A lenda continua escrita por Silver Sale


Capítulo 4
Somos a equipe 13!




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A sala indicada ficava no quarto andar do prédio da Academia, e os garotos esperavam impacientemente a chegada do novo treinador, sobre o qual foi mantido um mistério desnecessário. O garoto mais baixo logo levantou-se. Não aguentava mais ficar sentado; tinha que se mexer, tinha que começar imediatamente o treinamento.

— Onde já se viu? Chegar atrasado no primeiro dia? Que tipo de impressão ele quer causar? – disse outro garoto, deitado sobre a mesa.

— O que está fazendo? – a única garota do grupo ergueu a sobrancelha, encarando o menino baixinho, que encontrara um balde cheio entre as coisas de limpeza no canto da sala, e subia em uma cadeira para coloca-lo sobre a porta.

— Isto é ridículo, Katuu – disse o garoto à mesa. Apesar do que disse, sorriu com a perspectiva de descobrir se estava sendo relegado a um treinador perceptivo ou não. Deste modo, não fez nada para impedir a brincadeira do colega de equipe.

— Eu não vou levar a culpa por isso, – a menina afastou-se – mas não prometo não rir quando acontecer.

Agachada no parapeito da janela, Lea observava a equipe. Foi assim que ela entendeu porque, àquela altura do exame, o trio ainda não tinha um treinador.

— Eu mereço... – Lea rolou os olhos e, devagar, abriu a janela do lado de fora.

O tal Katuu se equilibrava sobre duas cadeiras para colocar o balde d’água acima da porta.

— Algum de vocês poderia me ajudar.

A garota ia falar alguma coisa, até perceber a brisa entrando na sala, e lembrar-se de que a janela estava fechada. Ao olhar para o lado, viu uma mulher magra em pé, de braços cruzados.

— Se já acabou o seu showzinho, deixe que eu me apresente.

Katuu olhou para trás, procurando a voz, e percebeu que seus dois outros colegas já encaravam a moça. Foi o movimento que bastou para que uma cadeira escorregasse sobre a outra e ele caísse, com o balde de água sobre sua cabeça.

No fundo da sala, a garota abafou um riso.

— Quem é você? – perguntou o garoto molhado.

— Sua treinadora.

O garoto balançou-se para tirar o excesso de água.

— Conta outra. Você é uma garota.

No milissegundo seguinte, Lea tinha sumido, deixando um rastro de poeira onde estava. Reapareceu atrás de Katuu.

— Me diga uma coisa que eu não saiba, garoto. – ela voltou-se aos outros dois, com um sorriso sinistro – Meu nome é Lea Murakami, e acho que vocês não vão aguentar muito por aqui.

— Então, o que podem me falar de vocês? Por que querem ser ninjas?

Estavam sobre o telhado do prédio da Academia e, sob o sol que fazia, as roupas de Katuu já começavam a secar.

— Meu nome é Katuu Hadin, – começou o baixinho – e quero ser ninja porque quero ajudar as pessoas com minhas habilidades.

Você não vai conseguir isto derrubando um balde em quem aparece em sua frente, pensou Lea.

— Eu sou Nilo Duan, – disse o outro garoto – quero testar minha força ao limite, e posso fazer isto muito bem como ninja.

— Mora Van Lee – disse a garota – Eu... eu não sei o que quero.

Lea deu de ombros.

— Isso realmente não é importante. – Lea lembrou que ela mesma nunca soube o que queria ao tornar-se Ninja. - Todos vocês vão passar por momentos em que se perguntarão se é isso o que querem para suas vidas. Se todo o trabalho, os segredos, as perdas e a violência valem a pena. Querem meu conselho? Desistam agora, do contrário poderá ser tarde demais.

— O que você está falando, tia? É claro que eu quero ser Ninja. Quero ser o melhor Ninja de todos. Quero ajudar quem precisa com o que sei! Quero ser um Hokage!

Lea aproximou-se dele e puxou sua orelha.

— Quem você chamou de tia?

— Ai! – resmungou o garoto. Nilo lhe lançou um olhar desaprovador.

— Todos querem ser Hokage. A questão é: você é bom? 

O menino foi poupado de responder, pois Lea fez um movimento brusco com a mão. 

— De qualquer maneira, pensem bem em suas decisões e na de seus parceiros também. Seguir em frente não implicará apenas em sua derrota, mas em seus parceiros de equipe também. Se um de vocês reprovar comigo, - e ela encarou Katuu - todos estão fora dos exames genin. Para sempre. E então vocês poderão se dedicar algo que vocês realmente gostes. 

Para aliviar a tensão, Lea abriu um sorriso. Parte dela gostava de atuar como a treinadora rígida.

— Seu treinamento começa amanhã. Estejam na Arena no nascer do sol; do contrário, saberei que desistiram.

Ela recuou até a ponta do telhado e pulou. Mora e Katuu aproximaram-se do telhado e perceberam que ela desaparecera. Mesmo Nilo ergueu a sobrancelha, surpreso. 

— Essa tia é louca se acha que vou desistir! - disse Katuu, e Mora concordou. 

— Devia fazer. - disse Nilo. - Todo mundo sabe sobre suas notas na Academia. Deveria desistir. Você não consegue ser um genin. 

Mora olhou para Nilo, sem dizer nada, embora parte dela concordasse com o colega.

— Você também. - ele disse, encarando a menina - Deveria desistir. Você é boa, aprende rápido, mas não consegue lidar com pressão. Podem tentar da próxima vez. 

Katuu e Mora se entreolharam.

— O que faz de você melhor do que eu ou ela.

Nilo nem pestanejou.

— Simples: tenho as melhores notas da academia e um objetivo que perseguirei até a Aldeia da Terra, se for preciso. 

— Suas notas não significam nada no mundo real. Duvido que consiga me vencer numa batalha.

Os garotos se encararam, e Mora intrometeu-se entre eles. 

— Calma aí, garotos. Não sejam idiotas. Lea-sensei nos deu uma alternativa. Se um de nós perder, todos estão fora para sempre. Mas podemos sair. Não sei vocês, mas eu não quero sair. Treinei muito para chegar aqui.

— Quer saber? Eu poderia sair. Apenas para não ficar na mesma equipe que esse sujeito - Katuu apontou Nilo.

— Quer saber? Eu devia fazer o mesmo.

Mora balançou a cabeça.

— Calma. Vocês não estão pensando direito. Concordo que o Nilo é um sujeito arrogante e desprezível...

— Ei!

— ... mas você também é bem irritante, Katuu. 

— Mas eu... 

— Mas nós três ralamos muito para chegar aqui e não importa o quão fraca você acha que sou, Nilo. Vou seguir em frente sem medo. Porque é o isso que os ninjas fazem. Se você recuar, só prova que está com medo de ser eliminado. 

— Não tenho medo de nada. - o garoto cruzou os braços

— E se você sair, Katuu, provará que não merece ser Hokage de maneira nenhuma. 

— Talvez eu não saia da equipe, no fim das contas. - disse o garoto, cruzando os braços da mesma forma que fez o companheiro de equipe. 

 

No dia seguinte, os três garotos acordaram antes do sol nascer. Ainda estava escuro quando se reuniram na arena de batalhas de Konoha. O sol já tinha nascido, quando viram uma silhueta ao longe. Lea aproximava-se.

— Meus parabéns, garotos. Vocês passaram no primeiro teste.


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