—Boa noite, minha senhora. Chamo-me Jacob Black e queria dar-lhe as doas vindas a Denver.

Antes de se virar, aquela voz profunda e masculina fez com que Bella Swan sentisse o estômago a encolher. Então levantou a vista para se deparar com os seus olhos e praticamente teve de obrigar-se a respirar. Era o homem mais elegante que alguma vez tinha visto.

Durante um momento, foi incapaz de falar ou de controlar os olhos, que se passearam pelo seu corpo usufruindo de tudo o que nele encontraram. Era alto, media mais de um metro e oitenta, e tinha os olhos castanho-escuros, as maças do rosto bem marcadas e o queixo reto. Era impossível que houvesse algo mais atraente do que aqueles lábios e a forma que estes tinham. Eram sensuais. Sumptuosos.

Tinha dito que era um Black, e como era um baile a favor da Fundação Black, pensou que ele era um desses Black.

Apertou a mão que ele lhe estendia e, assim que o fez, faíscas de calor percorreram-lhe as costas.

—E eu chamo-me Isabella Swan, mas prefiro que me tratem por Bella.

Ele esboçou um grande sorriso suficientemente bonito a ponto de fazer com que Bella tivesse o sangue a ferver nas veias.

—Olá, Bella.

A forma como pronunciou o seu nome pareceu-lhe assustadoramente atraente. Pensou que tinha um sorriso embriagador e decididamente contagioso, razão pela qual não lhe custou fazer o mesmo.

—Olá, Jacob.

—Antes de mais, quero que aceites os meus pêsames pela morte do teu avô.

—Obrigada.

—E espero que ambos possamos falar sobre a quinta que acabas de herdar. Se decidires vender, gostaria de fazer uma proposta que inclua tanto a quinta como o Hércules.

Bella inspirou com força. O seu avô, Herman Swan, tinha falecido no mês passado e tinha-lhe deixado as suas terras e um garanhão muito apreciado. Tinha visto o cavalo quando veio à cidade para a leitura do testamento e tinha de admitir que era lindo. Acabava de regressar a Denver vinda de Savannah no dia anterior para resolver mais trâmites legais relacionados com a quinta do seu avô.

—Ainda não decidi o que vou fazer com a quinta nem com o gado, mas se vender, terei em conta o teu interesse. Ainda assim, tenho de te avisar que segundo o meu tio Kenneth há outras interessadas.

—Sim, disso não duvido.

Mas tinha acabado a frase quando o tio de Bella apareceu de repente ao seu lado.

—Black.

—Sr. Swan.

Bella percebeu imediatamente que havai rivalidade entre ambos os homens, que se tornou mais óbvia quando o seu tio disse em tom cortante:

—Está na hora de irmos embora, Bella.

—Irmos embora? Mas acabámos de chegar, tio Kenneth.

O seu tio sorriu-lhe e agarrou-a pelo braço.

—Sim, querida, mas chegaste ontem à cidade e tens estado muito ocupada a resolver assuntos de negócios.

Com uma sobrancelha levantada olhou para o tio-avô, cuja existência tinha conhecido apenas há umas semanas.

—Boa noite, Black. Vou levar a minha sobrinha a casa.

Mas se pôde despedir do anfitrião antes que o seu tio a conduzisse até à porta. Conforme avançavam para a saída, não conseguiu evitar virar-se e e deu de caras com o olhar de Jacob. A julgar pela sua expressão, não tinha gostado da brusquidão do seu tio. E então descobriu que voltava a sorrir e não conseguiu evitar devolver-lhe o sorriso. Estaria a tentar seduzi-la? Ou era ela que o seduzia a ele?

—O Jacob Black é uma pessoa com quem não te deves relacionar Bella – disse Kenneth Swan em tom áspero ao ver os olhares entre ambos.

—Porquê?

—Quer as terras do Herman. Não merece a pena conhecer nenhum dos Black. Acham que podem fazer o que lhes apetece nesta zona – interrompeu os pensamentos de Bella ao dizer, - são muitos e têm muitas terras nas redondezas da cidade.

—Perto de onde vivia o meu avô?

—Sim. De facto, as terras do Jacob Black são ao lado das do Herman.

—A sério? – sorriu encantada aopensar que Jacob Black vivia numa quinta pegada às terras que acabava de herdar. Tecnicamente, isso tornava-o seu vizinho. «Não me estranha que queira comprar a quinta», pensou.

—Acho muito bem que queiras vender as terras do Herman, mas ele seria a última pessoa a quem eu as venderia.

Bella ficou muito séria quando o seu tio lhe abriu a porta para que entrasse no carro.

—Ainda não decidi o que vou fazer com a quinta, tio Kenneth – lembrou-lhe.

Ele riu-se.

—O que é que tens para decidir? Não fazes ideia de como se administra uma quinta. Uma mulher com a tua delicadeza, a tua educação e o teu requinte deve estar em Savannah, e não aqui em Denver a tentar gerir uma quinta de quarenta hectares e a suportar duros invernos. Como te disse antes, conheço uma pessoa que quer comprar a quinta e o gado; sobretudo o garanhão, o Hércules. Oferece muito dinheiro. Pensa em todos os sapatos, vestidos e chapéus que poderás comprar, para não falar de uma casa estupenda perto do oceano Atlântico.

Bella não disse nada. Pensou que não era o momento adequado para lhe dizer que, na sua opinião, havia muito para decidir porque nenhuma das coisas que tinha mencionado lhe importava minimamente. Negava-se a tomar uma decisão tão rápida sobre a sua herança.

Quando o carro do seu tio saiu do estacionamento, ela recostou-se no assento de pele e recordou o momento exato em que o seu olhar se tinha cruzado com o de Jacob Black.

Tinha havido entre ambos uma ligação que, sem dúvida, nunca iria esquecer.