Mandy Mellark (Hiatus) escrita por Paty Everllark


Capítulo 18
Ele não é tão entojado assim, mas...


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee!!! Boa noite lindezas.

Gente nem demorei tanto desta vez. Rsrsrs

Quero agradecer aos novos acompanhamentos e favoritos. Um agradecimento especial também a todos que comentaram no capitulo anterior.

Boa leitura, espero que gostem,




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Descobri durante algumas horas de conversa, muito sobre os irmãos Everdeen. Os dois eram órfãos. A mãe dos dois era irmã de Plutharch Haevensbee, foi deserdada pela família após fugir de casa e se casar com o senhor Everdeen. Quando o pai morreu de uma doença degenerativa, ficou muito triste e adoeceu, morrendo pouco tempo depois das consequências de uma implacável depressão. Gale tinha apenas quatorze anos e buscou de todas as formas cuidar sozinho da irmã, de início contou com a ajuda de Raoul e Adelinne que eram seus vizinhos, mas logo o casal deixou o Distrito 12 e veio tentar a sorte na Capital. Não obtendo êxito frente às condições de pobreza em que viviam no seu distrito natal e considerando o fato de ser menor de idade, o moreno buscou ajuda dos parentes mais abastados de Hazelle.

Pela admiração cega que o rapaz demonstrou ter pelo tio bandido, notei que Haevensbee era o grande “vilão da história” especialmente por usar da imaturidade e dor do sobrinho adolescente, num momento crucial de sua formação humana, tornando-o seu braço direito e possível sucessor.  No entanto, o homem com quem jantei aparentava não saber que seu tio tinha diversos negócios escusos, como tio Haymitch havia nos contado.

E por falar em jantar. Eu estava grato. Safar-me de ser assassinado por Gale Hawthorne foi à melhor coisa que acontecera comigo nos últimos tempos, contudo jantar com ele foi a pior. Percebi durante a noite no Raoul que o traste era um cara apaixonado pela família, principalmente pela irmã e a prima.  Ao se envolver com a mais nova, Finnick nos condenou.

“Não contente em quebrar meu nariz, o cara resolveu deformá-lo. Amanda todas as vezes que me olho no espelho odeio mais ainda esse vacilão. Enquanto não deixá-lo numa cadeira de rodas, não irei sossegar. Fora que meu tio irá pulverizar o canalha que tentou deflorar a Prim, e com certeza dessa vez, eu não irei fazer nada para impedi-lo”. 

Deflorar? Quem usava esse termo nos dias atuais?

Pela fala alterada e nervosa, ao que puxei novamente o assunto: “loiro sem noção que quebrou seu nariz” o Hawthorne confessou que ele e os seguranças somete aplicariam um corretivo em Finn e o mandaria de volta para o lugar de onde havia saído, coisa que Plutharch desaprovaria, mas Gale, daria um jeitinho de mostrar que fizera o serviço completo.  Contudo, o asno loiro, vulgo eu, resolveu quebrar seu nariz perfeitinho – palavras dele – instigando no entojadinho um terrível sentimento de vingança, alimentado diariamente pelo cowboy barrigudo traficante de bebidas, e sabe se lar que ‘coisitas mais.

— Você está tão silenciosa desde que entrou no carro. – Gale constatou ao estacionar o carro em frente a portaria do flat de meu tio. Nem percebi que já tínhamos chegado ao nosso destino, tamanha minha confusão mental.

— Não é nada, só estou cansada por causa da mudança. Como conversamos mais cedo, mudar para a casa de meu tio não estava em meus planos, entretanto aconteceram alguns imprevistos que me forçaram a isto.

— Amanda... – Gale ajeitou-se no banco e colocou suas mãos em minha nuca se inclinando para... Não ‘péra, ele não estaria pretendendo...

— Obrigada pela noite, Gale. Adorei conhecer seus amigos e a massa estava divina, tchau.

Abri a porta numa rapidez impressionante, como se minha vida dependesse daquilo. Na verdade, minha vida talvez não, mas minha sanidade com toda certeza.

— Me perdoe. – Segurou-me pelo braço. – Amigos, eu sei... – Então deu um beijo demorado no meu rosto. 

 A vontade de limpar a área afetada era imensa.

Tirando o interesse amoroso impossível que o cara tinha por Amanda – no caso euzinho— ele não era tão chato quanto imaginei. Possuíamos até muitos sentimentos em comum, em especial o amor que nutríamos por nossa família e irmãos. Talvez seu maior defeito fosse ser muito radical frente suas convicções. Como diria minha mãe:

“Uma mula empacada quando tomava uma decisão, mesmo que esta não fosse a correta.”

— Tudo bem, só não faz mais isso, okay?

Okay. Eu posso te ligar? Só para gente conversar um pouquinho, sobre o nosso timão. – Outra coisa que tínhamos em comum era a paixão pelo Capitalense, equipe de basquete oficial da Capital.  Boa parte de nosso jantar se resumiu em discutirmos sobre todas as conquistas e campeonatos ganho pelo do time.

— Pode.  – Gale sorriu largo, o que me deixou mais arrependido, ao ter que sustentar a farsa em que me meti há alguns meses, principalmente por saber que sua intenção no dia do baile foi proteger a prima. E vamos combinar que o proceder do cara era louvável. Meu irmão foi realmente um galinha na ocasião. Caso tivesse rolado algo, Prim teria sido mais uma vítima descartável em suas mãos safadas. Finnick  sempre fora um sem noção, embora eu o amasse de maneira incondicional tinha que reconhecer.   

— Boa noite, fã número 2 do Capitalense.

— Número dois? Eu sou o fã número um, garota.

— Não eu sou a número 1...

*****

Três semanas passaram como num flash, os ensaios e a reforma da Sinsajo estavam seguindo a todo vapor. A casa estava ficando realmente linda, estávamos empolgados. A ordem de quase todas as apresentações já estava definida. A noite inaugural ia ser também a estreia de Finnick, ou melhor, Fergie, Glimmer, Rue, Annie e Delly.  Katniss, estava ensaiando as cinco de portas fechadas, fazendo mistério das performances até para as outras dançarinas.  

— Você não vai mesmo me contar qual música irá apresentar na inauguração da Sinsajo, Finn?

— Você tem seus segredinhos com o Everdeen, e eu tenho meus segredinhos com a Everdeen. Simples assim maninho.

 Meu irmão estava enciumado, depois de nosso encontro no shopping e de eu ter aceitado sair com o Hawthorne, Katniss e eu. Minto. Katniss e Amanda praticamente haviam virado irmãs siamesas de tão grudadas. Não faltando assunto entre nós durante os intervalos de nossos ensaios. Como diz o ditado popular:

“O que não tem remédio, remediado está.”

Já que teria que assumir o papel de uma garota, que ao menos tivesse algum benefício com isso. Quem sabe ao me aproximar de Katniss  como Amanda eu conseguisse ter uma nova chance de conquista-la?  No entanto jamais contaria meus planos para ninguém. 

— Isso não é nada justo, Johanna sabe de tudo.

— Ei! Não me coloque nessa discursão infantil dos dois. Eu sou a figurinista da porra toda, então é natural que eu saiba desses detalhes junto com a coreógrafa – Joh esnobou. – Só posso adiantar que sua irmãzinha irá arrasar na estreia dela.

— Ah não! Odeio vocês, só estão aumentando mais a minha curiosidade...

— Amanda telefone! – Haymitch adentrou a sala atrapalhando nosso falatório. Sua expressão era debochada ao me chamar pelo nome de guerra. — Seu namoradinho encantado ao telefone.

— ‘Parô a palhaçada”— sussurrei de modo ameaçador antes de pegar o telefone sem fio de sua mão.

 Todavia, não surtiu efeito a ameaça, visto que tanto ele, quanto Johanna e Finnick começassem a cantarolar de maneira audível – que decerto Gale ouvira do outro lado da linha –, um:  

“Tá namorando, tá namorando”.

 Há uma semana estava passando por aquela tortura psicologia autorizada,  ligações e mais ligações do Hawthorne querendo fortalecer os “laços de amizades” entre nós.

   Mesmo reiterando entre uma chamada e outra que o “nós não ia rolar” Gale continuava ligando, e o pior, eu tinha que admitir, assim como Katniss, ele também estava se tornando meu amigo.

 “Saiam daqui.”  

Expulsei o trio, mas fui ignorado com louvor, pois continuaram   atentos a  ligação.

— Você está melhor, princesa? Saiu da Sinsajo tão rápido. Como eu te disse, tinha reservado uma mesa para a gente finalmente jantar no  Palace – disse Gale, dava para sentir a evidente felicidade na sua voz. Que vontade de enforcar meu tio por conta da gracinha.  

— Me perdoa por ter feito perder as reservas, mas realmente não ando me sentindo bem.

 — Entendo princesa, tem certeza que não quer mesmo que eu vá até aí para cuidar de você. Podemos conversar um pouco, quem sabe não se sinta melhor?

Não precisa! – gritei mais alto que gostaria.  Imagina se o entojado – não tão entojado assim – resolvesse ir até a casa de meu tio.

 “O que foi?

Tapei o bocal do aparelho telefônico e ralhei com os presentes na sala. Não paravam de rir feito hienas desdentadas. Na verdade, até eu riria se não estivesse no centro do furacão.

— Não precisa se preocupar, vou tomar um chazinho que meu tio preparou e me deitar um pouco, tchau. – Apressei-me em encerrar a chamada. Orava a todas as forças celestiais para não chutar o balde de vez e revelar minha identidade.

— Espera não desliga ainda...

— O que você quer dessa vez, Gale?

— Minha irmã quer falar com você.

— Por que não disse logo? Põe ela na linha.  – Dava para notar a hesitação dele. Com certeza era tristeza pela minha euforia – Desculpa, é que estou querendo descansar logo, então quer, por favor, passar o aparelho para a Katniss.

— Tudo bem... Fica bem princesa. Eu te...

— Gale, por favor, já está tarde. – Ele não iria falar o que eu estava pensando, ou ia?

— Okay ... Vou passar para ela. Beijo — concluiu por fim.  

— Amandinha, mas o que de fato você tem? – Katniss indagou nervosa assim que pegou no telefone. – A Fergie disse que você foi acometida por cólicas menstruais fortíssimas, por isso teve que deixar a boate daquele jeito. Como foi que ela falou mesmo? Que você estava ‘mostruada.

— Minha irmã te disse isso? - falei enquanto lançava um olhar matador para Finnick, que pôs as mãos na boca para suprimir o riso desenfreado, já deduzindo o que Katniss falava do outro lado. – Mostruada? - repeti pasmo.

Meu irmão e os demais seguravam ainda mais as risadas.  Passei o dedo indicador no pescoço simulando um corte, sinal visível do que o esperava assim que findasse a ligação. Mexi os lábios.

“Eu vou te matar seu desgraçado.”

 Avisei, sendo novamente ignorado e recebendo em troca um mostrar de língua  da parte dele.

— Amiga, eu já tomei um remédio que o tio Hay me deu. Vou ficar bem logo, logo. – Continuei falando com Katniss, tentando desviar a atenção dos outros.

— Eu queria tanto que você e meu irmão saíssem de novo, quem sabe pudessem...

— Katniss, eu e o Gale não vai acontecer. Vê se entende isso de uma vez e não força mais a barra. Está alimentando os sentimentos dele. Não quero magoa-lo.

— Okay, não insistirei mais... é que meu irmão já sofreu tanto por amor e mudou tanto após essa desilusão...

— Katniss...

— ‘Tá bom. Não esta mais aqui quem falou.

Seu irmão disse que queria falar comigo, sobre o quê?

— Quero te fazer um convite e não aceito não como resposta.

— Um convite vindo de você, é sempre irrecusável. - Por um momento me esqueci de que não era Amanda e agi como Peeta, entretanto Johanna coçou a garganta me fazendo entrar novamente no personagem.

— Então, vai aceitar meu convite?

— Por certo que vou, amiga.

 – Sábado às 20 horas, meu irmão irá buscar você, Fergie e Haymitch para jantar em nossa casa... — Eu só podia estar escutando errado, jantar na mansão dos Haevensbee?  Jamais imaginaria ter que botar os pés naquele lugar outra vez, principalmente como convidado. – Será a comemoração de bodas de pratas de meus tios e eles querem muito te conhecer.

— Katniss, eu...

— Amanda não tem mais volta. Você prometeu.  As oito em ponto estejam todos prontos.

Definitivamente minha vida estava totalmente fora dos trilhos, sem nenhuma previsão de voltar para o caminho original. Eu estava sendo obrigado e me embrenhando cada vez mais no disfarce. Que os céus  me ajudassem de agora em diante.

— Okay, eu aceito. – respondi sentindo-me totalmente vencido. Afinal a amava demais para lhe negar qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

Gente espero que estejam gostando da fic, em especial dos rumos que ela tem tomado, mas para que eu saiba o que estão achando seria bem legal que deixassem seus comentários. Eu iria amar.



Bom é isso, fico por aqui e tentarei voltar logo.

Tenham um abençoado restinho de domingo e um ótimo feriado.



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