Welcome Despair escrita por Yurippe


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic nesse fandom, essa ideia surgiu de um jeito inusitado fjdskfjlsjfs

Eu quero dedicar essa fanfic pra minha querida Bats que adora sofrer com ships sofridos ♥ KKKKKK

Espero que vocês gostem!



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O desespero reinava naquele local. Tudo que tinha acontecido minutos atrás não poderia ser reparado, aquele era o fim para a esperança, o desespero dessa vez tinha vencido.

Mas não era o que a garota ainda pensava. Mesmo deitada sobre o chão gelado, com múltiplos machucados em seu corpo e com uma dor intensa, ela fazia de tudo para tentar se levantar de lá e correr para onde seus amigos estavam.

Ela se mantinha ajoelhada, seus braços a impediam de cair, já que suas mãos estavam apoiadas sobre o chão. Ela tentava criar forças para se levantar com suas duas pernas, com muito esforço ela não desistia por nada.

Ela escorregou várias vezes, e quanto mais caia, mais sentia aquela dor aguda em suas costas, em seus braços e em suas pernas. Mais sangue escorria de seus ferimentos, manchando o chão do local.

Depois de algum tempo tentando, quando sua força a deixou e ela perdeu toda a sensibilidade nas mãos e nas pernas, ela caiu e sentiu o chão gasto contra seu rosto, ela caiu em cima de uma poça de sangue, seu sangue, que não parava de sair de seu corpo.

Aquele era o fim de Nanami.

Depois de tudo de bom que aconteceu em sua vida nesses últimos meses, como tudo pode mudar tão drasticamente em um dia para o outro? Ela não conseguia aceitar, então por isso que ela não poderia desistir.

Ela sentia uma mistura de emoções que não conseguia mais distinguir, ela sentia medo, dor, ódio, desespero...  

Nanami nunca imaginou que a morte demoraria para chegar. Na verdade, ela acreditava que a sua morte iria ser que nem as mortes dos personagens dos jogos que ela jogava, rápida e sem dor. Ela jogou alguns jogos violentos, então ela sempre via o personagem perder bastante sangue e morrer no mesmo momento. Então por que com ela não acontecia de vez? Por que a morte demorava tanto para toma-la?

A dor em seu corpo foi logo sumindo, mas sentia seu corpo quente, ou talvez frio, ela não sabia dizer, mas aquelas sensações pareciam ter substituído a dor que sentia antes. Ela levou sua mão direita para seu abdômen e sentiu vários cortes, e logo quando tirou a mão de lá, mesmo com sua visão turva, ela podia ver sua mão manchada de um vermelho forte.

Resumindo, ela agora enfrentava o que era chamado de "situação extrema".

Nanami tentou fugir da realidade por um pequeno momento, tentando deixar aquela situação toda de lado, deitada, encarando uma pequena câmera que estava acima dela, começou a imaginar momentos bons que ela pensava que iria acontecer mais vezes em sua vida, como seus momentos com os seus colegas de classes, das situações mais engraçadas que ela conviveu com eles, as suas conversas com a professora Yukizome e até quando ela jogava jogos de vídeo game com o Hinata.

Mas tudo aquilo não iria acontecer mais, ela já sabia que o fim estava se aproximando, como uma corda se rompendo.

Chiaki agora pensava como sua professora Yukizome estava errada, pois no fim ela não conseguiu ser forte como Chisa a tinha dito que ela era, ela também não conseguiu salvar ninguém, nem seus amigos, nem sua professora e nem Hinata, ela tinha perdido todos para o desespero.

E quando logo Nanami iria aceitar tudo aquilo, ela ouviu alguns passos naquela sala silenciosa. Ela levantou um pouco sua cabeça e com dificuldade abriu seus olhos. Diante de seus olhos estava um sapato preto criando ondulações ao pisar lentamente sobre a poça de sangue, e quando logo viu quem era, ela apenas disse seu nome.

— Hinata... — Sua voz estava meio falha, mas mesmo assim ela conseguiu dizer seu nome. — É você, não é?

— Você está falando de quem eu era no passado? — Quando ela ouviu a voz fria do garoto a sua frente, Nanami fechou seus olhos e sentiu uma lágrima escapar, ele realmente não lembrava quem ele era.

— Então você não se lembra mesmo.

— É impossível. Todas as minhas memórias da minha vida passada foram apagadas. — Mesmo naquela situação, aquelas palavras afetavam Nanami, talvez mais que a dor que estava sentido em algumas partes de seu corpo. Então ela iria morrer ali e ele não iria lembrar de nada que os dois tinham passado juntos?

— Você pode fazer qualquer coisa... — E mais uma vez a garota tentou se levantar, ela não queria desistir tão fácil assim, ela queria fazer ele lembrar. — Dizem que se você tentar acaba funcionando.

Ela não queria aceitar que ela iria partir daquele mundo e Hinata não iria lembrar de todos os momentos que os dois passaram juntos. Das tardes que eles jogavam juntos, das conversas, das situações engraçadas...  Aqueles momentos que Nanami tinha guardado com tanto carinho e aquele Hinata que estava ali na sua frente não fazia esforço para tentar se lembrar.

E mais uma vez ela tentava se levantar, mesmo sabendo que seria inútil. Mas ela queria ajudar Hinata, ela queria fazer ele se lembrar de pelo menos quem ele era. Mas como nas outras vezes, não adiantou. Ela encontrou o chão mais uma vez, ela já não respirava direito mais, e enquanto Nanami fazia todo aquele esforço, o garoto só a observava, sem fazer mais nada.

— Acho que... não posso fazer mais nada para te ajudar. Desculpe. — Ela apertava sua mão direita com toda sua força que ainda lhe restava.

— Em uma situação dessas você ainda está tentando ajudar os outros?

Ela ignorou a pergunta dele, ela se perguntava como ele conseguia ser tão frio diante disso tudo. Não parecia ser Hinata, mas mesmo assim ela sabia que seu amigo estava ali, na sua frente. Aquela pessoa desconhecida poderia estar ali, mas ela tinha certeza que Hinata estava lá também.

E percebendo que todo seu esforço estava sendo em vão, que ela não iria conseguir fazer Hinata se lembrar de alguma coisa, mesmo que uma pequena lembrança, e que seu tempo estava acabando, ela entrou em desespero.

— Eu... eu não quero morrer! — Sua voz ecoou pela sala, com lágrimas caindo em seu rosto sem parar, no fim ela conseguiu dizer seu desejo, seu único desejo para aquele momento. — Eu quero ficar com meus amigos... — Ela estendeu sua mão tentando alcançar o garoto que estava na sua frente. — E eu queria, pelo menos, a última vez... jogar com o Hinata...

E no fim, suas forças acabaram. A escuridão a tinha consumido.

Aquele era seu fim.

E com um sorriso que deixou em seu rosto, a última coisa que tinha pensado antes de partir era se ela encontraria com Hinata em outra oportunidade para poder jogar com ele mais uma vez.


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