Carry on escrita por roux


Capítulo 1
Focus Enterprises Holdings, Inc




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Mitchel Bergmann sempre foi louco para trabalhar na Focus Enterprises Holdings, Inc. Talvez fosse um verdadeiro sonho, ele apenas queria mostrar para todos que duvidaram dele que era capaz. Queria provar a si mesmo que era capaz de tudo. Ele queria esquecer seu passado de derrotas e começar uma vida nova mostrando que poderia ser o melhor consultor de moda que o mundo já viu.

Mitchel chegou na hora marcada, nem um minuto a mais e nenhum a menos. O prédio em que a empresa se localizava era lindo, desde pequeno ele namorava aquele edifício quando passava em frente com sua mãe. Era aconchegante de uma maneira moderna e visualmente bonita. Ele sorriu para si mesmo ao sair do elevador e caminhou direto ao balcão de atendimento. Ele estava impecável, o terno de alfaiataria tinha um corte perfeito para sua medida. Os cabelos bem alinhados, o sorriso de poder não saia de sua boca. Ele encostou-se ao balcão e pigarreou para que uma moça loira que lixava as unhas o notasse.

― Olá, boa tarde. Em que posso ajuda-lo? ― A moça loira perguntou sorridente e educada.

Era uma garota ainda, não aparentava ter mais de vinte anos. Era muito jovem, mas nada bonita. Aparentemente Mitchel tirou sua prova de que nem todas as secretárias eram bonitas e gostosas. Essa pelo menos não é, pensou Mitchel com um leve sorriso de deboche no rosto. A moça tinha olhos grandes e claros cheios de maquiagem, usava óculos fundo de garrafa, e tinha algumas manchas de espinhas nas bochechas. Mitchel não pode deixar de se contorcer ao ver o aparelho dentário colorido nos dentes dela. Ela sorria de forma encantadora, mas isso realmente não funcionava muito bem. Mitchel se perguntou o tempo todo se aquilo era uma piada interna, colocar a mulher feia no atendimento de uma revista cheia de mulher lindas.

― Eu tenho uma entrevista marcada para as treze horas com o Sr. Bellucce! ― Mitchel disse sério e sem retribuir o sorriso para a menina. Não queria demonstrar muita simpatia para aquela menina. Não sabia o motivo, talvez fosse preconceito.

― Qual seu nome? ― Ela perguntou de forma calma, nunca tirava o sorriso simpático dos lábios.

― Mitchel Bergmann. ― Ele disse com sua voz calma e bonita. O rapaz não tinha a voz grave como muitos homens, mas ainda assim sua voz era charmosa, rouca na medida certa, e totalmente forte. Ele demonstrava todo o seu poder com sua voz.

― Está bem senhor, Bergmann. Espere só um minuto. ― A moça disse calma. E então pegou o telefone. Não levou muito tempo falando ao telefone, estava só avisando ao seu chefe que o consultor tinha chegado. Sorriu de volta para Mitchel e colocou o telefone no gancho. ― O senhor, Belluce vai atendê-lo agora. Siga-me, por favor!

Mitchel olhou para a moça que levantou. Ao sair do balcão tudo ficou pior. Estava com uma roupa totalmente antiquada para uma secretária de uma empresa como aquela. Ele tinha uma certeza. Se entrasse para a empresa, se não, pensou ele. Quando entrasse para a empresa, a primeira coisa que iria fazer era arrumar as vestimentas daquela pobre moça. Ele sorriu pra ela pela primeira vez, com pena, então a seguiu.

Os dois caminhavam devagar por um corredor, havia várias portas de vidros que davam para salas, eram ali que os funcionários faziam seu trabalho. Ele se perguntou qual seria a dele. Os colunistas, os fotógrafos, todos envolvidos num lançamento de uma revista deveriam ter suas salas. Ele sentiu seu coração começar a acelerar e o nervoso bater. Mas que merda! Pensou ele. Essa era a chance da sua vida, o emprego que ele estava em busca há anos. Não poderia cometer nenhum deslize. Era sua oportunidade. Eu posso, eu consigo. Não existe ninguém melhor que eu! Pensou ele e sorriu confiante novamente.

A secretária bateu na porta do chefe, ela sperou exatos seis segundos e abriu a mesma para Mitchel.

― O senhor Bergmann  ― Ela disse com a voz clara, apresentando Mitchel para o chefe que estava lá dentro, e então se virou para dar espaço para que o homem passar, ainda disse baixinho. ― Boa sorte!

Mitchel então sorriu sincero pela primeira vez para aquela moça desengonçada.

Ele então entrou na sala e ouviu a porta ser fechada atrás de si. Realmente ficou abismado, a sala era gigante com grandes vidraças. Dali ele podia ver toda a cidade. Será que um dia teria uma sala tão boa quanto aquela? Ele teria! Então olhou na direção da mesa. O CEO da Focus Enterprises Holdings, Inc. estava com sua cadeira virada de costas para a direção em que o rapaz se encontrava.

― Sente-se, senhor... ― O homem por trás da cadeira deu uma pausa enquanto parecia estar lendo algo. ― Bergmann.

Mitchel sentiu os pelos dos seus braços arrepiarem, a voz máscula e forte do homem o havia deixado desnorteado. Quase se perdeu no real motivo que o tinha levado ali. Mas rapidamente se tocou no que precisava fazer e então se sentou em uma cadeira e ficou em silêncio. Era o momento de aguardar? Ele não sabia, mas não queria cometer erros.

― Então? ― Perguntou o homem com sua voz bonita e forte.

― É, desculpe? ― Mitchel se sentiu sem graça por não entender a pergunta. Estava começando mal, muito mal.

― O que o trouxe até aqui? ― O chefe foi mais especifico agora, porém ele ainda continuou sem entender.

O que estava acontecendo? Era a voz que estava tirando sua concentração? Ele mordeu a língua.

― Não entendi senhor! ― Mitchel disse sério quase em um sussurro.

― Está bem, eu serei mais direto. Por que você acha que merece a vaga? ― O homem perguntou.

Ele suspirou aliviado, tinha ensaiado essa.

― Bom, eu tenho todas as qualificações pedidas para o preenchimento da vaga, e até algumas que não são pedidas. Meu maior diferencial são meus anos trabalhando fora, morei por dois anos na Inglaterra, e ganhei muita experiência em revistas de moda publicadas lá. Falo inglês e francês fluentemente. E...

Mitchel não conseguiu terminar sua frase foi cortado pelo outro homem.

― Não preciso saber suas qualidades, ou o tamanho do seu pinto, ou pior, quantas vezes você da o cu durante a semana, garoto menina. ― O homem disse com peso em sua voz e depois riu.

Mitchel sentiu seu coração gelar, não tinha palavras. Que brincadeira de mau gosto era aquela? A última vez que tinha ouvido esse “apelido” tinha sido no último dia de aula do terceiro colegial.

O homem continuou rindo.

― A vaga é sua, garoto menina. Está contratado. E prazer eu sou. ― O homem então virou sua cadeira encarando Mitchel. ― Vincent Belluce.

Mitchel sentiu seu mundo desabar. Os seus sonhos irem pelo ralo, e a vontade foi sair correndo daquela sala e nunca mais voltar. O que parecia bom, nesse momento se mostrava o pior pesadelo se sua vida. Não podia acreditar no que estava vendo. Ele engoliu em seco e ficou olhando para o homem antes de conseguir dizer uma palavra.

Vince? ― Ele falou baixo deixando seu nojo exposto em sua voz.

― Eu mesmo, “Senhor! Bergmann” ― Vincent disse com uma ironia exagerada em sua voz bonita.


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