Existem quatro coisas mais importantes na minha vida: Primeira, a Califórnia com seu calor cheio de vitaminas e com seu mar azul brilhante é o lugar que mais amo no mundo inteiro. Segundo, meus desenhos que com muita dificuldade deixaram de serem rabiscos horríveis graças à ajuda da minha incrível pintura Mamãe. Terceira, meus amigos que não sei como viver sem eles. Quarto e ultimo a pessoa que eu faria de tudo por um simples sorriso, Marie Minerva Phiz, minha mãe.

Tenho 16 anos e estou no 2 ano do ensino médio, moro com meu padrasto e minha mãe em uma casa incrível onde o mar é meu vizinho e tenho um sonho: entrar na faculdade de artes de Tóquio. Comparado às outras meninas de minha idade que tem mil e um sonhos, me considero pratica, talvez seja porque tenho tudo que quero mais um pouco.

— Estar fazendo de novo – Comentou minha melhor amiga totalmente maluca Carla me fazendo desviar do meu caderno de desenhos.

— O que estou fazendo?

— Estar se perdendo novamente nesse seu mundo artístico, a gente combinou vim para a praia poder relaxar depois da aula e você fica só ai desenhando. Aposto que não ouviu minha historia da senhora Georgia que engoliu uma pilha.

— Desculpa, estou preocupada. Minha mãe disse que tinha um assunto super serio para falar comigo quando eu chegasse da escola.

— Fica calma deve se para falar de algum quadro que ela vendeu ou ela estar gravida do Bob.

— Espero que seja a primeira opção. O Bob mal consegue falar com os filhos do senhor Jorge, imagina com seu próprio filho.

— Ele de criou não foi?

— Sim, mas eu tinha 11 anos quando eles se casaram, é bem diferente com um bebê.

— Se estar tão preocupada melhor ir logo e acabar com isso.

— Quer saber? – Disse pegando minhas coisas – Você tem razão, de vejo amanhã?

— Claro, amanhã é o torneio de surf nos duas vamos arrasar.

— Até mais.

Caminhei pelo mesma calçada de cimento polido que sempre fazia quando voltava da praia. Eram umas das vantagens em morar tão perto dessa agua salgada, minha casa ficava três quadras apenas e era ótimo ir caminhando vendo o sol quase tocar as ondas.

Minha casa era vermelha com janelas redecoradas com flores lilás que minha mãe mesma pintou. A varanda sempre recebia um vento delicioso que vinha com o mar e tínhamos muitas, mas realmente muitas flores e plantas no jardim e até mesmo dentro de casa.

— Cheguei – Gritei entrando pegando os envelopes do correio que minha mãe ou o Bob colocavam em cima da mesinha perto da porta. Isso era o mais legal entre nós três tínhamos nossa privacidade, ninguém mexia sem autorização em nada que era do outro.

— Oi querida como foi à aula? – Perguntou minha mãe aparecendo meio nervosa.

— Normal como sempre, eu e a Carla formos para a praia. O clima parecesse ótimo, amanhã às ondas vai esta incrível para surfar... – Parei de falar assim que vi as mãos de minha mãe tremendo – Mãe aconteceu alguma coisa?

— Sim – Respondeu sentando no sofá – Nora seu pai ligou.

Há sim, Vagner Carther o homem que ajudou a me trazer ao mundo com seus testículos apenas. Meus pais foram casados por uns dois dias, depois minha mãe acabou descobrindo que estava gravida e eles decidiram que eu ficaria com ela e ele apenas mandaria o cheque.

— Que milagre, o que ele quer agora?

— Que você complete o ensino médio morando com ele.

No mesmo instante sentei na poltrona marrom horrorosa do Bob que minha mãe praticamente chorou quando ele venceu na aposta de que iria ficar com ela.

— Nora... – Começou minha mãe se aproximando.

— O que ele quer? Eu mal falava com ele, só o vi duas vezes na minha vida, agora ele quer se meu pai é um pouco tarde para isso.

— Eu sei que está chateada, mas seu pai e eu sempre fizemos esse trato. Querida sei que está chateada, mas precisa ir.

— Preciso não. É só dizer que eu não quero.

— Você sabe que o dinheiro que seu pai nos manda ajuda muito todo mês. Ele ameaçou de arrancar de mim e cortar essa mesada gorda que ele manda.

— Mãe não acredito ele está chantageando você.

— Nora, por favor. Seu pai conhece gente influente e poderosa, ele pode sim e a qualquer momento tirar você de mim. Só um ano e depois você volta tudo bem?

— Não tenho escolha né? – Perguntei já sabendo a resposta.

— Infelizmente não.

— Tudo bem. Quando é o inverno?

— Amanhã de manhã.

— O que? – Gritei não acreditando.

— Eu sei meu amor, mas é ordem dele.

— Mas e meus amigos e o torneio?

— Eu realmente sinto muito – Falou já não aguentando as lagrimas.

— Não fica assim mãe – Falei me aproximando dela – A culpa não é sua tudo bem eu vou. Será apenas um ano, né?

— A menos que queira ficar lá.

— Eu nunca iria querer uma coisa dessas.

— Nunca diga NUNCA.

============================================================================================

— Seu pai é maluco? – Gritou Carla quase me deixando surta.

— Eu sei também acho.

— Nem vamos pode nos despedir?

—Infelizmente não. Meu voo esta marcado bem cedo.

— Você quer que eu fale com o Scort?

Scort era o irmão mais velho da Carly e meu ex-namorado. Namoramos há dois anos mais depois de uma traição nojenta acabei com tudo.

— Não.

— Tudo bem. Escuta acho que tem praia em Folks.

— Sim, mas o frio lá com toda certeza vai me impedir de chegar perto.

— Frio?

— Para Caramba.

— E o sol?

— Nem me fale.

— Sinto muito mesmo amiga. Espero nunca ver seu pai na minha frente porque eu o mataria.

— Eu sei.

— Um ano passa rápido, e se não aguenta liga pra mim que de tiro de lá em segundos.

— Obrigada, nem sei como vou sobreviver sem você. Eu te amo.

— Também te amo.

— Vou desligar tenho malas para arrumar.

— Tchau.

—Tchau.

Sem esperar cai na cama e deixei as lagrimas rolarem.