Os Karas - Cigarros e Moscow Mule. escrita por Alex


Capítulo 18
13. O contrário dos Caretas!


Notas iniciais do capítulo

Voltei kkk. Acabou sirgindo uma oportunidade inesperada de viajar então fui. Pra compensar, vou postar mais de um cap. Essa semana . Nesse capitulo hahaha.... Nossos Karas estão em ação!

P.s - Criei uma capa nova. Nela temos os nossos queridos Calú e Peggy. Curtiram?
Não esqueçam de comentar! Boa leitura!



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Eram dez da manhã quando Peggy se despediu do repórter de uma revista de moda e se espreguiçou. Tinha passado as últimas uma hora e meia fazendo sua obrigação de dar mil entrevistas para revistas de diferentes segmentos da alta moda global.

De modo que Peggy MacDermott se sentia cansada, e com as costas doloridas, mas no conjunto da obra estava satisfeita com o início de seu dia e com sua vida no geral. Os contratos de marcas famosas apenas aumentavam, as curvas dos gráficos financeiros estavam seguindo na direção certa…

Tentou massagear a nuca, o corpo daquela linda mulher pedia por um pouco de ação. Pensou em tomar um sorvete caro na calçada vizinha, mas voltou para o quarto.

Se Calú tornou-se um rei, Peggy era sua rainha. Eles tinham o dinheiro, status social, uma casa sensacional na Califórnia (que pouco usava por conta de sua rotina de hotel para hotel) e se adoravam. Seu namorado e futuro marido a amava e ainda era, depois de quatro anos, loucamente apaixonado por aquela droga de americana.

Sorriu, de repente, ao pensar em Calú. Ele era um homem ímpar. E claro, um amante muito bom.

Exatamente trinta minutos depois de subir as escadas para o quarto e tomar uma ducha gelada de quatro minutos de duração, Peggy foi surpreendida por Calú adentrando o quarto dela.

O mesmo acabara de voltar da sessão de fotos e trazia uma trouxa de pano, como um ladrão de filmes de época. Peggy sorriu, lembrou-se que ele trouxera uma sacola daquelas quando eles se conheceram no colégio elite. Calú a maquiou naquela ocasião. Peggy perguntou a Calú se ele teria algum compromisso naquela tarde e se gostaria de massagear algumas costas conhecidas e um tanto tensas. Ele se virou sério.

 

Tenho uma sugestão, vamos ajudar os nossos amigos. -ele disse se sentando-

—O que você tem em mente? Não podemos sair daqui sem sermos reconhecidos.

—Hoje eu me lembrei de algo que há anos eu havia esquecido. -Calú disse com um olhar convicto. De alguém que tem total certeza daquilo que faz- Eu fui um gênio dos disfarces. E acredito não ter perdido esse dom.

 

Peggy sorriu. Aquele era o seu Kara.

 

•|•

 

Chumbinho parecia impaciente. O jovem astuto já esperava ter que voltar atrás com seu pensamento. Era preciso ajudar Crânio. A única dúvida era saber onde ele estava…

Vamos procurar pelo Crânio. - Miguel disse -

Sim!

Ele deve estar com problemas…

 

Chumbinho sobe no capô do carro de Nicolas e de lá, salta para uma sacada de um bar. Ágil como um gatuno o mais novo dos Karas ia de telhado em telhado em plena luz do dia.

 

Incrível… - Nicolas observa o pequeno com admiração -.

 

Miguel não pode evitar o riso.

 

Chumbinho é de fato um Kara. - Miguel disse nostálgico. Fazia anos em que eles não se aventuravam em andar pelas telhas –

 

Chumbinho pisava no topo das colinas de telhas sem mover uma sequer. Anos andando pelos telhados do Elite tornaram o garoto um verdadeiro trapezista urbano. Ele observava ao redor a movimentação da periferia por debaixo, buscando encontrar o amigo. As telhas das casas, muito mais frágeis que as do colégio, balançavam e aguentavam como podiam o peso do mais leve dos Karas.

 

Crânio… dê ao menos um sinal... - Pensou Chumbinho -

 

•|•

 

O carro de Magri parou na frente do hotel de Calú e Peggy. Ela seguiu até o saguão onde foi cumprimentada uma vez mais por estar de volta ao local. As presenças de pessoas famosas eram um deleite aos olhos dos donos do luxuoso hotel cinco estrelas.

Entretanto, na recepção, Magri escutou algo que não a agradou.

 

—Perdão Senhorita, eles não estão aqui no momento.

 

Magri suspirou. Não culpou os amigos. Ela veio para conversar com Calú sobre o carro do detetive Andrade que deveria ser retirado de lá o mais rápido possível, porém, não estava lá o casal ilustre.

Magri saiu do local observando a calçada. Próximo ao seu carro um casal estranhamente familiar a observava do outro lado da rua.

A eterna atrela dos Karas caminhou devagar em direção ao casal… enquanto se aproximava os achava cada vez mais estranhos…

A companheira do rapaz, não conseguiu conter o riso e sorriu para Magri, que olhou novamente.

 

Peggy?

—Shhh… - Ela colocou o dedo indicador na frente do lábio - Estávamos esperando um táxi.

—O que estão fazendo?

—Vamos ajudar os nossos amigos. Eu cansei de ficar na defensiva e ignorar tudo isso.

 

Magri sorriu. Calú parecia estar voltando a ser o que era.

 

—Calú, Eu acho ótimo você voltar a suas origens, mas tem um problema com o seu plano.

—Diga.

—Sair daqui, da zona mais nobre de São Paulo e pedir para ir para a periferia? Nenhum taxista irá fazer isso, e se fizer, vão desconfiar muito.

—Droga…

—Precisamos de um carro...

—Vamos no seu carro, Magri… - Peggy sugeriu -

—Eu tenho uma ideia melhor… - Calú disse com um sorriso - Magri, vamos até a casa do Andrade, antes de irmos para a missão, eu vou te disfarçar também…

 

•|•

 

Crânio apenas esperava algum sinal do bandido. Nada. Ele conversava algumas coisas enquanto mostrava volta e meia suas mãos feridas. Estas estavam naquele estado por brigas anteriores. Mostrava cicatrizes de batalha.

Perguntava-se que horas eram. Sentia-se vulnerável e precisava de um tempo longe da vista do bandido o que era quase impossível naquela casa. Um Kara treinado, como Crânio, conseguiu escutar dois pés sobre o telhado acima do único cômodo daquela casa.

 

•|•

 

Já estavam lá, ao todo mais de quatro horas. Eram onze da manhã. O clima cinzento e de possível chuva não cessava. Nicolas ofereceu metade de um sanduíche para Miguel, que aceitou com humildade.

 

—Eu e Andrade dividimos nosso almoço por dois anos inteiros. - Nicolas disse -

Um sanduíche só para os dois?

 

—Quem dera… Andrade sempre comia três sanduíches. Claro, ainda conseguia me convencer a ceder um pouco do meu.

 

Miguel sorriu.

A seguir, a cena que constatou foi, no mínimo assustadora.

Vinha devagar, quase como um fantasma, um velho fusquinha… Idêntico ao fusca de Andrade. Miguel cutucou Nicolas que quase engasgou com o seu sanduíche. Mesmo sendo ridículo pensar, Nicolas acreditou que Andrade poderia muito bem sair de dentro do carro… Porém, saíram dele, um grupo de desconhecidos… Mas de certa forma, muito familiares.

Miguel entendeu rápido o que acontecia.

 

—Não acredito… Kara, você me surpreendeu. - Miguel se aproxima do estranho a sua frente –

 

Calú caminhava no meio. Peggy à esquerda e Magri à direita. O trio estava irreconhecível, mas Miguel logo os reconheceu.

 

—Qual o problema do meu disfarce? — Perguntou Calú - Você me reconheceu fácil até demais…

—O único problema é o veículo. Andei nesse carro tanto quanto você. O reconheço a quilômetros.

—Qual a situação? - Magri se aproximou. Miguel sorriu, satisfeito -

—Crânio desapareceu dentro da vila. Precisamos localizá-lo. Chumbinho afirma que ele provavelmente encontrou o bandido. Estamos correndo contra o tempo. 

—Eu vou entrar. - Calú virou-se e começou a caminhar rumo à periferia –

Magri. Peggy. Fiquem juntas. Eu e Nicolas vamos entrar também. Chumbinho já está procurando por Crânio também.

—Certo.

—Ao trabalho, Crianças.

 

Espalharam-se pela periferia um novo time dos Karas. Composto por seus velhos integrantes, não mais o avesso dos Coroas, mas longe de serem caretas. Magri observava Peggy. A esportista temia que a amiga de posses e que crescera do luxo se sentisse estranha vendo o contraste de dois lugares diferentes. Foi nesse momento que ela constatou nos olhos de Peggy aquele brilho de coragem. Tão característico que apenas um Kara poderia reconhecer esse brilho, afinal, ele teria o mesmo em seus olhos.

 

•|•

 

O gordo bandido entrou novamente no campo de visão de Crânio. O gênio dos Karas ainda estava inquieto, mas havia voltado a si. Pensava em alguma maneira de convencer o bandido com baixa instrução de que deveria sair do local com o laudo em sua posse. Era difícil. Passou a raciocinar sobre uma rápida rota de fuga.

Não teve muito tempo lá fora, mas sabia bem que o local compunha-se de umas quinze casas. A outra rua, a direita, era sem saída. A outra era a única rota de saída. Passava em frente ao bar que ficou esperando.

O único problema era o segundo bandido. Totalmente desconhecido. Crânio não possuía a mínima ideia de quem ele era… Mas, possuía suspeita.

 

—Não vai falar mais nada? - O bandido disse - Você é bem quieto, Fêmur.

... -Crânio não disse nada, como já vinha fazendo a alguns minutos –

 

O bandido acendeu um cigarro, soprou a fumaça para o teto baixo e jogou a cinza em uma latinha vazia de cerveja barata.

 

•|•

 

Nicolas caminhava pelo local pela calçada. Estava à paisana. Modéstia à parte, ele sempre dizia a Andrade que parecia menos um policial do que o detetive, quando era necessário. Andrade, sempre retrucava com os dizeres “Você é jovem. Logo menos isso passa”.

Parou perto da praça onde Chumbinho fizera sua inspeção. Olhou ao redor, e pode ver os olhos de um jornaleiro o observando. Nicolas o observou de volta e em poucos momentos, pode entender o que acontecia. Aproximou-se da banca de jornal e fingiu comprar um cigarro.

 

Oi. - Ele se aproximou -

—Cadete. Posso saber o que faz longe da sua área?

Nada sério.

—Não minta pra mim. - Aquele homem, era assim como Nicolas e Andrade, um homem da lei. Nascido e criado naquele local, ele dedicou anos de sua vida para tentar trazer um pouco de paz para aquela vila - Nicolas, eu conheci o Andrade tanto quanto você. Vocês são iguais em coragem… Na realidade, penso que você tem mais coragem do que ele…

 

Nicolas sorriu olhando ao redor.

 

—Isso é bom, não é?

—No seu caso, não. Andrade tivera sempre coragem. Mas não para passar por cima da lei. Eu vou precisar te parar? Ou vai parar por conta própria?

 

Nicolas suspirou. Pagou o cigarro e olhou nos olhos do velho rival do detetive Andrade.

 

 

—Você diz que conheceu Andrade tanto quanto eu…

Sim.

Se este for o caso… O que acha que Andrade me aconselharia a fazer?

 

Pela primeira vez em anos, aquele velho detetive aposentado ficou sem palavras.

 

—Vou indo, senhor Morais…

 

O detetive Morais suspirou e disse em alto e bom som.

 

—Apenas um tolo luta pela honra de um homem morto, Nicolas...

 

Nicolas parou e o encarou. Um pouco em dúvida. Subitamente, lembrou-se do rosto feliz do detetive.

 

•|•

 

Chumbinho observou ao local pensando por onde poderia passar a procura do colega. Ao longo do local, observou duas mulheres desconhecidas o observando ele no topo do telhado. Notara por fim, que chamava atenção ali em cima.

Por fim, deu de ombros e seguiu sua busca, pisando com cuidado em uma telha mais robusta do barraco ao lado. Tinha começado a apoiar o peso do corpo sobre a telha quando escutou um barulho. Seu coração disparou. Dificilmente isso viria a acontecer, mas sentiu a perna ser puxada para baixo e o corpo foi-se junto. Avistou com o canto de olho, já dentro da tal casa de um único cômodo, um gigantesco homem gordo observando a tudo com cara assustada. O corpo do garoto atinge o chão por fim. Ele observa ao redor. Não era um. Eram dois os homens dentro do local. Um deles, sentado no sofá esburacado, parecia ter visto um fantasma.

Crânio escutou um barulho e percebeu o movimento de uma das telhas. O bandido ficou de lado para a porta olhando o teto que facilmente conseguiria alcançar com a mão. A telha cedeu e pedaços dela caíram junto com um corpo de adolescente. O Garoto manobrou o próprio corpo no ar. Colocou o ombro em direção ao chão para evitar a queda. Crânio estava boquiaberto.

 

—MAS QUE P… - O bandido gritou –.

 

Chumbinho levantou-se meio segundo após tudo aquilo. Observou o gordo homem ao seu lado e evitou o contato visual com Crânio. Observou a expressão do bandido se alterar e seus cento e vinte quilos se aproximarem, evidenciando suas más intenções. Usou um pedaço de telha como um disco e hesitou um curto instante antes de atirar aquilo contra o rosto do bandido. O corpo dele cambaleou para trás. Apoiou-se em uma cômoda suja perto da porta, derrubando tudo a seu redor. Chumbinho se agachou atrás do móvel improvisado para apoiar a TV e olhou para Crânio.

Crânio, não tirava os olhos de Chumbinho desde que o mesmo entrará em seu campo de visão. Assistiu imóvel o mais novo dos Karas atacar o bandido. Dois segundos depois, o mesmo se escondeu atrás do móvel.

Quase instantaneamente, Chumbinho se pôs em alerta atrás da televisão de vinte e umas polegadas. Pronto para uma batalha de vida ou morte, ou uma fuga primorosa.

O bandido o observou. Trocaram olhares, seus olhos demonstravam uma enorme raiva. Um adolescente normal, já teria sido vencido, porém Chumbinho era valente. Ainda sim, o mais jovem dos Karas cogitou a segunda possibilidade. Do rosto gordo daquele bandido, se escorria pequeninas gotas de um líquido vermelho. Ele então olha para Crânio.

 

—Tá esperando o que? Cerque-o! - O bandido disse –

 

Crânio observou a tudo petrificado e boquiaberto. Era como uma batalha entre uma árvore milenar contra um pequeno Bonsai.

O bandido se aproxima, tentando de todas as maneiras tirar Chumbinho de trás de sua televisão sem danificar a mesma. O garoto, imprevisível como um ilusionista, empurra o aparelho contra o bandido, que se afasta e vê seu precioso item se quebrar no chão.

 

—Não!

 

Ele empurra o móvel de madeira com violência, deixando Chumbinho encurralado frente a frente com ele. Sorriu com raiva e voltou sua atenção a Crânio.

 

—Segura esse pivete.

 

A paralisia de Crânio cessou quando a televisão encontrou o chão. Assim que aconteceu, Crânio pegou em mãos uma das cadeiras. Ouviu o bandido dizer algo a ele.

O bandido teve tempo de perceber a movimentação estranha de Crânio, mas não teve para reagir a uma violenta cadeirada atingisse sua nuca. Sentiu que perdia o equilíbrio e que os sons e sua visão oscilavam. Pensou em gritar, mas foi o tempo de abrir a sua boca e olhar para frente, que Chumbinho encontrou para dar um chute em seu papo gordo, ou no seu queixo. Era difícil reconhecer.

Encaram-se por meio minuto inteiro os dois Karas. Em silêncio. Chumbinho o observava com respeito e graça. Crânio entregou a pasta com o laudo nas mãos do garoto. O aproximou de si e o abraçou.

Por pouco. - Chumbinho foi cômico -

—Deve haver curiosos do lado de fora. Saia sem olhar nos olhos de ninguém…

—E quanto ao grandalhão aqui?

—Tranque-o aqui.

 

Abriram a porta. Crânio observou ao redor antes de entrar em estado de alerta total. O dono do bar o esperava. Seu olhar treinado de um cara conseguiu ler seus movimentos. Foi um saque rápido, Crânio o viu dirigir seu olhar para Chumbinho. Ele iria atirar naquele que tivesse o laudo em mãos.

O ensurdecedor som do disparo seguiu-se de Crânio empurrar o jovem amigo para o lado. O objeto atravessa o espaço, encontrando o músculo do braço direito de Crânio. A bala ainda sai pelo outro lado e acerta a parede do esconderijo do gigante.

Chumbinho quando se deu conta do ocorrido observa o colega. Ele entendeu o que deveria ser feito. Ele deveria simplesmente correr. Entretanto, hesitou por uma fração de tempo. A imagem de um querido amigo caindo a seu lado o deixou preocupado. Um nível acima de tudo que já vivera até ali. A existência de um segundo bandido era totalmente desconhecida. Ele correu.

Todos os clientes do bar fugiram com o acontecido. Os poucos carros que por ali andavam, ignoraram os sinais vermelhos e arrancaram para longe da confusão. O dono do bar tinha Chumbinho na sua mira. Preparou-se para atirar.

Um rapaz ruivo, de aparência jovial e bem cuidada, corre em direção ao tal atirador. Ele passa com muita raiva pelo corpo de Crânio. Ele empurra o braço do bandido para cima que atira na telha de uma laje ao lado. Os dois começam trocar socos.

Seu imundo... Vai pagar por isso… - Calú começa uma violenta troca de golpes com o bandido -.

 

•|•

 

Nicolas observou algumas pessoas correrem em direção a praça. Subitamente ele se preocupou. Conseguiu reconhecer em meio a multidão um único rosto conhecido. Um garoto corria com uma pasta na mão, e seu olhar era de medo.

 

CHUMBINHO.

 

O rapaz ouviu a voz de Nicolas. Era como se aquilo fosse um sopro de esperança. O garoto correu em direção ao amigo policial.

—NICOLAS. Sem tempo pra explicar. Crânio está em perigo. Tem mais de um bandido. Guarde isso e vamos.

Nicolas não poderia conceber no que Chumbinho trazia em mãos.

 

—Isso... Isso é…

—Sim! Vamos!

 

•|•

 

Magri e Peggy caminhavam pelo local que aquela altura já se tornara uma confusão. Demoraria algum tempo até que a polícia chegasse até aquele local.

 

Magri, o que está acontecendo?

—Eu não sei, precisamos encontrar o Crânio rapidamente.

 

As duas passam rapidamente por um bar e veem dois homens brigando.

 

Aquele é o …— Magri para sua fala no meio observando Calú trocar socos com o bandido que tenta pegar arma de volta.

 

Calú! - Peggy grita assustada com a cena.

 

O galã dos Karas se distrai com a voz de Peggy e leva um soco direto no lado esquerdo de seu rosto. Ele contra-ataca seu algoz com um pisão direto. No meio do peito do bandido. Ele olha em direção as meninas. Ele aponta para uma direção e caminha ao encontro do bandido, saindo assim da vista das mulheres do grupo.

 

Calú. - Peggy estava preocupada -

Peggy… Tenho um mau pressentimento. — Disse Magri. Finalmente, a primeira dama dos Karas entendeu o que estava acontecendo. Caído, ao lado da porta de um barraco, Crânio estava em silêncio.

 

Peggy levou as duas mãos a boca. Magri tinha lágrimas em seus olhos.

 

•|•

 

Calú desviou do primeiro golpe do segundo bandido com folga. Emendou um direto no queixo que fez o adversário pensar duas vezes antes de dar mais uma investida.

Na segunda tentativa, Calú acertou o nariz do bandido. Calú sentiu o líquido vermelho do bandido na sua mão. Era diferente de atuar. Era vivo. Era agressivo. Rocky um LutadorSantino Corleone espancando o marido de sua irmã. Nenhuma das cenas mais memoráveis do cinema se comparava ao que ele fazia como um Kara.

O bandido, por fim, reconheceu sua derrota no campo limpo do confronto. Pegou um recipiente que guardava guardanapos e atirou contra Calú que se desviou. O mesmo, não conseguiu desviar a tempo de um chute torto, onde a técnica era inexistente. Tudo que existia naquele golpe do bandido era raiva. Calú caiu para trás. O cabelo falso estava caindo. Temia ter quebrado uma lente de contato ainda no olho.

O bandido caminha vitorioso rumo a pistola no chão. Calú tenta se levantar e observa o bandido ir a nocaute.

Caminhando devagar, porém com uma expressão séria, Miguel estende a mão para o amigo.

Calú se levanta. Miguel sorri.

 

Você o derrotou. Eu só o apaguei.

... - Calú tinha vontade de pisar no bandido até ele virar sopa.

 

Calú! - Miguel tinha uma expressão séria - Já chega. Lembra? Esse é o limite do abismo.

 

Calú caminhou para fora do local junto de Miguel. Os dois chutaram as balas da arma dentro de um bueiro.

 

•|•

 

Crânio sentia o braço extremamente dolorido. Em uma fração de segundos, observou um total desconhecido atacar o tal do bandido misterioso. Teria conseguido tempo para fugir. Pensou em Andrade… Em Maria… Em sua família… Pensou em Magri.

Ficou em silêncio esperando que o destino se cumprisse. Lembrou-se de sua velha gaita e de sua melodia…

—Crânio! -aquela era uma voz conhecida. Porém, com o canto de olho e em seu estado, Crânio não reconheceu a dona daquela voz. — Crânio… Crânio sou eu… Magri.

 

 

Suspirou tranquilo. Sorriu para ela.

—Está diferente… - Ele foi irônico, reconhecendo os brilhos nos olhos dela. Calú era bom com disfarces, mas Crânio reconheceria aquela alma entre todas as do mundo.

—Magri… Cuidado! - Crânio só conseguiu escutar estas palavras antes de sentir alguma coisa empurrando a porta atrás dele.

 

Era o gordo. Ele acordara mais cedo do que ele imaginava. Empurrava a porta tentando sair. Peggy e Magri a empurravam contra ele.

 

—Droga. Ele é forte. Peggy, leve o Crânio.

—Magri, você não vai conseguir segurar sozinha...

 

Crânio rolou para trás, depois que o bandido deu uma violenta investida contra a porta. Magri e Peggy se depararam por fim, com o gordo bandido.

 

—Seu mentiroso, eu vou acabar com a tua raça… - Ele diz empurrando Magri da frente de Crânio -.

 

Peggy, sem pensar duas vezes, acertou um violento chute nas partes baixas do gordo bandido.

O mesmo se encolhe e se ajoelha. O suficiente para Magri acertar um chute no rosto do bandido que deixaria dona Yolanda orgulhosa. O mesmo cai para trás urrando de dor. Ele tenta com um pedaço de madeira acertar as duas mulheres do grupo, ele balança o bastão no ar, até parar friamente com as duas mãos para cima, tremendo de dor.

Peggy e Magri olham para onde o bandido estava olhando e observam se aproximar, Nicolas e Chumbinho. O menino possui alguns arranhões pelo corpo. Nicolas exibe o seu distintivo e aponta a arma para o gordo inimigo.

 

—Quem são vocês? -Chumbinho pergunta. Magri sorri.

São Magri e Peggy, Chumbinho…

 

O mais jovem dos Karas parecia extremamente confuso.

 

Da esquina, surgem Miguel e Calú. Os dois começam a correr quando veem o grupo no seu estado atual. Calú retira a lente de contato do olho esquerdo e a nota que a mesma foi obstruída durante a luta. Por sorte, nada havia ferido seus olhos. O rosto, infelizmente não poderia ser ignorado. Peggy agarra o braço de seu Kara. Miguel abraça Magri. Ele se aproxima de Chumbinho que apenas diz...

 

—Crânio…

 

Miguel se aproximou do gênio do grupo. Observaram Crânio. Ele solta o braço perfurado e faz um sinal positivo.

Calú se aproxima do amigo. Seu olhar é melancólico. Está ferido. Mas entendeu que estava doendo mais era ver o amigo assim.

 

—...

—... Você conseguiu. -Calú admitiu. Os olhos estavam lacrimejando vendo o estado daquele amigo tão amado quanto um irmão.

Nós conseguimos. -Crânio disse antes de fechar seus olhos e descansar um pouco –

 

Miguel levantou a cabeça para olhar ao redor e se assustou. O capanga do Dr. Q. I que havia sido posto a nocaute voltava com um novo revólver carregado.

O Líder dos Karas nem teve tempo de alertar Nicolas, que mirava para o outro gordo bandido.

O segundo capanga cai para trás sendo atingido pelo impacto de quatro balas na região do peito. O som assusta o grupo dos Karas. Nicolas que não pode se virar grita para Miguel dizer o que está acontecendo. Uma voz os ordena para ficarem quietos.

Chumbinho observa o dono dos disparos. O reconheceu.

 

—... E então? O velho Senhor Morais disse em alto e bom tom - Quero Respostas. Vocês, filhos de Andrade, vão ter um pouco mais de coragem do que o pai e me dar algumas explicações?


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Notas finais do capítulo

Me diverti muito nesse capitulo. Essa semana tenho mais um pra vcs. Voltem sempre! =)



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