Ashton

Calum foi o maior idiota, disso ninguém tem dúvida, mas o que nossos amigos não procuraram saber foram seus motivos.

Apesar de continuar amando Layse, ele estava sendo consumido pelo medo de descobrirem sobre eles e por causa disso acha que minha irmã merece uma vida normal, mesmo que seja longe dele.

Quando o levei a diversas festas junto de outro amigos em comum, tentei mostrar para meu cunhado e amigo que ficar loucão em uma festa não vale de nada.

Levei Calum para os mais diversos lugares e claro, atualizei as fãs que mesmo sem saberem de nada perceberam que Cal e eu – Cashton, como chamam – estávamos exagerando nas festas.

Mas foi por uma boa causa.

Entendo Cal.

É complicado conciliarmos nossa vida pessoal com a profissional.

Temos que sempre atualizarmos as fãs e por vezes, postar coisas que nem condizem com a realidade para  as acalmá-las.

Isso me deixa profundamente triste.

Sempre gostei de ser sincero, ainda mais com os fãs... Então, toda vez que tenho que atualizá-los e lembro que ninguém faz ideia de quem são Layse, Naomi e Lydia, acabo me sentindo mal.

Odeio fingir.

Por causa disso, acabo entendendo os dois lados, tanto o de Calum quanto o de Layse.

E agora que Lay acabou de soltar uma bomba dizendo que está esperando trigêmeos nem sei o que pensar.

Naomi percebe o risco de vida que minha irmã corre e saí correndo para seu quarto. Michael vai atrás dela.

Calum abraça minha irmã o mais forte que consegue enquanto ambos choram.

Luke e Lydia tentam contar as lágrimas.

E eu suspiro tentando formular algo bom para falar.

— Nós vamos ficar bem. Nós vamos ficar bem. – Calum começa a repetir.

— Ei, parem de chorar. – pedi – Vocês terão bebês lindos, se puxarem para o titio aqui, é claro. Eu sei que é complicado, mas juntos podemos passar por isso.

Minha irmã levantou a cabeça e me encarou.

— Lay você superou tanta coisa na sua vida... A ausência e morte do Gregory, o falecimento da sua mãe... – exemplifiquei – Estamos todos juntos, vamos conseguir vencer os desafios que virão. Ok?

— Ok. – ela sussurrou.

Lydia se ajoelhou e a abraçou enquanto Calum continuava repetindo para si mesmo:

— Nós vamos ficar bem. Nós vamos ficar bem.

Luke se levantou e começou a conversar com nosso amigo.

Pelo olhar, pedi para que Layse me acompanhasse até a cozinha. Ela se levantou fungando e me seguiu.

Assim que chegamos perto do balcão a puxei para um abraço apertado.

— Senti sua falta. – falou ela.

— Eu também. Espero que não esteja chateada comigo.

Ela se afastou e disse:

— Pensei que ficaria do meu lado.

— E eu estou. – segurei suas mãos.

Então expliquei o motivo de ter levado Calum às baladas.

— Ele te ama. Quando recebeu sua ligação, o Cal saiu correndo e eu tive que ir atrás mesmo sem entender nada. Apesar de toda a loucura que fizemos, em nenhum momento ele te traiu.

— Calum me traiu no momento em que saiu por aquela porta. – sussurrou magoada.

— Ele achou que era para o seu bem, que você merecia uma vida normal. – argumentei – Pense sobre isso. Ele continua te amando, ainda mais agora.

Encarei a barriga de Layse e sorri.

— Então eu serei titio? – tentei mudar de assunto.

— Sim. – ela colocou a mão na barriga – Estou com tanto medo, Ash.

— Apenas confie em Deus.

Minha irmã concordou com a cabeça.

— Bom, e lembre-se que agora todos poderemos ser padrinhos. – tentei animá-la.

Ela sorriu.

— Mike e Naomi; Lydia e Luke; Você e a Mali-Koa. – falou – Espero que a Lauren não fique chateada.

— Tenho certeza de que ela não vai ficar. – afirmei pensando na nossa irmãzinha.

Lay encarou a parede suspirou triste.

— Ainda o amo, Ash... Mas...

— Mas nada. – a interrompi – Apenas o ame. Garanto que se ele tivesse te enganado, já teria dado uma surra nele.

Ela deu um risinho.

— É sério, Lay. O problema foi que o Calum enganou a si mesmo e eu tentei mostrar a ele isso.

Ela assentiu triste.

Segurei seu rosto.

— Quero vê um sorriso na minha irmã. – falei – E quero que ela pense com carinho em tudo o que falei.

— Vou pensar. – prometeu.

— Não deixe o amor entre vocês esfriar, Lay. – insisti uma última vez.

Ela ficou calada, mas a conhecendo do jeito que a conheço sei que ela vai lutar.

Layse saiu da cozinha e eu suspirei preocupado.

— Não precisa fingir agora que está tudo bem, Ash. – ouvi a voz de Lydia.

Virei e a encontrei com o nariz vermelho.

— Você sempre foi o mais calmo, o mais compreensivo e animador, mas não precisa fingir, pelo menos não na minha frente. – falou.

Mordi o lábio e assenti.

Lyd se aproximou e me envolveu em um abraço apertado.

— Você sabe que não matei o Calum depois que ele foi embora por um bom motivo. Não é? – perguntei.

Ela murmurou que sim.

— Então por que quis dá um tempo? – questionei acariciando sua costa.

Não nos afastamos.

— Estou com medo do que pode acontecer... Viraremos o Calum e a Layse ou o Mike e a Naomi? Todos os dias vejo minhas amigas tristes por causa deles e não sei se estou preparada para isso.

— Podemos voltar? – soltei – Eu te assumo para o mundo todo, prometo.

Ela riu e nos afastamos por poucos centímetros.

— Só não vamos evitar um sentimento porque com os outros as dificuldades são enormes. Ok? – falei – Não estou te pedindo em casamento, como o Calum, mas também não quero te evitar, como o Mike... Apenas desejo que sejamos o Ashton e a Lydia e que possamos ir aos poucos...

— Aos poucos quase parando? – Lyd passou os braços ao redor do meu pescoço.

Ri de canto.

— Sim. Se você quiser vamos aos poucos, quase parando.

Não demorou muito para nos beijarmos.

[...]