Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 21
Se beijem, ora...


Notas iniciais do capítulo

Oiii Tributos! Eu sei, estou um pouquinho atrasada kkkk, desculpem pela demora, está uma confusão aqui em casa, como eu não vou estar em casa esse resto de semana pois irei viajar, deixarei os capítulos para o Nyah postar aleatoriamente certo? ❤️

Quero agradecer a todos que estão acompanhando, favoritando e aos comentários! Muito obrigada mesmo.

Boa Leitura!❤️



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Peeta ascende a fogueira e volta a se sentar ao meu lado, porém fora do saco de dormir. Ele não deu nenhuma palavra depois do “maluca” e eu ainda estou pensando em uma boa forma de xingá-lo por isso. O calor da fogueira ajudou bastante a me esquentar, mas talvez, só talvez mesmo, cheio de dúvidas e incertezas, eu gostasse mais quando ele estava abraçado a mim. Mais algumas horas se passam, o clima esfria muito e eu sei que isso está além da minha febre, pois as bochechas de Peeta estão rosadas e a pele de seu braço arrepiada. Porém, Peeta continua sentado ao meu lado, imóvel até.

— Peeta? – Chamo e ele me encara, por Deus! Esses olhos... — Vem para dentro do saco de dormir. Vai congelar aí sentado.

Ele ri e se senta ao meu lado, agora, dentro do saco de dormir.

— Essa blusa deve estar fazendo falta agora. – Digo, referindo-me a sua blusa de frio que está comigo.

— Ela está melhor com você. – Ele diz e sorri. Seus lábios estão pálidos, e eu diria que quase roxos. Qual é o nome disso?

— Por que você está fazendo isso? – Pergunto tentando achar a resposta em seus olhos azuis.

— Isso o que? – Ele pergunta e logo desvia os olhos.

— Isso Peeta, cuidando de mim, me dando suas roupas e passando frio por minha causa. – Digo olhando em seus olhos. — Eu também sei que você não colocou um pedaço de fruta na boca para que não faltasse para eu comer. Eu só quero saber: Por que?

— Você sabe porque Katniss. – Ele diz voltando seus olhos para os meus. — Eu te amo, fazemos isso pelas pessoas que amamos.

Eu poderia lembrar agora de como eu fico sem graça quando ele diz essas coisas, mas a única coisa que vem em minha mente é todas as diversas vezes que eu passei a noite com a barriga doendo de fome, só para que Prim pudesse comer um pouco mais no jantar, ou as vezes que eu fui com fome para a escola para que ela pudesse ir com a barriga cheia. Todas as vezes que eu tirei de mim, para dar a ela. Sinto meu peito doer novamente, um nó se forma em minha garganta e meus olhos ardem pelas lágrimas.

— Espero, algum dia, poder amar você como você me ama. – Digo, minha voz sai embargada e algumas lágrimas saem de meus olhos.

— Já conseguiu isso uma vez. Vai conseguir de novo. – Ele diz, encarando a fogueira. Apesar de sua voz estar calma, ele possui uma expressão triste no rosto.

— Eu não quero magoar você. – Digo sinceramente. Ele me encara.

— Eu sei.

— Eu acho que... – Começo, sentindo a coragem esvair pelos meus poros. Mas, eu preciso falar. Vim para essa floresta atrás de respostas, preciso tentar. — Eu acho que... podíamos tentar...

— Tentar? – Ele pergunta, meio confuso até. — Tentar o que exatamente?

— Tentar fazer isso dar certo. – Digo de uma só vez. — Eu quero tentar fazer nosso casamento dar certo. – Digo, e engulo em seco, nunca na minha vida eu poderei explicar o brilho que vi nos olhos de Peeta Mellark após essa minha última sentença. Ele está feliz. Sei disso pois sua primeira reação é colar seus lábios nos meus. Dando um beijo delicado e ao mesmo tempo apaixonado. Preciso me acostumar com isso, parar de sentir meu estômago esfriar toda vez que ele me beija, pareço mais uma adolescente do que uma adulta de 19 anos. Nos separamos após o barulho de um raio nos interromper.

— Obrigado Kat. – Ele diz, olhando em meus olhos. — Eu prometo que se depender de mim. Vai dar certo.

— Eu sei Peeta. Farei a minha parte também.

*-*

A chuva parou, ao menos por hora. O sol brilha do lado de fora da gruta. Encaro Peeta dormindo ao meu lado, há quanto tempo estamos aqui? Dois, três dias? Não sei, cada hora que passa eu fico mais preocupada, se eu ao menos pudesse andar. Peeta se mexe ao meu lado e logo seus olhos azuis estão encarando os meus.

— Oi. – Ele diz, coçando os olhos com as mãos. Ele fica tão fofinho quando acorda, que dá vontade de abraça-lo e não soltar mais.

— Oi. – E sem que eu perceba, estou sorrindo bobadamente para ele.

— O que foi? – Ele pergunta.

— Nada. – Digo e ele me olha torto, apesar de estar sorrindo. — Você fica bonito quando acorda. Só isso.

— Só quando acordo? – Ah sim, esse é Peeta Mellark, tão modesto! Reviro os olhos com tedio. — Espere só até chegarmos em casa e eu começar o meu projeto.

— Que projeto? – Pergunto curiosa.

— O de fazer você se reapaixonar por mim. – Ele sorri maroto e pisca um olho fazendo-me sorrir e jogar a cabeça para trás.

— Você acha que terá algum êxito? – Pergunto.

— Tenho certeza. – Ele diz, ainda sorrindo. — Olhe para mim! Quem resiste a esse par de olhos azuis? – Ele agora sorri debochado. — Nem mesmo você é imune queridinha.

Eu não disse nada, apenas encarei seus olhos e depois revirei os meus. Metido. Mas, é melhor não dizer nada. Quem sabe isso não pode virar contra mim depois? Melhor não arriscar.

— Peeta? – Chamo depois de algum tempo. — Eu acho que devíamos sair, olhar o tempo e ver se retomamos caminho.

— Tem razão. – Ele diz, levantando-se. — Eu vou dar uma olhada.

Ele sai e volta minutos depois.

— Bom, o tempo está parcialmente limpo. – Ele se ajoelha ao meu lado. — O problema é o seu pé. Com certeza você não vai conseguir andar com ele assim, e se tentar, é capaz dele ficar pior.

— Tem razão. – Digo cabisbaixa, como vamos sair aqui assim?

— Já sei. – Ele diz, juntando tudo em nossa mochila. — Eu carrego você nas minhas costas.

— Isso é loucura. – Digo. — Sou pesada, não vai conseguir me carregar por muito tempo.

— Ei. – Ele censura. — Não subestime minha força.

Sorrio e aceno com a cabeça. Peeta me ajuda a ficar de pé e coloca a mochila em minhas costas, depois, ele me coloca em suas costas até que eu esteja o mais confortável que é possível nessa posição. Saímos da gruta e começamos a andar por uma trilha. Apesar de ter chovido por um tempo, ainda possui nuvens grossas no céu, vejo um vulto preto passar no céu e peço para Peeta me descer.

— O que foi? – Ele pergunta.

— Aquilo é um aerodeslizador? – Pergunto, apontando para o objeto preto acima de nós.

— Sim! – Ele diz.

Logo o aerodeslizador está parado sobre nossas cabeças, Peeta segura minha e ajudando-me a manter equilíbrio no chão. Duas escadas são jogadas, mas eu seguro forte a parte de trás da camisa de Peeta e ele não ousa me soltar. Ainda com suas mãos em volta da minha cintura ele me ajuda a subir, quando pisamos no primeiro degrau, uma corrente elétrica nos paralisa no local, e eu agradeço por que se não fosse por isso e os braços de Peeta ao meu redor, eu já teria caído a muito tempo. E então, estamos dentro do aerodelizador. A primeira coisa que eu vejo quando olho ao redor é a silhueta de Haymitch e Gale vindo em nossa direção.

Gale me abraça e Haymitch agarra Peeta.

— Graças a Deus achamos vocês! – Gale diz suspirando aliviado.

— Qual parte do “não faça nenhuma loucura” você não entendeu? – Haymitch pergunta após soltar Peeta.

— Eu tinha que vir atrás dela. Você sabe. – Peeta diz e eu sorrio.

— É, eu sei... – Haymitch resmunga. — Vocês dois sempre salvam um ao outro. – Ele prossegue. — E quem me salva de vocês? Eu vou acabar ficando louco, ou de cabelos brancos.

— A segunda opção já está acontecendo. – Brinco e ele me encara.

— É melhor vocês dois sumirem da minha frente. – Ele diz e depois me encara direito. — Leve eles para os médicos.

Com a ajuda de Peeta eu consigo ir até uma sala onde dois médicos mexem em vários equipamentos.

— Qual o problema? – Um deles pergunta me encarando.

— Desidratação e parece que Katniss machucou o pé. – Gale responde por nós.

— Sr. Hawthorne? Já estamos chegando ao hospital. – Um guarda aparece na porta e avisa.

— Como conseguiu nos achar? – Pergunto para Gale.

— Caçamos rastros de vocês pela floresta toda, cada galho e pedra no chão. – Ele responde. — Quando quiserem fazer uma segunda Lua de Mel, avisem antes. – Ele brinca, eu sorrio, mas sei que estou corada.

— Não foi o caso. – Peeta responde também sorrindo.

— Eu sei. – Gale assente. — Vocês dois sempre serão assim. Imprevisíveis, loucos e inseparáveis.

Não digo mais nada, logo o aerodeslizador para e somos levados para o hospital. Talvez, só talvez eu tenha feito birra quando levaram Peeta para outra sala. Mas, qual é o problema de terem deixado ele perto de mim? Depois de terem me dado banho, uma gosma nojenta que eles disseram ser comida e me colocarem no soro, fui levada para outra sala onde um médico avaliou meu pé e colocou um gesso, além de tudo, ainda terei que ficar alguns dias com um pé imóvel. Terei que me lembrar de culpar ao Peeta por isso também. Após algumas horas a porta se abre e minha mãe entra por ela.

— Quer me matar do coração Katniss? – Ela diz exasperada.

— É para responder? – Pergunto divertida.

— Nem ouse. Você está muito encrencada mocinha. – Ela me encara com expressão dura. — Que ideia foi essa de ir para a floresta e passar a noite lá?

— Nem vem mãe. Não estaríamos assim se Peeta não tivesse inventado de ir atrás de mim. – Defendo-me.

— Claro, você é a vítima certo? – Ela continua. — Tem ideia do quando faz esse garoto sofrer?

— Decidimos acabar com esse sofrimento. – Digo.

— O que? – Ela pergunta, sentando-se na cadeira ao lado da minha cama.

— Em um momento alucinante de febre e desidratação... – Faço drama. — Eu aceitei tentar acertar esse casamento.

— Isso quer dizer que vocês estão juntos de novo? – Ela pergunta com empolgação.

— Mais ou menos...

— Isso é maravilhoso! – Ela me interrompe dando pulinhos na cadeira. Encaro-a com a sobrancelha franzida.

— Só... será que você pode esperar uns dias para contar para Panem inteira? – Digo revirando os olhos. — Vamos “tentar” fazer dar certo. Mas, pode dar errado.

— Quem não arrisca não petisca. – Ela diz.

— Okay né. – Digo, rindo do seu ditado.

— Não estou acreditando nisso. – Ela diz. — Preciso ver para crer.

Assim que ela termina de falar, Peeta entra na sala sentado em uma cadeira de rodas e com um soro no braço esquerdo, Haymitch está empurrando a cadeira com uma carranca.

— Só para constar, mas algumas horas comendo e bebendo que jeito que ele estava e ele entrava em coma. – Ele resmunga. — Irresponsáveis.

Ele deixa a cadeira com Peeta próximo a minha cama e anda em direção a porta ainda resmungando.

— Também te amamos. – Peeta fala e ele apenas acena com a mão. — Como vai Clara?

Ele pergunta para minha mãe, mas sua mão segura a minha.

— Ainda tentando me recuperar desse susto que vocês de deram. – Minha mãe suspira.

— Sinto muito por isso. – Ele sorri e se vira para mim. Seus olhos estão bem mais azuis do que antes. — E como você está?

Ele pergunta, erguendo-se um pouco e deixando um beijo na minha testa.

— É mesmo verdade! – Minha mãe dá um gritinho e começa a dar pequenos pulos.

— Mãe... – Repreendo-a meio sem graça, mas Peeta apenas sorri.

— Pelo visto, Katniss já lhe contou. – Ele diz e eu sorrio.

— Mais ou menos isso aí. – Digo.

— Preciso ter certeza. – Ela diz, olhando-me sugestivamente e eu engulo em seco.

— Como assim? – Peeta pergunta.

— Se beijem, ora. – Ela diz como se fosse obvio e eu acabo me engasgando de leve.

Peeta dá alguns tapinhas de leve em minhas costas, ele ri de mim. Idiota.

— Vamos logo com isso! – Minha mãe suspira. — Não é como se fosse o seu primeiro beijo Katniss. Para de drama.

Peeta aproxima seu rosto do meu olhando em meus olhos e sussurra:

— Eu posso? – Ele pergunta, tem uma sombra de sorriso em seus lábios. Apenas assinto com a cabeça e no segundo seguinte Peeta junta nossos lábios em um selinho demorado. Minha mãe parece esquecer que aqui é um hospital e começa a gritar e dar pulinhos ao nosso redor. Quando nos afastamos eu a olho incrédula.

— Não me olha assim. – Ela fecha a cara. — Não sabe o quanto eu amo vocês juntos.

— Agora eu sei. – Digo sorrindo. — Com certeza.


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Notas finais do capítulo

Oiii de novo! E então? Me digam por favor que vocês gostaram kkkk, Bom, de qualquer forma eu espero que sim.

Quero agradecer muito a ~JheniferHall por ter dado a ideia deles se perderem na floresta, kkkk realmente me ajudou muito a sair desse bloqueio em que eu estava.❤️

Não deixem de comentar e se estiverem gostando, FAVORITEM!

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor!❤️