Branco. A junção de todas as cores do espectro, a cor que reflete todos os raios luminosos e que preenche a visão desorientada de Wendy Miller.

Branco.

A mulher loira olha rapidamente todo o recinto enquanto tenta levantar-se do colchão duro, querendo encontrar uma resposta para alguma das dezenas de perguntas que rondam sua cabeça aparentemente desmemoriada. Onde estou? O que aconteceu? Por que minha cabeça dói tanto? Onde está Joseph? Por que tudo é tão branco?

Wendy tenta pensar com clareza ­— o que se mostra extremamente difícil —, e focar no que há ao seu redor. Ela vê que está em uma sala, quadrada e pequena, sem janelas e há somente uma porta, que por sinal está trancada. Não há móveis, com exceção do colchão em que estava deitada e um vaso sanitário ao canto de uma das paredes, que são brancas — motivo de ver somente essa cor.

Antes que Miller possa gritar por ajuda, ou qualquer outra coisa que uma pessoa normal faria, a única porta se abre, revelando assustadoras grades que impedem que ela e o homem do outro lado se toquem efetivamente.

— Wendy, você acordou! — seu marido constata o óbvio, encarando a loira de uma forma estranha.

— Oh, Joseph! Por que estou aqui? O que aconteceu? Me tira daqui! — a mulher implora, avançando até à porta e às grades. Ela tenta tocar o marido, que está com seu uniforme de trabalho: jaleco e roupas brancas.

— Eu sinto muito, Wendy. — A expressão do homem muda drasticamente, tornando-se culpada e extremamente triste. Ele olha para as mãos pálidas dela em seu braço, trêmulas.

— Sente muito? Por quê? Me tira daqui, Jose — Wendy pede mais uma vez, ignorando a estranha frase que o marido pronunciara. — Minha cabeça está doendo.

— Você vai se acostumar — ele diz simplesmente. Miller finalmente se toca que há algo errado, e retira a mão do braço do marido, encarando-o estranhamente.

— Me tira daqui — ela ordena, dessa vez com um tom de raiva misturando-se com o desespero. O que ele está esperando?

— Eu não posso, querida — Joseph diz, encarando-o os olhos claros da esposa.

— Por quê?! — Agora ela está quase gritando, enquanto sente o medo e o desespero dominá-la por completo ao olhar o rosto bonito de Joseph por entre as grades.

— Porque você é uma cobaia.