força e esse controle sobre seus sentimentos de Katniss, e bom, de certa forma, de mim também. 

— Podemos conversar? – Eu perguntei.

— Entra. – Ela virou as costas e se sentou em sua cama, eu entrei e deixei a porta aberta. Não iria demorar.

— Não quero que você vá sem dizer umas coisas. – Comecei. — Primeiro quero saber: Você quer mesmo ir para essa Universidade?

— Sim papai, é o que eu mais quero. – Ela me respondeu sem pestanejar.

— Então você irá. – Eu disse. — Sabe Willow, nessa vida eu já me arrependi de algumas coisas, mas nunca me arrependi de ter feito o que eu queria mesmo fazer. Se você quer ir para a Universidade da Capital, você irá. E quero que saiba que, você tem o meu consentimento, e meu apoio, e eu estou muito orgulhoso de você, parabéns filha. – Eu disse, vi que ela tinha lagrimas nos olhos antes de abraçar seu corpo, ela não era mais uma menina, não era. Willow havia crescido, e agora seguia seus próprios ideais. Eu tinha que deixa-la ir.

— Obrigada papai, você é o melhor do mundo! – Ela me soltou com um sorriso.

— Já que essa é nossa despedida... Podíamos fazer um jantar, reunir a família... – Eu sugeri, olhando em seus olhos.

— Tudo bem, eu preciso mesmo te contar umas coisas. – Ela disse sorrindo.

— Vou falar com sua mãe então. – Falei.

*-*

— COMO ASSIM, VOCÊS VÃO MORAR JUNTOS? – Eu “disse” levantando-me da mesa onde havíamos acabado de jantar.

Okay, o jantar havia transcorrido calmamente, conversamos, rimos, e de certa forma eu estava conformado de que aquilo era o melhor pra minha filha. Entretanto, eu não esperava que ela me dissesse que vai morar com ALGUÉM, que esse alguém era HOMEM, e muito menos que se chamasse HUNTER HAWTHORNE.

— Não é a pior parte, tio. – Hunter se levantou e pegou a mão de Willow. — Nós estamos namorando.

Passei a mão pelos cabelos de forma impaciente, isso é algum tipo de pegadinha?

— Você está namorando? – Perguntei perplexo olhando os olhos azuis de minha filha.

— Eu ia te contar, mas...

— MAS NÃO CONTOU! – Rosnei. — DESDE QUANDO? – Bati as mãos sobre a mesa, mostrando minha impaciência.

— Escuta tio Peeta...

— NÃO FALE COMIGO! – Eu gritei olhando para os olhos cinzas e desafiadores de Hunter, o filho da mãe nem se sentia intimidado, maldita influência de Johanna.

— Amor... se acalma. – Katniss pegou em minha mão sobre a mesa.

— Que TRAIÇÃO! Minha própria família, meu próprio afilhado. – Eu suspirei e me sentei na cadeira. — Você não entende Kat, ele é quase um filho para mim. – Coloquei os cotovelos sobre a mesa e escondi o rosto nas mãos. — Não posso mata-lo sem me sentir culpado. – Tirei as mãos do rosto. — Tragam-me uma bebida.

Haymitch tirou o vidro de licor de dentro do bolso de sua blusa e me deu, virei o liquido azedo na boca, sentindo-o queimar minha garganta.

— Escute bem Hawthorne, se você magoar minha filha... tradução: se um dia, por um segundo, você a fizer infeliz, eu juro por Deus que você vai saber o motivo de eu ter sobrevivido a duas arenas e uma revolução.

— Peeta, ele é seu afilhado! – Clara falou sorrindo.

— Por isso mesmo... – Eu disse bebendo um pouco mais do licor. — Quem avisa, padrinho é!


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só, mas volto em breve com o ULTIMO CAPÍTULO. É só eu que não estou conseguindo acreditar que está acabando? Isso é tão surreal.

Espero que tenham gostado, e se não tiverem me abandonado COMENTEM kkkkk (esses k's representam lagrimas).

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥