Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 47
Eu prometo.


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Então, não estou tão atrasada estou? Acho que não. Sei que vocês estão quase sofrendo uma crise de nervos então...

VAMOS LOGO PARA O CAPÍTULO!

Não queiram me matar.

Boa leitura! ♥



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Entrei na Mansão e fui direto para o quarto em que eu estava hospedada. Rye estava sentado no berço, brincando com Buttercup, assim que percebeu minha presença, o menino olhou para mim, com seus olhos tão azuis quanto os de Peeta. Se eu ainda tinha algum controle sobre mim, ele acabou de se esvair agora. Eu peguei ele em meus braços, ele ainda me encarava por eu estar chorando, parecia um pouco assustado. Eu me sentei com ele no encosto perto da janela e o ajeitei em meu colo.

— Eu fui ver seu pai agora. – Eu comecei a falar e ele grudou seus olhos nos meus, isso só me dava mais vontade de chorar. — Ele não está muito bem. E eu estou com muito medo de perder ele, sei que você não deve entender nada do que eu estou falando. Mas eu acho que seu papai, vai morar com o papai do céu. – Eu parei de falar um pouco para respirar. — Ele anda sendo muito forte, todos esses anos, mas eu quero que você saiba que, se ele se for, nós vamos ficar bem. Eu vou ser forte por nós três, e vou cuidar de vocês. – Eu abracei seu corpinho. — Eu te amo muito. Nós vamos ficar bem. – Beijei sua testa e fechei os olhos.

Eu me sinto tão vazia, tão inútil. O homem que eu amo está entre a vida e a morte em um leito de UTI e o que eu posso fazer? Isso mesmo, nada. Toda essa impotência faz com que eu sinta raiva de mim mesma, e de todos ao nosso redor. Afinal, esse é o fim? Então quer dizer que não tem mais jeito? E como eu vou fazer? Como vou guiar minha vida com duas crianças sem pai? Como eu vou explicar para Rye e para meu outro bebê que o pai deles morreu por minha culpa? Sim, minha culpa, afinal, nada disso teria acontecido se eu tivesse feito a vontade de Ramon e tivesse ido embora com ele. De qualquer forma todos sabiam que eu ia acabar fazendo isso. Matando Peeta. Eu me permito ficar ali, com Rye nos braços e chorando por algum tempo. Eu sinto como se Peeta já tivesse morto, sei que isso é algo errado, mas não consigo ter um bom pressentimento. Eu sinto que vou perdê-lo, e então eu vou entrar em depressão e vou perder meus dois filhos. Como aconteceu com minha mãe. Eu vou viver drogada de remédios e Rye vai virar um caçador para não deixar seu irmão ou irmã passar fome. E então, no fim, ele não vai conseguir, ele vai me odiar e talvez o meu bebê mais novo morra, e Rye vai passar o resto da vida se culpando. Eu vou me transformar na versão antiga da minha mãe. Logo eu, que tanto a julgava.

— Você não está sozinha. – Ouço a voz de Gale. Mas não olho em sua direção. — Katniss, você não está sozinha.

— Nada faz muito sentido sem ele aqui. – Digo beijando a bochecha de Rye.

— Eu sei que não... – Ele fala baixo, pegando Rye dos meus braços e colocando ele deitado dentro do berço. — Mas eu quero que saiba, que não importa o que aconteça. Eu estou aqui, e vou te ajudar no que você precisar.

— Eu sinto que vou virar a versão antiga da minha mãe. – Digo o meu pensamento de minutos atrás.

— Não pense isso. – Ele se sentou ao meu lado. — Você sabe que é como uma irmã para mim, e eu vou cuidar de Rye. Como prometi ao Peeta que faria.

— Prometeu? – Perguntei confusa.

— Acredite ou não, alguns dias atrás, assim que você reapareceu e estava internada no Hospital, Peeta me chamou para uma conversa. – Gale começou. — Ele estava bem preocupado com tudo, e me fez prometer no meio da nossa conversa que se algo acontecesse a ele, que eu cuidaria de você e do Rye. – Ele falou, eu sentia que não conseguia mais chorar, minha cabeça doía e eu estava cansada, mas silenciosamente, eu sentia as lagrimas escorrendo de meus olhos.

— Sempre nos colocando em primeiro lugar. – Funguei.

— Sempre. – Gale murmurou.

— Ele só não contava com uma terceira pessoa. – Eu sorri.

— Katniss... – Gale se afastou me analisando.

— Eu estou gravida. – Digo sorrindo e colocando a mão sobre a barriga. — E se algo pior acontecer, ele vai morrer sem saber. Sabe por que? – Perguntei sentindo toda aquela angustia virar uma raiva sobrenatural de mim mesma. — Por que eu fui uma covarde. Eu estava muito preocupada em como ele ia reagir, se ele ia gostar e principalmente eu estava com medo de ter essa criança, por que nós estávamos bem, mas, eu ainda não recuperei minha memória, eu pensava que ainda não era a “Katniss dele”, pensava isso sem perceber que eu já o amava com todo o meu coração. — Eu disse me levantando e andando de um lado para outro dentro do quarto. — Eu nunca em toda a minha vida me senti tão covarde, você entende Gale? A situação é difícil, mas se ele estivesse dentro daquela UTI sabendo do meu amor e sabendo do nosso bebê as coisas seriam... menos difíceis.

— Por que? – Gale perguntou me pegando desprevenida. — Você acha que ele estaria lutando mais? Acha que estaria se esforçando mais? – Ele também se levantou. — Katniss, no fundo, ele sempre soube, todos sempre soubemos, você nunca deixou de amá-lo. E sobre o bebê, bom, confesso que ele teria ficado muito feliz em saber. – Ele enfatizou o “muito” como que para tirar da minha cabeça todas as dúvidas sobre ele gostar da gravidez ou não. — Mas isso não significa que apenas você e Rye não sejam motivos suficientes para ele ficar. – Ele veio até mim e pegou em minhas mãos. — Pare de se culpar. Eu tenho certeza que ele está se esforçando muito para voltar.

— Se ele morrer... eu não sei o que eu vou fazer da minha vida. – Eu disse olhando nos olhos cinzentos de Gale, e pela forma que ele me olhou de volta, eu sei que ele entendeu bem. Eu realmente não saberia como voltar para casa, nem saberia como tocar a minha vida, eu realmente, com toda certeza, perderia a minha vida também.

*-*

Eu estava sentada novamente na desconfortável cadeira de espera do Hospital. Peeta ainda estava estável, mas nada indicava que ele ia melhorar. Eu permanecia aqui, eu não queria voltar para a Mansão de novo, sabia que Annie ia cuidar bem de Rye por mim, neste momento, eu preciso estar aqui, perto do homem que eu amo. Sabendo tudo o que está acontecendo com ele, ou o que não está acontecendo. Minha mãe estava em uma reunião com os médicos que estão cuidando do caso de Peeta, as coisas não devem estar nada boas, já que tem horas que eles estão trancados dentro da sala de reuniões, ninguém entra e ninguém sai.

— Katniss, quer comer ou tomar alguma coisa? – Johanna perguntou.

— Um chá sem açúcar, por favor. – Digo e ela sorri levemente para mim antes de sair. Será que Gale contou para ela da minha gravidez?

Johanna sai e volta alguns minutos depois, nesses alguns minutos, minha ansiedade parece ter aumentado bastante, sinto meu coração constantemente acelerado e minhas mãos suam.

— Aqui. – Ela me entrega o chá, mas antes que eu tome ao menos um gole dele, ouço o alarme da UTI tocar. O coração de alguém que está internado lá parou. E dessa vez, eu tenho absoluta certeza de que foi o de Peeta. 

Eu fico de pé, e o copo que está em minha mão vai parar no chão, espalhando chá para todos os lados, antes que eu pare para raciocinar, estou correndo em direção a UTI com nossos amigos atrás de mim.

— Sra. Mellark, não pode entrar aqui. – Uma enfermeira me barrou na entrada, eu reconheci todos os médicos que cuidam do caso de Peeta lá dentro.

— Não... – Eu parei no lugar, não sentia minhas pernas e nem o ar entrando em meus pulmões.

— Katniss. – Bastou apenas Haymitch segurar em meus ombros para que eu caiasse, e eu só não parei no chão por que ele me segurou forte e não permitiu, me abraçando e falando algumas coisas para me tranquilizar, mas eu não ouvia nada.

Apenas coloquei as mãos nos ouvidos e fechei os olhos com força... “Ele se foi”... “Ele se foi”... “Ele se foi”... Uma voz gritava isso dentro da minha cabeça, e antes que eu me desse conta, eu soltei um grito agudo como que para espantar todas essas vozes de dentro da minha cabeça.

Haymitch e Gale me levaram para a sentar na cadeira de espera, alguém me entregou um copo com algum tipo de calmante dentro.

— Não sei se é recomendável dar tanto calmante para uma gestante. – Gale disse, a enfermeira me olhou por alguns segundos antes de desviar o olhar, mas eu vi bem o que ela sentia quando olhou para mim: Pena. Ela sentia pena, por que eu mal consigo me manter viva, imagina me manter viva e sozinha cuidando de duas crianças?

Longos minutos se passaram, as lagrimas saiam de meus olhos e molhavam a camisa de Haymitch. Ele estava agindo exatamente como um pai para mim neste momento, e eu sinto que nunca poderia pagar a ele todo esse carinho e afeto. Eu fechei os olhos por alguns segundos, mas ouvi alguém sussurrar algo e instantaneamente os abri. Era minha mãe, ela mantinha a cabeça baixa, mas quando ela a levantou por alguns segundos, eu identifiquei seus olhos vermelhos, provavelmente de chorar. Assim que nossos olhos se encontraram, ela parou no lugar, levou as mãos a boca e começou a chorar.

— Mãe... – Eu me levantei e fui em sua direção.

— Não tem mais jeito, Katniss. – Ela disse ainda chorando.

— Como assim, Clara? – Haymitch perguntou, sua voz havia voltado a se embargar e ele se colocou ao meu lado.

— O caso dele se complicou. – Ela começou a falar. — Estamos fazendo de tudo, mas... Enfim, os remédios vão esperar ele progredir até o anoitecer, para começarem a fazer efeito contrário.

— Como assim? – Johanna perguntou.

— Se Peeta não demonstrar nenhuma melhora pelas próximas horas. – Minha mãe respirou fundo antes de falar. — Os remédios irão parar de fazer efeito, e ele vai morrer.

— E não tem outros remédios? – Eu perguntei.

— Infelizmente, nenhum deles podem ajudar. – Minha mãe respondeu. — Estamos usando os melhores medicamentos e os melhores recursos para salvar a vida dele.

— Tem que ter outro jeito. – Eu disse voltando chorar. — Tem que ter.

— Eu sinto muito filha. – Minha mãe me abraçou. — Mas se quer um conselho. Vá para casa, fique com o seu filho...

— Eu quero vê-lo mãe. – Digo.

— Eles não vão deixar, vá para casa, qualquer coisa que acontecer eu te ligo. – Ela fala me olhando.

— Mas mãe...

— Ela tem razão Katniss, não se trata apenas de você agora. Mas de Rye e do seu outro bebê também. – Gale falou colocando a mão sobre meu ombro.

— Tudo bem, mas por favor. Me liga. – Digo olhando nos olhos azuis da minha mãe.

— Eu prometo.

*-*

Por incrível que pareça, as horas passavam rápido, muito rápido para meu gosto. Ninguém tinha me ligado ainda, eu estava totalmente desesperada, mas tinha parado de chorar. Acho que os calmantes que eles me deram nos últimos dias estão finalmente fazendo efeito. Encarei o sol se pondo pela janela, tudo estava ficando escuro e triste. E eu queria ter notícias logo. Rye brincava no chão junto de Hunter e Finn, enquanto Lily estava quase dormindo no colo de Effie, já Haymmitch e Gale permaneciam de pé ao lado da janela que eu encarava. O silencio era absoluto, ninguém ousava dar uma palavra. De repente, tudo isso foi desfeito pelo som do telefone tocando, eu encarei rápido o rosto de todos que estavam ao meu redor, esperando que algum deles tivesse coragem para atender a ligação, já que eu não tinha.

Haymitch foi quem saiu do lugar, e meio receoso, atendeu a ligação.

— Pronto. – Ele disse. — É Haymitch Abernathy. – Ele ouviu tudo o que a pessoa tinha a dizer do outro lado da linha, e depois, me encarou. Eu me levantei, seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas o que mais me chamou a atenção, foi o gesto simples de sua cabeça acenando um “Não”. Eu caí de joelhos no chão, eu não gritei, apenas comecei um choro alto e sofrido. Ninguém veio até mim, e ninguém disse nada. Não precisava, o recado era claro: Eu tinha o perdido.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Então... rsrsrs, amo vocês okay?

Bjos ♥

Postei e sai correndo... Fui!

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥