Um cara mau escrita por Miss Birth


Capítulo 17
Ataque


Notas iniciais do capítulo

Ainda de luto pós Ultimato. Presto minhas homenagens aos mortos em batalha e agradeço pelo seu altruísmo a favor do Universo. :') Boa leitura!



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— "Desculpe, doutora, mas as únicas blusas folgadinhas que tenho são pijamas." – Natasha disse quando Cho fez careta ao vesti-la com uma regata pra lá de apertada. - "Ganhei uma cicatriz maneira, não acha?"

— "Por pouco tempo." – Helen falou. - "Assim que realizarmos o procedimento de recuperação tecidual intradérmica, se sentirá novinha em folha."

— "Que seja." – Romanoff revirou os olhos diante dos termos científicos da coreana. - "Os rapazes já não deveriam ter voltado?"

Cho balançou a cabeça em concordância.

— "Não gosta de palavras ou está escondendo alguma coisa?"

—  "Por que eu esconderia?" – Helen a encarou. - "Deveria tentar relaxar enquanto está aqui. Sabia que emoções negativas influenciam grandemente no prognóstico de um transplantado?"

— "Já ouvi falar."

— "É claro que não estamos falando de um transplante comum aqui, afinal usaremos células do seu próprio organismo para construir um órgão novo em conjunto com as propriedades regenerativas do vibrânio. Porém, não raramente, o corpo rejeita até mesmo o que lhe pertence quando há estresse demais correndo em seu sistema."

— "Que interessante..." – Natasha bocejou. – "Nossa, por que não disse que meu cabelo está parecendo um ninho de ratos?"

Helen apanhou sua prancheta silenciosamente, ignorando a atitude de Romanoff.

—  "Precisa de mais alguma coisa?" – ela perguntou, observando Natasha pentear os cabelos com certa dificuldade por conta do ferimento extenso que sofrera.

— "Acho que já estou em ordem, Helen." – a ruiva olhou-se num pequeno espelho. – "Bochechas rosadas e tudo mais."

— "Seu nível de dor numa escala de um a dez, por favor." – Helen falou.

— "Eu diria 4." – Natasha disse.

— "Posso aplicar um analgésico, se quiser." – ela ofereceu. – "Ou pode aguardar a volta do Dr. Banner."

— "Nada de remédios." – Romanoff disse veementemente. E nada de Bruce, ela pensou. – "Não é uma boa ideia ficar chapada numa hora dessas."

— "Se é o que deseja..." – a coreana sorriu. – "Mas lembre-se: Não está em condições de lutar."

— "Tem lembrete melhor que esse?" – ela apontou para o próprio curativo. – "Além disso, meus meninos super protetores jamais me deixariam pisar lá fora, a menos que fosse um meio de salvar essa minha vida medíocre."

— "Medíocre?" – Helen franziu uma sobrancelha.

— "Sorte no jogo, azar no amor." – Natasha falou. – "Não se pode ter tudo, certo?"

— "Não sei como opinar quanto a esse tipo de assunto, mas qualquer que seja a história de vocês, não precisa acabar antes mesmo de começar."

— "Mais uma pro time 'Brutasha'." – Romanoff debochou.

— "O complexo inteiro torce por vocês, Viúva." – Cho disse. – "Não seja a única a lutar contra isso."

*****

— "Hill? Agente Hill? É o Capitão Rogers! Alguém na escuta?"

— "Droga, droga!" – Clint berrou. – "Será que Ultron também levou embora as pilhas dos rádios comunicadores?"

— "Tem mais acontecendo lá fora." – Capitão falou. – "Precisamos encontrar um jeito de sair daqui antes que seja tarde demais. Banner, alguma ideia?"

— "Me dê um minuto, Steve." – Bruce sentou-se no chão, massageando suas têmporas cuidadosamente. Veias grossas e verdes saltaram em sua testa, indicando que sua preocupação estava muito longe do possível campo de batalha nos pátios da base.

— "Quer contar até dez?" – Clint sugeriu. – "Não podemos entrar em pânico agora, grandão."

— "Vou ficar bem." – ele respirou fundo. - "Não se preocupem comigo agora. Natasha e Helen ainda estão na ala médica e o podem estar em perigo..."

— "Tem razão, doutor." – Rogers concordou. – "Vamos dar o fora daqui. Clint, consegue sair pela abertura no teto do elevador?"

— "Você primeiro." – Barton sentou-se, dando espaço para que Steve subisse na maca e abrisse a tampa acima de suas cabeças.

— "Filho da mãe!" – Capitão falou ao ver o estado precário do cabo de aço que os sustentava ali. Uma grande fresta de luz sinalizava o rombo feito na estrutura de vedação do poço do elevador. – "Rápido, essa coisa não vai aguentar muito tempo. Se alcançarmos a escada de emergência, sairemos sem maiores problemas."

— "Sua vez, Gavião." – Bruce levantou-se para ajudar Clint a subir com sua perna machucada. – "Um passo de cada vez."

— "Está indo muito bem." – Steve o puxou para fora. – "Aqui, leve o rádio e suba o mais rápido que puder. Estaremos logo atrás."

— "Entendido." – Barton usou os braços para elevar-se pelos degraus chumbados na parede escura de concreto. – "Fury sempre disse que a qualidade das nossas flexões seria testada cedo ou tarde. Parece que o dia chegou!"

— "Vamos, Banner." – Capitão apoiou os pés no degrau estreito, segurou outro com bastante firmeza e estendeu a mão restante para o amigo, que a agarrou firme e rapidamente.

— "Oh, não!" – Clint gritou. – "Capitão, temos companhia!"

— "O quê?" – Steve mal pode ouvir o aviso de Clint, pois o ruído constante de uma turbina de voo tornou-se mil vezes mais alto por causa da acústica em volta deles.

— "Steve, cuidado!" – o grito de Clint ecoou novamente, mas sem tempo de alcançar os ouvidos de Rogers, pois um legionário enfurecido bateu contra o cabo que se rompeu num estalido sinistro. Puxado pela gravidade, a grande caixa de metal, cujos freios de emergência foram destroçados pela máquina na primeira investida, despencou de uma só vez, levando Bruce consigo.

*****

— "Como não ficar estressada? Além de estarmos presos num loop temporal irritante que envolve um robô assassino, tenho de lidar com a estupidez de um nerd de 40 anos de idade!" – Natasha resmungou. – "Acabei de ser promovida na sua escala de dor."

— "Quanto?" – a doutora perguntou.

— "Sete." – ela disse. – "Mas ainda não estou interessada em drogas."

— "Tem certeza? Está começando a suar." – Helen notou.

— "Nada que eu já não tenha enfrentado antes... Sabe, certa vez, Barton e eu fomos enviados a Budapeste e..." – Um barulho estranho vindo do corredor externo invadiu o quarto, fazendo-a esquecer do ferimento e da história que contava enquanto corria em direção à porta.

— "Banner, é você?" – Cho gritou.

— "Silêncio!" – Natasha a repreendeu. - "Esconda-se naquele armário, rápido!"

—  "Não deveria estar forçando seu corpo assim, agente Romanoff!"

— "Se esconda!" – ela sussurrou, ouvindo a aproximação de alguém pelo corredor.

— "Natasha?" – a voz de Hill soou do outro lado. - "Natasha?"

— "Romeo, Hotel, Charles, Bravo." – a ruiva disse.

— "November, Mike, Papa, Charles." – Maria respondeu.

Natasha abriu a porta.

— "O código secreto do Coulson? É sério? Não reconhece mais a minha voz? Foi atingida na barriga, não no cérebro." – Hill gracejou.

— "Muito engraçado." – ela fechou a porta depois que Maria entrou. - "Podia ser uma das marionetes do Ultron tentando me passar a perna."

— "Faz sentido. Quem está no armário?" – Hill perguntou.

— "Dra. Cho." – Romanoff sentou-se com certa urgência por conta da dor de ter se movido tão freneticamente.

— "Como sabia que tinha alguém na sala, especificamente no armário?" – Helen saiu cheia de surpresa.

— "A manga do seu jaleco ficou para o lado de fora." – Hill explicou. – "Onde está o Rogers? Aliás, onde estão Rogers, Clint e Banner?"

— "Foram levar o Gavião para fazer um exame lá embaixo." – Natasha disse. – "Já deveriam ter retornado."

— "Eu estava em campo alinhando uma equipe de vigias ao redor da mata quando ouvi Rogers tentando contato pelo rádio. Não consegui responder, então vim até aqui para encontrá-lo."

— "Vamos tentar novamente." – Romanoff estava pálida e sua voz soava com uma dificuldade sutil.

— "Tudo bem." – Maria pôs a arma de volta no coldre e pegou o rádio. –  "Mas deixe isso comigo. Sente-se e descanse. Sua cara não está das melhores... Agente Hill na escuta, Capitão. Alguém na escuta?"

— "Hill? Na...escuta?" — a transmissão soou defeituosa.

— "Clint?"— ela respondeu. - "O rádio está falhando! Qual a sua posição?"

— "Um legionário...colidiu com…o...elevador principal da ala...médica."

— "Como é possível? O poço do elevador é lacrado no topo. Onde estão os outros?"

— "Pelo menos deveria…ser, não é?" — Gavião disse. – "Saímos pelo teto... Mas...o desgraçado enlatado voltou e..."

—  "Banner? Banner?" — a voz do Capitão continha desespero e horror. – "Precisamos de ajuda aqui!"

— "Barton, o que houve aí?" – Hill perguntou.

— "É o Bruce." — um mau pressentimento atravessou o peito de Natasha. – "Acho que está morto."


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês em um minuto.



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