Donate Live! escrita por SangieRizzoliIsles


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Meus sinceros agradecimentos ao meu fã clube. Meninas quando falar seus respectivos nomes levantem a mão para que as pessoas possam conhece-las.
Aline. Como podem ver, atualmente ela trabalha como cosplay de Saci.
Gey. Deve está perdida em alguma vinícola por aí.
Jéeh. A cearense arretada.
Lane. A única que nos enche de orgulho.
Mills. Deve está viajando para os states em sua capivara voadora.
Rafa. Ainda está indecisa sobre a cor do cabelo?
Por ultimo, mas não menos importante, Drii. A pandinha mais amada e respeitada (temida) do Brasil.

*LEIAM ATÉ O FINAL, INCLUSIVE AS NOTAS*



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Meu nome é Jane Clementine Rizzoli, sou detetive do Departamento de Homicídios em Boston. Minha equipe é composta por quatro pessoas além de mim, essa equipe acabou se tornando parte da família ao longo do tempo.

Eu amo a minha a minha família e me dedico cem por cento ao meu trabalho e as pessoas que amo. Ah! As pessoas que amo!

Depois de algum tempo de convivência acabei me apaixonando por minha amiga e colega de trabalho, Maura Isles. Ela é comprometida, por isso guardo meus sentimentos em segredo, talvez nem tanto, mas eu tento. Com o tempo acabei aprendendo a levar minha vida de forma simples e secretamente dolorosa.

Minha rotina é levantar, dirigir até o trabalho, tomar café com a Maura na cantina da delegacia, trabalhar o dia todo, dirigir de volta pra casa e beber até dormir.

Até que com o tempo notei, algo está errado. Minha visão não está normal, está turva, não consigo foca-la num ponto específico. Estou tendo fraqueza muscular. Faz dias que percebi isso, mas não falei para ninguém, estou mantendo para mim mesma, não pode ser algo grave.  

Hoje decidi procurar um médico, essa coisa está afetando meu trabalho. Fiz inúmeros exames. Vocês não tem noção do quão difícil é despistar Maura e minha Mãe ao mesmo tempo, mas arranjei as desculpas certas e vim ao hospital, fiz mais exames e a secretária ficou de me ligar quando receber os resultados.

Estou em casa, já faz uma semana dos exames e nenhuma ligação, as dores musculares estão ficando cada vez mais forte, além da visão turva estou tendo leves tonturas.

Meu celular toca, é Maura pedindo que eu vá leva-la ao aeroporto, ela vai à algum congresso de medicina, não entendi direito o que ela falou. Deixei-a no portão de embarque e corri de volta para o meu carro, meu celular toca, é a secretária do Dr. Shust marcando minha consulta para amanhã.

Acordei com o despertador, minha cabeça dói, mas isso não é mais novidade pra mim, as dores de cabeça são constantes.

Fui em direção ao consultório, assim que entrei percebi que se tratava de algo sério, o clima esta muito pesado, ou é só minha cabeça? Dr. Shust está me olhando muito sério, balançando a cabeça negativamente.

Sinto muito Jane, as notícias não são boas. Você tem um tumor na cabeça que afeta sua visão e seus músculos, ele está comprimindo seu cérebro. Você precisa de cirurgia. Agora é o seguinte, nessa cirurgia você tem somente 5% de chance de sobreviver e desses 5% você tem metade de chance de ficar completamente cega. Os outros 95% é morte cerebral.

O ar está pesado, sim, mais pesado do que quando entrei aqui, ele está fugindo dos meus pulmões. As paredes brancas se remexem, como se estivessem vindo em minha direção para me esmagar, os personagens do quadro que decora a sala estão dançando em cima da mesa, é alguma performance que não consigo identificar. Não sei há quanto tempo estou nesse estado, mas sinto alguém tocando meu braço e chamando meu nome.

— Jane, você quer um tempo pra pensar ou quer marcar logo a cirurgia?

Será que em cinco minutos eu consigo fazer uma viagem no tempo? Sim, eu consigo, eu sou boa nisso.

Penso, não tenho nada a perder, minha vida foi tão bem vivida. Só vou me privar da chance de algum dia ter Maura em meus braços.

—Vamos marcar a cirurgia para a data mais próxima possível.

O que é que eu estou fazendo? Eu posso decidir isso sozinha? Minha mãe vai me matar. Deus do céu , como que eu vou contar isso pra ela?

Passo o dia dirigindo pela cidade, até perceber que estou aqui, sentada no sofá da minha mãe e meus irmãos estão conversando animados na minha frente. Como eu cheguei aqui? Não lembro, estava distraída demais.

Conto pra eles o que está acontecendo, sobre o tumor, sobre a cirurgia. Minha mãe treme, chora, me abraça, me beija, fala que tudo vai ficar bem, e isso foi por horas a fio. Mas eu não reclamo, estou aqui aproveitando o momento e guardando todos os detalhes. O cheiro da minha mãe, o verde límpido de seus olhos, o loiro do seu cabelo.

Hoje é o dia. Estamos todos no meu quarto no hospital, menos Maura. Eu não tive coragem de falar pra ela, mas tenho certeza que alguém ligou e conversou com ela. Estou conversando animada com todos até notar que alguém está na porta observando, é ela. É a Maura. Peço que nos deixem a sós.

— Por que não me ligou? (Ela está magoada. Eu sinto no tom de sua voz)

— Você estava viajando, não quis incomodar. Ela vem e senta na cama, segura minha mão, olha no fundo de meus olhos.

— Jane, eu te amo! Me perdoe, eu não tive forças nem coragem para admitir o meu amor por você.

— Não precisa pedir perdão, nós duas somos culpadas, duas medrosas. Mas agora eu tenho quase certeza que fiz a escolha certa. Não insisti no meu amor por você, estou prestes a fazer uma cirurgia que tenho cinco por cento de chance de dar viva e nós sabemos que isso não vai acontecer, mas eu vou em paz porque eu sei que você vai ficar bem. Ele é um cara de sorte. Ei, nunca esqueça que eu amo você.

— Jane, são cinco por cento e você é capaz, só resista e eu estarei aqui pra você quando voltar.— Ela me beijou como se não houvesse amanhã

— Apenas volte pra mim.

Peço que ela chame minha família. Eu tenho direito a um último pedido certo?

— Olha, como vocês sabem tenho 95% de chance de ter morte cerebral, eu vou entrar naquela sala e vou lutar, eu vou lutar com todas as minhas forças, mas caso não consiga quero que doem meus órgãos, minha escolha em vida foi salvar e proteger outras vidas e em caso de morte desejo o mesmo, me prometam que farão isso.

Não sei em que momento ocorreu isso, mas estamos todos abraçados. Ninguém diz nada, mas sabemos que esse abraço é o nosso pacto.

A equipe médica está chamando.

Estou a caminho da sala de cirurgia e meu único arrependimento é não ter tido coragem o suficiente para me declarar para a Maura antes.

Estão colocando uma máscara no meu rosto, me mandam contar até dez.

Está tudo escuro.

 

“Em 2014 o Brasil registrou crescimento nas doações e transplantes de órgãos, 3% a mais que em 2013. A taxa subiu, no entanto, ficou abaixo da média proposta pela ABTO. O objetivo é alcançar 20 doadores por milhão de pessoas até 2017. A má distribuição das equipes que realizam transplantes pelo Brasil pode ser uma das respostas pra essa dificuldade. Há mais de mil equipes preparadas para realizar esse tipo de cirurgia distribuídas pelo Brasil. Mas há uma concentração maior no sul e no sudeste e quase nenhuma ou nenhuma Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Outro problema é a falta de autorização da família. O índice em 2014 ficou 1% menor que em 2013.

http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doeorgaos/

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É isso.
Espero que tenham gostado, que reflitam sobre o assunto e que influenciem pessoas.

"CONVERSE COM SUA FAMÍLIA, SEJA DOADOR. SALVE VIDAS".

Bjs e até a próxima.



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