—Dante, acho que você precisa entrar em algum colégio urgentemente...Você é estúpido e impulsivo. Qualquer um lhe passa a perna facilmente e você nem percebe. — O mestiço disse para o seu irmão mais novo que não parecia estava muito interessado no que ele dizia.

—Eu não preciso aprender calculos matemáticos para entender que o que eu tenho que fazer é matar demônios, Verg! —Respondeu Dante para Vergil, convencido do que estava dizendo.

—Tem certeza?- Questionou Vergil, lançando um olhar desafiador ao irmão.

—Eu não sou tão estúpido quanto você acha que eu sou, tá legal? -Dante se virou e começou a caminhar em direção a saida da Devil May Cry. —Além do mais, eu já sou bem grandinho para entrar em um colégio, não acha?

—Nunca é tarde para se adquirir conhecimento, Dante. E você é tão lerdo que nem percebeu a Trish indo te matricular em um colégio muito bom daqui de São Francisco ontem mesmo. —Disse Vergil para o irmão.

—O quê? —Dante se virou para o irmão que estava sentado no sofá velho da Loja e arregalou os olhos- Mas como assim?

—Eu, Trish e Lady decidimos que você precisa nos ajudar com o calculo das contas mensais da Devil May Cry, mas você não sabe muito bem como começar então te colocamos em um colégio para que você nunca mais deixe nenhum engraçadinho lhe passar para trás como da outra vez — Vergil dizia enquanto polia sua espada Yamato.

—Você acha que eu sou idiota, Verg? Tá bom. Me faz alguma pergunta de um cálculo que eu, Dante, o melhor caçador de demônios de todos os tempos, vai responder.—

O mestiço disse tão convencido que Vergil sabia que ele erraria qualquer pergunta que ele fizesse.

Vergil suspirou. Pensou em alguma conta de resposta fácil. Pensou em uma. Se Dante errasse aquilo ou fizesse alguma gracinha, ele o levaria para o colégio amarrado.
Por fim, perguntou:

—Dante...Quanto é um mais um? — Perguntou sério, esperando a resposta do irmão mais novo.

''Provavelmente ele vai responder que 1+1 é 11'' — Pensou Vergil consigo mesmo enquanto esperava a resposta do irmão.

Dante foi até a sua mesa e como sempre fazia colocou os pés sobre ela e ficou ali por um tempo, pensativo.

—Vergil, eu sei a resposta! —Exclamou ele de repente, fazendo Vergil se assustar.

—E qual é?

—É onze...Não é?- Dante respondeu com um ar de ingênuidade.

A inocência do mais novo ás vezes irritava Vergil. Mas de qualquer modo tinha de conviver com isso.

''Eu sabia que ele dizer que era onze. É Dante, você definitivamente precisa entrar no colégio Corleone o mais rápido possível''

Vergil não conseguia acreditar que Dante havia respondido onze. Mas, raciocinando por aquela lógica, até que aquela resposta fazia algum sentido.

—Pensando por essa lógica eu posso cogitar que a sua resposta faz sentido, mas ela não está certa. Você errou, Dante. —Afirmou para o irmão mais novo que se encontrava sentado com os pés sobre a mesa da loja e comendo tranquilamente um pedaço de pizza.

—Viu como tudo o que eu falo faz sentido. — disse Dante se preparando para colocar outro pedaço de pizza na boca.

—Eu disse que faz sentido, mas disse também que a sua resposta estava errada. Um mais um é dois. DOIS! Definitivamente, desisto de tentar colocar alguma coisa dentro dessa sua cabeça que não seja matar demônios.

—Meu deus, Verg! Como você é chato com esse lance de estudar. — Dante deu um bocejo e em seguida fechou os olhos.

—Eu vou tirar um cochilo, se precisar de mim para alguma coisa eu estarei aqui, sonhando que sou um nerd assim como você. — Riu.

Aos olhos de Vergil, Dante era um grande estúpido impulsivo que não pensava muito bem nas coisas que fazia. E somente sabia ler e escrever graças a Vergil que tirava toda a paciência que existia dentro de si para ensinar a seu irmão noções básicas da língua.

Mas toda aquela paciência que Vergil tirava de seu âmago para fazer com que seu irmão não fosse tão idiota havia se esgotado de uns dias pra cá. Trish e Lady também pensavam da mesma forma que Vergil: Dante precisava deixar de ser idiota e aprender a ter malícia com determinadas coisas, e isso ele só aprenderia em um lugar...

No colégio.

''Durma, irmãozinho. Se você responder que um mais um é onze no colégio, você morre.E não pense que você vai poder matar seus coleguinhas...Nenhum deles serão demônios. Bom, quem sabe... Eu não vejo a hora de te ver no colégio.'' —Pensava Vergil consigo mesmo, alto.

Enquanto Vergil pensava alto com seus botões, Lady adentra a Devil May Cry com uma mochila em mãos, um sorriso estampado nos lábios e um brilho diferente no olhar... um tipo de olhar maternal, como se Dante fosse seu filho e ela fosse uma mãe cheia de orgulho, esperando ansiosa pelo primeiro dia de aula do filho.

—Não é emocionante, Vergil? Dante vai entrar para um colégio, finalmente! —Disse a moça de cabelos curtos repicados e os olhos de cores diferentes, empolgada.

—Tanto faz. —Respondeu Vergil, fingindo desinteresse.— Aposto que foi Trish quem escolheu o material e você escolheu essa mochila de cor vermelha, estou certo?

—Nós dividimos as tarefas para que tudo ficasse de um jeito que o Dante se interessasse. —Lady deu uma piscadela para Vergil, em seguida deu a mochila para o irmão mais velho.

—Vocês são tão amorzinhos. Se dependesse de mim, eu o mandaria para a escola agora mesmo depois da genial resposta que ele me deu há alguns minutos atrás. — Disse Vergil a Lady em tom de ironia.

—Qual resposta? —Perguntou Lady, curiosa.

—Perguntei a ele quanto era um mais um e sabe o que ele me respondeu?

—Dois? — Indagou Lady.

—Onze. — Vergil respondeu por fim.

Lady encarava Vergil que a olhava seriamente, esperando alguma reação vinda dela. Mas a unica reação vinda dela foi exclusivamente apenas uma: Rir. Lady ria descontroladamente, sempre soube que Dante não era muito bom com coisas intelectuais mas aquela resposta pensando pela lógica maluca dele era...Absurda.

—Do que você está rindo? Não vê a gravidade da situação? — Perguntou Vergil a ela, sério. Como se a resposta de seu irmão mais novo fosse o fim do mundo.

Lady se jogou no sofá, tentando se recompor. Vergil a olhava como se ela fosse um ser de outro mundo.

''Ela ri como uma hiena'' —Pensou Vergil.

Lady respirou fundo e aos poucos foi se recompondo de seu súbito ataque de riso depois do relato de Vergil. Depois de ter se recomposto, Lady disse a Vergil:

—Vergil, por favor. Não leve as coisas tão a sério. Pense pela lógica dele e coloque dois ''uns'' um do lado do outro, vamos ter o número Onze. Pelo menos ele tem um pouco de QI —Lady sorriu.

Dante, que dormia com os pés sobre a mesa, despertava aos poucos e ouviu o que Lady havia acabado de dizer e gritou:

—Pelo menos alguém por aqui pensa como eu! É isso ai, Lady! —Exclamou Dante, ao longe.

—Argh! Vocês me enojam. Amanhã nós veremos o que vai dar, eu não vejo a hora. —Disse Vergil, se levantando do sofá e subindo as escadas em direção ao seu quarto. —Boa noite, pessoal. E eu espero que você esteja acordado na frente da loja ás cinco da manhã para ir ao colégio, Dante. Ou se não, eu juro que eu mato você.