11/06/2011      São Paulo, Brasil                                          

Eu estava meio aflita. OK, eu estava completamente aflita, com medo, receosa e outras milhares de coisas.

Tinha acabado de arrumar minhas malas, e agora observava meu quarto, e tudo que deixaria para trás.

Meu nome é Sabrina Reymont e tenho 17 anos. Tenho cabelos negros meio cacheados com mechas arroxeadas. Não sou exatamente pequena, com 1,58 de altura. Nunca fui muito bem aceita na escola, já que meu estilo é meio Rock, mas tudo bem, eu tinha uma amiga, o que já me deixava extremamente satisfeita.

Seu nome era Luciana, mas ela não gostava dele (nome), por isso, tudo mundo a chamava de Lux. Ela era insana, com seu cabelo curtinho completamente azul, sua tatuagem de dragão no braço e seu piercing na língua.

E era por ela que eu estava indo para a Alemanha. Lux era um ano mais velha que eu, e foi para Berlim, cursar moda em uma faculdade famosa.

Lux, como já disse, é completamente insana, aparecendo aqui em casa 2 horas da manhã de terça-feira, acordando meu pai (eu não tenho mãe), e meus irmãos (gêmeos, os capetas que vivem para me atormentar), indo em direção ao meu quarto e pulando em cima de mim, gritando algo sobre Alemanha, curso, aceita, eu, ir e com ela.

Suspirei.

O que eu não fazia por ela??

Depois de muito tentar convencer meu papi, ele finalmente deixou, me fazendo prometer não ficar grávida. É claro que eu fiquei corada, afinal, eu ainda era virgem.

Eu tinha minhas vantagens em ir para lá: estudar em um colégio famoso e caro (Lux é beeemmm rica), e quem sabe, ir a um show do Cinema Bizarre!!! Ta ai minha paixão: O Cinema Bizarre. Eu amo a banda desde 2008 e quase entrei em depressão quando eles deram um tempo no inicio de 2010. E agora, depois de 1 ano, 5 meses e mais alguns dias, eles anunciaram que voltariam à tona. Eu quase caí da cadeira do computador quando li isso no MySpace do Strify e depois no do Yu, e no do Shin, do Kiro e do Romeo.

Cara, eu iria para Berlim!! Berlim!! Na Alemanha!! Lux... Eu juro que no dia em você tomar juízo, o chocolate deixará de ser bom e de engordar. Coisa que nunca vai acontecer.

Uau!! Já são 23:00 e meu vôo sai as 06:30. Eu estou com muito sono, mas antes, tomo um banho relaxante e coloco minha camisa do CB e um short cinza. Deito em minha cama e fecho meus olhos, indo na direção do mundo dos sonhos em seguida.

- MANAAA!!! – Alguém gritou me acordando do meu maravilhoso sonho de conhecer o CB. Eu abri os olhos lentamente e dei de cara com dois seres iguais e ruivos. Gritei em seguida.

- AAAAAAAAAAHH!!!! Socorro!!! Eu vi dois monstros idênticos!! SOCORRO!!! – Eu gritei, pulando da cama e começando a correr em círculos, sendo seguida por Rodrigo, o gêmeo 1 e Rafael, o gêmeo 2.

- Venha aqui maninha!! – falaram os dois juntos. – Queremos nos despedir de você!! – eu continuava correndo, mas até que parei, fazendo com que eles se chocassem contra mim e me fizessem cair . Quantas horas eram??

- Auch... Rob, Rafa, quantas horas?? – perguntei me levantando.

- Maninha, já são 05:00 horas – O que?? Já??

- Como?? Saiam do meu quarto agora que eu vou tomar banho – Eu sou a sortuda da casa, já que o meu quarto é uma suíte. Papi disse que eu mereço. Mando bem papai!!

Eu entrei correndo no banheiro e tomei um banho não muito demorado, mas também não muito rápido, afinal, meu cabelo de manhã parece cabelo de bruxa (sem zoação).

Vesti uma calça jeans preta, uma blusa preta com uma escrita atrás em vermelha “Bad Girl”, um tênis all-star xadrez preto e branco e deixei meu cabelo solto. Passei minha costumeira maquiagem ao estilo “Bill Kaulitz” do Tokio Hotel e desci.   

Papai me esperava na porta na porta, com minhas malas. Passei pelo corredor, mas não sem antes dar um “Bom dia mamãe” para a foto da mamãe. Ela era muito linda, com cabelos negros iguais aos meus e olhos verdes. Ela morreu quando eu tinha apenas 2 anos e os gêmeos 4. Acidente de carro.

- Minha filhinha... – papi chamou minha atenção para ele – Vamos, você está atrasada, e daqui a pouco, eu mudo de idéia e te amarro na cama, para você não ir embora.

- Ah papaiiii  - eu faço uma carinha que ele não resiste – Não se preocupe. Eu prometo que ligo todos os dias. Vou sentir saudades. – eu o abraço, já com lagrimas nos olhos. Obrigada Lux, pela maquiagem a prova d’água que você me deu no natal. 

- Eu também pequena – ele me soltou e falou com uma voz embargada. Papai era muito sentimental.

Eu me despedi dos gêmeos e sai com o papi, indo em direção ao aeroporto.

Quando decolei, vi São Paulo diminuir e depois, só o mar.

Coloquei meu MP4 no ouvido, me acomodei no banco e comecei a escutar “Forever or Never” do Cinema Bizarre.

Minha nova vida estava se aproximando.