Os Karas - Cigarros e Moscow Mule. escrita por Alex


Capítulo 1
Prólogo: Adeus.


Notas iniciais do capítulo

Dedico este trabalho a minha professora de Português do Fundamental 2 María Aparecida, que me mostrou as virtudes dá desobediência. - Typeto, Alexandre B.



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Um corvo pousou no parapeito da janela aquela tarde. Corvos eram reconhecidos pelo sinal de mau presságio em uma outra época.

O Telefone havia tocado algumas outras vezes, mas agora o silêncio havia retornado. Várias pessoas já teriam ido atender, ou até mesmo desligar o aparelho, mas o rapaz estava distante, praticamente em outro mundo. Não atendeu ao telefone nas duas primeiras vezes que ele tocou. Estava ocupado com o TCC da faculdade e precisava de toda a concentração possível. Estava com uma aparência visivelmente cansada. Os esforços que fazia para ser reconhecido como o número um da turma de direito. Olhou para o rádio-relógio: Dezessete horas e trinta e seis minutos.



Suspirou. Dois terços do TCC estavam finalmente prontos. Deixando o peso cair sobre a cadeira o líder dos Karas… Ou melhor, o Ex-líder dos Karas. Respirou fundo, misturando cansaço com fome. Não comia direito havia alguns dias. Apenas sanduíches rápidos, nenhuma refeição completa. Caminhou em direção à cozinha e antes de abrir a geladeira o telefone tocou uma vez mais.

Miguel se perguntou qual seria o motivo da ligação. Elas vieram em espaços de tempo parecidos. Quinze minutos de diferença para cada chamada. De fato, deveria ser algo importante. Perto do terceiro toque resolveu atender. Era uma mulher.

— Alô, boa tarde.

— Boa tarde…— Disse Miguel deixando que seu tom de voz indicasse o seu desinteresse na chamada –

— Gostaria de falar com…

Miguel confirmou seus dados pessoais ainda sem interesse.

— Senhor Miguel, Tentei ligar para a sua residência algumas vezes, por sorte consegui lhe contatar antes do nosso expediente se encerrar.

— Qual o motivo da ligação?

— Venho lhe dar uma triste notícia Senhor, Chegou ao nosso conhecimento que um parente próximo ao senhor veio a falecer. Reunimos seus pertences e a algumas coisas que foram deixadas para o senhor e mais cinco filhos.

Miguel refletiu por um breve momento. Não havia nem dois meses que toda a família se reuniu para comemorar as bodas de diamante de um casal de avós paternos. Não entendeu. E se viesse a acontecer algo do tipo, a Mãe ou o Pai viriam avisá-lo.

— Parente próximo?

— Exatamente senhor, ele veio a morrer a duas semanas atrás. Conseguimos uma cerimônia simples para os filhos se despedirem do pai.



Miguel suspirou paciente. Paciência esta, maior do que aquilo merecia em sua concepção.

— Acho que tem algo errado senhora..

— Aqui consta no testamento do falecido o seu nome, Senhor. O Senhor é um filho legitimado do falecido? Entendo caso isso seja um assunto pessoal...

Miguel suspirou, já havia falado tempo demais com aquela mulher.

— Senhora, eu não tenho tempo para todo esse rodeio. Pode me dizer, por favor, quem é o falecido?

Naquele momento, tudo ao redor de Miguel pareceu menor. A Tristeza veio e tomou seu ser tão depressa, que se fosse um pouco menos instável emocionalmente, teria desmaiado. Seus olhos marejaram-se no mesmo segundo.

— Senhor? - A Voz no telefone procurava entender o que acontecia.

Miguel apertou um botão no painel do telefone gravando assim o número que ligava para ele. Desligou o telefone e ajoelhado no chão chorando por longos minutos.

Nunca estamos preparados para momentos como este. A morte. A única certeza que temos na vida. Essa, veio pesada e com um impacto doloroso no peito.

— Não pode ser… Andrade… Não…



… Você não.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capitulo:

Magri.



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