Nossos Segredos escrita por Dreamer N, Srta Scarlet


Capítulo 1
Capítulo Único - Nossos Segredos


Notas iniciais do capítulo

Sim, nós duas viciamos em SuperCat e portanto precisávamos escrever sobre elas kkkkkk *-*
Esperamos que curtam e que continuem nos acompanhando nessa parceira. Temos outras Ones, se quiserem ler é só visitarem nossos perfis.
Vamos lá ;)



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Tamborilava os dedos da mão esquerda contra a mesa do meu escritório e a outra mastigava nervosamente a ponta da perna dos meus óculos pretos. Na minha frente tinha mais uma edição pré-pronta da revista e do lado dela um copo baixo lotado de MMs, mas eu não conseguia me concentrar, meus olhos o tempo inteiro batiam através das portas de vidro do meu escritório e fitavam uma mesa vazia. A mesa dela.

Kiera...

Ou melhor, Kara, era claro que eu sabia o nome dela, mas chamá-la assim, pelo seu nome errado, deixavam as coisas muito mais fáceis. Ela poderia me enganar, mas eu sabia lá no fundo quem ela era de verdade. Por muito menos eu demitia pessoas e sua ausência constante, mesmo que nunca tenha deslizado uma única vez, era constantemente notada. Eu sei o que ela estava fazendo e sabia mais ainda que seria injusta se eu a demitisse. Eu também me enganava nisso, não se tratava apenas de justiça, mas sim porque não queria ficar sem olhá-la. Gostava de tê-la sob minhas asas.

Senti os MMs intocados balançarem dentro do copo e instintivamente olhei pela janela. Lá estava ela pairando sobre o ar e fitando-me. Levantei e caminhei até a varanda, ponto de encontro com ela e do qual nós nem havíamos nos dado conta.

— Ms Grant. – disse descendo e tocando o chão com os pés.

— Agora você pode salvar o mundo em tempo integral.

— Como?

— Kara, não precisa mentir mais para mim. – sentei-me em uma das minhas poltronas. – Não posso manter você aqui sendo que o mundo precisa de você.

— Vim falar justamente da Kara, sua assistente, acabei de salvá-la de um quase atropelamento.

Senti meu coração saltar dentro do peito, eu sabia que Kara e Supergirl eram a mesma pessoa, eu tinha certeza, mas por um segundo peguei-me pensando que poderia estar errada e que Kara poderia estar em perigo, lá fora.

Enruguei um pouco os olhos a observando um pouco desconfiada, obviamente uma parte de mim estava preocupada. Meu coração disparou, mas assim que vi um pequeno sorriso nascer nos seus lábios tratei de me acalmar. É claro, ela conseguia ouvir meus batimentos.

— Kara, por favor... – Disse perigosamente colocando as mãos na cintura. – Não minta mais para mim, isso já está se tornando um absurdo.

Supergirl cruzou os braços e apenas ficou me observando, parecia que com esse uniforme ela conseguia ficar mais imponente e mais segura de si.

— Se eu ligasse para Kara nesse exato momento, ela teria que me atender, não teria? Kara poderia estar no meio de um pandemônio ela sempre me atende. Se eu ligar para ela e ela não me atender, já sabemos a resposta que ambas temos certeza que é? Não é, garota? – Disse para ela com um tom ameaçador na voz.

Eu a fitei atentamente e não pude deixar de perceber sua garganta se mexendo. Ela estava engolindo nervosamente, a mesma coisa que minha Kara faria se eu a colocasse contra a parede.

— Talvez ela não atenda por estar com medo.

Ri irônica, suas tentativas falhas em tentar me convencer quase funcionavam.

— Eu sei que você tem medo que eu solte na próxima edição a sua identidade verdadeira assim que me confirmar, mas juro que não farei isso.

— Eu sei que não faria. – ela sorriu aproximando-se e sentando-se no braço da outra poltrona. – Confio em você, Cat.

— Kara também confia, mesmo que nunca tenha me dito.

— Eu e ela já aparecemos juntas para você naquela noite, lembra-se?

— Se uma garota pode voar, ter visão de raio-x e sopro congelante, por que ela não poderia aparecer duplicada para mim?

Supergirl abaixou a cabeça rindo, minhas tentativas de tentar fazê-la confessar eram melhores que as dela de tentar me convencer.

— Como pode ter tanta certeza?

— Lembra-se de quando tocou no meu braço pela primeira vez? – eu me referia a Kara, ela me olhava atentamente. – Pois então, quando você me abraçou aqui nessa varanda, era o mesmo toque.

— Cat... – Sua voz saiu baixa, como se estivesse tentando falar alguma coisa, mas talvez naquele momento seus argumentos já tinham sido vencidos.

— Kara... – Chamei seu nome e ela respondeu olhando para mim com seus grandes olhos expressivos. E foi ali que vi a suavidade da menina que trabalhava para mim.

— Eu não posso... – Supergirl se abraçou como se tivesse medo da situação ou de mim.

— Eu já disse, não irei contar nada. Absolutamente nada, seu segredo está a salvo comigo. – Me aproximei devagar para não espantá-la ou que novamente seu uniforme ganhasse força e ela conseguisse se isolar. – Você não precisa ter medo de mim.

— Mas é perigoso. Muito perigoso. Se soubessem... Ah, Cat se eles souberem. – Supergirl disse um pouco vagamente, porém, eu entendia o que ela falava. Era perigoso para mim, muitas pessoas não gostavam da garota de aço, muitos a viam como inimigo.

— Eu estarei a salvo, ninguém saberá que eu sei, não precisa nem me dizer em voz alta. – ela subiu o olhar e fitou-me receosa, mas eu podia enxergar a confiança brilhando em suas íris. – É você, não é? – sussurrei como um segredo e ela assentiu levemente, eu sorri. – Eu prometo, ninguém saberá.

— Obrigada, mas posso te pedir algo? – assenti. – Gostaria do meu emprego de volta.

— Kara, eu já lhe falei isso uma vez e repito, enquanto você busca meu café é uma vida que você deixa de salvar.

— Não é verdade, eu sou a Supergirl justamente para salvar as pessoas e se fosse difícil conciliar as coisas eu não teria ficado tanto tempo. – ela fora convincente, mas eu sabia que parte de mim queria ceder apenas para tê-la ali, de volta. – Você saberá o porque da minha ausência.

— Eu sempre desconfiei, por isso nunca te repreendi.

— E tem mais, Cat... – ela levantou-se ficando de frente comigo. – Estando aqui é uma chance a mais de salvá-la se preciso for.

Mordi o lábio inferior, a proximidade de Kara sempre me deixava confusa, mas quando ela colocava esse uniforme, parecia que esse sentimento aumentava. Talvez seja pelo o S estampado em seu uniforme, ou pela sua postura, ou até mesmo a ausência de seus óculos. Eu não sabia ao certo, mas Supergirl e Kara me deixavam assim, quase sem ação no que agir ao próximo passo.

— Como me salvou de Liveware... – Lembrei o dia que a mulher de cabelos brancos invadira meu prédio. Magicamente Kara sumiu para que em seguida a heroína aparecesse. – Foi uma entrada e tanto. – Confessei.

— Não apenas essa vez, não é mesmo? – Vi um sorriso maroto nascer em seus lábios.

— Não, eu já entendi Supergirl, eu sou uma antena parabólica gigantesca que atrai coisa ruim.

— Apenas coisa ruim? – Ela perguntou docemente.

— Não. Aparentemente a coisa boa está parada em minha frente e a centímetros de mim. Aliás, algo que poucos conseguem.

— Se poucos conseguem então não será fácil achar outra assistente, por isso precisa me readmitir. Sem contar que podem descobrir que você sabe quem eu sou e que me abriga na sua empresa, eles fariam de tudo para pegá-la.

— E você me salvaria, como sempre fez. – mordi a perna do óculos. – Kara, há algum outro motivo para que você queira voltar? – eu queria que ela dissesse, eu não teria coragem de dizê-lo.

— Bom, aqui tem Winn e James, eles trabalham tanto com a Kara, quanto com a Supergirl, estarem por perto me ajuda muito. – assenti cabisbaixa, não era o que eu de fato gostaria de ouvir.

— Sim, eu percebia o sumiço deles também, geralmente junto do seu.

— Eles são confiáveis.

— Não acho que eles irão te amar por ter me contado seu segredo. – ela cruzou os braços e estreitou os olhos, parecia pensativa. – O quê foi? Está me fazendo uma avaliação radiológica? – ela riu antes de responder.

— Cat, você não me mandou embora por querer que eu seja a Supergirl em tempo integral. Você sabia que eu podia conseguir outro emprego e que podia salvar o mundo de qualquer maneira. Por quê então?

Como eu detestava aquilo, ficar sem argumentos ou ser colocada contra a parede. Ainda mais por ela, uma menina.

— Você sabe o porquê, não sabe, Kara? – Tentei virar o jogo, mas novamente ela tinha como revidar. Como eu sou inocente, eu a treinei para ser assim.

— Sim, mas eu quero ouvir de você. – Ela falou seriamente.

— Kara... – Eu respirei fundo, colocando meus óculos pendurado no decote da minha blusa e ao fazer isso percebi que os olhos de Kara seguiram o movimento. Ah, menina... São por coisas assim... Mordi os lábios fortemente e novamente tentei me acalmar, meu coração estava me traindo novamente. – Como eu disse, eu não deixo as pessoas se aproximarem facilmente de mim e bem, deixei você se aproximar. Demais. Mais do que eu permitiria, só que quando percebi... Deus, olha onde você está agora. – Falei um pouco frustrada com minha derrota.

— Cat...

— Kara, você pode ser a Supergirl, a mulher mais corajosa de National City, mas não é a única. – falei e ela me olhou confusa enquanto eu me aproximava e tomava seus lábios nos meus.

Apertei os dedos segurando sua capa firmemente e senti quando ela segurou em minha cintura e aproximou meu corpo do dela. Esperei tanto por aquele momento, por aquele beijo, que não poderia afastá-la, não novamente.

E Kara me retribuía, de todas as maneiras, eu senti ela ali, entregue a mim, partilhando do mesmo desejo, do mesmo sentimento e eu sabia que ela podia ouvir meu coração pulsando fortemente dentro do peito, se enchendo cada vez mais do que eu sentia por ela.

Afastei nossos lábios, mas não sai de seus braços e ela também não fez questão de me soltar. Acariciei seu rosto antes de perguntar o que eu tanto queria saber.

— Eu não tenho uma superaudição como você, então por favor, pode me dizer o quê se passa aqui dentro nesse momento. – apoiei minha mão sobre seu peito.

— Eu nunca pensei que um dia eu teria isso, alguém corajoso o suficiente para estar comigo. Você me inspira, Cat. Se eu sou o que sou hoje, foi você que me montou. Você foi uma das poucas pessoas que acreditou em mim e por isso para sempre eu terei uma dívida com você. – Senti seus dedos passearem levemente pelo meu quadril e eu não pude deixar de sorrir ao ouvir as palavras e seu toque já conhecido e reconfortante. – Eu tenho que te agradecer por tudo que fez por mim. Não apenas pela Supergirl, mas pela Kara.

— Kara... – Eu tentei argumentar, mas simplesmente não tinha o que dizer com algo assim tão sincero, então tudo o que eu fiz foi novamente juntar minha boca contra a dela e prometer através de nossos lábios que Supergirl também estava segura comigo.

 


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Notas finais do capítulo

Não deixem de nos dizer o quê acharam, adoramos os feedbacks, eles nos ajudam a melhorar. E Obrigada por lerem ♥
Para quem shippa avidamente SuperCat, a Mari está escrevendo uma long delas, aqui o link para quem se interessar: https://fanfiction.com.br/historia/678512/Perda/
Até a próxima! :*