Aluno B escrita por Artuts


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Faz um tempo que eu não posto.
Esse capítulo demorou um pouco pra ser feito.
Na verdade eu tava pensando em abandonar mas eu mudei de ideia depois de um sermão de uma amiga minha (Starsky) que me convenceu a continuar escrevendo essa estória.
Enfim...
Aproveite o capítulo



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"Tá certo, eu lembro disso", disse enquanto andava de um lado pro outro da sala meio nervoso meio curioso, "Eu lembro da gente indo pro bar... e que a gente foi jogar alguma coisa ou algo assim"

"Sim sim, eu vou chegar lá..." falou Jeff como quem acabasse de lembrar um piada muito engraçada.


...

Estávamos a caminho do bar do Bernie.

Jeff ia dirigindo, Rob no banco do carona, e eu ia atrás com o Carlos, meio nervoso. Eu não sou muito fã de estranhos e, por mais que o Rob dissesse que ele era inofensivo, o cara continuava sendo um traficante de drogas. Então, eu tentei ficar a uma distância segura, mesmo com Rob mandando olhares julgadores pelo retrovisor.

Carlos passou o caminho inteiro reclamando de uns caras que deviam dinheiro pra ele, e, apesar de tentar bancar o durão, Rob sempre baixava a bola dele zoando com a sua cara.

"Ok! Chegamos. Bar do Bernie" disse Rob, enquanto Jeff estacionava.

Pelo que eu via da fachada, era um bar como qualquer outro bar que eu tivesse visto a fachada. Um letreiro simples com o nome do bar "Bernie's" e um segurança na porta.

"Identidades" pediu o segurança com cara de poucos amigos no instante em que a gente se aproximou.

Entreguei minha nova identidade. Se alguém olhasse pra minha cara, iria saber na hora que a identidade era falsificada, tava olhando como quem tava tentando mentir pra um detector de mentiras. O segurança começou a me encarar, fazendo-me começar a suar.

"Ei, Carlos! As tuas falsificações tão ficando boas, hermano" falou o segurança.

"Como assim ficando boas, Tico?! Elas sempre foram boas!" respondeu Carlos, rindo.

"Tá bom. E aqueles ingressos pro jogo que você ficou de me arranjar?"

"A gente fala sobre isso depois, cara, eu vou arranjar eles pra você, relaxa..."

"Tá certo então" disse Tico abrindo a porta, "Entrem ai, chicos".

Eu não fui a muitos bares na minha vida... tá bom, eu nunca tinha entrado em um bar antes, mas aquele não era muito diferente do que eu achava que seria. Era bem iluminado, tinha uma música legal tocando (Teenagers - My Chemical Romance), algumas mesas espalhadas, o balcão com uma concentração de pessoas maior que o resto do bar, como de se esperar, e uma quantidade inesperada de jogos, tipo sinuca, dardos e dois ou três jogos de fliperama.

"Ok, garotos, eu vejo vocês por aí" disse Carlos, "Agora eu vou cuidar dos meus negócios... e beber. Não necessariamente nessa ordem..."

Sentamos em uma mesa, e eu ainda estava nervoso de estar ali. O que é mais do que normal, lugares como esse me deixam meio desconfortável.

"Oi, bem vindos ao Bernie's. Vocês vão querer pedir alguma coisa?"

A garçonete parecia ter brotado do nada, me deu um susto. Ela parecia ser uma daquelas pessoas que te irritam de tão alegres que elas são, e tenho quase certeza que aqueles bracinhos já devem ter derrubado muitas bandejas, mas enfim isso não vem ao caso.

"Humm... vocês tão com fome?" Perguntou Rob.

Eu e o Jeff balançamos a cabeça negativamente.

"OK, humm... Nós vamos querer 3 shots de tequila, por favor"

"Tá, só isso? Eu trago num minuto" e ela foi embora.

"E ai, Bran?" perguntou Jeff "Tá se sentindo bem?"

"Não muito"

"Relaxa, daqui a pouco você vai se sentir bem melhor" disse Rob com um sorriso sádico.

"Aqui estão" a garçonete chegou, colocou 3 copos pequenos na mesa com 3 pedaços de limão e um saleiro.

...

"Ok, acho que essa é a última coisa que eu me lembro claramente... O quanto vocês me fizeram beber naquele bar?"

"Pra falar a verdade, não foi muito" disse Jeff, "Será que dá pra você sentar?! Tá me deixando louco andando de um lado pro outro assim."

"Tá certo…” sentei-me de braços cruzados. “E aí? O que aconteceu?"


...

Quero falar uma coisa sobre álcool.

Bebidas alcoólicas são uma droga, tem um gosto ruim, te deixam com bafo, te deixam com vontade de mijar toda hora e, dependendo da quantidade, te fazem vomitar e no outro dia fazem você se sentir derrotado e com uma baita dor de cabeça. Falhei miseravelmente em tentar descobrir o porquê de as pessoas beberem, talvez pra ter uma desculpa pra se comportar como um palhaço ou coisas do tipo, ou só pra parecer legal na frente dos amigos, e com isso na cabeça eu nunca quis beber... mas eu sabia que alguma hora ia acabar acontecendo...

"OK Bran, finalmente chegou o dia de eu descobrir como você fica quando bebe ahaha" disse Rob com a sua risada mais maligna. Que completo babaca. "Uma dose pra cada um. Aqui toma."

"Eu tô dirigindo então, como meu melhor amigo, você vai ter que beber por dois hoje, Bran" disse Jeff que provavelmente estava tão curioso quanto o Rob.

"Droga, por que sempre decidem essas coisas por mim? Eu não quero beber, vocês sabem o que eu penso disso".

"É Bran, eu sei, e é exatamente por isso que você DEVE beber. Vamos lá cara, você precisa de experiências de vida" disse Rob, empurrando um copo e um pedaço de limão pra mim.

Fiquei olhando pra aquele pequeno copo de tequila como se ele fosse falar alguma coisa por um longo momento antes de berrar:"Que se dane!" peguei o copo e entornei. E tive a pior sensação do mundo. Foi como se eu tivesse bebendo água fervente ou coisa do tipo, a tequila saiu queimando tudo que tinha dentro de mim. Engasguei e tossi.

"Mas que droga é essa cof cof cof, parece que eu to bebendo mijo de dragão ou sei lá..."

"HAHAHAHA calma cara isso é normal, mas você bebeu errado" disse Rob, ele e o Jeff pareciam sabiam que isso ia acontecer e pareciam estar se divertindo bastante, depois ele colocou um pouco de sal na mão, "Você tem que lamber sal antes, e depois que beber você chupa um limão"

"E você me fala só agora!"

O sal e o limão não melhoraram muito o gosto da tequila, mas, depois de duas doses, eu fiquei bem tonto. Não tenho muita certeza mas acho que duas doses de tequila já são o suficiente pra deixar alguém assim, mas é claro que eu não ia parar por ai...

Pelo que o Jeff me contou, nós nos divertimos bastante naquele bar.Ficamos revezando entre jogar os jogos e beber mais. Como eu estava bebendo por dois, então ao dizer “beber mais” eu quero dizer beeem mais. Fizeram com que eu experimentasse a maior quantidade de bebidas que o dinheiro que a gente tinha permitiu. Bebemos, cantamos, brigamos (na verdade, só o Rob tentou puxar uma briga só porque um cara esbarrou nele, mas foi de brincadeira, ele se desculpou depois). Como um viking diria: orgulhamos nossos ancestrais.

E eu acabei chamando atenção de mais da metade das pessoas quando quebrei o recorde da maquina de Taiko, fiquei surpreso por ter um desses lá, achava que só eu (e um bando de japoneses) sabia sobre esse jogo.

"Cara, você mandou bem naquele jogo dos tambores" disse Jeff surpreso, "Onde você aprendeu aquilo?"

"Longa história" disse rindo, "Vamos lá, qual o próximo jogo?!"

Segundo as minhas memórias meio falhas e pelo que o Jeff me disse o plano original daquela noite era ir ao bar e depois voltar pra casa dele, mas as coisas saíram um pouco de controle...

A noite estava indo bem, estávamos nos divertindo, e eu deixei de ser a minha versão ansiosa, deprimida e introvertida e fiquei um pouco mais conversativo por assim dizer. E como disse antes, eu não ENTENDIA o porquê de as pessoas beberem, mas, quando se está bêbado, certas coisas fazem mais sentido que outras.
Só que tudo que é bom dura pouco, e, claro, as coisas tavam indo bem demais...

"E ai, vocês querem jogar o quê agora?" falei isso quase aos gritos

"Bran, não precisa gritar, a gente tá do seu lado" reclamou Rob, "Dardos, vamos jogar dardos!"

"Nada mais divertido que dois caras bêbados armados com dardos" ironizou Jeff, "Vamos nessa!"

Fomos jogar dardos - por sorte, não acertamos ninguém -, mas acabou acontecendo algo pior: Encontramos o Carlos de novo. Ele não veio falar com a gente, e descobrimos rapidamente que negócios ele foi resolver no bar.

Ele passou pela gente e foi em direção há um grupo a alguns metros de nós, perto o suficiente pra ouvir um pouco da conversa deles. Jeff ficou prestando atenção, ele meio que sentiu que dali não vinha boa coisa.

"Carlos! Mi Hermano!" disse um cara mais velho, acho que perto dos trinta, sentado a uma mesa junto de outras pessoas que pareciam ser seus amigos. "Venha aqui, junte-se a nós!"

"Ramon, você tem muita coragem de me chamar aqui como se não tivesse acontecido nada." disse Carlos com raiva.

"Do que você tá falando cara?"

"CADÊ O MEU DINHEIRO, SEU IDIOTA?!"

 

"Acho que tá rolando alguma confusão ali", disse Jeff pro Rob, "O seu amigo tá meio irritado."

"Carlos irritado? O cara não consegue agredir nem uma mosca" disse Rob.

"Você se preocupa demais, Jeff" falei (ou melhor o álcool falou), "Você se preocupa demais" e arremessei um dardo que acertou em cheio a parede do lado do alvo.

"Olha quem fala! O senhor ansiedade hahaha" ironizou Rob.

"Não hoje" disse.

 

Apesar de estarmos nos divertindo, a alguns metros de nós a situação estava bem tensa.

"Dinheiro?! Que dinheiro?!" disse Ramon nervoso.

"O dinheiro das drogas que eu te forneci, seu viciado de merda!"

"Calma, cara... A gente pode chegar em um acordo..."

"A GENTE JÁ FEZ UM ACORDO IDIOTA! Eu adiei a data de pagamento o máximo que eu pude, mas a minha compaixão tem limite..."

Carlos puxou uma pistola de trás da calça, estava escondida pelo casaco que ele usava.

Todos que estavam por perto viram e ficaram paralisados de medo, tirando o grupo de idiotas bêbados que tava distraído jogando dardos, ah espera, esse eram meus amigos e eu.

"Relaxe, hermano. Podemos resolver isso de outra forma..." gaguejou Ramon, levantando-se. Ele estava tremendo dos pés a cabeça.

"Ai ai, Ramon... Como diria Pablo escobar..." disse Carlos, engatilhando a arma "Plata o plomo?"
"Vamo conversar..."

 

BANG!

 

Um tiro, seguido de um grito ensurdecedor macaram o fim da diversão e o começo de um pandemônio.
E então, um segundo tiro...

 

"Caralho! O que foi isso?!" disse Rob depois de ouvir o primeiro.
"Seu amigo não é tão inofensivo assim!" gritou Jeff, "Vamo dar o fora!"

Saímos correndo do bar, mas é claro que todo mundo teve a mesma ideia, foi uma confusão. Conseguimos fugir e chegar no carro o mais rápido possível. Jeff deu a partida e observamos o Bernie’s sumir na janela à medida que nos distanciávamos.

"QUE MERDA DE AMIZADE É ESSA QUE TU ARRANJOU?!" Berrou Jeff para o Rob, no banco do passageiro.

"PUTA QUE PARIU, JEFF! NÃO GRITA COMIGO!" Rob parecia bem assustado, "Eu nunca imaginei que ele poderia dar um tiro em alguém! A culpa não é minha, droga!"

"Porra, Rob! Alguém pode ter morrido!" Jeff não estava irritado com Rob, ele só estava assustado. Tanto que não viu que que tinha um cara distraído passando na frente do carro...

"JEFF! CUIDADO!" gritei do banco de trás.
Mas foi tarde demais. Jeff acabou acertando o cara, parando o carro em um freada brusca após o baque.

"É, acho que alguém pode ter morrido..." disse Rob.


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Notas finais do capítulo

E então o que achou?
Espero que tenha gostado.
Me diga ai nos comentário o que você achou e se tiver alguma crítica sinta-se a vontade
sejam gentis nos comentários ^^
Até a próxima.



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