Girls Talk Boys escrita por Glads


Capítulo 48
Final Alternativo


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo me veio a mente graças a um comentário de uma leitora e não podia deixar de escrever essa espécie de "Final Alternativo".

ATENÇÃO! Esse capítulo tem cenas consideradas fortes.



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Michael

A notícia da morte pós-parto da Layse foi terrível.

Eu estava tomando uma xícara de café quando Naomi mandou uma mensagem que apenas dizia "Layse se foi".

Lembro de cada detalhe daquele dia.

Eu caí no chão e chorei compulsivamente até Luke chegar na casa dos Hood, sentar ao meu lado e chorar junto.

Não vimos Ashton naquela semana. Ele não foi nem no velório da irmã.

Os bebês estavam no hospital e nem tiveram a chance de conhecer a mãe.

Calum ficou em estado de choque por horas e só começou a lagrimar quando enterramos sua amada.

As fãs haviam descoberto tudo e nossos problemas só aumentaram, por causa disso tivemos que apagar todas as nossas redes sociais.

Alguns dizem que é o fim da 5 Seconds Of Summer.

E apesar de saber que Lay não ia querer isso, não temos condição de subir num palco.

Enquanto bato na porta da família Hood, que já está cuidando dos trigêmeos, lembro de vários momentos com minha amiga.

Ela rindo no parque de mãos dadas com Calum.

Ela abraçada no Luke enquanto ele fazia cócegas em sua barriga.

Ela me beijando por causa de uma brincadeira.

Ela acariciando a barriga e falando com os filhos.

Quando a Sra. Hood abre a porta já estou em meio as lágrimas e logo nos abraçamos.

Na sala vejo o pai do Cal carregando um dos bebês enquanto os outros dois berram sem a mãe.

— Onde está a Nam? - pergunto.

— Ela não sai do quarto desde o dia que eles nasceram. - disse o que eu já sabia.

O Ashton sumiu por uma semana, mas depois apareceu junto com Lydia nos consolando, porque esse é o Ash Irwin, ele coloca os outros na sua frente.

Já Naomi, é a única que nem um de nós viu. Quero dizer, a tia dela deixava pratos de comida na frente da porta do quarto e as vezes, ela os pegava. Mas nunca víamos seu rosto.

Bato na porta do quarto que ela está hospedada e mesmo longe, consegui ouvir os soluços de Calum no seu quarto.

Balancei a cabeça sabendo que a Nam precisa mais de ajuda do que qualquer pessoa.

— Nam? - chamei - Nam, sou eu, o Mike... Posso entrar?

Nem um barulho.

Resolvo arriscar e mexo na maçaneta.

Surpreendentemente a porta se abre e quando coloco o rosto para dentro vejo o quarto no completo escuro com alguns pratos intocados no chão cheio de fungos e bactérias.

— Naomi? - pergunto mais uma vez e noto que ela não está na cama.

Ouço um soluço baixo vindo do banheiro e logo vou para lá.

— Nam? Você tá aí? - questiono - Posso entrar?

Sem resposta.

Suspiro e tento abrir a porta, mas ela está trancada.

— Naomi, abre, por favor. - bato mais forte.

Quando ela não responde fico nervoso e começo a tento arrombar a porta.

Com cinco chutes, ela cede.

Então a vejo.

Naomi está sentada no chão, em frente ao vaso sanitário, sua cabeça está encostada na parede, seus olhos fechados serenamente, e seus cabelos soltos pela extensão do seu tronco. Mas seu vestido branco está manchado de sangue, do sangue que escorre dos seus pulsos.

Me ajoelho sentindo um dor descomunal no peito e quando ela soluça, permito o alívio percorrer meu corpo.

— Naomi... - falo segurando seu braço gelado - Essa não é solução.

— Mike. - ela parece forçar o corpo para falar - Desculpe.

— Naomi, eu vou te levar para o hospital. Ok? - digo apressado tentando buscar meu celular no bolso.

— Não! - uma de suas mãos segura a minha - Por favor, não.

Seu sangue escorre pela minha pele.

— O quê? Olha como você está sangrando! - a encaro indignado e aponto para as lâminas de barbeador que ela usou.

Mas então quando vejo seu rosto sereno a entendo e começo a chorar.

Não sei como, mas ela consegue fechar os braços ao meu redor e me puxa para seu colo.

— Está tudo bem, Michael Gordon Clifford. - sua voz já é quase um sussurro.

— Por quê, Nam? - eu pergunto.

— Agora eu não só sou desempregada, Mike... Eu podia aguentar isso, eu podia. - ele afirmou acariciando levemente meu braço.

— Mas perder ela foi demais... - completo.

Naomi assente abrindo os olhos cheio de lágrimas.

— Eu prometi a ela que cuidaria das crianças e achei que seria capaz, mas não posso, Mike, eu não consigo. - ela começou a chorar - Eu não consigo. Não sou forte como ela...

— Shiii... - peço me sentando e segurando seu rosto - Você é incrível, Naomi. Eu te amo.

Nam abre um leve sorriso.

— Sabe por que eu deixei a porta do quarto aberta? Eu ainda tinha dúvida... Queria que alguém viesse me salvar, mas agora sei o que devo fazer...

Mexi no meu bolso e apertei um botão no meu celular.

— O quê? - questiono.

— Morrer... - responde de forma natural.

— Eu não quero que morra.

Ela tenta levantar o braço com muito esforço e eu a ajudo.

Sua mão enxuga lágrima minhas e eu me surpreendo ao notar a intensidade das lágrimas.

— Fique com a Crystal, case-se com ela e cuide das suas filhas, Georgia e Nina. - sussurra.

— Não. - a aperto contra mim - Eu não quero ela, quero você, eu amo você.

— Desculpe, Mike... Eu não posso. - ela me encara profundamente - Mesmo te amando, Michael, porque eu te amo, não posso continuar aqui, não sem a Lay.

Seguro seu rosto e a beijo levemente.

Ambos sorrimos durante o beijo e lentamente pressiono com força minhas mãos em seus pulsos cortados para conter o sangue.

Ela se afasta gritando de dor.

— É para o seu bem. - falo, mas ela tenta forçar seu corpo por impulso para trás - Você não morrerá hoje, Naomi Hood! Você não morrerá hoje!

Nesse momento Calum chega acompanhado de dois enfermeiros.

Quando mexi no meu celular, pressionei o botão que faz chamada diretamente para o Cal e ele com certeza ouviu parte da minha conversa com sua prima e tratou de chamar uma ambulância, como pedi a Deus que ele o fizesse.

Naomi me olha como se a tivesse traído e tento pedir perdão pelo olhar.

Os enfermeiros pedem que eu me afaste.

Um deles, o aparentemente mais velho, puxa os braços de Naomi para si e ela tenta contê-los.

Calum chora observando tudo e o enfermeiro mais novo coloca um pano no rosto da minha amada fazendo ela parar de se debater.

— Eu sei que é egoísmo, mas não posso te perder, Naomi. - vejo um brilho no seu olhar antes dela apagar e sei que Nam também concorda que fiz o certo.

Abraço Cal enquanto eles a levam assegurando que tudo vai ficar bem.

Suspiro.

A vida sem a Lay não é e nem vai ser fácil, mas por ela, vou manter todos bem.

[...]


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Notas finais do capítulo

Se você sofre do mesmo problema que a Naomi, nesse capítulo, só posso te dizer que EU SEI que as coisas estão difíceis e se mutilar parece a solução perfeita para escapar, mas eu me atrevo a dizer que não, não é.

Você é uma pessoa especial e se não acha isso, meu querido, lute bravamente que tenho certeza que um dia irá se sentir assim.

Eu sei, porque passei por algo parecido (NÃO IGUAL, mas muito parecido).

Nós, as autoras, nos importamos com você de verdade e se tiver algum problema, fale com a gente. Podemos e queremos te ajudar.

Porque ambos merecemos todo o amor do mundo. E é isso que desejamos para todos vocês, leitores.

***

Gostaríamos de agradecer a cada um de vocês, leitores, que nos incentivaram e acompanharam, até mesmo vocês, fantasminhas.

Estamos muito felizes de concluir essa "fanfic", mas também estamos contentes de anunciar que em breve estaremos publicando um livro original no Wattpad.

Se quiser nos acompanhar nessa nova fase, basta nos seguir nesse perfil:@karine-raquel.
Aqui vai o link: https://www.wattpad.com/user/karine-raquel

Ah! Já temos dois contos publicados lá. Tenho certeza que vocês irão gostar.

Agora estamos sentindo uma dorzinha no peito, mas é isso. A história dos meninos foi contada. E esperamos de todo o coração que você tenha rido, chorado e se divertido com Girls Talk Boys.

Até.



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