Entre Solares e Lunares escrita por Miss Addams


Capítulo 1
El hielo se hizo fuego


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da leitura, será rápida e mata logo a curiosidade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/711983/chapter/1

Vênus, Décima Primeira Lua

 

el hielo se hizo fuego

Toda a sua postura era mantida por um puro exercício de exibir seu autocontrole quem sabe assim ninguém desconfiaria do que ela planejava. Quem duvidaria de alguém que esta em quietude? Afinal, estava cumprindo ordens!

Estava impressionada que conseguiu não só convencer a desconhecidos como os seres do seu povo lunar, como também convenceu os membros de sua família. Eles que são parte do conselho de Vênus, o seu planeta, vários formavam parte do exército que combatiam os males e defendiam seu povo. Desde que nasceu, suas irmãs mais velhas lhe contavam as histórias sobre uma das maiores militares da história lunar, a marechal M. P. uma mulher com talento e maestria que defendia as bandeiras da justiça, da liberdade e fraternidade. Desde bebê então ela sonhava em poder dar orgulho para aquela mulher brilhante. Afinal Marichelo Portilla, era sua Tisha, uma mãe amorosa, mas também uma militar extremamente rigorosa.

Anahí nasceu em tempos difíceis como muitos nativos lunares, onde a guerra consumia a todos não importava a idade poderia ser encontrado facilmente alguém que tenha chorado a morte de um ente querido, há duzentos anos aproximadamente depois que os humanos passaram a deixar a Terra para explorar o universo. Vênus foi descoberta, aqui já habitavam os lunares e os solares, que há duas eras se enfrentam numa guerra por sede de poder esse era um dos fatos mais tristes e cruéis que o seu povo encarava. Por ser filha de militar, aprendeu a se defender ainda criança, inspirada em Tisha, hoje era Tenente-Coronel da décima primeira Lua de Vênus.

“Esta pronta menina.” Disse um dos responsáveis por arrumá-la fazendo a voltar para sua realidade.

Anahí se voltou ao seu reflexo esse deveria ser o dia mais importante da sua vida, o dia de seu casamento, mas tudo foi estragado por culpa dessa maldita guerra. Os seus olhos mudaram de cor ficaram num tom de azul fluorescente por baixar a guarda e começar a demonstrar toda sua raiva por ter que se submeter a um casamento arranjado contra a sua vontade.

“Como mãe eu queria lhe dar um abraço apertado e lhe dizer que esta linda minha filha.” – Antes que sentisse a energia negativa correr por seu corpo e dominá-lo foi interrompida por escutar a voz de Tisha, mal notou quando ela adentrou a tenda. “Mas, vendo o seu olhar vejo que ainda não se conforma com o certo.”

“Certo? Diz isso porque não teve um casamento arranjado, aliás, pensava que a ideia de um casamento assim fosse ultrapassada até para os humanos que ainda vivem na Terra.” – Anahí usou um tom de descaso, desde que a ideia da Marechal lhe foi apresentada.

“Deve cumprir o seu dever Tenente.” – Tisha foi firme e assim que Anahí se voltou para a sua presença observou os trajes militares usados em ocasiões especiais, no caso seu casamento. Ali a mãe tinha dado espaço a militar. “Não só como oficial, mas para com o seu povo.” Caminhou até a filha e enfrentou o olhar de ódio de igual para igual. “Estamos cansados de derramar tanto sangue, de enterrar nossos filhos, amigos e familiares, queremos um futuro onde a guerra seja apenas história, essa é a nossa melhor estratégia de unir os dois povos pelo meio do matrimonio que os obrigarão a fazer um acordo de paz!”

“A que custo? Esse plano secreto teu é arriscado, eles não querem paz, tudo o que têm é sede de morte, ganância e poder. Não percebem que se essa guerra tiver um povo vencedor será o fim dos dois povos, somos complementares para a vida de Vênus!” - Anahí disse com revolta por ver de perto a guerra em campos de batalha.

“Por isso tens nas mãos o poder de acabar com tudo isso.” - Tisha insistiu, não querendo dar ouvidos as palavras contrárias e negativas da filha.

“Sequer conheço com quem vou me casar, isso não lhe soa um absurdo? Pode ser um homem?! Uma mulher?! Alguém que seja desprezível. Como eu vou ser hipócrita comigo e com meu povo fingindo qualquer tipo de sentimento bom a um ser a quem me é desconhecido. Como pode confiar nesses solares? Que garantia tem de que cumpriram esse acordo?”

“Não me venha tentar convencer de algo que já esta decidido, isso é maior do que você, não tente impedir! O seu destino é salvar os lunares dessa guerra. E se tentar fazer algo que resulte em nossa derrota, eu mesma vou me encarregar da sua punição.” - Tisha a ameaçou não como mãe, mas principalmente como militar. E ela como sua filha sabia da sua severidade quanto as suas palavras. “Agora venha, temos que realizar esse casamento o mais depressa possível antes que os outros membros do conselho que são contrários a nós, nos descubram.” - Dito isso, ela saiu da tenda.

Anahí agora sozinha na tenda se manteve séria, tentando entender o conflito que lhe afligia entre o dever de cumprir sua missão e ser egoísta. Olhou as tatuagens que tinha nos braços e colo, era um costume de Vênus, quanto maiores às tatuagens de alguém do exército representava o prestígio de suas vitoriosas missões ou a marca na pele para representar a dor que só uma guerra pode transmitir, olhou para o rosto e tinha a lua pintada de hena que marcava o seu rosto, mostrando suas raízes e heranças indígenas. A toda celeste e poderosa Lua da qual além da origem do povo lunar e lar era fonte do poder, cultura e história. Sentia o seu poder brotar dentro de si, ele que lhe proporcionou tantos prazeres e dores, queria poder voar para longe dali. Se teletransportar para a vida pacata de uma humana qualquer que tinha na Terra antes de ser convocada para voltar a Vênus.

Saiu da tenda e viu a escassa movimentação, estavam numa antiga aldeia que ficava afastada da capital, ali se realizaria o casamento de acordo as leis mais antigas de Vênus num tempo onde solares e lunares viviam em harmonia. Olhou para o seu tigre branco que lhe aguardava do lado de fora, o tinha em estimação desde menina, lhe fez um carinho.

“Venha, Yin, me faça companhia até a forca.” Anahí disse para ele e foi acompanha pelo belo tigre até onde realizariam o casamento.

Estavam presentes poucas pessoas, alguns integrantes da aldeia que realizariam a cerimônia, alguns líderes espirituais indígenas, poucos lunares que formavam parte do complô contra o conselho que governava, porém era como um ditado terráqueo que aprendeu com uma amiga, “poucos, mas bons” porque ali estavam os maiores líderes entre eles militares, artistas, comerciantes, fazendeiros, agropecuários, todos que ocupavam um ótimo lugar naquela sociedade com grande poder de influencia. Segundos depois chegaram naves que se projetaram nas terras e no rio, eram diferentes das lunares assim que Anahí logo notou que a tortura se iniciaria agora com a chegada dos solares. Pensou na possibilidade de ser dominada pela sua impulsividade, poderia cometer uma loucura, roubar alguma arma e fugir em alguma das naves, mas nada lhe traria grandes resultados seria pega em pouco tempo numa luta injusta por melhor oficial que fosse o jeito era encarar o seu destino da forma como lhe foi imposto.

À medida que os solares foram se aproximando, conseguia reconhecer alguns deles afinal faz parte de uma guerra conhecer bem o inimigo para alguns soldados. Assim como os lunares, poucos, entretanto extraordinários líderes mulheres e homens solares formavam parte daquele plano que era maior do que imaginava, estavam apostando alto nessa história toda sob pena de alta traição, agora entendia a magnitude desse plano, ela era a futura líder do seu povo. Era ali a junção de povos. Havia familiaridade entre eles como se já planejassem isso há muitos anos como se ela tivesse sido prometida a aquele casamento bem antes do seu conhecimento.

Quando notou quem era o atual líder solar, seu corpo começou a soar frio pensando no que aquilo poderia representar. Victor era um estrangeiro, um terráqueo que se casou com Ale uma líder solar, ela morreu na guerra e ele ocupou o seu lugar. Isso não era comum, em Vênus as mulheres que geralmente estavam em postos de honraria no exército, mas Victor conquistou o seu lugar mesmo não tendo poderes como os seres de Vênus, diziam que na Terra ele era um professor e cientista e tinha fama de idealista. O então viúvo tinha três filhas e um filho, todos mestiços. Anahí fechou os olhos desejando que aquele o líder solar viesse com alguma de suas filhas para realizar aquele acordo sem sentido para ela, dos males esse seria o mais compreensível.

A cerimônia se iniciou com os indígenas falando em um idioma antigo para depois cantarem em um canto antigo, haviam índios com instrumentos musicais, sentia o seu pé descalço na terra sendo pressionado, todos participavam dançando entre solares e lunares numa estranha simetria, isso tudo seria a semente que todos queriam colher como fruto no futuro? Harmonia?

“Oh, toda poderosa Lua, senhora da noite, o povo do sol hoje lhe oferece o seu filho para esta cerimônia de casamento.” A voz cansada, mas poderosa da líder espiritual se sobressaiu enquanto ela erguia os braços enrugados para o alto então os membros solares se curvaram diante da menção ao seu povo, em seguida os lunares também seguiram o ato para se curvarem em respeito diante da presença daquela figura.

 

 

 

…Y com su mirada me desnuda hasta al alma…

Anahí estava perplexa em frente da figura... Dele!

A quem ela rogou para que não fosse o seu noivo, justamente ele, ela que sem saber justificar já estava envolvida por ele num magnetismo único. O gelo que ela tinha dentro do corpo ia se derretendo perante o calor que vinha do corpo dele, mesmo de longe os olhares estavam deslumbrados e fixos um ao outro, à medida que ele caminhou até ficar de frente a ela e se curvou num sinal de reverência. Anahí soube que não voltaria atrás nessa história nem se realmente quisesse.

“Se ajoelhem” A líder ordenou para os noivos que ainda estavam se encarando. Ele tinha pele quase dourada, corpo marcado por cicatrizes e tatuagens por também ser militar, cada um pensava em como nunca se enfrentaram em nenhuma batalha daquela guerra. Também com pés descalços e tatuagens feitas por tinta artesanal assim como ela que enfeitavam o seu rosto em tons de laranja e verde, ele parecia tão surpreso quanto ela.

Não sabia se isso fazia parte da cerimônia, todavia, a raiva que sentia se dissipou ao contrário agora sentia uma espécie estranha de leveza e atração ao homem que tinha a sua frente, será que lhe faziam um feitiço do amor?

“Existem duas forças fundamentais e opostas que formam parte do universo, esses conceitos antigos vieram do planeta Terra quando ainda era conhecido como Água. Esta cerimônia vem desses conceitos, esta união esta sendo selada com o intuito desses líderes para promoverem a paz. Acabarem com esta guerra que tanto nos dilacera pouco a pouco por dentro, aqui, tem a união das forças opostas complementares, do Yin e Yang!” a senhora parou ao lado deles e apontou para ela. “Anahí é a representação da força feminina, da força de Yin, da noite.” Colocou um colar no pescoço de Anahí para então se direcionar a ele. “Christopher é a representação da força masculina, da força de Yang, do sol.” E então colocou o colar dele em seu pescoço. “Juntos selam a união do estado de equilíbrio de Yin e Yang, para concluir o momento mais importante dessa cerimônia fiquem de joelhos em frente um ao outro e de olhos fechados para então unir suas mãos e entrelaçar os dedos femininos e masculinos.”

Christopher foi o primeiro a seguir os comandos e a se aproximar estendendo lhe suas mãos, ainda receosa pelo que sentia, Anahí o seguiu no mesmo caminho e ao fecharem os olhos e unirem os dedos, os presentes voltaram a cantar e dançar a volta deles, ali conseguiram sentir algo que para os dois era mais intenso e inexplicável, as tatuagens de ambos começaram a mudarem de cores para algo mais forte e fluorescente, as respirações estavam agitadas e similares, as almas se agitavam dentro dos corpos como se eles tivessem ficados pequenos demais para algo infinito lutavam para sair. Assim ambos levantaram a cabeça e abriram os olhos e a boca transbordando luz.

Seus espíritos saíram do corpo e dançaram sob as cabeças de todos, Anahí e Christopher envolvidos um ao outro subindo cada vez mais pelos céus e atmosferas, se misturavam aos sons de animais, a melodia de instrumentos, começaram a cantar e a escutar música, sentir vibrações. Ela se sentiu mais forte como se agora fosse à lua, agora fosse ele e o sol, não havia esta distinção entre eles. Ele sentia uma energia fluir de toda parte, sentia tudo pulsando, vivo de uma maneira inexplicável.

Os espíritos se unificaram e se expandiram e assim voltaram aos seus corpos à magnitude de tudo foi tão imensa que os colares de ambos estavam encaixados quando eles abriram os olhos enquanto os corpos tremiam e os olhos choravam com a respiração alterada, não havia volta. Se levantaram com dificuldade e devagar ainda se contemplando.

 

 

 

the universe is ours

A cantoria e dança acabou fazia algum tempo, todos que estavam ali também os contemplavam como se fossem extraordinários, mas a realidade veio à tona. Começou com pequenos tremores da terra e ruídos agudos. Todos se colocaram em alerta, já sabendo o que viria a seguir.

“Vocês precisam sair daqui, agora!” Victor se postou do lado deles e lhes indicou uma direção, após desencaixar os colares e seguindo ao líder solar, Anahí foi levando Christopher ainda com uma das mãos dadas, procurou a mãe e não a encontrava. Logo ao seu lado, sentiu uma presença e ao ver estava o seu tigre Yin que os acompanhavam, mas para sua surpresa não estava sozinho tinha uma pantera negra que logo se colocou ao lado do seu então marido, só podia ser dele.

“Anahí?!! Venha logo!” A marechal lhe gritou de onde estava. Todos se apressaram já que agora dava para ouvir o barulho ao longe da chegada de naves, tinham sido descobertos e agora estavam numa fuga. “Escute, filha, siga as instruções que lhes deixei na nave siga tudo de acordo ao plano, confio em você!” Anahí assentiu entendendo que a partir dali se separariam, mais uma vez, surpresa recebeu o abraço da mãe apertado. “Agora entende porque insisti com tudo, você sentiu minha filha, eu sei que sim. Manteremos o contato assim que chegarem ao destino de vocês, lembrem se que ainda estamos em guerra, tenham cuidado!” A soltou já se colocando ao lado dos outros lunares que os acompanharam, assim como Victor se despediu do filho e se colocou ao lado dos solares.

“Vão!” – Alguém que não soube se identificar, gritou com desejo que essa fuga acontecesse logo.

Os dois entraram na nave assim como também seus animais de estimação, para a surpresa de ambos havia duas cadeiras para se pilotar a nave, o que não era comum. Ele a esperou tomar o seu lugar de preferência e a nave já tinha um destino programado, tinham primeiro que sair dali. Seja quem for que estava chegando, tinha uma grande frota, entre lunares e solares, nenhum dos povos lhes agradaria a ideia do casamento que acabou de ser realizado.

A uma distância segura, a Marechal em comunicação em holograma lhe deram as próximas coordenadas do plano, iriam para quinto sol de Solares onde era o melhor esconderijo, ali começariam a projetar o casamento deles como fundamento para a votação do acordo de paz. A viagem foi desgastante para todos, chegaram e tudo o que queriam era comer e descansar, além do protocolo da viagem nenhum deles trocaram muitas palavras.

Na fazenda afastada da capital, com o vizinho mais próximo a quilômetros de distância, Anahí notou que aquelas terras já tinham um dono, era o próprio Christopher. Depois que já havia anoitecido aproveitou que ele estava dormindo e foi para a varanda vendo seu tigre e a pantera de Christopher explorem o seu novo lugar, ela estava aérea por ter perguntas sem respostas que rondava a sua cabeça. Porque logo ele?

“Tem que dormir um pouco, foi uma viagem difícil e não descansou nada.” Se sobressaltou quando escutou a voz dele encostado no batente da porta de madeira maciça, já tinha colocado outras roupas, estava com roupas de estrangeiro. Típico de um fazendeiro.

Anahí não respondeu e ficaram num silêncio irritante que era cortado pelos ruídos daquela noite quente no quinto sol.

“Porque me deixou?” - Ela foi direta, ele a encarou e suspirou sabia que teriam aquela conversa mais cedo ou mais tarde, sendo assim, que fosse naquele instante. Ela tinha o mesmo olhar intenso e questionador de quando eles se separaram.

“Meu pai teve problemas aqui em Solares, tive que abortar minha missão na Terra e voltar para casa. Minha verdadeira casa, e não para o Texas como disse a você. Não podia revelar minha identidade você bem sabe a razão de tudo e por isso inventei aquela mentira.”

Ela ficou o olhando ele que se sentou ao seu lado, mas que tinha certa distância dela, como se fosse por respeito ou vergonha do passado.

“Em Vênus são as mulheres que fazem isso com os homens, os deixam!” - Ela comentou.

“Em Vênus se tivéssemos algum tipo de encontro seria numa batalha.” – Ele foi mais realista que ela. “Quando que imaginaria que você é uma lunar.” – disse desacreditado.

“Não sabia com quem se casaria?” – Ela questionou curiosa.

“Não! E você?” – Ele virou o corpo para o lado dela mais interessado.

“Assim que vi Victor, estava rezando para que fosse qualquer uma de suas irmãs que acontecesse aquele casamento.” – Ele riu do que ela disse. “Imagina como eu fiquei quando me deixou? Quando eu voltei para Vênus e descobrir por uma suspeita casualidade que você era o filho de Victor! Como nunca descobriu quem eu era?”

“Sou militar, mas trabalhava muito e minha tarefa era alimentar os soldados, ajudar os feridos. Foram raras as vezes que tive que ficar na linha de fogo, acredite em mim. Eu não queria saber as histórias dos lunares, fazia parecer menos pessoal, pensar que assim como qualquer solar eles tinham família, amigos, uma vida que estava muitas vezes sendo desperdiçada em prol de que mesmo?”

“Agora somos a esperança para acabar com essa guerra.” – Ela tentou.

“Foi graças a isso que aceitei.” – Ele ficou quieto antes de perguntar. – “Apesar de tudo você ainda me ama?”.

Anahí se desconsertou com a pergunta, não a esperava, queria falar era do passado e entender o porque que faltavam peças nele, não falar do presente, nem de futuro. Ela se lembrou de quando o conheceu, quando foi numa missão para conviver com as militares lunares infiltradas na Terra, aprender com elas, muitas que já não queriam mais voltar porque na Terra havia paz de certa forma, os terráqueos entendiam algo que tanto os lunares quanto os solares, tinham esquecido. Tinham se conformado, perdido a fé.

Um dos seus primeiros dias tentou dirigir um automóvel, enquanto estava aprendendo ela bateu o seu carro em outro numa estrada de terra perdeu o controle numa curva, ele em vez de ficar zangado a convidou para sair e assim depois com mais tempo lhe ensinou a dirigir.

Quando saíram pela primeira vez a Lua estava absoluta no céu, convidativa, iluminavam os dois depois de parar o seu caminhar e olhar para ela admirado ele lhe roubou um beijo. Assim saíram para dançar. Tudo foi rápido demais, estavam apaixonados uma pelo outro era fácil de explicar, assim como existia Lua e havia o Sol. Ela foi feita para ele. Só que começou a mudar estava estranho e disse que tinha que mudar de cidade, voltar para o Texas, com esse pretexto da distância decidiu terminar tudo.

Ela estava dilacerada, não entendia como ele poderia abandonar aquela relação daquela forma! Dedicou-se ao seu trabalho, decidida a esquecer toda dor e a ferida que ele lhe causou; isso até ela já em Vênus, num estudo de um ataque descobriu quem ele era. Tinha vontade de ir lá e atirar em tudo, de lhe bater até sangrar, de lhe mostrar que ela estava ali e sabia quem ele era, mostrar que ela ainda o... Amava! Amava sim com cada célula de seu corpo, depois da cerimônia do casamento tudo o que sentiram, esse sentimento veio à tona com mais força, esmurrando o peito querendo sair. Como agora após ela reviver as lembranças e ele estar tão próximo.

“Talvez seja à hora de ir para a cama descansar.” – Ela desconversou. Se levantando apressada para entrar, mas foi impedida por ele que a segurou pelo braço com firmeza e a encurralou contra o batente da porta de madeira que antes ele estava.

“Me responde!” – Ele pediu.

“Me solta!” – Ela retrucou.

Ele soltou apenas seu braço, mas não se moveu a tinha presa a ele, seja com o corpo, como também pelo olhar.

“Eu ainda amo você!” – Ele disse com a voz carregada de sentimento. “Nunca deixei de pensar em você, antes de voltar pra cá tive vontade de mandar todos para o espaço e ficar contigo na Terra. Porém, tinha os meus deveres e mesmo assim não consegui me envolver com ninguém que me completasse como você faz.”

Anahí se arrepiou com cada palavra dita pela declaração dele, porque ela sentia o mesmo, porque assim que o viu caminhando até ela no casamento. Sabia que não desistiria. Ela ainda o amava.

“Te odeio.” – Ela soltou. “Queria que você sofresse tudo o que eu sofri quando você partiu.”

Amor, eu sofri, acredite em mim.” – Ele negou. – “Amaldiçoei essa guerra a cada dia da minha vida por que foi ela que me tirou do seu lado.” – Ele estava sendo sincero, ela conseguia sentir, ainda mais com a conexão mais forte que tinham.

“Porque você me faz sentir tudo isso que sinto? Como se meu corpo se preenchesse de calor, de uma energia incontrolável, como se eu pudesse flutuar! – Ela confessou. – “Amo.” – Ela engoliu saliva ao ver que ele prestava mais atenção a suas palavras. “Amo você ainda. Amei você mesmo em cada dia em que não estava do meu lado. Eu amo você, Christopher!”- Ela falou mais alto por sentir que precisava liberar esse sentimento libertador com tanto tempo aprisionado.

Ele sorriu diante da confissão, e mordeu os lábios assim como foi à primeira vez em que a beijou, lhe tomou a boca com o desespero que só um homem que viveu tanto tempo longe da mulher amada tomava, agora mataria toda a falta que sentiu dela, do seu corpo e do seu amor. Tinham toda a eternidade!

 

 

 

Our destiny is coming to life

 

 “Hasta que llegaste y me encendiste con tu luz tu mirada poderosa y alma curandera, tu sonrisa eterna y cuerpo de pantera me cambio la vida entera”

Camila

 

Fim


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O capítulo tem trechos de músicas, como Inesperado e Siempre Tú de Anahi e Supernova do Christopher Uckermann. Além da ideia para a história ter partido também da música do Camila, La vida entera, se puderem escutar em algum momento as músicas é recomendado.

Enfim, acho que é isso e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre Solares e Lunares" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.