Girls Talk Boys escrita por Glads


Capítulo 36
Australia, baby!




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Naomi

— Eu te amo, Mike! – sussurei em seu ouvido, para depois distribuir mordidas naquele local.

Michael murmurou algo que não entendi e logo depois me apertou ainda mais em seus braços.

Não demorou para que caíssemos na cama, quase sem roupa.

Vi ele me analisar e sorrir mordendo lentamente meus lábios.

Eu quero você, Naomi. Sempre quis você. sussurrou contra minha pele.

Me contorci embaixo dele.

Eu também, Mike. confessei puxando seu rosto para mais perto  Chega dessa frescura toda.

Ele gargalhou e me beijou provocativamente.

Apenas você e eu? perguntou com os lábios colados aos meus.

Minhas mãos estavam abertas na cama e me surpreendi quando as suas as encontraram.

Pelo resto da nossa vida. murmurei.

Então começamos o que durou algumas horas.

***

Acordei completamente suada.

Abri os olhos e afastei aquele sonho da minha mente.

Suspirei e me sentei verificando o horário no meu celular.

Hummmmm...  gemi desanimada indo em direção ao banheiro.

Antes que Lay completasse três meses e meio, no meio de maio, Calum a obrigou a vim morar com meus tios. E claro, eu vim junto para cuidar da minha amiga.

Acabei indo em uma entrevista de emprego, da qual Lyd me indicou. Agora trabalho numa revista. Inclusive, foi no trabalho que conheci Eric, meu namorado.

Lydia infelizmente teve que ficar em Los Angeles por causa de seu emprego e os meninos continuam trabalhando no novo álbum.

Agora, no fim de maio, as fãs já começam a notar o sumiço do Cal. Ultimamente ele só anda postando fotos do cachorro dos pais dele ou vídeos com o Ashton, que obviamente sempre que pode vem visitar a irmã.

Mas ninguém supera a Lauren e o pequeno Harry. Apesar de todas as coisas que eles tem feito com o Ash, os dois sempre vem aqui na casa da família Hood para ficar paparicando a Lay que já está com uma barriga enorme diante do pouco tempo de gestação.

A campainha da casa toca no exato momento que saio do quarto já vestida.

Ultimamente Layse tem dormido como pedra, acompanhada do marido e meus tios viajaram para visitar Mali-Koa, que está tentando publicar seu próprio cd.

Coçando o olho abro a porta e dou de cara com Michael.

Meu coração acelerou e minha mente só conseguia lembrar daquele sonho.

— Você aqui? – soltei.

Desde que voltamos à Austrália, dos nossos amigos, Michael foi o único que ainda não tinha vindo nos visitar. E em parte eu ficava grata, assim não tinha risco de cometermos um deslize e ele se culpar ao lembrar que tem a Crystal. E agora, eu não corria o risco de me sentir culpada ao lembrar de Eric.

— Los Angeles é tão sem graça sem vocês. – Mike disse e sem cerimônia entrou e foi se acomodando no sofá.

Ri do seu comentário.

— Cadê a Lay e o Cal? – meu amigo perguntou.

— Dormindo. Boa parte do tempo ela passa fazendo isso e o Cal a acompanha. – disse, sentando ao lado dele.

— São três bebês... – Mike completou.

Assenti com a cabeça.

— Onde você vai vestida tão séria assim? – os olhos de Michael analisavam cada centímetro do meu corpo.

— Para o trabalho. – respondi – Inclusive, tenho que ir.

— Você trabalha aonde? Qual sua função? – sua curiosidade era perceptível.

— News Magazine. – disse – Depende, às vezes trabalho escrevendo artigos sobre moda, tendências, fofocas.

— E você gosta?

— Sim, tirando a parte dos artigos de fofoca. – fiz uma careta – Mas meu chefe garantiu que serão alguns meses trabalhando nisso e depois ele me promove para a parte das jornalistas que tem uma coluna só com as matérias destaques, que é o meu sonho desde a faculdade.

— Ah. – Michael murmurou.

Não demorou para que eu começasse a encara-lo fixamente e ele responder na mesma intensidade.

Eu só conseguia pensar no sonho que tive agora a pouco e em como queria torná-lo em realidade.

Mas eu não podia ser desleal com Eric.

A campainha tocou, eu pulei no sofá e assim quebramos o contato visual.

Andei até a porta.

— Oi. – meu namorado estava sorridente.

— Oi. – respondi.

— Vamos? – ele segurou uma das minhas mãos, mas pude ver que ele olhava para algo atrás de mim.

— Quem é ele? – Eric indicou com a cabeça para onde Michael estava.

— Michael Clifford e você? – o loiro levantou do sofá e veio até nós.

— Eric Hayon. – meu namorado respondeu com cara de poucos amigos.

Michael estava com a mesma expressão.

— Você é colega de trabalho da Naomi? – Mike me segurou pela cintura.

AH, NÃO!

Eric parecia a ponto de explodir.

— Ele é meu colega de trabalho e meu namorado também. – respondi e me esquivei das mãos de Michael.

— É, cara. – o moreno riu e me puxou para ele.

— Vamos? – sugeri, antes que o clima piorasse.

Eric segurou minha mão e juntos fomos até seu carro, mas não sem antes eu virar para trás e ver Michael me lançando o mesmo olhar que lançava quando éramos dois adolescentes.

***

— Aquele seu amigo é abusado, hein? – Eric alternou os olhares entre mim e a rua.

— Não começa! Você veio falando do Mike o caminho inteiro e agora que estamos voltando para casa também? – perguntei chateada – Já não basta o nosso chefe ficar enchendo a paciência, você também tem que fazer isso?

— O que posso fazer se seu amiguinho é um idiota? A propósito, por que nunca falou dele?

— Idiota? – encarei meu namorado que dirigia seu carro com uma feição emburrada – Você chamou o Mike de idiota?

Eric parou em um sinal de trânsito e me observou com o canto do olho.

— Idiota é você que está se remoendo de ciúmes. – acusei – Nunca mais chame o meu amigo de idiota. Ok?

Eu tenho vontade de falar muito mais para o Eric, como por exemplo "Você não se garante?" ou "Idiota é você, seu filho da mãe", mas é melhor ficar calada.

— Ok, desculpe. – ele sussurrou e voltou a acelerar o carro – Só queria entender porquê você nunca falou dele.

Suspirei.

Nosso relacionamento começou muito rápido, e eu realmente gosto do Eric, então não quero esconder nada dele, mas não posso simplesmente contar para ele sobre a banda.

— É porque ele é aquele cantor. Não é? Da banda australiana... – meu namorado desvendou sozinho.

— Pensei que não gostasse de rock. – sussurrei.

— Eu trabalho em uma revista, Naomi. – ele dobrou uma rua e eu já avistava a minha casa – Sei quem são os meninos da banda 5 Seconds Of Summer.

— Mas...

— Eu percebi quando a Kate brincou com seu sobrenome dizendo que você era uma irmã perdida do Calum Hood. Bem ali, depois de te ver nervosa, percebi que você realmente tinha parentesco com o baixista. – estacionou em frente a minha casa, ou melhor, a casa dos meus tios – E depois de vê Michael Clifford na sua casa, tenho certeza.

— Ai meu Deus, Eric! Por favor, não conte nada.

Eu não temo por mim, mas pela Lay... Se meu namorado juntar um pouco melhor as peças vai descobrir que...

— E a sua amiga grávida, é esposa de um deles. Certo?

— DROGA. – expressei meus pensamentos – Que merda eu pensei quando achei que podia namorar?

É claro que Eric quer me conhecer melhor, mas poxa.

— Ei. – ele pegou na minha perna – Fique calma, não vou contar para ninguém.

Fechei os olhos um tanto desesperada.

— Você pode assinar um contrato?

Nós sempre temos um contrato de confidencialidade com a gente, para imprevistos como esse, mas nunca pensei que realmente fôssemos usar.

— O quê? – ele murmurou.

— Você pode assinar um contrato de confidencialidade? – repeti abrindo os olhos.

O rosto do Eric foi um misto de surpresa e bom humor.

Ele começou a ri e puxou meu rosto me beijando rapidamente.

— Sua vida é sempre assim?

Pensei nos bebês que mal nasceram e já fizeram uma bagunça nas nossas vidas.

— Não. Há alguns meses ela mudou e pelo visto vai continuar sendo assim. – falei – Olha, me desculpa, mas você vai ter que assinar mesmo o contrato.

Com um sorriso, Eric assentiu e o convidei para entrar em casa e finalmente conhecer a minha família.

***

— Vocês sabiam que eu também tenho uma banda? – meu namorado falou sentado no sofá.

Eric já tinha assinado o contrato há alguns minutos e agora conversava com Calum, Layse e Mike, que resolveu passar o dia com a gente.

—  Oh, é mesmo Eric? – Michael sorriu falso.

Ele estava deitado na perna da Layse que ora acariciava a barriga, ora o cabelo loiro do Clifford.

— Sim. – ele sorriu animado – Vocês iam gostar muito.

— E você toca o quê? – Calum perguntou abraçando a esposa de lado.

— Country. – respondeu prontamente.

Michael não se conteve e começou a gargalhar.

Olhei para ele indignada.

— Sério isso, Naomi? – ele se sentou – Você está com um carinha que toca Country?

Encarei Layse e até ela estava com vergonha.

Puxei a mão de Eric para mim e disse sem medo:

— Sim, estou. O que você tem a ver com isso?

Calum virava a cabeça de um lado para o outro.

— Pensei que odiasse Country Music. – Mike tentava parar de rir.

Ele é tão lindo rindo, pena que agora é simplesmente maldade.

—Você odeia Country? – meu namorado sussurrou surpreso para mim.

Corei.

— Posso não curtir Country Music, mas eu amo o Eric, isso que importa. – me defendi.

— Amor? – Mike sorriu de canto –Sério, Naomi? Você conhece há quantos dias? Quinze? Dez?

Automaticamente quase falei:

— Nov... Não é da sua conta!

Michael passou a mão no rosto.

— Pelo amor de Deus, Nam! Você sempre foi tão seletiva, tão cuidadosa e agora isso...

Nem notaria Calum ajudando a Lay a se levantar e eles saindo da zona de guerra instaurada na sala, se eles não tivessem acenado para o Eric e Layse pedindo com os lábios "desculpa".

Não aguentei mais e a raiva me consumiu.

Voltei a encarar o Clifford e sem medo disse:

— Você só está com ciúmes, Mike e nós sabemos. Ok? Então pare de desfazer do meu namorado porque eu nunca desfiz da Crystal na sua frente! Eu acho que assim como você tem o direito de ser feliz, eu também tenho, então pare de tentar me humilhar e principalmente de humilhar meu namorado.

— Eu acho que vou embora, Naomi. – ouvi a voz do Eric.

Olhei para ele.

— O quê? Não! Não precisa. – argumentei, ou melhor, tentei.

— Está tudo bem, depois conversamos. – ele alegou se levantando.

Suspirei e assenti.

— Eu te levo na porta.

Em silêncio o acompanhei.

Quando abri a porta, Eric ia sair sem me beijar.

— Ei, espera. – o puxei e selei nossos lábios – Depois te explico, tudo. Ok?

— É, você vai precisar explicar mesmo. – respondeu olhando para dentro de casa e com certeza vendo Mike – Porque se quiser ficar comigo, vai ter que esquecer seus sentimentos por ele.

Arregalei os olhos e vi ele sair em direção ao seu carro sem dizer mais nada.

— Está tão na cara assim? – fechei a porta e me virei para Michael – Droga, Mike! Você é um idiota! Eu sou uma idiota!

Senti meus olhos arderem.

— Me perdoa, Nam. – meu amigo pediu.

Ele continuava no sofá, olhando para onde eu estava antes.

— Até quando vamos ficar nisso? – perguntei.

— Pro resto das nossas vidas? 

Me sentei ao seu lado e estendi minha mão para ele.

O rapaz a apertou.

— Eu gosto de imaginar que quando formos idosos, fiquemos juntos. – confessei.

— A gente devia parar com essa frescura. – ele falou.

Me arrepiei lembrando do meu sonho.

— Concordo. – disse – Talvez algum dia?

— Antes de sermos idosos. – Mike falou.

— Aí ficaremos juntos? – questionei.

— Sim e aí sim, será pelo resto das nossas vidas.

— Por que não agora, Michael?

O cachorro dos meus tios apareceu do nada e começou a se acomodar perto do sofá para dormir.

— Somos complicados. – deu de ombros.

— A Lyd e o Ashton também são e eles estão juntos.

— Ah, aqueles dois são tudo, menos complicados.

— Sério, Michael. Por que não agora? Podemos desistir de tudo e fugir... Sério! Tenho certeza que a Lydia daria um jeito de vim cuidar da Lay se fosse por um motivo bom, como nós dois juntos finalmente.

— Mas e a Crystal e o Eric? – vi em seu olhar que ele queria fazer exatamente o que eu disse.

— Nós dois sabemos que podemos até amá-los, mas não é como o que sentimos um pelo o outro. – aleguei.

Finalmente nossos olhos se encontraram e meu coração acelerou.

— Eu te amo, Naomi. – ele falou bem assim, de uma vez, sem nem gaguejar.

Respirei fundo.

— Mas? – incentivei.

— Mas nós dois sabemos que a vida não é assim.

Assenti, um tanto chateada me levantando.

— É, Mike. A vida é muito complicada mesmo, mas a gente também complica ela muito mais. – disse – Eu estou aqui, Mike. Poxa! Será que você não vê?

Balancei a cabeça de um lado para o outro e continuei:

— Mas tudo bem... Eu vou ficar te esperando, Michael! É isso... Amanhã vou falar com o Eric, vou terminar com ele e ficarei te esperando. – sorri triste – Porque eu realmente não vou amar alguém com eu te amo e posso ter sido a maior idiota do mundo não notando antes, não confessando antes, mas agora eu estou aqui, já fiz o que precisava e agora apenas te esperarei.

— Naomi... – ele fechou os olhos como se sofresse.

— Você já é de casa, Michael. – falei me justificando por deixá-lo sozinho ali – O quarto de hóspedes tá disponível para você. Agora, eu tenho que ir chorar no meu quarto, então licença.

Ele assentiu concordando.

Então, com o resto da minha dignidade saí dali.

[...]


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