A Hospedeira 2 - Depois do fim escrita por Camis
Notas iniciais do capítulo
Oiiii meus amores!!!! Estou aqui com mais um capítulo pra vocês!!
POV - Lua
Devo ter dormido por tempo demais. O sol que entrava pela pequena janela envidraçada batia em meu rosto fazendo-o arder. Virei o resto para o outro lado tirando-o do sol e abro os olhos, estava no mesmo quarto do dia anterior. Flores para o sol não estava mais comigo, mas deixara uma pequena bandeja na mesinha ao lado da cama. Me sentei com movimentos doloridos sobre o fino colchão na cama de metal, havia ficado deitada por tempo demais. Coloquei a bandeja sobre o colo e olhei seu conteúdo, pequenos biscoitos dourados em formato de estrelas com açúcar salpicado por cima e uma grande taça de suco num tom amareli-alaranjado que parecia ser feito com laranjas. Levei um dos biscoitos a boca mas seu leve cheiro de gengibre fez com que meu estômago se revirasse me causando enjoos. Voltei a bandeja para a mesinha e resolvi comer mais tarde quando meu estômago estivesse menos "nervoso".
Analisei o quarto mais detalhadamente que no dia anterior, era aconchegante e amistoso. Suas paredes tingidas num tom pastel de verde-azulado com pequenos quadrinhos vazios pendurados na parede oposta a janela, os pisos de cerâmica brancos enrradiavam aroma de lavanda. Me sentia bem naquele ambiente.
Algo remexia em minha cabeça, eu não sabia o que era, mas tinha uma forte presença que fazia com que meu corpo trabalhasse em prol de uma única família, a família de Peregrina. Minhas memórias ainda eram escuras e baças já que o paredão negro continuava erguido me impedindo de clareá-las. Queria que Peregrina estivesse aqui, talvez ela pudesse me ajudar a lembrar de tudo. A lembrar de todos. De todos aqueles por quem eu tinha necessidade de estar perto, eu, Raios da Lua sobre o gelo, precisava deles, eu. Peregrina não tinha influência nenhuma nisso.
Eu estou aqui.
Uma voz suave e doce ecoou em minha mente. Não eram palavras minhas. Isso fez com que os pelos de meus braços se arrepiassem.
— Quem é você? Onde está? Apareça! - sussurrei assustada. Eu podia falar alto, estava sozinha no quarto, mas não me permiti fazê-lo, alguém poderia ouvir ao passar pelos corredores e achar que estava ficando louca.
Sou eu. Sua hospedeira. Peregrina. Não se assuste, não quero fazer mal algum a você. - ela respondeu ainda com a voz suave.
— Peregrina? Você está morta. - a simples palavra me fez hesitar. - Esta sou eu agora! Este corpo é meu! - respondi afiada, ainda sussurrando.
Não!! Eu continuo viva. Este corpo é meu! Você não pode tirá-lo de mim! - ela respondeu mais alterada.
Antes que pudesse sussurrar outra resposta a ela ouvi passos vindo em direção ao quarto. A curandeira entrou seguida por um homem alto e bonito. Ele tinha cabelos em tom de loiro caramelado, seus olhos em cor verde intenso como esmeraldas com a pequena linha prateada ao redor das pupilas, os lábios vermelhos franzidos numa linha rígida o deixavam com o semblante enraivecido . Usava roupas negras compostas por uma camisa de mangas longas, calças de brim e sapatos sociais. Perto dele a curandeira parecia bem mais baixa, ela também era bonita, com seus cabelos castanho escuro num comprimento pouco abaixo dos ombros eram lisos, os olhos cor de mel esverdeados com a pequena linha prateada, lábios naturalmente rosados, seu rosto tinha o formato levemente arrendondado que a deixava com aparência mais jovem.
O homem bagunçou os cabelos num gesto que m pareceu totalmente automático, parecia nervoso. Meu coração deu um pulinho quando notei que me encarava. Cravei os olhos nos dele que retribuiu o olhar. A curandeira me dirigiu a palavra tirando-me do transe.
— Bom dia querida! Vejo que não tomou seu café da manhã! O bebê não deve ter deixado por causa dos enjoos!
— Bebê? - perguntei incrédula.
— Sim querida. - ela disse com expressão divertida.
— Mas como?
— Quando trouxeram sua hospedeira para cá ela estava grávida, mas acho que não sabia não é mesmo? É bem recente. Você está grávida Lua! - Flores para o sol disse com enorme soriso se formando nos lábios.
— Um bebê! - dissemos Peregrina e eu ao mesmo tempo.
— Sim, não é ótimo?
— Vou ter um filho! - Peregrina gritou de alegria, lágrimas se formando em meus olhos, deixei com que ela vivesse esse momento, eu devia isso a ela, afinal era o filho dela, não meu.
Flores para o sol sorriu ao ver nossa reação e se virou continuando os exames . O homem não disse nada o tempo todo que esteve ali, apenas se sentou numa cadeira e continuou me encarando.
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Espero que estejam gostando. Comentários e sugestões são bem vindos. Obrigada por lerem.. Beijinhos!