Mandy Mellark (Hiatus) escrita por Paty Everllark


Capítulo 7
Dia sombrio


Notas iniciais do capítulo

Oieeee Feliz 2017 galerinha! Espero que tenham curtido bastante as festas de final de ano.
Estou muito feliz por dois motivos, o primeiro motivo é que MM recebeu sua primeira recomendação da linda Caroline Lopes, querida eu simplesmente amei muito obrigada de verdade pelo carinho.
E o segundo motivo é que a minha querida Belrapunzel gentilmente se ofereceu para revisar a Fanfic, Belzinha mais uma vez obrigada.
Agora para finalizar mais duas coisinhas:
* Quero pedir desculpas pela demora e dizer que vou procurar atualizar a fic sempre aos domingos, ou segunda.
* E também quero desejar boas vindas aos novos leitores, em especial a Flávia Paixão que deixou um recadinho especial no último capítulo.
Espero que gostem do capítulo.



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— Finnick, você reclama demais. Mulheres no mundo inteiro passam por métodos estéticos semelhantes a este para ficarem mais bonitas. Então, faz um favorzinho a si mesmo, cala a boquinha e tira logo esta camisa, pois eu preciso começar sua depilação por algum lugar, ou por acaso acha que dará a mesma sorte que deu da primeira vez, quando ninguém percebeu que tu eras um marmanjão travestido de mocinha?

— Mason, se quiser eu posso segurá-lo para você, será um prazer.

— Tresh, nem pense em botar suas mãos em cima de mim. Sei bem qual é a tua, ainda não me perdoou pelo que aconteceu com a Primrose. Se tivesse me dito que gostava da garota, eu nem me aproximaria dela. E, Johanna põe na sua cabecinha uma coisa: eu não sou uma mulher. Sou um marmanjão, e não quero passar por nenhum método estético que me faça esquecer-se desse detalhe, se é que você me entende, só quero voltar a ter uma vida normal.

— Odair, isso não tem nada a ver com os meus sentimentos pela Prim. E, só para que fique sabendo nós somos, somente amigos. Enfim queria apenas ajudar, mas ok não está mais aqui quem falou, recolho-me à minha insignificância. 

— Somente amigos? Conta outra Williams.

 As discussões entre Tresh e meu irmão já havia se tornado constante nos últimos dias. Eles brigavam praticamente por tudo, este era um dos motivos pelos quais eu ansiava sair da quitinete e respirar um pouco. Finnick e eu estávamos há mais de quinze dias impossibilitados de sair de casa. Os homens de Haevensbee continuavam nos caçando por toda a Capital. Gale Hawthorne jurou que não descansaria até nos encontrar. Haymitch nos esclareceu que o nariz dele ficou levemente torto depois que eu fiz o favor de quebrá-lo, deixando o rostinho lindo do entojadinho desfigurado, nas palavras do cara, resultado? Ele jurou vingança.  Todas as informações que recebíamos do mundo exterior eram trazidas diariamente por meu tio, Johanna ou Tresh, que mesmo depois do incidente entre Finn e Primrose, ficou do nosso lado e estava nos ajudando em tudo que podia.

— Finnick, é só relaxar e entrar na personagem, que tudo vai dar certo.  – foi a minha vez de opinar.

— Peeta, o ator aqui é o senhor. Eu, sou cantor e não compreendo como você consegue manter-se tão tranquilo diante de uma situação como essa. O que a Mason trouxe nessa mala, são instrumentos de tortura do período medieval, ou da idade das trevas se preferir. Eu estudei sobre eles na escola. – não deixava de ser engraçado olhar para meu irmão e ver a cara de espanto que ele fazia a cada novo acessório que a Johanna tirava de sua mala colorida de rodinhas. A morena resolveu nos “presentear” com um dia da beleza - como ela mesma intitulou - no entanto meu irmãozinho caçula apelidou de dia sombrio após o primeiro contato que teve com a Mary Help que era como nossa amiga carinhosamente chamava sua maleta. Finn estava exagerando é claro, mas  realmente  alguns dos objetos que ela nos apresentou  pareciam ter saído de livros de história.  

— Instrumentos de tortura, Finn? Larga a mão de ser covarde, um homem do seu tamanho com medinho de pinças, alicate de unhas, e cera depilatória. Não foi você quem disse que se fosse para se transformar numa mulher que não queria ser nenhuma baranga.

— Maninho, você precisa entender que quando declarei isso, eu não me encontrava em plena posse de minhas faculdades mentais e a pressão psicológica era enorme dada à circunstância. Jamais pensei que teria que me vestir novamente de mulher, ou sair na rua desse jeito.

— Loirinho você pretende ficar para o resto da vida hibernando nesta quitinete? Acha que, seu tio vai poder patrociná-los até quando? Aluguel, conta de luz e água, alimentação, tudo isso requer dinheiro. E, é tudo que os dois não possuem neste instante. Seu irmão teve uma ótima ideia, vocês precisam arranjar um trabalho! – Johanna exclamou, já sem muita paciência com as lamúrias que ouvia.

— Mas tem que ser na Sinsajo, e como “cantoras” e ainda por cima subordinados à girafona maluca que, por uma infeliz coincidência é sobrinha do cara que quer nos matar, e irmã do Mané que pretende dar sumiço em nossos corpos? Ninguém aqui percebe o quanto isso é loucura? – meu irmão retrucou.

— O nome é Katniss Everdeen, não girafona maluca Finnick. Pare de chamá-la assim. Ela é minha amiga e, é bem diferente do tio e do irmão, se quer saber. – Mason finalizou chateada.

Desde a confusão no almoxarifado da Sinsajo quando defendi a Everdeen de uma possível violência sexual e por tabela quase entreguei de bandeja nossos disfarces, Joh vem tentando reverter a péssima impressão que Finn tem em relação a Katniss. Em grande parte - culpa minha - por conta do episódio da Lerner.  Johanna nos revelou que depois de conhecer Amanda, a Katniss não falava em outra coisa e queria muito revê-la, afinal, a loirinha que a salvou, causou-lhe uma ótima impressão. Confesso que ao ser informado das intenções dela senti o mesmo ao saber dos testes que ela estaria realizando na casa de shows para contratar novas cantoras. Não tive dúvidas de participar da seleção, uniria o útil ao agradável caso fosse selecionado. Arranjaria um trabalho e a veria de novo. Enquanto pensava na morena de olhos acinzentados, afastei-me um pouco de Johanna e Finnick e encostei-me à sacada da quitinete para observar o movimento da rua. Sabia que a briga dos dois não terminaria tão cedo. Comecei a pensar em como Katniss reagiria ao descobrir que, Amanda Mellark - a garota por quem ela ficou tão encantada - é o mesmo carinha que a beijou no estúdio da Lerner há alguns dias e fez justamente o oposto.

— Pelo jeito aqueles dois vão demorar um século para iniciar o dia da beleza, ou melhor, dia sombrio como o Finn prefere chamar. Seu irmão é mesmo um osso duro de roer viu. – assustei-me com Tresh, havia me esquecido completamente da presença dele.

 – E, a Mason não fica atrás. – falei depois de dar mais uma olhada para os dois que continuavam com a queda de braço.

— Peguei na geladeira se não se importa, era a última. – falou mostrando-me uma garrafinha de cerveja.

— Não tem problema – respondi.

— Você tem certeza do que está fazendo, Peeta?

— Sinceramente não Williams... pela primeira vez na minha vida eu estou deixando de lado a razão e apenas seguindo meu coração.

— É... Ao que me parece pela primeira vez seu irmão está fazendo justamente o contrário. – Tresh apontou a garrafa para o casal que continuava a discussão na sala, por alguns segundo me peguei analisando o loiro à minha frente e constatei que meu amigo estava mesmo certo. 

                                       (...)                                

Johanna nos surpreendeu ao final da sessão “tortura” com os resultados da mesma. Ela conseguiu realmente nos transformar em duas “gostosas” na opinião da nossa cobaia, Mr. Williams que ficou responsável de fazer a avaliação se passaríamos ou não por mulheres. 

Depois de doze horas que mais pareceram uma eternidade envolvendo depilação completa, limpeza de pele, unhas cutiladas e de brinde umas dicas de maquiagem, como se vestir e também como ocultar nossos amiguinhos - dependendo da roupa que utilizássemos - Finn e eu acabamos por receber assobios super empolgados da parte de Johanna e de nossa cobaia após o término do processo de transformação pelo qual passamos.  Posteriormente os dois nos deixaram sozinhos na quitinete, mas não sem antes Joh nos prometer que no dia seguinte voltaria para nos ensinar a andar com os sapatos de salto sob medida que ela encomendou para nós e nos arrumar para o teste na Sinsajo.

No dia seguinte com o corpo ainda reclamando foi a vez de aprender a se equilibrar em cima dos sapatos de salto, o que para um cara como eu apaixonado por um bom e velho Mocassim e havaianas foi uma transição dolorosa. Pior até do que a depilação da barba feita no dia anterior, meus pés mimados reclamaram após duas horas sobre os calçados. O que me fez concordar com Finnick que passou o tempo inteiro se queixando que gostaria de matar o desgraçado que inventou os benditos, pois eles eram algo torturante, doente e bizarro. Suas reclamações renderam mais discussões com a Mason que defendia os saltos como se dependesse deles para sobreviver.

Depois de algum tempo e mais familiarizados com os benditos sapatos nos arrumamos para a seleção. Mason escolheu um vestido vermelho de alças grossas estilo romântico para Finnick que pela primeira em vinte e quatro horas não debateu. O vestido era vermelho e ele gostava de vermelho - foi o que ele disse - a peruca loira estilo Fergie do Black Eyed Peas foi reutilizada e pelo semblante que meu irmão fez ao mirar-se no espelho ele certamente adorou o resultado, porém não se pronunciou. Eu fiquei com um vestido florido verde no mesmo estilo - a diferença estava no comprimento - sendo o meu mais comprido, já que o de Finn batia na altura dos joelhos, a peruca Chanel longo e os brincos de pressão completaram meu look. As missangas douradas nos brincos realçavam a cor dos meus olhos, e segundo nossa personal  stylist eram a cereja do bolo. Devidamente caracterizados seguimos em direção ao nosso destino.   

                                          (...)

— Onde eu estava com a cabeça quando resolvi entrar nessa furada com você? Peeta deve ter umas trinta garotas nesta boate, nós não somos garotas. Nossas vozes não têm nada de feminino nelas. Johanna fez um ótimo trabalho de transformação na gente ok, mas, como vamos enganar a girafona maluca depois que começarmos a cantar?

— Finn, vê se não começa a surtar antes da hora. E por favor, pare de chamar a garota assim. Se passarmos neste teste, teremos que lidar diretamente com ela e como a Mason mesmo disse a Everdeen parece ser uma menina legal, agora preenche logo esta ficha e vamos nos sentar.  – Johanna nos deixou na frente da Sinsajo as 15:00hs,  nosso carro havia sido confiscado  pelo Gale. - para desgosto de Finn que nunca pensou em vende-lo - quanto mais entregar de brinde para um filho da mãe como o Hawthorne.  Dentro da boate já encontrava-se um bando de garotas espalhadas pelo salão  aguardando  pela coreógrafa. Katniss ainda não havia chegado ao local. Alguns seguranças nos entregaram as fichas de inscrição e nos acomodaram em cadeiras numeradas - conforme a ordem de chegada - eu e meu irmão fomos os últimos a chegar, consequentemente nos sentamos bem distante do palco onde seria realizado o teste.

— Peeta?

— Que foi agora, Finnick?

— Qual nome devo colocar na ficha? Eu não pensei em nenhum nome para mim.

— Sei lá Finn, pensa em um nome que você goste.

Fergie, eu gosto de Fergie e combina com Mellark. Ao invés de irmãos Odair nós podemos nos apresentar como, as irmãs Mellark daqui por diante, que tal? – estava formulando uma resposta quando um leve alvoroço em baixo do palco chamou nossa atenção. Duas garotas lindas - uma negra e outra ruiva - cada qual com um violão em mãos e mochilas coloridas nos ombros, discutiam enquanto se estreitavam por entre as mesas e cadeiras procurando por seus assentos, as duas trajavam roupas estilo hippies e bandanas coloridas na cabeça. No caminho elas esbarravam em tudo que achavam pela frente suscitando reclamações e xingamentos das outras garotas, foi impossível não rir das duas figuras que se aproximavam de onde estávamos e aparentavam estar completamente perdidas no tempo e no espaço.           

— Annie, não sei por que eu tinha que te escutar, olha quantas garotas tem aqui dentro, deveríamos ter saído do Distrito 4 com um ano de antecedência, mas você cismou de meditar antes de sair de casa. Olhe no que deu, seremos as últimas a nos apresentar.

 – Rue, não exagere até que não demoramos tanto. Você também deveria ter seguido meu exemplo e feito algum tipo de exercício mental para se acalmar antes de sair de casa. Está muito nervosa, acalme-se dará tudo certo, é só confiar no ditado popular que diz que os atrasados serão os primeiros.

— É “Os últimos serão os primeiros” Annie e eu não preciso fazer nenhum tipo de exercício mental para me acalmar. Eu preciso é de um emprego que me ajude a pagar a faculdade, simples assim. 

— Amiga essa vaga esta no papo, pode acreditar. – por serem as últimas a chegar ao local a dupla ficou na nossa mesa. Rapidamente ganhamos duas amigas. Rue e Annie eram incríveis, esforçadas, batalhadoras e principalmente engraçadas. Se definiam irmãs de coração e nos contaram que se conheciam desde a barriga de suas mães.

Durante o nosso papo com as duas dei algumas cotoveladas discretas no meu irmão tentando dessa forma conter sua empolgação direcionada especificamente a ruiva, entretanto, não adiantou muito. Continuamos conversando e nos conhecendo melhor antes que alguém chegasse e nos desse alguma nova informação, de repente ficamos sem assunto e depois de alguns minutos de silêncio Rue nos questionou preocupada

— Meninas, como vamos passar neste teste? Nós quatro seremos as últimas a se apresentar. Os ouvidos da tal Katniss Everdeen já estarão saturados a essa altura e isso pode nos prejudicar. Não sei vocês, mas eu preciso muito desse emprego. – notei que Rue parecia realmente necessitada da vaga e eu queria mesmo conhecer melhor a Katniss. Pensei um pouco, e logo tive o que chamei de uma brilhante ideia.

— Meninas, quero propor algo a vocês...


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam do capitulo, o que será que a Amanda vai propor para as meninas?
Quero fazer um convite a vocês, eu comecei a ler uma original que estou adorando vou deixar o link para quem quiser dar uma passadinha e conferir.
https://fanfiction.com.br/historia/718591/Inside_Energy/

Galera desejo um 2017 repleto de bênçãos a todos. Bjokas.



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