Broken Strings escrita por June Everden, Skye Jonhson


Capítulo 10
Todos guardam mistérios.


Notas iniciais do capítulo

Apenas apreciem. E boa leitura!

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(Dona – Roupa Nova )

Algumas horas depois, Regina seguia Emma por lojas de departamento, e lojas de grife, e a morena se perguntava como tinha ido parar ali. Regina não era do tipo consumista e tudo naquele lugar era bem longe da realidade que ela vivia. O cartão de credito de Emma tinha sido usado diversas vezes e Regina se perguntava para que gastar uma quantidade tão grande de dinheiro, com coisas que talvez Charlotte só fosse uma usar uma ou duas vezes. Foram tantas roupas, brinquedos caros, copos infantis que substituíram a mamadeira quando Charlie largasse. E a loira tinha sido especifica queria rapidez e tudo deveria ser entregue em seu escritório. Quando o horário de alimentar Charlie tinha chegado, Emma acabou sugerindo que almoçassem em algum lugar por ali, enquanto cuidavam da menina. E se não estivesse morrendo de fome Regina com toda certeza teria recusado a proposta. Mas como não tinha tomado o café da manhã pela choradeira de Charlie pela manhã, acabou cedendo a ideia já que seu estomago começava a reclamar. Assim que a mamadeira do bebê tinha sido aquecida, e entregue a Regina pela garçonete, Regina verificou a temperatura, mas quando estava prestes a oferecer ao bebê percebeu que Emma a obervava.

 – Você quer tentar dar a mamadeira a ela? – Regina perguntou a Emma. A loira hesitou no primeiro momento.

 – Claro, porque não? – Emma enfim respondeu.

 Swan pegou a menina e ajeitou contra seu peito, enquanto levava à mamadeira a boca de Charlotte. A pequena agarrou o bico da mamadeira com vontade, começou a sugar enquanto deitava a cabecinha no peito de Emma. Para Regina ver Charlotte nos braços de Emma lhe casou uma sensação estranha. Ela apenas ignorou a sensação e se remexeu na cadeira, e voltou sua atenção ao cardápio que a garçonete tinha deixado na mesa, mas as palavras pareciam distorcidas, pois seus pensamentos disparavam em todas as direções. Emma cuidava da sobrinha com tanta calma e carinho que fazia Regina pensar, como ela seria mãe em sua casa, ou até mesmo se planejava ter mais filhos.

 E se esse fosse o caso, porque ela estava aceitando aquela situação de um casamento por conveniência? E pelo pouco que conhecia a família Swan, sabia que eram do tipo que valorizavam muito a família. Mas talvez se casar com uma completa desconhecida, mesmo sendo a mãe de sua sobrinha, fosse levar aqueles valores familiares longe demais. Mas algo dentro dela dizia que Emma iria anular aquele casamento em breve, e em seguida pediria a guarda de Charlotte. Era uma ideia que martelava em sua cabeça, mas Regina não teria chance alguma caso sua verdadeira identidade fosse descoberta.

Ela seria considerada uma mentirosa, e nenhum juiz no mundo lhe permitiria nem mesmo visitar a sobrinha. Pensar em todas aquelas possibilidades fez Regina perder a fome rapidamente, e ela logo largou o cardápio de volta a mesa.

 – Não está com fome? – Emma perguntou.

— Não. Eu quero apenas um café. – Regina desviou o olhar. – Café preto.

A garçonete voltou à mesa para anotar o pedido, e aproveitou para olhar o bebê que tinha acabado de tomar a mamadeira.

 – Que coisa mais linda. Qual a idade dela? – A garçonete perguntou.

 – Quatro meses. – Regina respondeu. A garçonete sorriu e olhou para Emma e depois para o bebê.

 – Ela se parece com a outra mãe não. A senhora deve ser a mãe biológica então? Regina estava prestes a responder que Emma não era mãe de Charlie, mas mudou de ideia no ultimo momento.

— Sim, ela é a cara da mãe loira dela, mas foi quem carregou por nove meses. – A morena respondeu espantada, ela não tinha parado muito para reparar entre Charlotte e Emma, mas assim que a analisou brevemente percebeu a semelhança. A garçonete saiu para buscar os pedidos, e Regina ficou observando Emma cuidar de Charlotte como se já fizesse aquilo desde que a garotinha tinha nascido.

 – Já pensou em ter mais filhos, digo uma menina? – Regina perguntou a Emma sem pensar. A expressão de Emma mudou e não revelava muita coisa, mas Regina pode ver uma ponta de arrependimento nos olhos verdes da loira.

 – Não. – Emma apoiou Charlotte no ombro.

— Eu nunca planejei ser mãe, ou constituir uma família. Meu filho aconteceu sem que eu esperasse, não tinha uma relação seria na época. A resposta de Emma deixou Regina intrigada. Ela sabia que existiam milhares de mulheres ricas em Boston que só queria diversão e nenhum compromisso, mas Emma não parecia ser uma delas.

— Esse casamento foi ideia da sua mãe então? Emma firmou os olhos nos dela.

— Porque está dizendo isso?

 Regina resolveu brincar com a ponta da toalha da mesa, para evitar olhar Emma nos olhos. – É apenas um palpite. Ouvi dizer por aqui que sua família se preocupa demais com as crianças.

— Então eu suponho que seja por isso que mandou aquela carta para minha mãe, queria dar o golpe perfeito. – Emma disse, inclinando-se sobre a mesa para que outras pessoas não ouvissem a acusação que fazia a Regina. – Você si quer pensou na dor que estava causando a uma mulher doente que estava lidando com perda recente do filho?

Naquele instante Regina quis contar a verdade. Ela ficava extremamente magoada quando Emma a acusava assim, já que na verdade a culpada por tudo era sua irmã.

 – Não Emma. – Regina largou a ponta da toalha e ergueu os olhos. – Não, eu fui insensível demais, e sinto muito por isso.

 A resposta pareceu surpreender Emma. E a verdade era que ate mesmo ela ficaria surpresa se ouvisse aquelas coisas da boca de Rhana. Regina não conseguia se lembrar de uma única vez que sua irmã tivesse se desculpado por alguma coisa. “Sinto muito” não fazia parte do vocabulário dela.

— Às vezes só isso não basta. – Emma disse, e se recostou de volta na cadeira, acomodando Charlotte novamente em seu peito. – Uma vez que o mal está feito, não há como voltar atrás.

Regina se sentiu extremamente enjoada pela verdade daquela frase. Ela parou para pensar mais uma vez quanto estrago tinha causado com as mentiras que vinha contado por causa de sua irmã.

— Eu sei que não serve como consolo Emma. Eu estava confusa na época e mal sabia o que estava fazendo.

O silencio entre elas era quebrado apenas pelos múrmuros de Charlotte, que tinha descoberto o bolso da camisa social de Emma, os dedinhos puxavam o tecido com grande animação.

— Você tentou pegou meu irmão em uma armadilha, não foi? E usou o truque mais velho do mundo.

 Regina queria negar aquilo, mas seria outra mentira. E ela conhecia bem a historia, sua irmã tinha decido agarrar Neal Swan Nolan de qualquer jeito. Na época Regina tinha ficado horrorizada com o plano de Rhana, sua irmã tinha lhe contado como tinha estragado toda a caixa de preservativos para engravidar. E para Rhana aquilo tudo parecia apenas um jogo, e mesmo que Regina tivesse tentando convencer a irmã a desistir da ideia, agora a morena se sentia culpada. Mills pensava que se tivesse passado mais tempo com irmã talvez pudesse ter aconselhado melhor a pensar nas consequências de tudo aquilo.

 – Foi uma atitude egoísta e imatura da minha parte. – Regina murmurou, seus olhos se voltaram para o chão. – Eu não tinha ideia de que tudo se voltaria contra mim. A resposta surpreendeu Emma novamente. Regina a olhou rapidamente e percebeu que olhar acusador da loira tinha se suavizado um pouco.

 – Poucos de nós passam a vida sem arrependimentos Regina. A morena sorriu com certa tristeza.

— Não me diga que a perfeita Emma Swan está admitindo ter cometido alguns erros?

 Emma olhou Regina mais uma vez e depois se concentrou na pequena criança que quase adormecia em seus braços.

— Eu cometi alguns erros sim no passado, e eu não sou perfeita Regina. Mas não pretendo repetir nenhum deles dessa vez.

De repente Regina se pegou se perguntando se magoas do antigo passado de Emma a haviam feito se tornar mais cautelosa a qualquer envolvimento emocional. E quanto mais pensava naquilo, mas fazia sentindo em sua mente. Afinal qual a melhor maneira de evitar qualquer envolvimento emocional do que se casar por conveniência e não por amor? E poderia se relacionar com quem quiser sem pressão de um compromisso forma já ela seria sua esposa. Sua esposa...

E ao pensar naquela palavra ficou em pânico, afinal era algo forte que resultaria em um relacionamento que acarretaria algo em sua vida. E mesmo que Emma tivesse afirmado que nada aconteceria entre elas fisicamente, elas estariam vivendo sobre o mesmo teto e certas intimidades seriam impossíveis de se evitar.

(Shut Up And Drive – Rihanna )

Podia imaginar Emma em roupas menos formais, talvez saindo do banho enrolada em toalha, expondo seu belo corpo. Regina tentou afastar aqueles pensamentos de sua cabeça, seu olhar culpado encontrou o olhar indagador de Emma.

— Tem algo errado Regina?

— Não, claro que não.

 – Você me parece estranha. – Emma comentou.

 – Oh, você está falando serio? – Mills imitou um dos olhares de Rhana e demonstrou certa ironia em sua voz. – Será que já me conhece tanto assim depois de...  – Ela conferiu a data em seu relógio. – Em menos de uma semana?

— Apenas estou acostumada com mulheres do seu tipo Mills.

 – Então é assim? Basta conhecer uma para conhecer todas?

— Apenas reconheço o perigo quando o vejo.

 – Perigo, é? – Mills sorriu com um ar convencido. – Então você me considera uma mulher perigosa Swan? O que em mim a ameaça tanto? O meu sex appeal?

A boca retesa mostrou que Regina tinha marcado mais um ponto. Para Regina era irônico pensar que Emma estivesse sentindo atração por uma mulher que fingia ser outra pessoa. Ela ainda pensava que chances, ela teria de atrair Emma como Regina, a verdadeira Regina? A Regina que não tinha má reputação? A Regina sem roupas de grife? A Regina que corria o risco de se apaixonar por uma mulher que a detestava.

— O seu ego deve ter sido bem amaciado ao longo dos anos, mas eu não serei mais um dos seus admiradores ávidos Regina. Se estiver esperando meus cumprimentos terá que procurar em outro lugar. Regina ergueu as sobrancelhas.

 – Mas no fundo você me acha atraente Emma, não é? Vamos lá admita.

— Mulheres como você se acham as mais irresistíveis do mundo, mas me deixe te dizer algo você não é isso tudo. Acha mesmo que me deixou seduzir tão fácil por seios fartos e belos olhos sedutores?

Regina fingiu sentir toda confiança do mundo. – Eu posso ver como me olha senhorita Swan. E me come só com olhos. Posso sentir o seu interesse daqui. – Ela murmurou com a voz extremamente rouca. – Aposto se eu colocasse a mão por debaixo da mesa e examinasse a evidencia em baixo desse seu terninho, você estaria extremamente excitada.

Os olhos de Emma eram provocadores, e aquilo abalou Regina por inteiro, mas ela não iria recuar agora. Sustentou o olhar com um desafio do qual não seja julgava capaz. E mesmo que Emma tivesse tentando disfarçar, Regina percebeu como a loira se remexia na cadeira, como se temesse que Regina fizesse exatamente o que disse segundos atrás. Sua mente começou a vagar, como seria sentir Emma? Será que a loira estremecia ao toque de seus dedos? Será que gemeria de prazer?

— É melhor irmos embora. – Emma disse já de pé.

Charlie logo resmungou com súbito movimento da tia, mas logo se aninhou novamente no peito de Emma, os olhinhos se fechando, os dedinhos ainda agarrados ao bolso de sua camisa. Regina ao se levantou com tanta pressa, demorou-se para pegar a bolsa de fraldas e a própria bolsa.

 – Você acha melhor coloca-la no canguru? – Regina perguntou a Emma.

 – Não. Eu mesmo a levo. – Emma olhou para a conta deixada pela garçonete e acrescentou.

— Nós ainda precisamos comprar mais alguma coisa?

Aquele “nós” mexeu com Regina. E vendo Charlie no colo de Emma, não pode deixar de se lamentar por toda aquela situação. Ela pensava como as coisas poderiam ser diferentes se tivessem se conhecido em outras circunstâncias e sem o peso da inconsequência de seus irmãos. Talvez descobrissem que tivessem muitas coisas em comum. Emma era o tipo de mulher que se podia confiar por trás de toda aquela raiva disfarçada, e qualquer um notava isso. E Regina não era a farrista que Emma acreditava que ela fosse. Se ela ao menos a conhecesse de verdade.

— Não. – Regina evitou olhar Emma nos olhos para que não visse o brilho das lagrimas. – Eu acho que já temos o bastante. – Ela colocou as bolsas no ombro e seguiu Emma de cabeça baixa.

As ruas da cidade estavam tão cheias que tornava difícil qualquer conversa e desnecessária. Regina estava feliz por aquele reconhecimento. A culpa a dominava. Pensava que deveria ter sido mais firme com Rhana, deveria ter insistido para que assumisse suas responsabilidades. Mais ela sabia que no fundo Rhana não assumiria qualquer responsabilidade. Sua marca sempre fora arrumar um problema atrás do outro, e Regina sempre ficava para trás para catar os pedaços e consertar o que ela tinha estragado. Regina tinha feito o mesmo com sua mãe, assumindo responsabilidades que não eram suas na tentativa de garantir sempre a segurança de todas.

 E de nada adiantara, pensou com grande tristeza. Cora continuou bebendo com os anos e cavou a própria cova, não havia nada que Regina pudesse fazer para impedi-la na época. Emma apertou o botão de pedestres e deu uma olhada para trás Regina estava silenciosa e ela achou aquilo estranho.

— Você ficou tão quieta de repente. Regina tentou esconder sua angustia e exibiu um sorriso vazio.

— Só estou cansada, o dia hoje foi cansativo. – Regina bocejou longamente. – Charlotte acordou cedo demais hoje. – Forçou outro sorriso. – Crianças pequenas dão trabalho senhorita Swan.

 Emma evitou responder, pois o sinal tinha mudado. A loira tinha visto que apesar de tudo dinheiro ainda era prioridade para Regina, que tinha ficado grávida do homem mais rico que encontrara pelo caminho. Só o que intrigava, era como Regina não tinha pedido um valor maior de dinheiro para aceitar a proposta de casamento. Esperava que a morena fosse pedir milhões, mesmo assim parecia ter ficado surpresa com o valor da mesada. Fingir desinteresse pelos bens de Neal não seria apenas uma maneira de fazer com que acreditasse que estava mudada? E embora soubesse que Regina representava problemas, ela tinha o terrível habito de misturar sedução e inocência, como se fizesse aquilo para confundi-la.

 E se seu irmão não tivesse lhe dito antes o quanto Mills podia ser manipuladora, teria acreditado estar lidado com outra pessoa, e não a mulher que seu irmão lhe descrevera. Emma deu uma olhada em Regina, percebendo o quanto parecia ansiosa. Emma suspirou pensando que casar-se com Regina Mills seria a parte fácil, mas se não fosse cuidadosa, seria difícil manter as mãos longe dela.


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Notas finais do capítulo

As coisas vão avançando aos poucos, e elas vão se questionando e se conhecendo. Nada será corrido galera, elas não se apaixonaram no primeiro instante, a relação será construída passo a passo, mas não esqueçam tudo será frágil porque a situação em que elas se conheceram em si já é complicada. Então a palavra é paciência. E não esqueçam de deixar um comentário sobre o que acharam. Já aproveitamos para desejar um feliz natal a todos e ótimas festas. Beijos Skye e June.



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