Um cara mau escrita por Miss Birth


Capítulo 7
Conciliação


Notas iniciais do capítulo

Quem quer capítulo novo? Cuidado, saindo do forno, bem quentinho! :P



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—“Bom dia, Tony!”, Steve cumprimentou ao encontrá-lo na cozinha do apartamento. “Quer ajuda para fazer o café da manhã?”

—“Bom dia, Rogers.”, ele respondeu. “Já que se ofereceu, comece por ficar de olho na torradeira e apanhe a caixa de leite na geladeira.”

—“Certo.”

—“Onde está Natasha?”, Tony indagou.

—“Ainda está dormindo. Recuperando-se do cansaço de ontem.”, disse Steve, colocando algumas xícaras sobre o balcão.

—“Ela está bastante mexida, não é? Só isso para fazê-la dormir até depois das seis da manhã ao invés de ir para a academia.”, ele observou.

—“Eu estava pensando em chamá-la para dar uma volta pela cidade, ver pessoas, fazer umas compras...”

—“É uma ótima ideia.”, Stark concordou. “Embora essas coisas não combinem muito com ela.”

—“É verdade. Mas quem sabe isso a ajude a espairecer e sair da rotina?”

—“Fique à vontade para levar um dos meus carros. O passeio é por minha conta.”, Tony disse. “Vocês não tem prazo para retornar ao complexo, não é?”

—“Estamos dependendo unicamente de você, Stark.”, respondeu Rogers, retirando as torradas da máquina e pondo-as sobre o prato.

—“Relaxa, Capicolé. Preciso de vocês aqui só por mais uma noite. Estarei no laboratório o dia inteiro, terminando uns servicinhos. Nos vemos no jantar.”, Tony despediu-se, levando junto de si uma xícara de café, algumas torradas e ovos com bacon.

—“Obrigado, Tony! Até mais.”

Steve rapidamente fez seu desjejum e, em seguida, preparou uma bandeja caprichada com café, frutas e pequenos sanduíches, levando-a até o quarto de Romanoff. O dia teria que valer a pena; ele estava disposto a fazer qualquer esforço para ajudar sua amiga, para vê-la feliz apesar das circunstâncias recentemente desfavoráveis.

*****

—“Natasha!”, Steve chamou, dando rápidas batidas na porta ainda cerrada. “Hora de levantar, Nat!”

Um rangido curto pode ser ouvido – a porta foi aberta lentamente, indicando permissão para entrar. Steve caminhou para dentro com cuidado, carregando consigo a refeição que havia preparado. Natasha sentou-se sobre a cama, surpreendendo-se ao ver a atitude generosa que Rogers demonstrava para com ela.

—“Não sabia que já ofereciam serviço de quarto aqui na torre.”, ela brincou.

—“Aproveite! Oportunidade única.”, ele respondeu, também sentando na cama.

—“Obrigada, Steve.”, Natasha agradeceu. “Mas por que tanto mimo?”

—“Mimo?”, perguntou ele. “É um presente de amigo para amigo. Nesse caso, para uma mulher incrível.”

—“Você é tão fofo, sabia? Pena que não faço seu tipo. E você também não faz o meu.”, retrucou ela.

—“Amizade é o suficiente pra nós. Já comprovamos isso.”, Rogers comentou. “Além de que você ama outra pessoa.”

—“Eu amo?”, ela indagou, bebendo com cuidado o café quase fervente.

—“Vamos! Sabe que pode falar comigo sobre qualquer assunto.”, ele incentivou.

—“Certo... Decidi desistir do grandão.”

—“Desistir?”, Steve arqueou as sobrancelhas em tom de surpresa.

—“É. Se pra ele foi tão fácil, pra mim também será.”, disse ela, decidida.

—“Nat... Talvez o caminho não seja esse. Já parou pra pensar no porquê de Bruce ter ido embora sem deixar rastros?”

—“Não exatamente.”

—“Raciocine comigo: o mundo viu o Hulk da maneira verdadeira. Ele estava lá conosco quando uma cidade caiu do céu. As pessoas têm medo de nós; mas do Hulk elas têm pavor!”, ele explicou. “Você sabe que não é fácil viver com todos te olhando com preconceito. Banner partiu por isso – nunca o verão como um heroi. O que ele é aos seus olhos, Nat? Isso é o que realmente importa pra você?”

Natasha parou por um segundo, refletindo nas palavras sempre tão sinceras de Steve.

—“É aquela velha história de errar tentando fazer a coisa certa.”, disse ela, apanhando uma maçã da bandeja.

—“Então faça a coisa certa.”, ele prosseguiu. “Mesmo que as pessoas te digam o contrário. Acredite no seu julgamento de caráter e não na incompreensão do mundo. Já estamos mais do que abarrotados de intolerância.”

—“Mais uma vez, obrigada Rogers!”, Natasha disse, abraçando-o afetuosamente, quase derrubando os itens do café da manhã que estavam ao lado dela.

—“De nada. Sempre estarei aqui para você.”, ele respondeu, correspondendo o abraço.

—“A melhor coisa do mundo.”

—“O quê?”

—“Terem te tirado da geladeira, Picolé.”, ela brincou. “Eu beijaria Howard Stark se o encontrasse vivo por aí.”

Steve riu, balançando a cabeça negativamente com a piada dela. Para seu alívio, Natasha parecia bem melhor. Bastava convencê-la a deixar o prédio e, dessa forma, desfrutariam de um dia diferente, conhecendo o melhor da vida. Não fora necessário tanto esforço, pois em quinze minutos os dois deixaram o local, cantando pneus numa das máquinas que Tony ostentava na garagem da torre. Janelas abertas, cabelos ao vento. Nova Iorque a todo gás; um sorriso descontraído brincava nos lábios da ruiva,  que quase não acreditava na indescritível alegria que estava sentindo. Nunca se sentira mais viva.

*****  

—“Sexta-feira?”, Tony chamou, entrando no elevador principal da torre.

—“Bom dia, senhor Stark.”, ela saudou. “Pra onde deseja ir?”

—“Me leve até o Banner.”, pediu ele. “Não avise sobre minha ida, a menos que ele esteja andando nu pelo local.”

—“E como eu saberia isso, senhor?”, Sexta-feira perguntou.

—“Dando uma espiadinha, talvez... Enfim, chega de perguntas.”

Chegando no andar indicado por Sexta-feira, substituta efetiva de Jarvis desde que este fora usado para compor a mente única e exclusiva de Visão, Tony andava a passos firmes, sem se importar com o barulho irritante do atrito de seu tênis com o piso.

—“Bom dia, verdão!”, disse ele, batendo sutilmente na porta. “Temos trabalho a fazer.”

Stark bateu mais duas vezes.

—“Banner? Está me ouvindo?”

Não obtendo qualquer resposta, decidira entrar no quarto sem fazer cerimônia, esbarrando com uma garrafa vazia de uísque que estava jogada no chão e deparando-se com Bruce dormindo profundamente numa posição nada confortável; isso com certeza lhe custaria uma tremenda dor nas costas mais tarde.

—“Parece que a noite foi intensa por aqui.”, Tony murmurou, aproximando-se mais ainda. “Ô Bruce! Acorda pra cuspir, cara!”

—“Ham? O quê?”, Bruce despertou subitamente, confuso e com o rosto inchado.

—“Olha só quem acordou!”, provocou Stark, que não parava de sorrir ao vê-lo naquele estado.

—“Que horas são, Tony?”, perguntou ele, sentando-se na cama. “Aconteceu alguma coisa?”

Tony arqueou as sobrancelhas.

—“Só porque estou aqui você pensa em notícias ruins?”

—“Nada disso, Stark. É que normalmente não sou acordado por homens.”, retrucou ele, apanhando seus óculos de cima do criado mudo.

—“E nem por mulheres também.”, Tony completou. “Aliás, conheço alguém que adoraria fazer isso. E adivinha! Hoje ela dormiu alguns metros acima da sua cabeça, garanhão.”

—“Natasha está mesmo aí?”, Bruce perguntou, surpreso.

—“Eu não falava dela.”, respondeu Tony, sério.

—“Ué? De quem, então?”

—“Brincadeira.”, Stark exclamou, gargalhando escandalosamente, deixando Bruce sem graça. “Você se entrega sem nem perceber.”

—“E como ela está?”

—“Muito mal. Você é um idiota.”, Tony informou, puxando uma cadeira e sentando-se frente a frente com Banner.

—“Como assim muito mal?”, Bruce questionou, visivelmente preocupado.

—“Ouça, grandão.”, ele iniciou. “Não sou o cara mais habilitado pra falar sobre relacionamentos e tal. Mas reconheço quando alguém está pisando na bola. Steve me contou sobre Natasha. Disse que ela passou quase três dias inteiros sem participar dos treinos, sem falar... Apenas tentando entender sua ‘fuga heroica’.”

—“Fuga heroica? Todos sabem que não posso viver no meio de civis. Natasha mais do que ninguém deveria entender. Fiz isso para protegê-la, para manter todos a salvo.”, ele justificou, enquanto passava as mãos pelo rosto e cabelos.

—“E está repetindo essa desculpa para se proteger, Bruce Fracote!”, Tony disse, olhando seriamente para o amigo.

—“Não posso fazê-la entender isso de outro modo.”, Bruce insistiu.

—“O quê? Esse seu discursinho de ‘tenho que manter todos a salvo’? Isso todos nós já sabemos.”, Stark ressaltou. “O problema é pessoal, Banner. Natasha quer saber o que você realmente sente por ela. Ela fugiria com você, bobão. Sem se importar com uma terceira pessoa na relação.”

Bruce sorriu, sem conseguir ignorar a brincadeira de Tony.

—“E o que você quer que eu faça?”, perguntou ele.

—“Vai atrás dela, abacate!”, Tony incentivou.

Ele levantou devagar, porém determinado.

—“É melhor eu tomar um banho, não é?”

—“Claro. Ninguém merece uma conciliação com odor de álcool.”

—“Obrigado, Tony!”, Bruce agradeceu, indo em direção ao banheiro.

—“De nada.”, respondeu ele, saindo do quarto. “Ah, Banner, eu não teria tanta pressa para ir lá em cima.”

—“Por que não?”

—“Natasha saiu com Steve. Foram almoçar, se não estou enganado.”

Bruce saiu do banheiro atordoado, enrolado numa toalha da cintura para baixo.

—“Almoço com Steve?”


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Notas finais do capítulo

Esse 'ciuminho' do Dr. Banner é extremamente FOFO! O mais fofo das galáxias! *------*
So long, belezuras!



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