Skinny Love - Dramione escrita por Lost Satellite


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá

Espero que gostem ;)

Boa leitura!



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Draco nunca chegou a um final, tinha o hábito de abandonar as coisas pelo caminho, de deixar os assuntos inacabados. Não era diferente com as pessoas ao seu redor, nunca terminava seus relacionamentos, nunca colocava ponto final em discussões e sobre tudo nunca esperava chegar ao final. Tinha certo receio sobre os finais, enquanto não acabasse, enquanto não houvesse um ponto final, ele poderia ter esperanças. Esperança às vezes doía e o impedia de seguir em frente, mas ainda assim se agarrava a ela como se fosse sua única opção.

Nunca voltou para terminar seu ano letivo em Hogwarts, não cumpriu as promessas feitas na época em que buscava redenção pelos erros de sua família.

Vivia sua vida como um boêmio, abandonara a magia, a mesma que lhe deu tudo também lhe tirou tudo, abandonou o sobrenome que tanto lhe causou danos, os amigos, os contatos, a fortuna, abandonara tudo o que havia lhe pertencido em sua juventude.

Pertencia mais ao mundo dos trouxas do que ao mundo bruxo, suas noites eram regadas a cerveja barata, mulheres e música. Foi em uma dessas noites que seu mundo girou de cabeça para baixo. Estava em seu bar favorito, a noite estava agitada devido a uma despedida de solteira, a casa estava lotada de mulheres.

Draco podia ouvir as risadas escandalosas, os gritos histéricos e o tintilar dos copos e taças, a música alta e forte. Tomou sua cerveja e se preparou para fazer o que sabia.

A música estava na altura certa, e assim que ele colocou os pés no palco as mulheres entraram em estado de histeria.

A noiva estava sentada em uma cadeira no centro do palco, e ele fez sua coreografia ensaiada, mas seu coração tropeçou no peito quando ele a viu. Lá estava ela, linda como sempre foi. Os cabelos cacheados e castanhos, a mesma boca rosada e os olhos âmbar.

Hermione Granger, sempre foi o assunto inacabado que causava insônia no jovem Malfoy. Por uma fração de segundos perdeu o ritmo e se esqueceu da multidão na plateia. A velha esperança se acendeu dentro dele, um antigo desejo brotava em seu ser.

− O que faz aqui? – Ela questionou tentando se soltar da cadeira em que as garotas a amarraram.

Draco ponderou uma resposta mentalmente, mas não se importou em tentar justificar qualquer coisa, de sua posição apenas observou a dona da casa lhe lançar um olhar questionador.

− Vou lhe dar o que veio procurar aqui Granger. – Ele disse voltando a se concentrar. Seus movimentos voltaram a acompanhar a música, lentamente desabotoou sua camisa e a tirou jogando na direção das mulheres. A iluminação baixou lentamente e Draco aproximou-se de seu alvo. Estava acostumado a seduzir as garotas que apareciam na noite casualmente, mas com Hermione as coisas eram diferentes. Draco sempre havia nutrido algo por ela, algo que insistentemente ele mascarou com ódio, repulsa e desprezo.

Em um movimento lento ele dançou na frente dela sem ousar quebrar o contato visual, Draco desamarrou as mãos dela e sussurrou de modo que ela pudesse ouvir, em um fio de voz rouco:

− Esta noite você pode fazer o que quiser Granger.

Envolvida com o momento e influenciada pelas muitas doses de tequila, as mãos de Hermione tocaram o peito nu de Draco alisando-os em direção ao abdômen, uma descarga elétrica os atravessou.

As mulheres na plateia soltaram gritinhos de euforia e Draco sorriu sem preocupação. Afastou-se dela e enquanto dançava para a plateia ele soltou o cinto da calça. Voltou sua atenção para Hermione ainda sentada na mesma cadeira.

Estava satisfeito com ele mesmo aquela noite até aquele momento, quando a encarou novamente e viu que por mais que ela fosse Hermione Granger, a Hermione que ele queria, no fundo de seus olhos ele viu que ela não veio a ele porque quis, precisou de uma boa dose de álcool e encorajamento das amigas, e ainda assim ela nem sabia que seria ele a estar ali. Sentiu-se indesejado, outra vez. Sua memória o traiu naquele instante e ele se viu outra vez um menino assustado de apenas 16 anos:

 

“Flashback”

A noite estava fria e Draco apertou os braços na tentativa de fazer o casaco aquece-lo melhor. Já passava da meia noite, quando ele encerrou seu turno de monitor. Caminhava a passos largos e apressados em direção ao seu dormitório, foi quando ele ouviu passos no corredor à frente. Sorriu ao pensar que poderia castigar algum aluno fora da cama. Ao dobrar o corredor na direção dos passos chocou-se com um corpo.

Se não tivesse buscado apoio da parede teria caído, estava pronto para gritar algumas palavras sujas, quando ele a viu. Hermione Granger com uma cara zangada e muito infeliz.

− Granger, o que faz aqui?

− Não acho que seja da sua conta Malfoy. – Ela respondeu azeda, Draco observou seu nariz vermelho e os olhos molhados, ela esteve chorando, pode concluir.

− Estava chorando? – Ele mal percebeu que perguntara aquilo em voz alta.

Hermione estanhou ouvir esse tipo de pergunta do garoto a sua frente.

− Você só pode estar de gozação, por que me pergunta isso? Não tem algo melhor para fazer? – Ela disse aquilo e tentou passar por ele sem se quer ouvir o que ele diria em sua defesa, mas antes que ela fosse, Draco a segurou pelo braço. – Que diabos você pensa que está fazendo?

− Perguntei se estava chorando, não seja mal educada.

− Me solte agora. – Ela soltou aquelas palavras entre dentes.

− É por causa dele, não é? − Ela se calou o encarando. – As pessoas dizem que você é inteligente Hermione, mas é nessas horas que eu vejo o quanto você é estupida por querer alguém como ele. Você vê futuro em algo assim? É patético! – Ele soltou ficando irritado também.

− Deveria tomar conta da sua vida Malfoy. O que faço da minha não lhe diz respeito. – Ela puxou seu braço.

− Você não percebe que mesmo sendo quem é, você poderia conseguir o que quisesse, com certeza alguém muito melhor.

− Alguém melhor? Está se referindo a alguém em especial, Malfoy?

− Em seus padrões Granger, qualquer um seria melhor que aquela cabeça de cenoura.

− Por que não cala a sua boca, sua doninha... – Draco não permitiu que ela continuasse com seus insultos, tomou-lhe os lábios, silenciando-a com um beijo forçado e indelicado. Hermione tentou resistir, mas por fim entregou-se a ele, mas sem demoras o afastou.

− Eu, e acredito que ninguém, jamais teria coragem de escolher alguém como você Malfoy, nem que você fosse o último homem na face desse planeta. Nunca mais se aproxime de mim. – E ela se afastou a passos rápidos o deixando sozinho naquele corredor, remoendo-se pelo que acabara de fazer. Indesejado e dispensado.

“flashback off”

Abandonou o palco, a dança e uma Hermione confusa. A dona da casa veio ao seu encontro, enquanto ele descia do palco.

− O que pensa que está fazendo Draquinho?

− Não posso atender, ela é uma conhecida. Mande outro.

Skinny Love - Bird

Foi até seu armário e pegou uma camisa, passou pelo bar e pegou sua cerveja de sempre, após algumas rodadas decidiu encerrar a noite e ir pra casa, estava se sentindo mal. Cambaleou pelos fundos do bar e saiu em um beco que ficava ao lado do bar. Tentou caminhar, mas estava bêbado demais para fazer isso de forma rápida e centrada, escorou-se em uma parede aguardando o mundo a sua volta parar de girar, quando ouviu uma voz lhe chamar na rua.

− Draco. – Era ela, não esbanjava mais a mesma alegria que a tequila havia lhe proporcionado algumas horas atrás.

− Veio zombar de mim, ou desdenhar? – Ele perguntou dando alguns passos em sua direção.

Ela encurtou a distância entre eles e o apoiou quando ele deu um passo em falso.

− O que quer? – Ele se desvencilhou dela, a mágoa presente em sua voz.

− Eu não sei. Vou me casar amanhã, e não sei o que eu quero.

− Isso é uma piada, ou o que?

− Você me deve uma dança, ou acha que eu já esqueci o que fez lá dentro?

− Então é disso que se trata, sexo?

− Não seja tolo. O que aconteceu com você?

− Bebi demais, acontece às vezes.

− Parece que andou bebendo por muitos anos. – Se encararam por um tempo.

− Acho melhor você ir pra casa, como disse, tem um casamento amanhã.

− Eu não esqueci.

Draco se sentiu confuso com a conversa entre eles, pensou que fosse efeito do álcool.

− Vai ter que ser mais específica Granger.

− Não esqueci o que disse, sobre poder ter qualquer um, ainda acha que é verdade? – Draco riu entendendo onde aquela conversa estava chegando.

− Isso fez alguma diferença para você?! Vai casar amanhã, e tenho certeza de que seu senso de escolha não mudou nada. Depois de amanhã estará presa em um casamento falido, cheio de cabeças de cenoura para cuidar, e torça para se sentir feliz com o pouco que vai receber em troca de tudo que fez e fará por ele.

− E por que supõe que estarei me casando com ele? – Draco soltou um riso irônico ao ouvir o questionamento dela.

− Não estou supondo, eu sei, porque do contrário você não estaria aqui, praticamente implorando para que eu fique com você.

Hermione riu irônica.

− Não vim até aqui para ficar com você, muito menos estou implorando, eu nem sabia que o encontraria aqui esta noite.

Draco colou seu corpo ao de Hermione parando seu rosto perigosamente próximo ao dela, respirou fundo sentindo o que restara do perfume em sua pele.

− Você nega que veio até mim porque me quer? – Hermione podia jurar que havia dor naquelas palavras sussurradas em meio ao cheiro de álcool.

− Sim.

− Você nega?

− Sim. – Ele se afastou dela, deu as costas e deu alguns passos em direção à rua até ela o chamar.

− Não vim até aqui porque quero você. – Respirou fundo. – Posso fazer o que quiser esta noite, e quero fazer isso com você.

Ele ainda estava lá, parado de costas para ela, estático. Draco esperou muito tempo para ouvir aquilo, saboreou aquelas palavras como se fosse um doce maravilhoso.

− Se quiser, eu serei sua. – As últimas palavras foram quase inaudíveis, mas não precisou de mais para que ele retornasse. Com força e pressa a empurrou contra a parede, uma de suas agarrou a cintura de Hermione, enquanto a outra puxou seus cabelos trazendo sua boca em direção a sua.

Ele não se preocupou em ser delicado, explorou sua boca lentamente, sentindo uma faísca acender dentro de seu peito. A faísca cresceu e logo um fogo começou a lhe subir pela garganta, parecia loucura, mas estava sentindo sede. Precisava dela, precisava sentir cada pedacinho de sua pele tocar a dela.

Desceu sua boca pelo pescoço de Hermione, sentiu o gosto do perfume que inalava. Draco afastou-se apenas alguns centímetros apenas para que pudesse olha-la.

− Eu esperei por isso, sabia?

− Então não espere mais. Vamos sair daqui.

Draco aceitou a varinha que Hermione o ofereceu e juntos aparataram. Foram parar em um hall mal iluminado de um velho conjunto de apartamentos. Draco tateou o bolso procurando a chave para a porta, enquanto destrancava a fechadura sentiu os braços de Hermione o abraçar por trás.

Suas mãos tremiam em nervosismo, entraram desesperados no pequeno apartamento de Draco, era pequeno, mal iluminado, no canto da sala havia uma planta assassinada pela falta d’água, um sofá gasto, e nada de bagunça.

− Tem certeza de que você é homem? – Ela perguntou franzindo as sobrancelhas. Draco achou a pergunta um tanto quanto descabida, mas resolveu arriscar uma resposta.

− Eu vou lhe dar essa certeza, em breve. – Sorriu malicioso.

− Você é extremamente organizado.

Um relógio digital na estante fez um bip, indicando que já era meia-noite, Hermione o encarou pensativa dando as costas para Draco.

− É hora da sua despedida. – Ele disse receoso.

− Draco, eu não vim usar você...

− Granger, sem desculpas. Não somos crianças, vai se casar amanhã, mas agora você está aqui... Comigo. – Ele sussurrou em seu ouvido, enquanto a segurou pelos ombros, os massageou suavemente. Suas mãos fizeram o contorno do pescoço, e deslizaram o zíper do vestido.

Beijou seu ombro direito, mordiscando levemente, Hermione tinha um perfume doce. Ela virou-se de frente para ele, segurou seu rosto com as mãos e o beijou. Seus lábios eram gelados e macios. Enquanto se beijavam, Draco soltou um risinho irônico ao puxar o vestido para baixo a expondo por completo, mas isso não a intimidou nem um pouco, ela estava a vontade. Hermione seria sua, e somente sua naquela noite. Não importava com quem ela se casaria em algumas horas, tudo o que importava era o agora.

Quando abriu os olhos sentiu o mundo ao seu redor girar, a luz entrava abundantemente pela janela, já era dia e Draco sentiu sua cabeça explodir em micro pedaços. Aos poucos memórias da noite passada foram inundando sua mente, mãos, beijos, pele e gemidos. Aquilo não foi um sonho ou fantasia da sua cabeça, havia sido real, ela esteve ali, entregou-se a ele, de corpo e alma.

Girou o corpo pela cama, estava sozinho. Ao sentar notou a bagunça do quarto, suas roupas estavam espalhadas, penas de um travesseiro pairavam suavemente sobre os móveis e carpete. Suas costas ardiam com arranhões, e sem perder mais tempo tratou de levantar e seguir sua vida.

Não era fácil aceitar o fato de que naquele mesmo dia ela estaria se casando, e na próxima manhã acordaria nos braços de outro, mas ele já estava acostumado a perder. Nunca a tivera em sua vida, sequer tinha noção do quanto a queria.

− Foi apenas uma noite. – Ele disse em voz alta na tentativa de se convencer, e foi assim que acabou. Esse era o ponto final que ele enfim ousou colocar. O mesmo Draco Malfoy que não sabia como terminar as coisas, que sempre as abandonava por incompleto, estava finalmente encerrando algo.

Já era fim de tarde quando chegou ao bar, seria uma noite tranquila, pois não havia nenhuma festa programada, hoje ele poderia apenas beber e socializar.

Aos poucos os clientes costumeiros foram chegando, amontoando-se nas mesas e balcão, o ambiente encheu-se com música, conversas, brindes e risadas. Draco estava no balcão, uma garota jovem de cabelos vermelhos tentava lhe chamar a atenção. Enrolava uma mecha dos cabelos entre os dedos, enquanto sorria e flertava com ele. Ela dizia coisas, as quais Draco esforçava-se minimamente para acompanhar, era difícil focar sua atenção nas banalidades que conversava.

Em um ato de ousadia a garota tentou beija-lo, sendo interrompida por uma mão sobre os ombros de Draco.

− Eu não faria isso, se fosse você. – A voz de Hermione surgiu afrontando a jovem de cabelos vermelhos.

Draco assustou-se e virou para vê-la e quase engasgou com o próprio ar. Ela estava estonteante com os cabelos perfeitamente arrumados, e seu vestido branco de noiva, ainda segurava o buquê em uma das mãos.

A garota saiu de perto deles bastante frustrada.

− O que faz aqui? – Ele perguntou surpreso.

− Você tinha razão em uma coisa.

− Eu tinha?

− Sim, se eu realmente estivesse feliz pelo casamento eu nunca teria te procurado, mas aqui estou eu, e rezando para que não seja tarde demais. Passei muito tempo sustentando uma mentira, um engano, e já não posso mais conviver com isso. Foi por isso que ao entrar naquela igreja e ver quem me esperava no final daquele corredor, eu não tive outra escolha.

− Você fugiu? Do seu próprio casamento? – Ele estava em total surpresa e descrença, o coração pipocava dentro do peito.

− Eu fugi. – Ela sorriu.

Ele sorriu de volta. Talvez a esperança não fosse algo tão medíocre quanto ele pensava, talvez valesse a pena se agarrar a ela, ao menos agora ele poderia ter uma chance, e faria de tudo para essa chance jamais tivesse o seu ponto final. Era tempo de recomeço, era tempo de se permitir.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso pessoal, não tem mais...

Que tal dizer o que achou?

E se quiser ler outras dramione é só procurar pelo meu perfil ;)


Abraços



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