O fantástico mundo de Eldarya escrita por Tsukikage Yuri


Capítulo 4
Capítulo 4- Uma missãozinha aí


Notas iniciais do capítulo

Então, antes de tudo queria pedir desculpas (e que não me linchem) pela demora. Como disse antes, estou muito ocupada recentemente com o trabalho e agora estarei ainda mais pois começarei a faculdade semana que vem. Mesmo assim, volto a repetir que essa porra não vai acabar de jeito nenhum. Entenderam? Pode demorar anos, décadas, séculos, mas vai sair capítulo novo! Só espero que estejam vivos até lá para ler. Enfim, boa leitura e até loguinho ♥



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Eu já estava puta por não saber quem era Faeli-sei-lá-que-porra, agora havia piorado pela qualidade maravilhosa do meu quarto. Caralho, era um verdadeiro quarto de hotel, suíte cinco estrelas. Olhei ao redor, dando algumas risadas sem ainda acreditar.

— Mano, isso vai dar um trabalho da porra pra reformar. Quero nem saber, vou reclamar é agora!_ saí em disparada, direto para a Sala do Cristal._ Caralho, ela não está aqui pra variar... Vou rodar essa porra inteirinha até achar essa puta._ ao sair da Sala, encontrei a Ykhar.
— Ei, o que você estava fazendo na Sala do Cristal?
— Fui roubar uns pedacinhos pra vender, trocar por umas moedas que o negócio tá foda._ a coelha me olhou assustada._ Calma moça, tava procurando a Miiko. Sabe onde ela está?
— Sim, ela acabou de sair.
— Quero saber pra onde ela foi, porra.
— Por que você quer vê-la?
— Assunto meu!_ ela me olhou, surpresa. Achei que poderia pedir-lhe ajuda mais tarde então acabei dizendo._ Vou fazer o maior barraco.
— Barraco? De que tipo?
— Aqueles bem escandalosos, com muita morte e sangue. O meu quarto é péssimo, se é que aquela porra pode ser chamada disso.
— Não deve ser tão ruim assim.
— Então tenta dormir em uma cama sem colchão.
— Você está exagerando...
— Vai tomar no cu, Ykhar. Se não acredita, é só ir lá ver.
— Eu quero ver sim!

Nós duas acabamos voltando para a minha "cela atualizada". Ykhar olhou ao redor sem acreditar.

— É verdade que, bem... ele é...
— Péssimo.
— Eu confesso que não poderia dar uma descrição melhor. Agora eu entendo porque você precisa falar com a Miiko. Infelizmente, mesmo se eu conseguir marcar uma audiência com ela...
— Quê? Audiência? Não preciso disso não, entro na caralha da Sala e faço o maior escândalo.
— Eu não acho que ela terá tempo disponível para atendê-la a toda hora.
— Ah, pode ter certeza que ela vai arrumar algum.
— Boa sorte._ a coelha me disse, sorrindo.

Depois disso, eu fiquei rodando aquela droga até decidir entrar no laboratório de alquimia. Surpreendentemente, a himedere estava lá.

— Uau, que surpresa._ olhei para ela, fingindo animação.
— Sabe, Leiftan, eu estou perplexa com toda essa história._ a kitsune nem me deu atenção.
— Nosa, moçan. '-'
— Eu também. Quem poderia imaginar que isso fosse possível?_ o loiro se pronunciou.
— Eu... Oh, temos companhia. O que você quer, Acsa?
— Desculpem interromper o shipp, mas quero um colchão.
— Você queria um quarto, não? O Jamon não tem colchão e ele dorme muito bem... Além do mais, nunca é demais lembrar que eu aceitei a sua presença aqui, mas não sou obrigada a cuidar de você.
— Escuta aqui, queridinha. Primeiramente, eu nunca pedi pra ficar aqui e não me importa se você aceita minha presença ou não. Segundamente, eu não sou um javali com pernas.
— Isso não importa. Agora saia, estamos discutindo algo importante._ ela fez um gesto com a mão, como se mandasse um cachorro ir pro cantinho.
— Claro, aposto que estavam escolhendo o lençol da cama de casal para hoje a noite. Enquanto a pobre jovem aqui nem tem um colchão..._ eu disse, saindo logo depois e resmungando alguns palavrões.

Ao sair do laboratório, fiquei parada por alguns minutos falando comigo mesma na sala das portas.

— Tá uma putaria já, tô curtindo mais não. Vou roubar o colchão de alguém._ e no mesmo instante, tive uma ideia esplêndida._ Ou dormir junto com alguém..._ sorri maliciosamente.
— Dormir com quem?_ uma figura loira surgiu atrás de mim.
— Porra! Já basta o Valkyon! Você também não, Leiftan! Então, já decidiram o lençol para essa noite?
— Que lençol?_ o loiro me olhou confuso.
— Esquece._ suspirei.
— Então, vai dormir com quem?
— Acho que isso é meio pessoal, né? Mas essa é a minha maneira de resolver o problema do colchão. Apesar de que agora não é mais...
— Hum... Não desanime.
— Não estou desanimada, muito pelo contrário. '-'
— Se eu fosse você, não falaria com a Miiko sozinha._ ele colocou a mão no meu ombro.
— Tira essa mão que o meu corpo já tem dono._ eu o olhei, esperando que tirasse.
— Ela vai ter mais dificuldade em recusar o seu pedido vendo que você não está sozinha.
— Entendi, agora tira a mão.
— Bom, eu preciso ir, eu tenho coisas para fazer.
— Tá, leva a mão primeiro.

O loiro foi embora, enquanto eu pensava pra quem pediria ajuda primeiro.

— Quer saber? O primeiro que eu encontrar será o felizardo._ comecei a andar sem rumo. E adivinha quem achei?
— Então, você gostou do seu quarto?_ perguntou o moreno.
— Teria gostado muito mais se você estivesse nele._ sorri.
— Eu espero que eles tenham te dado uma cama confortável. Você vai precisar comprar lençóis de seda, eu não gosto de algodão... irrita a minha pele.
— Anotado. Mas eu vou precisar do colchão primeiro.
— Como assim?
— Simples, eu só tenho a cama.
— Com o colchão?
— Colchão? Isso é luxo.
— Você está querendo me dizer que a Miiko te deu um quarto com uma cama sem colchão?
— Exatamente. Acha que estou mentindo?
— Poderia, assim dormiria comigo._ ele sorriu maliciosamente.
— Não é mentira, mas podemos manter essa ideia.
— Eu imagino que você foi reclamar com a Miiko.
— Fui, mas a vagabunda nem ligou. Estava decidindo os lençóis de casal com o Leiftan. Pode me ajudar a convencê-la?
— Hum... Por que não? Você precisa ter um quarto melhor...
— Entendi..._ sorri em resposta e saí logo depois.

Agora precisava achar o platinado que brota em qualquer lugar e o elfo avatar maldito. E qualquer outro imbecil que pudesse me ajudar. E então...

— "Eita, é a Ykhar!"
— Você conseguiu ganhar outro quarto?
— Não, a desgraçada nem me ouviu.
— Eu confesso que já esperava esse resultado... Eu gosto da Miiko, mas... ela é cabeça dura. Você deveria pedir ajuda a vários membros da guarda reluzente para provar que é um direito seu.
— Bicha, tu é lacradora. Adorei. É exatamente isso que o Leiftan me falou.
— Ha ha, o Leiftan conhece bem a Miiko.
— É, formam um bom shipp.
— Um bom o quê?
— Esquece._ suspirei.
— Ele é muito prestativo e culto. Eu gosto muito de conversar com ele.
— Hm... seria um triângulo amoroso?
— Além disso, ele é bonito.
— Eita! A Miiko tem uma rival. Isso vai dar treta, adorei!
— O que foi? Você não acha ele bonito?
— Na verdade, só tem um carinha na minha mira e não é ele.
— Hum... Você não deve tê-lo encontrado muito. Nós estamos desviando um pouco do assunto principal, não?
— Sim, bastante na verdade.
— Sinto muito, eu falo demais.
— Liga não, gosto de gente assim. É divertido.
— Voltando ao assunto... Você quer que eu te ajude?
— Eu quero._ a coelha foi embora, sorridente._ Bem, deixa eu procurar os outros trouxas.

E acabei encontrando o avatar maldito.

— Hum, a senhorita parece bem irritada..._ falou o azulado, sorrindo.
— Ainda mais agora com um filho da puta na minha frente._ o olhei com raiva.
— Por quê?
— Você sabe muito bem que eu te odeio. Mas, também tem a história do quarto que a Miiko me deu.
— Que maldade! Não é nada simpático da parte dela te dar um quarto!
— ¬¬ Sua cota de piadas diárias já esgotou só com essa.
— Mas já?
— Pra você ver como foi horrível.
— Ai, ai... Qual é o problema do seu quarto?
— Ah, nada de mais. Só está sem colchão.
— Eu não sei o que eu tenho a ver com isso.
— Exatamente nada, mas você poderia deixar de ser um imprestável e me ajudar a conseguir outro. Ou por acaso você dormiria em uma cama sem colchão?
— Não vejo problema, eu tenho um monte de poções contra dor._ o azulado sorria.
— Se eu não conseguir um quarto por sua culpa, vou roubar todas as suas poções. TODAS. E se prepare para virar uma cobaia._ o azulado suspirou depois do que ouviu.
— Bom... Avise-me quando você for conversar com a Miiko.
— Tá.

Em busca de mais trouxas, encontrei o Master.

— Ah, Acsa, o que você está fazendo? Por que não está no seu quarto?_ perguntou o unicórnio.
— É um quarto ou uma prisão? Quero viver, ok?
— Ah? Como?
— Você entendeu. Além do mais, eu não tenho um colchão.
— Oh, não... Ela não faria uma coisa dessas.
— Então parece que você não conhece a nossa querida himedere filha da puta.
— Eu gosto da Miiko, mas...
— Chega, chega. Eu já entendi. Ela é muito cabeça dura e blá, blá, blá. A Ykhar já me disse isso. O que eu quero saber é se você vai me ajudar a convencê-la a me dar um quarto novo.
— Oh... bom... eu, e-eu... não sei... sabe...
— Cagão frouxo do caralho. ¬¬
— Bom, está bem...
— Finalmente.

Rodando mais vezes aquela droga, encontrei a escrota da A Geléia.

— Ei, olá!
— E aí, A Geléia.
— É Alajéa..._ disse meio sem graça.
— Foda-se.
— Então, você viu o seu quarto? Como ele é? Tem livros? Alimento? E...
— Você pode calar a porra da boca pra eu responder? Obrigada._ ela me olhou assustada._ Eu não tenho nem um colchão, imagine esses troços aí.
— Como assim?
— Tu é surda, caralho? Tô sem colchão.
— O QUÊ? Você não tem um colchão?
— Parece que descobriu como se usa os ouvidos.
— Não é nada gentil te deixar nessa situação...
— Miiko? Gentil? Fumou cogumelos?
— Você vai falar com a Miiko? Não é possível dormir assim!
— Quer deixar de ser inútil? Me ajuda a convencê-la a me dar um quarto novo.
— É uma ótima ideia. Conte comigo.
— "Eu fico com um quarto, ela deixa de ser uma ameba... Todo mundo ganha."_ saí sorrindo, em busca de mais trouxas. Estava caminhando perto do mercado quando ele finalmente brotou. Olhei para o lado, surpresa. Mas o platinado não falou nada.
— Você vai ficar me olhando sem dizer nada por quanto tempo?
— Droga, achei que finalmente havia perdido a voz!_ chutei o ar, decepcionada._ É o seguinte, a Miiko me deu um quarto sem colchão e agora tô montando um mutirão pra geral matar ela.
— Sabe, não é assim, dependendo da ajuda alheia, que você vai conseguir avançar.
— Foda-se, vai me ajudar ou não?
— Sim. É indispensável ter um colchão! Uma boa noite de sono é essencial. Você não pode errar na primeira missão que tiver que fazer.
— Então bora logo.

Pensando agora, se eu consegui reunir tudo isso de gente por um colchão... Se um dia eu quisesse fazer uma rebelião, ia ser do caralho hein. Enfim, com todos os trouxas malditos reunidos, fomos para a Sala do Cristal. Fui até a himedere, encarando-a com firmeza.

— É o seguinte, sua puta. Agora tu vai me dar um colchão ou é tiro geral pra tudo quanto é lado. Entendeu?
— O quê?! Ah, o colchão..._ ela me olhou com tédio.
— O quê? Tô falando sério, tu vai morrer.
— Ok, já imaginava que ela conseguiria convencer Ykhar, Kero e Alajéa. Mas... VOCÊS!_ ela olhou furiosa para os outros três trouxas._ Por que vocês resolveram ajudá-la?
— Eu não quero que ela roube minhas preciosas poções._ reclamou o azulado.
— Nós precisamos de uma recruta em boa forma._ respondeu o platinado.
— Ela quer roubar a minha cama..._ o moreno disse.
— Eu vou fazer de conta que não ouvi nada, Nevra._ a kitsune fechou os olhos, tentando se acalmar.
— Mas é verdade, Miiko. Só que com ele em cima da cama, é claro._ eu sorri._ Enfim, aquilo nem pode ser chamado de quarto._ cruzei os braços, entediada.
— Sinto muito, mas era o único quarto disponível... Por isso, eu proponho que você escolha um dos chefes de guarda para arrumar o seu quarto e deixá-lo como novo._ ela respondeu, sorrindo de uma forma meio assustadora.
— Como novo é?_ olhei para os três e perguntei só para ter certeza._ Posso escolher qualquer um deles?
— Sim, qualquer um._ olhei para o elfo azulado maldito enquanto sorria cinicamente para ele.
— Bom trabalho, Ezarel. Me chame quando estiver tudo acabado, ok?
— Como se ela tivesse outras coisas para fazer.
— Foda-se, vai logo arrumar aquela porra._ fiz um gesto com a mão dizendo para ele sair.
— Chegou a hora de trabalhar, meu caro._ disse a kitsune, enquanto o azulado resmungava coisas que eu não entendia. Os outros saíram logo depois._ O que você ainda está fazendo aqui?
— Tô esperando você sair pra poder roubar uns pedaços do Cristal.
— O QUÊ?!
— Tá, tá. Tchau._ saí da sala, imaginando para onde iria. Havia acabado o meu mutirão._ "Isso vai fazer falta, cara."_ pensei, limpando lágrimas imaginárias.

Mas todo esse momento sentimental durou pouco, já que encontrei a ESCROTA de novo. Ela "tentava" brincar com uns bichos estranhos.

— "Coitados, tá matando eles... Olha só, imploram por socorro."
— Você é muito fofinho, sabia? Se ao menos eu pudesse te adotar...
— "Vish, corre negada!"_ eu olhava aflita.
— Ai, Acsa, que susto!
— Quer um espelho emprestado?
— Não... Eu estou parecendo uma boba conversando com esse fofinho desse jeito.
— Não só parece._ ela continuou "tentando" fazer carinho no bicho._ "Meu Deus, alguém socorre esse coitado."_ Não é melhor deixar esse animal ir embora?
— Animal? Onde você está vendo um "animal" aqui?
— O que está de pé bem na minha frente. ¬¬
— Haha, ele é um mascote! Eu sempre esqueço que você vem de outro mundo. Eu ouvi dizer que eles parecem um pouco com os nossos mascotes, mas eu nunca vi um, a não ser nos livros da Ykhar.
— Cara, nem estou a tanto tempo assim aqui. Você tem um problema. Ninguém é normal aqui?
— Eu acho os mascotes normais.
— Estou falando das pessoas. Se é que você é uma pessoa, não sei.
— Os seus "animais" trazem qual tipo de tesouro?_ ela perguntou, meio debochada.
— Olha, o meu cachorro só traz ossos. Mas geralmente são dos corpos dos meus inimigos.
— Eles servem para quê? E como vocês pegam um? Tem de vários tipos?
— Cala a boca, porra! Meu cachorro é meu parceiro, eu o adotei. Tem vários animais, então só dá pra saber por livros.
— Entendo. Os animais são como os mascotes, mas menos evoluídos.
— Acho o meu cachorro mais evoluído que muita gente por aí com guelras.
— Mas qual o seu tipo de mascote preferido?
— O que seja fodão! Pica das galáxias, trevoso!
— Ah, por quê?
— Porque parecem comigo. u.u _ ela me olhou com indiferença._ Se gosta desses troços, por que não adota?
— A Miiko me proibiu.
— Oush, por quê?
— Eu não sei cuidar direito. Eu acabo perdendo ou deixando morrer de fome. A Miiko tem horror a isso, então ela prefere que eu fique bem longe deles. Uma vez eu quase matei um mascote do Valkyon.
— "Meu Deus, eu sabia. Vou chamar o mutirão pra evacuar esses pobres seres."_ eu a olhei assustada.
— Eu sou uma verdadeira catástrofe. Felizmente, todo mundo me deixa brincar com os mascotes, então eu fico com a impressão de que eles são meus também.
— Não conte comigo pra isso. O senpai pode ser inútil mas merece respeito.
— Já tentaram me ensinar a cuidar deles mas..._ ela deu um passo para trás antes de terminar a frase e pisou no pobre mascote com quem brincava minutos atrás. Eu a olhei, dando um passo para trás.
— Nem imagine o senpai, tá me entendendo?
— Está vendo?
— Tô, não sou cega. Você é um caso perdido.
— Bom, eu tenho que ir. Eu tenho uma missão importante para completar._ disse indo embora.
— Vish, já falhou.

Como estava sem nada para fazer, comecei a caminhar sem rumo novamente. E encontrei ele, o meu senpai. Nevra estava conversando com uma pessoa estranha.

— Hum, é verdade que ele está demorando bastante para voltar... Oh, Acsa, é você._ disse, se despedindo do cara ao lado e olhando para mim.
— Sim, eu mesma, meu bem. Do que falavam?
— Você é bem curiosa._ disse sorrindo.
— Não imagina o quanto._ sorri.
— Nós estávamos falando sobre alguém sem importância.
— Ah, muito específico você hein? Caralhooo._ bati palmas como uma retardada.
— Se tem alguém que você deveria se interessar, esse alguém sou eu!
— Desde o começo dessa droga que eu tô dando umas investidas, seu otário._ eu suspirei.
— Já estou vendo que o Ezarel conseguiu te influenciar.
— Não sou influenciável, digo a verdade mesmo. Tu é gato pra porra mas é otário.
— Aquele elfo é contagioso.
— Não se preocupe, daquele vírus eu não me infecto.
— Eu sou o chefe da Guarda._ eu o olhei confusa, mexendo as mãos para vários lados._ Os que possuem grandes ambições gostariam de estar no meu lugar.
— E quem seria?_ cruzei os braços.
— Eu não vou estragar a surpresa, você vai descobrir sozinha. Se quer saber, não é pretensão, mas um fato. Eu ocupo um cargo interessante.
— Até que tu tem razão, só tem um problema. Por que caralhos eu iria querer ser chefe de alguma coisa? Não consigo administrar nem a minha vida.
— Ainda bem._ ele sorriu e foi embora.
— Eu não acho isso bom, mas..._ dei de ombros e voltei a caminhar.

No corredor em frente a minha "cela atualizada", fui chamada por Ykhar. A coelha veio ofegante até mim.

— Acsa! Eu estava te procurando!
— Caralho amiga, você tá bem?_ a olhei surpresa.
— Sim, eu estava te procurando por todos os lados! Eu devo ter dado a volta no QG umas quinze vezes!
— Atleta olímpica de Eldarya.
— Não ria de mim, eu tenho pernas curtas...
— E mesmo assim corre pra porra, tu é destruidora mesmo.
— Pfff..._ ela começou a rir.
— Por que estava me procurando?
— Eu tenho uma missão para você. Bem, não chega a ser uma super missão, mas eu vi todo o processo com a Miiko e nós duas chegamos a conclusão de que você tem capacidade para cumpri-la. Eu confesso que estava insegura com a ideia de confiar em você para essa missão, mas a Miiko propôs que você não fosse sozinha. Então... Por isso que eu te procurei tanto. Ah, eu até encontrei o Kero. Ele me disse que falou sobre a Miiko com você, e sabe, ele tem razão. Bem, é raro nós concordarmos sobre um assunto, mas nesse caso, foi unanimidade. Bom, voltando a história da missão e do kappa... Eu pensei que...
— Espera. Para. Calma. Explica melhor essa porra aí.
— Eu vou tentar ser breve e direta. Preste bem atenção.
— Vou tentar, né?
— Nós recebemos a informação de que um jovem kappa está perdido na floresta. Precisamos encontrá-lo e trazê-lo até o QG. O objetivo é levá-lo o mais rápido possível para a cidade dele, pois a nossa boa relação com o povo kappa depende disso. Inclusive, se você nunca viu um kappa antes, não imagine que ele é fofinho. Eles são feios, perigosos e... fedorentos. Eu não sou muito de fazer esse tipo de comentário, mas...
— Ykhar, breve e direta lembra?
— Oh! Desculpe...
— De boas. Então, eu tenho que achar um kappa e trazer esse troço pra cá?
— Exatamente. Pelo menos, no começo. Mas como essa é a sua primeira missão, você pode pedir para um dos rapazes te acompanhar. Claro que não pode ser o mesmo que está renovando o seu quarto, ele já está bem ocupado e...
— Não se preocupe, já tenho um em mente._ eu disse sorrindo.
— Agora que você escolheu, só lhe resta pedir para ele.
— É. Vou lá agora.
— Eu espero que ele aceite. Boa sorte._ a coelha disse, logo depois indo embora.
— Ah, mas é claro que ele vai aceitar.

E eu nem tinha começado direito a minha busca quando ela me chamou de novo.

— Acsa!!
— Ai, meu Deus! O quê?! O que que aconteceu?!
— Eu esqueci de te dizer que a Miiko está te procurando.
— Aff, lá vem aquela puta. O que que ela quer?
— Ei, fique calma! Ela só quer te ver.
— Sei, acredito. ¬¬
— Ah, vá logo._ ela me empurrou até o corredor das guardas.
— Nossa, cara. Mó palhaçada isso._ bufei enquanto entrava na Sala do Cristal._ O que que tu quer comigo agora?
— Ah... é você._ ela nem esperou minha resposta sarcástica e me entregou uma pilha de roupas dobradas._ Vista isso para as suas futuras missões, você vai ficar mais à vontade do que vestida "com isso".
— Agradeço a intenção, mas minhas roupas são maravilhosas.
— De nada, é normal._ alguns segundos se passaram e eu ainda estava lá, pensando se haveria mais alguma coisa._ O que você ainda está fazendo aqui?
— Pensei que tinha mais um presente. Que pobreza, viu?
— Ei, Acsa. Boa sorte.
— Não preciso de sorte, sou fodona._ sorri, saindo da Sala do Cristal logo depois. E do lado de fora, estava uma Ykhar sorridente.
— Então, como foi?
— Um presente com insultos a minha moda, mas beleza.
— Viu que ela não é tão ruim assim?
— A maracugina dela fez efeito agora.
— Vá trocar de roupa, eu quero ver como você vai ficar!_ ela me puxou com força até um local onde pude me trocar.
— Tu é bem louca, né? Aff viu._ comecei a me trocar. No final, as roupas até que ficaram boas. Logo depois, eu saí._ Tá aí, agora vou indo para a missão. Vlw flw._ nem esperei ela falar e fui direto para a Sala das Portas. Logo depois, entrei na Forja e encontrei meu senpai._ Bem na hora. Acabei de receber minha primeira missão, mozão.
— E o que você tem que fazer?
— Te dar uns pegas. Mentira, tenho que achar um kappa ou sei lá o que na floresta.
— Na floresta...? Em qual lugar precisamente?
— Cara, a Ykhar não disse nada mais preciso.
— Você sabe ao menos o que é um kappa?
— Eu chuto que seja uma tartaruga fedorenta com gritos piores que os do Mery, com base nos spoilers que recebi antes de jogar.
— Boa sorte._ disse sorrindo, fazendo parecer que iria embora.
— Espera aí, querido. Você não quer me ajudar não?
— Eu não sei... Eu preciso pensar no assunto._ disse, indo embora logo depois.
— O que tem pra pensar? Nós dois, sozinhos em uma floresta... Cara, você tem problemas sérios!_ saí da sala dando passos fortes, indignada. Sem perceber, acabei encontrando Keroshana no corredor das guardas._ Keroshana, precisamos conversar seriamente._ eu o olhei séria.
— O q-que houve?_ perguntou assustado.
— É muito sério.
— O que foi?
— A Ykhar me deu uma missão.
— Ah, é verdade, ela me falou. Que susto... Eu pensei que você estava com problemas...
— E isso não é um problema? O que você acha então de o homem dos seus sonhos não querer te acompanhar na sua primeira missão?_ o unicórnio arqueou a sobrancelha, como se perguntasse se eu estava séria. Eu suspirei._ Olha, você não é o Nevra, mas poderia me acompanhar se eu não conseguir convencê-lo?
— Oh, eu sinto muito, mas não posso.
— Ah, puta que pariu, tá falando sério? Vai tomar no cu!
— Eu prometi a Ykhar passar o dia com ela para terminar... algo. E... Já tive que adiar várias vezes, mas ela precisa mesmo da minha ajuda.
— Aham, sei. Passar o dia com ela... ¬u¬
— N-não é isso que está pensando.
— Tranquilo, vai dar uns pega nela enquanto eu me fodo na missão.
— Boa sorte, eu tenho certeza de que você vai conseguir._ ele foi embora.
— Filho da puta._ saí mais nervosa do que antes, procurando pelo Nevra com os olhos queimando de raiva. Acabei o encontrando perto da minha "cela antiga".
— Aqui está você.
— Não, eu tô lá na puta que o pariu. O que que tu quer?_ perguntei sem paciência, cruzando os braços.
— Você ainda quer que eu te ajude a encontrar o kappa?
— Não, eu vou com o Ezarel. A propósito, deixo o meu quarto em suas mãos.
— É sério?!_ o moreno me olhou espantado. Eu suspirei.
— Vamo logo que eu tô perdendo a paciência já.
— Por que quer ir comigo?
— Porque sim, porra! Agora vamo logo!
— Deixa eu pensar um pouquinho mais._ ele disse, sorrindo.
— Ah, vai se foder, Nevra. Puta que pariu, velho.

Desci as eternas escadas que relembraram os meus pés da dor daquele dia e sem mais nem menos, Nevra apareceu diante de mim.

— Você anda treinando com o Valkyon ou o Leiftan? Enfim, já parou com a frescura?
— Talvez sim...
— Olha, quando eu te conheci não imaginava que era tão fresco. Para logo com essa porra.
— Eu te acompanharei dependendo do que me der em troca do serviço.
— Quer um buquê de flores com chocolates, mocinha? Eu não faço ideia do que você quer.
— Algo._ disse sorrindo.
— Oh! Meu Deus, temos uma criatura com um Q.I. elevadíssimo aqui!
— Eu vou te dizer no momento certo.
— Então você vai ou não vai? Caralho.
— Bom, está bem. Eu te acompanho até a floresta.
— Finalmente, mano! Não aguentava mais!

E assim, saímos em direção a floresta. Não estava muito empolgada em ir pra lá, mas... missão é missão, né?

— O que foi?_ indagou o moreno._ Você está com medo?
— Ah, lógico. Um Black Dog vai me pegar na floresta, socorro Keroshana._ falei com um ânimo contagiante.
— Nós temos uma missão para completar, avante!
— Nós um caralho, eu tenho. Quase que você não veio por frescura no cu.

Quando chegamos no início da floresta, próximo ao portão do QG, acabei me empolgando demais.

— VÃO TUDO TOMAR NO CU, SEUS FILHO DA PUTA! AAAAHHHH!!!!_ gritei.
— Pra que isso?_ o moreno perguntou, assustado.
— Tô irritada pra caralho ainda, não me provoca não!

Fomos um pouco mais para dentro da floresta, algumas áreas já eram conhecidas. Por exemplo, o lugar onde o carinha que me libertou me mostrou o pedaço de cristal.

— Ei! Você está me ouvindo?
— Que é?
— Eu estava te falando algo, você nunca me ouve mesmo!
— Vai querer começar uma DR quando nem entramos em um relacionamento ainda?! Quer falar disso justo pra mim que vivo querendo te dar uns pega e VOCÊ nunca me ouve?! Querido, me poupe, se poupe, nos poupe.
— Você está pensando em mim, então.
— Pra falar a verdade, nesse momento estou pensando no avatar inútil que está arrumando meu quarto. Espero que ele não espalhe venenos por lá.
— É só uma questão de tempo.
— Pra quê? Os venenos ou eu pensar em você? Espero que não seja os venenos.

Em alguns instantes depois, estávamos em uma área da floresta que eu não havia visto ainda.

— Eita porra, que é isso?_ olhei ao redor, assustada.
— Você não está há muito tempo, é normal...
— Esse lugar é normal? Se você diz... Mas eu já caminhei por aqui.
— Você esperou que eu estivesse ao seu lado para ir mais longe.
— Não, eu realmente poderia ter vindo sem você._ ele continuou caminhando, sem me dar ouvidos, dizendo que minha atitude nos fazia perder tempo._ "Estou começando a pensar seriamente se deveria ter escolhido o avatar maldito pra vir comigo."_ suspirei, seguindo-o.

E após vários minutos de caminhada, paramos por um tempo.

— Caralho, cadê esse kappa?
— Você recebeu mesmo uma missão?
— Por quê? Acha que estou mentindo?
— Não seria a primeira vez que alguém mente para ficar à sós comigo. Saiba que eu não gosto disso._ eu o olhei, sem acreditar.
— Cara, você é bonito mas não vale todo esse esforço. E não se preocupe, será a última vez que te chamo pra uma missão. Eu deveria ter mesmo escolhido o projeto de avatar._ continuei caminhando, resmungando alguns palavrões.

De repente, ouvimos um grito vindo de dentro da floresta. Parecia o Mery gritando em um alto falante, era horrível. Enquanto o Nevra pensava em correr, passei a sua frente e adentrei a floresta primeiro, procurando pela origem do som. Quando cheguei, encontrei uma enorme criatura com uma aura terrivelmente negra.

— Caralho. Que foda._ olhei, deslumbrada._ "Quero ele como mascote!"

Observando melhor, pude ver uma espécie de tartaruga aos berros. A criatura não conseguia se aproximar da tartaruga, talvez pelo FEDOR DA PORRA, PUTA QUE PARIU ERA MUITO FEDIDO! Ou pelos GRITOS 10x PIORES QUE OS DO MERY, CARALHO FIQUEI SURDA! Ou os dois também. O Nevra surgiu do meu lado, com uma expressão mais séria. Ele me puxou para trás de uma árvore.

— Opa, agora quer fazer as pazes?_ sorri maliciosamente, trocando por uma expressão mais séria ao vê-lo.
— É um Black Dog. Acsa, vá até o QG avisar todo mundo, eu cuido dele.
— É nada, é treta.
— O quê?_ perguntou, confuso.
— Eu não vou te deixar aqui sozinho. Tá certo que você fez muita besteira hoje, mas quem não faz?
— Isso não é brincadeira, Acsa.
— Eu não estou brincando._ respondi, olhando fixamente em seus olhos da forma mais séria possível.
— Hum... Está bem. Mas você precisa me ouvir. Você vai distraí-lo para que eu possa atacá-lo de surpresa.
— E se eu for atacada antes?
— Eu estarei lá para te proteger...
— "Hm, shoujo clichê..." ¬¬ Não deveria ser você quem distrai esse monstro?
— Você tem algo que eu não tenho.
— O Black Dog é macho?
— Estou falando do seu cheiro. ¬¬
— Meu cheiro? Desde quando você... Ah, safadinho. ¬u¬
— Tenho certeza de que esse bicho vai sentir o seu cheiro e que vai querer ir na sua direção.
— Também é certeza de que eu vou morrer hoje e a última imagem que vou ver é de um Black Dog.
— Se você estiver com dúvida, eu te deixo decidir, mas seja rápida!
— Ah, caralho, vou distrair o filho da puta ali.

Enquanto eu corria na direção do bicho louco, Nevra se dirigia para o Kappa. E o bicho tava vindo seco em cima de mim, tava loucão. Pensando na provável merda que aquilo iria dar, eu simplesmente gritei.

— Ó o bicho vindo, porra!

Rapidamente, Nevra veio na minha direção com o fedorento nos braços e lançou uma de suas facas no Dogão lá. Ele fugiu em seguida e eu o observei ir, enquanto respirava meio ofegante.

— Acsa, está tudo bem?
— Eu morri mas tô viva.
— Quê?_ ele me olhou, confuso.
— Seus planos são sempre tão merdas assim?
— Eu sinto muito._ desculpou-se fazendo cara de triste.
— Sente uma porra._ olhei para o kappa e suspirei.
— Venha, vamos embora._ disse, protegendo a tartaruga com seu cachecol._ Não se preocupe, ele é muito pesado para você.
— Eu não ia pegar mesmo, ele é todo seu._ eu respondi, andando na frente.
— Tsss. Mais uma missão completada perfeitamente pelo Nevra.
— UMA CARALHA! EU TAVA TAMBÉM, VIU?!
— Com a ajuda da Acsa..._ o moreno completou, sorrindo.
— Hunf, é bom mesmo. ¬¬

Começamos a caminhar pela floresta para chegar ao QG, quando Mery apareceu de repente.

— Ei!!! Acsa!_ o garoto vinha em minha direção e logo parou a alguns metros de distância._ Que cheiro é esse? Que fedor!_ eu olhei para o pirralho e em seguida para o kappa. Um sorriso se formou em meu rosto.
— Quer dizer que você não vai vir até aqui?
— Você deveria dar um banho nele. Ele deve estar muito sujo para feder tanto.
— Eu gosto do cheiro dele, você não?_ sem me responder, o pirralho foi embora._ Já adoro esse fedorento!_ sorri.

Continuamos nosso trajeto até o QG, dessa vez sem interrupções. Lá dentro, encontramos Ykhar. Ela nos olhou e deu alguns passos para trás.

— N-não se aproxime de mim! P-por favor, eu estou falando sério! Eu não aguento!
— Quê?_ eu a olhei, confusa.
— É mais forte do que eu, sinto muito..._ ela foi embora, lamentando.
— Povo mole da porra. ¬¬

Quando cheguei na Sala do Cristal, a himedere me olhou surpresa.

— Nevra? O que a Acsa está fazendo com você?
— Eu a acompanhei em uma missão.
— Como assim?
— A Ykhar me disse pra pedir ajuda pra um dos caras._ esclareci.
— Ah, ela pensou mesmo que eu iria te deixar sozinha na sua primeira vez?
— Olha, com ou sem ele, ia ser a mesma coisa.
— Vocês conseguiram encontrar o kappa. Que bom!_ ela disse, me ignorando.
— Sim! É maravilhoso, não? O fedor dele é melhor ainda, quer sentir?
— Sim, e não foi nada fácil._ o moreno respondeu a kitsune.
— "Como se você tivesse feito muita coisa além de reclamar." ¬¬
— O que aconteceu?
— Vimos um puta de um Black Dog. Ele tava querendo atacar o kappa, mas já sabe né? O fedor não deixou._ respondi.
— Verdade?
— Não, tô mentindo. É um dos meus hobbies.
— Pois é... O mundo não é mais o mesmo, não?_ o moreno se pronunciou.
— Adorei, mozão! É nóis!
— Eu não estou com paciência para o seu sarcasmo, Nevra._ a kitsune já estava se exaltando.
— '-' Foda-se.
— Acsa, eu preciso falar com ele sobre o Black Dog. Você poderia levar o kappa para a enfermaria e confirmar se está tudo bem com ele?
— Enfermaria? Tem isso aqui?_ perguntei, surpresa.
— Você não vai ter dificuldade para encontrar.
— Ajudou pra caralho. ¬¬_ saí da sala, meio sem paciência.

Realmente não foi difícil de encontrar. Fui para a Sala das Portas e logo na minha frente estava a enfermaria.

— Alguém nessa porra?_ perguntei já entrando. Logo uma mulher me recebeu, pegando o kappa nos braços e colocando-o na cama para examiná-lo. O fedorento não parava de olhar pra mim.
— Aaaah!_ ele fez um som.
— Eita, não me assusta assim caralho!
— Ah aah._ sorrindo.
— Você sabe que eu não tô entendendo nada, né?

A enfermeira acabou meio que me expulsando de lá, já que ele não ficava quieto. Decidi então conversar com a himedere pra acabar com essa porra. Chegando na Sala do Cristal, a kitsune me recebe já querendo algum favor.

— Acsa, você chegou em boa hora! Nós estávamos justamente falando sobre como levar o kappa de volta para a casa dele._ eu a olhei, esperando algo mais.
— E?
— Você vai levá-lo.
— Ah, puta que pariu! Cadê os direitos trabalhistas? Meu salário? Hein?
— Do que você está falando?_ a kitsune me perguntou, me olhando como se eu fosse doida. Suspirei.
— Esquece. E o assunto do Black Dog? Alguém pode me explicar?
— É uma criatura da noite, muito rara de se encontrar durante o dia. Também é um sinal de má sorte._ o unicórnio respondeu.
— Keroshana, você apareceu! Que saudades, nesse episódio nem apareceu direito!
— Hã?_ perguntou, confuso.
— Então, como eu levo o fedido pra casa dele?
— É muito simples._ o unicórnio se pronunciou.
— ..._ a kitsune cochichou no ouvido de Keroshana.
— O quê? Você vai explicar tudo isso pra ela?
— ...
— Mas... Como eu já tinha explicado tudo, eu pensei que... S-Sinto muito.
— Não tem problema. Continue._ a himedere finalmente falou.
— Vão me deixar de fora por quanto tempo mesmo?_ perguntei, me inclinando um pouco para ouvi-los.
— Mim explicar._ apareceu a porra do suíno.
— Da onde surgiu essa coisa?! O que que tá acontecendo, mano...
— Não! Eu irei fazer isso, é melhor._ Miiko se pronunciou.
— DECIDAM LOGO ESSA PORRA! QUE MERDA!
— Bom, como a Ykhar deve ter te contado..._ nesse momento, a coelha balançou a cabeça concordando._ ... Vamos ter que organizar um jeito de levar o kappa de volta para casa.
— Bora agora então.
— Ah, ah!
— Não é tão simples assim.
— Podem me mostrar a graça? Porque eu ainda não achei.
— Os kappas moram em outra região, além-mar.
— Ah, legal. Minha primeira viagem ao mar vai ser em um jogo de fantasia e romance. Beleza.
— Precisamos organizar os preparativos e isso vai levar alguns dias. Nós decidimos, então..._ a kitsune deu uma pausa.
— O quê? Fala logo, porra.
— Que você tomasse conta do kappa enquanto isso._ a coelha me disse, com um sorriso no rosto.
— Ah, claro. Qualquer problema eu entrego ele em suas mãos, Ykhar._ sorri.
— Por enquanto ele está descansando na enfermaria. Enquanto todos os exames não estiverem prontos, você vai ter que procurar algumas coisas.
— Lógico, eu só sirvo pra isso nessa merda mesmo._ bufei.
— Nós iremos te ajudar. Como não sabemos direito em que você é competente, nós iremos te dar alguns trabalhos simples._ explicou o unicórnio.
— Como lavar o chão, cozinhar, procurar bichos mais esquisitos que o Jamon..._ disse, imaginando.
— Você deveria estar agradecida com a nossa ajuda!_ gritou a descontrolada.
— Eu agradeceria de joelhos se recebesse pelo menos um salário mínimo! Você é muito miserável...
— Hm... Kero, você vai entregar para ela a lista dos objetos, ok? Ykhar, você vai procurar um barco e um local para ancorá-lo.
— Está bem! Eu vou ter que entrar em contanto com o nosso amigo?_ perguntou a coelha, sorrindo.
— Sim... Ele deve ter alguns bons contatos.

Todos se foram para cuidar de suas tristes vidas, ficando apenas eu e Keroshana.

— Bom... Não resta muita coisa para você fazer... Não pense que achamos que você seja inútil, mas não sabíamos qual tarefa você seria capaz de fazer.
— Tranquilo, eu não pensei. Sei que sou foda.
— Ainda bem!_ ele me entregou uma carta e uma lista. Novidade..._ Você vai ver que tem bastante coisa e muitas delas são vendidas no mesmo lugar. E os primeiros elementos da lista são alimentos. A carta feita pela Miiko é para ser entregue ao responsável da despensa, ele vai preparar tudo para o dia da viagem.
— E o restante?
— São vários objetos de orientação: bússola, mapa...
— E onde eu encontro essas porra?
— Normalmente no mercado. Eu espero que eles ainda tenham. E para terminar, o mais importante: você vai ter que procurar comida para o kappa. Eu acho que o Purreru pode te ajudar.
— Tá, vou procurar esses troço.
— Boa sorte, Acsa._ ele disse, sorrindo.
— Eu não preciso de sorte, sou fodona._ sorri, saindo logo depois. No corredor, fui interrompida pela Ykhar.
— Ei, Acsa! Espere por mim!
— Você não cansa de correr?
— Precisava te alcançar.
— Era só andar, cara. Não estávamos muito longe uma da outra.
— Eu já te disse que as minhas pernas são curtas.
— Mais um motivo pra vir andando.
— Demoraria demais.
— Puta que pariu._ bati a mão na testa._ O que você quer?
— Eu ouvi o Kero te aconselhando ir perguntar para o Purreru sobre o alimento do kappa.
— Hm, bisbilhoteira! Adoro! O que que tem isso?
— Ele não está no mercado. Ele está de folga hoje.
— Cu. E agora?
— Ele pode estar em qualquer lugar...
— Nossa, que específico. Obrigada, viu?
— Eu sinto muito.
— Isso não ajuda, vou ter que encontrá-lo mesmo assim._ comecei a caminhar, iniciando a minha busca implacável. Sim, tem um filme com esse nome mas só queria usar a palavra mesmo. E não demorei muito para achá-lo na biblioteca._ Purreru!
— O-olá... O que você está fazendo aqui?
— "É mais estranho você dentro da biblioteca do QG, mas quem sou eu pra questionar não é mesmo?" Estava te procurando. Sei que você tá relaxando na biblioteca, mas eu preciso muito da sua ajuda e dos seus poderes psíquicos sobre os mascotes.
— Eu não tenho p-poderes psíquicos...
— Eu sei, mas você é foda mesmo assim.
— Oh... O que eu p-posso fazer p-para te ajudar?_ perguntou sorrindo.
— Preciso comprar comida para um kappa.
— Eu não sei como ajudar... Não conheço muita coisa, mas vou tentar. Venha comigo, nós podemos encontrar algo no mercado.
— Beleza.

Fomos até o mercado do QG e procuramos por algumas informações sobre a alimentação do kappa. O Purreru pegou 3 alimentos que pareciam flores e legumes do meu mundo.

— Como o kappa é um espírito da água, eu imagino que ele deva se alimentar como um mascote. Eu escolhi alguns itens s-similares. Eu espero que ele goste. E-eu consegui negociar o preço...
— Eu falei que você é foda!
— O total do lote custa 125 maanas. Qual alimento você prefere?
— "Lá se vão meus maanas... não ganho nem uma moedinha com essa missão?"_ suspirei._ Eu quero essas porra aí que parecem pepinos.
— Pronto, aqui estão os kukumis aquosos._ eu paguei, com uma lágrima caindo de um dos olhos. Iria cobrar a Guarda.
— Valeu, Purreru! Aproveita a sua folga!

Voltei para o QG para realizar o restante das tarefas. Primeiro, fui para a despensa entregar a tal carta da Miiko. Ela estava vazia. Estava quase saindo quando uma voz saiu de algo parecido com uma geladeira.

— QUEM ESTÁ AÍ?
— ACSA, SENHOR!
— Acsa? Eu não sei quem é. Você é nova aqui?
— Sou. Onde você tá?
— Não é problema seu, garota!
— Nosa, que estresse..._ coloquei a mão no rosto, fingindo estar ofendida._ Onde está o responsável por esse chiqueiro?
— Ele não está aqui. O que você quer?
— Não é problema seu, otário!
— Eu não tenho tempo para isso! Eu estou cheio de trabalho!
— Ha, foda-se meu irmão.
— ENTÃO?! O que você quer?
— Dinheiro, fama, o Nevra... mas por agora, só quero entregar essa lista da himedere.
— A Miiko quer isso... A Miiko quer aquilo... Ela está começando a me cansar, a rainha das aborrecidas!
— Das putas, pode falar rainha das putas mesmo.
— E ela quer que eu faça o que mais? Um vestido novo? E por que não um quadro dela? Ou um centésimo mascote?
— Olha, eu vou deixar isso aqui enquanto você fica aí se queixando da sua vidinha pobre.
— Mas é claro! De qualquer maneira, eu só sirvo para isso mesmo, não é verdade?
— Não sei. Se você diz...
— Sei, até mais! Puxa-saco!
— "O indivíduo está louco nas drogas..."_ balancei a cabeça negativamente e saí em seguida.

Quando fui para a forja, comecei a ouvir passos atrás de mim.

— Se você pudesse fazer isso por mim, seria tããããão gentil._ disse o moreno.
— Mas eu tenho tanta coisa para fazer... Além disso, o Ezarel vai me cobrar..._ relutou a A geléia.
— Ele não vai saber de nada, eu te garanto.
— Nevra... Eu...
— "Que porra tá acontecendo aqui, afinal?"_ observei tudo, inquieta.
— Por favor, faça isso por mim.
— Bom, está bem._ a puta dos mares foi embora saltitando como um sapo.
— Será que eu vi direito mesmo essa caralha?
— Olá Acsa, o que você está fazendo aqui?
— Acho que servindo de ESPECTADORA DE UM SHOUJO MEQUETREFE!!
— Já está com ciúmes?
— Talvez, mas isso não vai fazer diferença mesmo. Já lhe aviso desde agora como agrado, aquela geléia ali é falsa.
— Você viu coisas interessantes?
— Minha intuição nunca falha, querido.
— Está bem, então não tem graça nenhuma.
— Não falei que era engraçado. Você quer rir vai pro circo. Ou estava querendo fazer fofoca?_ eu sorri cinicamente.
— Nada a ver... Não é nada disso. Além disso, o que você está fazendo aqui? Você não tem coisas para levar para a Miiko?
— Está preocupado com a minha missão agora? Então pode ser útil, eu não estou achando uma coisa.
— O que foi?
— Compraram a porra do último exemplar antes de mim.
— Ah, você não tem saída._ disse sorrindo.
— Você está muito parecido com o elfo maldito agora, melhor parar.
— Você não pensou em comprar na mão de quem adquiriu primeiro?
— E como eu vou achar uma pessoa num puta de um mundão desse?_ comecei a bater o pé no chão, esperando por uma resposta.
— É mesmo um problema. Eu vou te ajudar.
— Nossa, que cavalheiro. Muito obrigada.
— Eu estou de bom humor e sem fome. Aproveite!
— Tá né...
— Eu só preciso entregar isso aqui para o Kero, venha comigo.

Fomos até a biblioteca e o Nevra entregou um bolo de documentos. Voltamos até a tenda, o vendedor tentou me empurrar uma marmita. Cara, pra que eu iria querer uma marmita? Depois de muito esforço (torturas no vendedor), conseguimos descobrir quem tinha comprado a porra do exemplar. Era um garoto bem jovem... Tinha pensado no Mery mas ele não seria tão esperto. Ou burro, dependendo do ponto de vista. E de acordo com as informações, o fugitivo tinha ido na direção do Refúgio de Eel. No meio do caminho, encontramos uma jovem que parecia conhecer bem a região. Ela nos ajudou a descobrir como era o garoto: moreno, cabelos vermelhos e orelhas de bicho, normal. Ela informou que ele estava pelo QG. E na frente do portão do mesmo, esbarrei em alguma coisa bem barulhenta. Não mais que o Mery.

— Ei! Cuidado! Preste atenção por onde anda!
— Acho que um pedido de desculpas seria bem-vindo.
— O quê? Você sabe com quem está falando?_ era o garoto do exemplar.
— Com uma criança, parece.
— Um pretensioso que está atrasado para apresentar o relatório da missão... mais uma vez.
— Ne-Ne-Nevra..._ ele estava em estado de choque.
— Vish, se fodeu. Como se conhecem?
— O Chrome é um dos mais jovens membros da Guarda de Eel...
— O mais jovem._ o ruivo disse sorrindo.
— Hm...
— Você é novata, não?
— Sou sim.
— Humana?
— Mais ou menos.
— Digamos que uma parte, sim._ concluiu o moreno._ O que você estava fazendo? Era para ter voltado da missão ontem de manhã!
— A missão demorou mais do que o previsto, ok?!
— Você se dispersou?
— Não, eu explorei várias opções. É diferente.
— Você só gosta de perder tempo...
— Oh, eu tinha me esquecido que o senhor passa seu tempo correndo atrás de um rabo de saia ao invés de completar as missões. Você não perde tempo...
— Nuossa! Te quebrou agora hein, Nevra? Adorei você, moleque!_ me virei para falar com Nevra._ Não esqueça do kit, caralho. Foi você quem comprou não é, moleque?
— Sim, e você é?
— Sou Acsa.
— Se apresentar é o mínimo que pode fazer..._ o ruivo sorriu.
— Não perguntei porra nenhuma. E então, vai dar o kit?
— Por que vocês estão precisando de um kit de orientação?
— A kitsune me pediu pra comprar um.
— Oh, que pena... Eu comprei o último...
— É mais triste ainda que vai ficar sem ele..._ sorri cinicamente.
— Empreste para ela._ ordenou o moreno.
— E por que eu faria isso?
— Pelo bem de sua posição na Guarda._ o moreno sorriu.
— Você não faria isso...
— Tente para ver...
— Eita, tocou na ferida agora._ observei tudo atentamente.
— Por que você quer isso?_ me perguntou o ruivo.
— A novata precisa ajudar um kappa a voltar para casa. Nós precisamos desse kit para a viagem de barco._ o moreno respondeu por mim.
— Obrigada por poupar minha saliva, Nevra.
— Não tinha no QG?_ o moreno suspirou com a pergunta do ruivo.
— A Alajéa perdeu novamente.
— Eu falei! Essa mina é uma inútil!_ me pronunciei.
— O que ela estava fazendo com o kit? Ela é mesmo uma praga...
— Ela pode ser útil algumas vezes...
— "Hã? Andou se drogando com os cogumelos, Nevra?"
— Ok, quando isso acontecer, você me avisa...
— Mano moleque, me abraça! Já te adoro!_ logo depois, suspirei e me recompus._ Ok, agora eu preciso mesmo do kit.
— Ok... Aqui está, mas cuidado para não perder, o kit me custou caro!_ avisou, me entregando.
— Não sou a Geléia. Obrigada, moleque Chrome._ sorri.
— De nada. Você vai dizer para a Miiko que eu te ajudei, não vai?
— Lógico! Troca de favores aqui, irmão!_ me virei para falar com Nevra, enquanto o ruivo ia embora._ Valeu, mozão.
— Oh, não tem de quê. É sempre um prazer perturbar um pouco aquele pirralho.
— Que hobbies estranhos... eu também sou assim.
— Bom, eu tenho que ir._ o moreno foi embora.

Agora eu deveria ir até o Keroshana para entregar tudo essas merdas. E foi sorte que encontrei ele na biblioteca sem dificuldades.

— Keroshana, tá tudo aqui.
— Oh, você também pôde entregar a lista para a despensa?
— Sim, pra um carinha lá.
— Quem?
— Não sei, mas ele tem uma vida triste.
— Como ele era?
— Sei lá, ele não apareceu. Ficou aos berros atrás da geladeira.
— Ele voltou com os caprichos dele... Isso não pode ficar assim, eu vou ter que contar para a Miiko. Coloque tudo isso aqui sobre essa cadeira, eu vou encontrá-la.
— Beleza._ fiz o que ele mandou._ "Vai dar uma treta entre o carinha depressivo e a himedere... Quero ter a oportunidade de ver isso."

E eu não tinha mais nada para fazer. Estava curiosa sobre o meu quarto e, principalmente, a cara do elfo maldito.


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Notas finais do capítulo

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