No Mar do Amor escrita por Starsmiss


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Conversas, e mais conversas... Eu shippo esse casal! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/712032/chapter/3

Pov's Lua On

Eu e Dake saímos do cemitério, eu continuava triste e tinha parado de chorar. Mas depois de um tempo em que saímos de lá, várias lembranças de infância junto com os meus pais invadiram a minha cabeça e eu voltei a chorar silenciosamente enquanto eu caminhava de cabeça baixa pra Dake não me ver chorando.

A saudade deles voltou com tudo, e meu coração se apertou. Estou me sentindo mais vazia do que nunca, me sinto abandonada nesse mundo enorme, nada pode preencher esse vazio que existe no meu coração.

Senti que Dake me olhava enquanto andávamos em direção às nossas casas.

-Você está bem? -me perguntou, ele parecia preocupado pelo tom da sua voz.

-Estou... -eu ergui o meu rosto e enxuguei as lágrimas -Eu só sinto saudades deles...

-Não parece que é só isso. O que aconteceu?

-É que... Desde que eles partiram, eu me sinto muito sozinha, quando eu fiquei sabendo que eles se foram pra sempre, eu senti um fazio no peito, um vazio enorme no coração. Eu sempre fui sozinha, mas depois que aquilo aconteceu eu me fechei completamente, meu mundo não tem cores e não tem felicidade, eu vivo em um mundo escuro, caindo infinitamente no buraco da tristeza, da dor, do sofrimento e da solidão...

-Mas, você deve ter pelo menos um amigo... -ele disse.

-Aí que você se engana, Dake. Eu nunca converso com ninguém, e quando converso é sobre algum trabalho em grupo da escola. Eu não tenho nenhum amigo, ninguém nunca quis minha amizade, e eu não posso forçar ninguém à nada então permaneço sozinha. -expliquei.

-Mas como uma garota como você não tem nenhum amigo?

-Como assim uma garota como eu? -perguntei confusa tentando entender.

-Ah... Você é sempre tão gentil com os outros. Sempre que pode ajudar você ajuda... -ele falou meio envergonhado.

Eu acabei ficando envergonhada também. Enfim, chegamos em nossas casas, mas não entramos, continuamos ali nos encarando. Até que eu quebrei o silêncio.

-Bom, eu vou entrar... Tchau, Dake...

Me despedi dele e entrei em casa, fechando a porta em seguida correndo pro meu quarto. Tomei um banho e coloquei um macacão azul florido, o sequei e deixei o cabelo solto, fiquei descalça mesmo. Peguei um livro e fui pra varanda do meu quarto, sentando no banco que lá tinha.

Li um pouco e marquei a página que eu parei, deixei o livro em cima do banco e fui até a cerca da varanda e me escorei nela, observando a bela vista do mar. A praia estava tranquila, não tinha ninguém e olha que ainda estava cedo.

Eu estava muito admirada com a beleza do mar naquele horário. Até que ouvi vozes, olhei pro lado e vi Dake junto com uma garota de cabelos negros ondulados, eles caminhavam lado à lado, ele com o braço em seus ombros e ela com o braço em sua cintura, eles entraram dentro da casa dele.

"Deve ser mais uma ficante dele..." pensei.

Eu entrei de volta em casa e fui jantar. Não demorei muito pra dormir, tive um sono até que calmo.

~ No dia seguinte...

Eu acordei um pouco cansada, mas tive que me levantar. Tomei um banho e coloquei uma blusa listrada preta e branca com a manga até os cotovelos, uma saia até um pouco depois das coxas vermelha rodada e uma sapatilha preta. Deixei o cabelo solto denovo e peguei a mesma bolsa que eu usei ontem, organizei minhas coisas e desci para tomar café.

Minha tia Agatha novamente não estava, tomei o café que ela tinha deixado preparado para mim. Comi e quando eu ia pegar a chave do carro para sair, ouvi alguém buzinando na frente da minha casa. Olhei pela janela da minha casa e encontrei Dake na frente da minha casa dentro do, aparentemente, seu carro. Ele me chamou com a mão, eu fechei a janela e sai de casa trancando a porta. Me aproximei dele.

-Oi Dake... O que faz aqui? -perguntei simpática.

-Vim retribuir a carona que você me deu ontem... A partir de hoje, eu vou te levar e trazer da escola todo dia... -ele disse com um sorriso bobo no rosto.

-Quê?! Não Dake, não precisa. Eu posso muito bem ir com o meu carro e... -ele me interrompeu.

-Deixa eu te agradecer, me deixa eu te dar carona... -ele pediu.

-Tudo bem... -suspirei e sorri dando a volta no carro e entrando do lado do passageiro -Eu aceito sua carona... -ele sorriu.

Ele ligou o carro e começou à dirigir em direção à escola.

-Você... Esta melhor? -ele perguntou se referindo à ontem quando eu estava triste.

-Estou... Mais ou menos...

Ele suspirou. Parecia incomodado.

-Desculpe por ter feito essa pergunta... -se desculpou.

-Você não tem culpa, Dake... Não foi você que sofreu, não foi você que tantas vezes se trancou no quarto pra chorar, e que até já tentou se matar... -falei a última parte sussurrando.

Dake me olhou assustado, e por incrível coincidência do destino, ele parou em um sinal vermelho bem na hora. Ele ficou me encarando por um tempo, enquanto eu somente encarava os meus pés.

-Você o quê? -ele sussurrou.

-Foi isso mesmo que você ouviu... -falei ainda olhando para os meus pés -Eu comprei um potinho de remédios, aquele que te ajuda a dormir, meus planos eram tomar todos os comprimidos de uma vez, me deitar e dormir e nunca mais acordar. Mas quando eu ia tomar os remédios meu celular tocou, era a minha tia pedindo pra mim ir busca-la no trabalho...

-Você não pode estar falando sério, Lua. -ele disse.

-Sim, estou falando sério... -olhei fixamente nos seus olhos, e ele fez o mesmo.

Desviamos o olhar rapidamente e ele voltou a atenção pra rua. Ficamos em um silêncio constrangedor depois disso.

Na escola nunca acontece nada de interessante, é sempre a mesma coisa, eu passo a manhã inteira na sala de aula. No final das aulas, Dake veio me chamar na sala.

-Eai, vamos? -perguntou girando a chave do carro no dedo indicador direito.

-Vamos! -sorri.

Fomos pro estacionamento da escola e entramos no carro dele. Ele ligou o carro e saiu do estacionamento.

Não conversamos durante o percurso, logo chegamos em nossas casas, me despedi dele e entrei na minha casa sendo recebida por Duky pulando em mim e me fazendo cair pro lado de fora de casa com ele por cima de mim, comecei a rir com as lambidas que ele estava me dando no rosto.

Depois de tanto lutar eu consegui levantar e entrar dentro de casa com a "fera" chamada Duky ao meu encalço. Subi até o meu quarto e fui direto pro banho.

Resolvi que ia dar um mergulho no mar. Coloquei um biquíni tomara que caia roxo, peguei uma toalha e sai em direção à praia. A praia estava vazia, só havia eu ali, deixei a minha toalha na areia e fui andando em direção ao mar. Andei até o fundo e dei um mergulho, fiquei em baixo da água nadando até os meus pulmões começarem a implorar por ar. Voltei a superfície e eu estava ofegante, meu peito subia e descia tentando regular minha respiração. Continuei ali na água, aproveitando o tempo livre.

Dei outro mergulho rápido e quando voltei pra cima, senti alguém cutucar o meu braço, me virei e vi Dake me encarando com uma expressão divertida.

-Oi Lua!

-Oi Dake! -o cumprimentei do mesmo jeito que ele me cumprimentou.

-Que surpresa te ver aqui no mar... -ele disse. Eu ri.

-Pois é... Eu não entro muito no mar, gosto mais de observar a paisagem do mar calmo quando o sol está se pondo.

-É, isso eu já percebi... -ele fala -Vamos lá na praia pra gente conversar melhor?

Ele sugere e eu apenas assinto. Fui na frente dele e ele ficou pra trás não sei porque. Pego minha toalha e a estendo na areia para eu me sentar em cima dela. Ele vem e se senta do meu lado.

-Acho que já é normal toda vez que saímos de casa nos encontrarmos... -ele disse divertido e eu ri concordando.

-Verdade! -eu ri.

-Por que na escola você passa o intervalo na sala? -ele pergunta e eu suspiro.

-Como eu já te disse, eu não tenho amigos... Então passo o intervalo na sala...

-Lua, você já tentou fazer amigos?

-Já tentei sim, mas ninguém quer pelo menos tentar ser meu amigo... E eu acabei desistindo ao longo do tempo.

Abracei as minhas pernas e olhei pro horizonte.

-Você já pensou no que quer ser no futuro? -ele perguntou tentando desviar do assunto.

-Já sim! -olhei pra ele e sorri -Eu tenho uma grande paixão por animais, então decidi que quero ser veterinária, e cuidar de todos os animais sendo eles marítimos ou terrestres, domésticos ou selvagens... E você? -perguntei realmente interessada.

-Quero cursar Biologia Marinha... Como eu gosto muito de surfar, eu acho que combina. -diz ele.

-Realmente combina... -falei.

Ficamos conversando por mais um tempo sobre coisas aleatórias, rimos bastante. Até que eu olhei pra cima e admirei o céu.

-Nossa! A lua tá linda hoje... -falei.

-Não é pra tanto... Não fica se gabando aí não... -ele fala brincando e eu bato no seu braço.

-Idiota. -falo rindo -Sério, olha pro céu...

Ele olhou pra cima e também admirou a lua cheia. Eu me levantei e ele percebendo se levantou também.

-Eu vou pra casa, já está tarde... -falei pegando a minha toalha do chão.

-Também vou indo, nos vemos amanhã... -ele disse.

Nos despedimos com o simples "Tchau!" e cada um foi pro seu lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esses dois, hein!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Mar do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.