Um cara mau escrita por Miss Birth


Capítulo 5
A boa e velha Nova Iorque


Notas iniciais do capítulo

Sem rodeios e blá, blá, blá. Boa leitura! :D



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—“Alô?”, disse Steve, atendendo ao telefone celular que tocava sem parar em cima do criado mudo ao lado da cama. “Quem fala?”

—“Capicolé!”, respondeu Tony. “Te acordei?”

—“Stark... Está tudo bem?”, ele perguntou, ignorando a piadinha do companheiro.

—“Já tive dias melhores...”

—“Como está a Pepper?”

—“Foi pra Los Angeles ontem de manhã... E o pessoal aí?”

—“Todos bem. Recuperando-se rápido da surra de Sokóvia.”, Rogers disse.

—“Legal. Bom, vou direto ao assunto. Preciso que venha até a Torre dos Vingadores.”, pediu Tony. “Temos negócios para fechar.”

—“Negócios?”, perguntou Steve.

—“Do tipo que você adora. Como líder da equipe, você tem passe vip pra conhecer as novidades.”, explicou ele.

—“Certo. Vou preparar o quinjet pra essa noite. Posso levar alguém comigo?”

—“É claro. Fique à vontade.”

—“Obrigado. Até mais tarde, então!”, Steve despediu-se.

—“De nada.”, respondeu Tony. “Até mais!”

*****

Os olhos de Natasha se abriram subitamente com o escândalo do despertador posto na cabeceira da cama. Embora o som agudo e repetitivo do mesmo fosse totalmente irritante e, sem dúvida, capaz de estragar o humor de qualquer um com facilidade, ela se levantou bastante animada e revigorada com a noite de descanso que usufruíra.

Cinco e trinta da manhã. Hora de iniciar o ‘trampo’, como ela dizia. A luz do sol ainda não era visível, porém, os agentes que percorriam os corredores da base já estavam em plena atividade. Dirigindo-se à academia, no andar inferior, Natasha juntou-se aos colegas no aquecimento coletivo – o instrutor físico dava os comandos e os demais os seguiam à risca. Para olhos externos, isso soaria um tanto esquisito para uma agência de espionagem e inteligência, onde normalmente cada um faria o seu próprio treino, sem depender de ninguém. Mas o trabalho em equipe sempre fora valorizado naquele lugar – a exemplo dos Vingadores, cuja inicial estampava a fachada do prédio.

Sem perder tempo, Romanoff cumpriu todas as séries de exercícios que costumava realizar – primeiro, dos membros inferiores, em seguida, dos membros superiores e, por fim, a corrida ao redor do edifício. O tempo parecia voar quando ela se concentrava totalmente no que estava fazendo.

Após um café da manhã reforçado, Natasha seguiu à sala de artilharia, onde introduziria uma nova turma nas lições básicas de tiro. Por coincidência, Steve estava lá, conversando com alguns dos alunos.

—“Bom dia, capitão!”, cumprimentou ela. “O que o traz aqui? Pensei que não gostasse de armas.”

—“O fato de não gostar não me isenta de usá-las ocasionalmente.”, retrucou ele. “Aliás, bom dia, Nat.”

—“Isso quer dizer que teremos uma participação especial na nossa primeira aula. Diretamente da segunda guerra mundial, Steve Rogers.”, brincou Natasha, arrancando risos dos jovens ali presentes.

—“Muito engraçado, Romanoff.”, disse ele, rindo sem humor. “Vejo que seu lado piadista está intacto para uma russa.”

—“Isso eu aprendi com os americanos, Rogers.”, respondeu ela, repondo o cartucho de um revólver qualquer.

—“Atirar também?”, questionou Steve.

—“Não... Nada que uns bons anos na KGB não resolvam. E, claro, minha intuição.”, gabou-se, atirando três vezes num alvo há doze metros, acertando em cheio no ponto central.

Steve sorriu.

—“É, dá pra ver!”

Conforme a manhã avançava, Natasha apresentou cada um dos equipamentos de defesa que estavam à disposição dos agentes do complexo, fazendo uma breve demonstração com a ajuda de Steve. No fim do horário da aula, os jovens recrutas foram dispensados para o almoço, deixando-os sozinhos, enquanto guardavam os diversos artigos em seus devidos lugares. Ótima oportunidade para que Rogers estendesse um convite à Natasha.

—“Vai estar ocupada esta noite?”, perguntou ele.

—“Creio que não.”, respondeu ela. “Algum plano em mente?”

—“Na verdade, preciso de companhia para ir à torre dos Vingadores.”, Steve disse.

—“Na torre?”, questionou Natasha, arqueando as sobrancelhas. “Ué? Já está sentindo saudade do Stark?”

—“Qual é, Nat? Vou dar uma olhada numas tais ‘novidades’ que ele tem. Espero que não seja outro robô assassino.”, ironizou ele.

—“Também espero muito que não seja isso!”

—“Isso é um sim?”

—“Talvez...”, disse Natasha. O rosto estampado de incerteza não passou despercebido para Steve.

—“Algum problema em ir lá?”, perguntou. “Seremos breves.”

Natasha parou por um instante. O olhar perdido num canto qualquer da sala, procurando se convencer de que não havia mal algum nisso, embora soubesse que correria o risco de ressuscitar lembranças indesejáveis no simples pisar na torre.

—“Natasha? Nat?”, chamou Steve, estalando os dedos para chamar sua atenção.

—“Oh, me desculpe...”, respondeu ela, despertando de suas divagações. “Bem, eu vou com você. Não há problema nenhum. Nada como a boa e velha Nova Iorque.”

—“Certo. Partiremos depois do jantar, okay?”

—“Combinado. Eu piloto dessa vez. Odiaria perder outro quinjet.”, afirmou Natasha, sorrindo de leve.

*****

Torre dos Vingadores, Nova Iorque.

Desde a primeira vez que Tony e Bruce trabalharam juntos em um laboratório, Stark expressou sua vontade de mostrar a Banner o setor de pesquisa e desenvolvimento da torre. Com o passar dos anos, isso se tornou inteiramente possível – após a batalha de Nova Iorque, Bruce se acomodou no edifício, o que lhe deu tempo para conhecer de perto o trabalho do novo amigo. Recentemente, porém, a genialidade de Tony exigiu maior cautela por parte dele, visto que suas infinitas ideias para ajudar o grupo terminaram em outra catástrofe; literalmente caíram por terra junto com os pedaços do que outrora fora uma cidade.

Não podia negar que era realmente tentador imaginar a grandiosidade de certas tecnologias. Mas o bom senso haveria de prevalecer se não quisessem deixar seus rastros em outra destruição pelo mundo afora.

—“Sabe, Bruce, depois do Ultron, eu pensei em por um fim no programa Legião de ferro.”, disse Tony.

—“É uma ótima ideia, Tony.”, concordou ele. “As pessoas não foram muito amigáveis com ele antes de todo aquele fiasco... Agora que não vão ser mesmo.”

—“Realmente, não foram. Mas e se...”

—“Lá vem você com esse ‘e se’, Tony.”, interrompeu Bruce. “Coisas boas nunca precedem essa frase condicional.”

—“Vamos ser otimistas, cara!”, resmungou Tony, sentando-se numa das poltronas do andar de desenvolvimento robótico da torre. “Sabia que essa energia negativa adoece as pessoas? No seu caso, pode te deixar verde de raiva!”

Bruce encarou Tony com seriedade.

—“É, eu sei. Enfim, qual a sua ideia dessa vez? Sou todo ouvidos.”, disse ele, largando em cima da bancada o jaleco que usava e sentando-se em outra poltrona.

—“O programa Visão!”, anunciou Stark, animado.

Banner franziu o cenho.

—“Visão?”

—“Sim, o cara vermelho, feito no berço regenerador a partir do vibrânio, metade Jarvis, metade Ultron, com a joia da mente incrustada na testa. Lhe soa familiar?”

—“Eu sei que é dele que você está falando.”, disse Bruce. “Mas qual a finalidade?”

—“Nós sabemos que Visão ainda está se adaptando ao mundo; adquirindo conhecimento, observando o ser humano de perto e tentando entender nossos conflitos como espécie. E, claro, ele carrega consigo um grande poder. Segundo Thor, capaz de dizimar parte do universo.”

—“Tranquilizador saber isso, né?”, Bruce ironizou.

—“Nada para temer.”, retrucou Tony. “Ele carregou o martelo do asgardiano, caso não lembre.”

—“Ele esfregou sua dignidade na nossa cara.”, Bruce comentou.

—“Na cara do Ultron também. E onde ele está agora? Isso mesmo, brincando de polícia e ladrão lá no complexo.”, Tony disse.

—“Okay. Deixe-me entender. Você tá sugerindo que podemos usá-lo para aperfeiçoar o programa Legião de ferro?”, questionou Banner. “Nada diferente do programa Ultron.”

Tony revirou os olhos.

—“Esqueça o bombadinho de vibrânio, Banner!”, exclamou ele. “Dessa vez, o poder da gema está a nosso favor. Jarvis comandava a Legião sozinho, certo?”

Bruce assentiu.

—“Pois bem.”, continuou Tony. “O ruído informacional, ou seja, a consciência básica do Visão pode ser baixada e armazenada num servidor de alta velocidade. Basta aplicarmos nos protocolos do programa e voilá! Nova Legião de ferro! Sem a psicopatia do Ultron e com a doçura do Jarvis.”

—“Um upgrade?”

—“Agora estamos falando a mesma língua!”

—“Ainda assim, sua mente continua indecifrável, Stark.”, provocou Bruce.

—“Obrigado. E antes que você diga ‘o grupo precisa saber disso antes de fazermos qualquer coisa’, saiba que Steve vai jantar conosco hoje.”, informou Tony.

—“O quê?”, perguntou Bruce, contrariado. “Steve? Eu vim pra cá para me esconder e você traz o líder da equipe pra jantar 'conosco'?”

Tony soltou uma longa gargalhada. Bruce o olhava confuso, esperando uma explicação.

—“E então?”

—“Relaxa, abacate. Eu não disse nada sobre você.”

Banner suspirou, aliviado.

—“Obrigado por isso!”, agradeceu. “Pra garantir, vou passar a noite no alojamento aqui em baixo, viu?”

—“Sem problemas. Vou mandar sua sopinha na hora do jantar.”, Tony brincou.

—“Não precisa. Me viro sozinho. Peço uma pizza, sei lá.” , Bruce disse.

—“Como quiser, Hulk.”

 


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Notas finais do capítulo

E aí? Alguma colocação sobre a fics? Comentem! As opiniões de vocês são muito importantes pra mim!
P.s.: prometo ser mais rápida no próximo! ;)



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