Hate You Love You escrita por Georgia Kayla Mackenzie


Capítulo 3
Just wanna feel your kiss against my lips


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, desculpem algum erro e espero que estejam realmente gostando... ♥



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DOMINGO, 02 DE ABRIL02:03 PM

 

Os raios solares de um domingo a tarde na primavera chocavam-se contra o telhando de uma padaria e lanchonete bastante aconchegante próxima de Greenwich Village. Uma garota loira encontrava-se sentada em uma mesa olhando algumas anotações em seu caderno enquanto tomava um milkshake. Dividindo a mesma mesa que ela estava um garoto pesquisando algo em seu notebook e parecia bastante concentrado.

 

Passado alguns segundos dois outros adolescentes passaram pela porta de entrada. Eles não perceberam o outro casal e foram se sentar em um sofá enquanto uma garçonete anotava seus pedidos. Até que Maya, a loira, os reconheceu e levantou para chegar até eles.

 

—Ah... Oi vocês dois... Zay? Smackle? - Eles a encararam - O que fazem aqui juntos? No domingo? No Topanga's?

 

A garota ajeitou os óculos e o menino massageou uma mão na outra. Pareciam inseguros, mas logo sorriram amarelo e a morena tirou da mochila uma pasta vermelha com cor de rosa e estendeu para Maya a sua frente.

 

—Viemos estudar. Ele está com dificuldade em química e me ofereci.

 

—Hum... Então vocês vão estudar química...?

 

—Sim, vamos sim. Ela é uma ótima professora - Zay olhou para Smackle e sorriu.

 

—Sei... Vocês tem muita química, digo, para estudar, vou indo... Deixar vocês... Sozinhos.

 

A morena se virou para trás e notou Farkle por trás do computador. Maya sentou na mesa e tomou mais um gole da sua bebida quando a morena a chamou de volta.

 

—E você? O que faz aqui junto com o Farkle? No domingo? No Topanga's? 

 

A loira riu e colocou o cabelo atrás da orelha sem graça por ser pega na mesma piadinha indireta.

 

—Estudando. Farkle é meu professor de todas as matérias. Sou boa só em espanhol mesmo - Elas riem.

 

—Bom, bons estudos para vocês! - Isadora da uma piscadela e se volta para Zay deixando Maya sozinha com Farkle e seus cadernos.

 

Eles permaneceram estudando e fazendo os trabalhos por mais uma meia hora que pareceu mais várias horas aos olhos da menina que ja estava ficando bastante entediada, até que escutou um barulho na entrada e quando olhou uma garota havia batido sua bolsa na porta sem querer. Ela parou de prestar atenção em suas folhas e prestou atenção nela. Era morena e jovem. Bem familiar. 

 

De repente, assim que a menina parou no balcão, provavelmente para fazer um pedido, ela percebeu que era Riley, porém estava com uma saia mais rodada do que as que costuma usar no colégio e tinha os cabelos envoltos em um coque, o que a deixava mais velha, ainda assim bem bonita.

 

Maya levantou-se e fingiu que estava olhando o que pedir para comer na vitrine enquanto observava-a. Topanga, a dona do estabelecimento estava lá ajudando a garçonete, Katy, mãe de Maya, nos pedidos e atendeu Riley.

 

—Bom dia querida, o que vai querer?

 

—Ah... Eu vim aqui outro dia e amei esse lugar... É realmente diferente e o atendimento muito bom - Ela sorriu - Você é Topanga, não é? Você foi muito gentil! A mulher mais simpática que já conheci! 

 

A mulher sorriu para a menina e entregou-lhe um burosque, típico da colunaria ucraniana, a ela.

 

—Obrigada, você é ainda mais gentil! Por conta da casa.

 

Maya estava achando ainda mais estranho Riley ter sido tão simpática com a moça tanto quanto foi com o professor. Ela agora estava comendo e sorrindo para a mulher que ajudava Katy com os clientes e a louça enquanto também sorria para a menina. Ela não entendia mesmo o que estava acontecendo, mas queria muito descobrir. Claro que poderia ser apenas porque ela queria ganhar alguma coisa para comer de graça, mas depois da sua suposição errada da última vez ela não queria arriscar dessa.

 

—Maya? Que cara é essa? - Farkle perguntou quando ela sentou novamente a sua frente.

 

—Farkle... É a Riley.

 

—Riley? Como assim?

 

—Ela ta aqui - A menina mostra a morena do outro lado para ele - E tem mais... Ela ta agindo tão estranha quanto com o Matthews. E parece conhecer muito bem a Topanga... Se é que me entende.

 

—O que quer dizer com isso?

 

—O que quero dizer é que precisamos de um plano! - Ele a encarou surpreso - Já sei! Pesquisa ai agora! 

 

—Pesquisar o que?

 

—Entra no Facebook e pesquisa Topanga, aposto como ela é a única com esse nome. Quero saber o interesse da Riley nela.

 

Farkle apenas assentiu e começou a realizar o seu trabalho enquanto a loira se espremia ao seu lado e apoiava o braço ao redor do seu pescoço para conseguir ver melhor o que tinha através da tela do computador. Quando a página abriu e ela leu, parecia apenas uma mulher normal com a foto do filho de uma 7 anos na capa e muito feliz... Era advogada... Dona do Topanga's... Mãe... Provavelmente casada... Opa, ai estava! 

 

—Ahá! - Farkle se virou para ela ainda mais confuso e corou, ao perecer que estavam muito próximos um do outro, por ela estar praticamente agarrada a ele - Olha! Ela é a esposa do Matthews... "Casada com Cory Matthews", ta na biografia dela! Isso é ainda mais estranho do que imaginava!

 

—Ta... É estranho, mas o que a Riley pode querer com eles? Ela é novata e ninguém conhece ela, bem, quase ninguém.

 

—Não sei... Mas quero muito descobrir... E já sei como! - Maya se sentou novamente em sua cadeira - E você vai me ajudar, fiel escudeiro!

 

Ele sorriu e eles fizeram um Hi5!, o menino sentia que estavam entrando em uma enrascada, porém não podia torcer para que pudesse passar mais tempo ao lado de sua amiga. E a menina não conseguia parar de pensar no que a morena poderia querer com aquela família... Ela estava realmente curiosa e com a maior vontade de mostrar ao Lucas o quanto ela valia mais a pena do que qualquer outra garota que ele preferisse!

 

SEGUNDA-FEIRA, 03 DE ABRIL12:30 PM

 

Em uma mesa do refeitório de Abigail Adams, uma jovem loira estava sentada aproveitando rapidamente do seu enorme pudim de chocolate enquanto o seu melhor amigo comia vagarosamente um musse de pêssego. Ambos bebiam suco de amora. 

 

—Maya você precisa comer mais devagar, vai acabar engasgando.

 

—Você é quem deve comer mais rápido! Precisamos chegar ao armário da Riley antes que o sinal toque! 

 

—Tem certeza? Achei que tinha tirado essa ideia da cabeça... Maya... Não acho que...

 

—Shiiu! - Maya fez sinal para silêncio com o dedo contra os lábios e engoliu a última colherada, em seguida, bebeu de um gole só o suco que restava - Terminei! Vamos logo!

 

Farkle ainda estava na metade e foi forçado a comer de uma só vez pois a loira já o puxava para o outro lado e eles passavam pelas portas até o corredor. 

 

—Maya, nós não colocamos as bandejas na lava louças.

 

—Não temos tempo para isso... - Ela puxou o menino até o fim do corredor, segurando em seu pulso - É esse aqui.

 

—E como tem certeza que conseguirá abrir? 

 

—Fácil - A garota pegou um grampo de dentro da bolsa e começou a tentar abrir a fechadura.

 

—Você não acha mesmo que vai conseguir descobrir a combinação assim, não é?

 

—Ahá! - O armário abriu e a menina mostrou a língua para Farkle brincalhona - É só sentir o barulho das chaves lá dentro, as que fizerem barulho são a combinação correta. Aprendi isso vendo TV, viu pode ser educativo! 

 

Rapidamente Maya olhou em volta e não notou ninguém, então, começou a procurar pelo diário de Riley, porém não o encontrava em lugar nenhum. Ela deveria tê-lo levado com ela. Maya estava quase desistindo quando se deparou com alguns papéis dentro de uma bolsinha. Ela ficou bastante curiosa e já ia tirá-los para ler, todavia Farkle assobiou em seu ouvido.

 

—Alerta... Vermelho - Ele disse e Maya fechou de uma vez o armário e o trancou, antes de puxar o menino e se esconder com ele atrás dos armários, ainda com a bolsinha entre as mãos.

 

A morena vinha no final do corredor acompanhada do ex namorado de Maya. Eles vinham sorridentes um para o outro e ela não havia percebido que alguém estava em seu armário poucos segundos antes. A menina parou diante dele e usou a combinação para abri-lo normalmente. 

 

—Então... Eu tava pensando... Se você não ia querer ir comigo, sei lá, ao cinema? Na sexta? 

 

Lucas ficou ao lado dela enquanto Riley tirava os materiais para a próxima aula, ela pegou todos os livros que precisava e já ia fechá-lo quando parou e fez uma expressão entranha analisando o interior do armário.

 

—Riles...? Que foi? Não quer ir comigo? Olha se foi isso, eu sei que ta meio cedo, eu só... Me desculpa, esquece...

 

—Não! - Riley se virou para ele e abriu um enorme sorriso ruborizando-se - Eu... Iria amar ir com você ao cinema... É só que achei que tinha alguma coisa faltando no meu armário, mas, deixa para lá. Eu só devo estar distraída. 

 

Lucas sorriu em retribuição e estendeu a mão para envolver a de Riley. Eles se olharam ainda mais fixos nos olhos um do outro. Maya estava com uma expressão extremamente irritante no rosto e Farkle percebeu por isso ameaçou dizer alguma coisa, contudo a loira se virou depressa e rapou sua boca, evitando serem descobertos ali.

 

Riley trancou o armário e caminhou de volta para o fim do corredor de mãos dadas com Lucas. Assim, Maya se soltou de Farkle e levantou. O garoto também saiu de trás dos armários e parou a frente dela, enquanto tirava a poeira das suas roupas.

 

—O que foi aquilo de alerta vermelho? - Maya questionou quase como um deboche.

 

—Só queria... Parecer legal e alertar você. Que é? Parecíamos espiões de verdade ou detetives fazendo aquilo! 

 

—Você é incrível Farkle! Incrível! - Ela riu de sua expressão indignada e o puxou para voltarem a andar.

 

—Maya... Sobre o Lucas, eu não acho que...

 

—Farkle! Não quero falar sobre ele. Isso é sobre a Riley. Não tem nada a ver com ele.

 

—Claro... Como se descobrir o que tem com a Riley não fosse afetá-lo e até ser usado como uma boa vingança por ele ter te deixado...

 

A loira se virou e encarou o garoto um pouco mais alto que ela. Ela fixou o olhar nele. Como ele ousava julgá-la assim? E como ele podia querer dar algum sermão nela? Mesmo que indiretamente era isso que parecia! Ela não precisava de ninguém dizendo o que era certo de ela fazer ou não fazer e Maya queria, agora mais que tudo, descobrir o que Riley tinha, e o que ela poderia esconder... Já quando a Lucas, ela não precisava dele... Bom, Maya ainda estava mal e sentia que queria estar com ele ao invés da morena quando os viam... Mas ela não iria dar o braço a torcer e muito menos queria vê-lo, porém se isso fosse afetar Lucas também... Melhor ainda. "Se a carapuça serviu, use-a".

 

—Maya... Foi mal... Olha, não estou te acusando, só acho que deveria esquecer o Lucas de uma vez e se preocupar com coisas mais importantes.

 

—Eu não me importo com o que ele faz ou deixa de fazer. Eu já estou preocupada com coisas melhores, como descobrir o que a novata esconde! E acabou esse assunto ridículo começado com a letra L...

 

A loira parou de falar quando dirigiu o olhar para a bolsa entre suas mãos e sentiu um enorme impulso de ver o que tinha dentro. Ela tirou e percebeu que eram apenas papéis velhos normais, eram documentos, como qualquer um. 

 

—Isso são... São documentos... Carteira de identidade, olha como ela estava estranha nessa foto - Maya sorriu e mostrou para Farkle, mas ele não conseguiu se controlar e soltou uma risada abafada porque na verdade a morena estava bem bonita, ela não havia saído de nenhuma forma estranha e diferentemente de Maya, não havia quase espirrado na hora do flash ou piscado ou estava com uma espinha no meio do rosto, mas ele parou assim que ela lhe lançou um olhar mortal - Carteira de estudante, ela é novata e já tem uma carteira da Abigail Adams, essa garota é rápida... Carteira de sangue, hum, bom saber... O sangue dela é A+ - Maya fez uma careta maliciosa.

 

—Como se um dia você fosse querer matá-la com isso.

 

—Não subestime meu poder de sabedoria em biologia! Era só eu dar para ela um sangue A- depois de tela nocauteado e sequestrado! 

 

—Os - podem doar para os + Maya, é o contrário que não pode acontecer. Ela não poderia receber dos B ou AB. Agora dos O sim, eles são os doadores universais.

 

—Arrg... - Maya revirou os olhos - Ta vendo porque eu preciso de você como parceiro no crime? 

 

—Vou aceitar isso como um elogio - Maya olhou para ele e lhe atacou com cossegas - Ta... Ta... Para... Eu sei que foi um elogio... Tava brincando... - Ele disse entre risos e tentativas de respirar.

 

—Hum... Aqui diz que ela é realmente Nova Iorquina... Como a gente. Então, porque ela foi embora? Vamos ver... Tem uma Carteira de Vacinação, parece que ela é bastante saudável... Tudo em dia... Aqui tem um Passaporte, ela já foi para Miami, Filadélfia e Los Angeles... Ela deve ter morado em um desses lugares quando saiu daqui. Hum... Acho que só... Nada muito incomum...

 

Maya já estava guardando tudo novamente na bolsinha quando Farkle agarrou seu braço e apontou para um dos papéis. Um amassado e entre o Passaporte. Tinha passado despercebido aos olhos da loira, mas agora fazia bem mais sentido a seus olhos e ela o olhou mais perto surpresa.

 

—A Riley... Ela é... Órfã? Ela foi... Adotada? Ela morou em lares adotivos esses anos todos?! 

 

Maya ainda estava perplexa quando o sinal para o fim do intervalo a chamou de volta à Terra e Farkle a puxou para o canto, antes que os vários alunos que passavam os corredores esbarrassem nela.

 

—Isso sim foi uma descoberta e tanto. Será que... Ela foi abandonada? Eu preciso pesquisar sobre isso - Maya guardou a bolsinha segura em seu bolso - Mas agora não. Temos aula de química, vamos. 

 

Maya e Farkle passaram pelos armários até a porta do laboratório de química com o professor favorito de Farkle e se sentaram juntos, eram parceiros agora. Depois de a loira ter implorado para trocar para o professor. Sempre fora parceira de Lucas antes e Farkle ficava sozinho e ainda sim ganhava de todos na matéria. Agora Riley divide com Lucas e Maya com Farkle. Ninguém mais está sem par, ao menos. Farkle fez com que eles ganhassem mais um ponto extra descobrindo para que servia o experimento que fizeram na aula, todavia Maya apenas ajudou passando os ingredientes. Primeiro porque não era boa, segundo não queria estragar a concentração do "mestre da química" e terceiro porque estava com o pensamento muito mais distante do que qualquer outra coisa. Sua mente estava apenas girando em torno dos segredos da vida de Riley.

 

SEGUNDA-FEIRA, 03 DE MARÇO03:15 PM

 

Quando o último sinal tocou para anunciar o final das aulas, Maya já se pôs de pé e pousou às mãos na carteira de Farkle fazendo-o olhá-la bem de perto.

 

—Eu preciso devolver a bolsa da Riley antes que ela perceba que sumiu... Você vai distraí-la, para eu poder colocar na mochila dela.

 

Farkle olhou para ela totalmente inseguro e depois se voltou para Riley e Lucas que estavam conversando ao lado deles. Ele engoliu em seco.

 

—Maya como eu vou distrair uma menina que eu nunca falei antes? E o Lucas? Eu não falo muito com ele desde... Talvez desde que ele te machucou? - Ele a encarou apreensivo, não estava preparado para uma coisa dessas e muito menos se envolvia alguém que fez a melhor amiga dele sofrer, e por consequência ele também, Farkle não estava nem um pouco de acordo. 

 

—Farkle é fácil! Vamos, eu to com a tarefa mais difícil, se eles sequer olharem para o meu lado vão perceber que estarei mexendo nas coisas dela! Distrair é bem mais fácil, agora vai lá, preciso de você - Ela sorriu para o garoto juntando as mãos como se implorasse, assim fazendo com que se levantasse e fosse até o casal.

 

Maya abaixou-se e começou a abrir vagarosamente a mochila da morena. Farkle começou a falar sobre se Riley queria ajuda em alguma matéria já que era novata. Ela afirmou que não mas agradeceu a ajuda. A loira jogou a bolsinha para dentro junto com as demais coisas de Riley e já estava fechando quando sentiu que alguém a estava olhando. Ela levantou lentamente o olhar, porém se deparou com os três certamente entretidos um com os outros, por isso suspirou e engatinhou até sua mesa, atrás da de Riley e fingiu ter demorado pra arrumar seu material o tempo todo.

 

—Maya... Olha, conseguiu? Meu pai me mandou uma mensagem pra encontrar com ele lá em baixo. Ele já chegou - Disse Farkle assim que notou que Maya já tinha saído de perto da mochila de Riley e parou de entretê-los também.

 

—Ah, tudo bem. Você foi muito bem. Até amanhã, little boy! - Maya apertou a bochecha de Farkle sorrindo - Meu parceiro favorito no crime! 

 

O menino corou e pegou suas coisas antes de dar meia volta e sair pelos corredores da escola. Maya jogou a mochila nos ombros e continuou sorrindo abertamente quando também passou pela porta. Todos os alunos já haviam saído, a escola estava praticamente vazia, bem, quase todos. Assim que Maya virou para atravessar o corredor até o andar de baixo se deparou de frente com alguém e toda a sua imensa felicidade momentânea se esvaziou de uma só vez dando lugar para uma expressão série em seu rosto.

 

—Eu vi que você tava mexendo nas coisas da Riley, o que tava fazendo? - Lucas a encarou.

 

—Ah... Eu só tava devolvendo uma coisa que ela tinha perdido... Eu sabia que era dela, então devolvi.

 

—Porque não deu para ela? - Lucas levantou a sobrancelha duvidosamente.

 

—Porque... Ora, porque o Farkle tava falando com vocês. Olha, Lucas, o que importa é que eu devolvi e o que ta fazendo aqui? Achei que ia embora com a Riley, como sempre vem com ela.

 

—Eu falei para ela me esperar, mas como sabe que vamos juntos? - Lucas estava ainda mais surpreso.

 

—Eu vi vocês no metrô outro dia - Maya desviou o olhar e continuou a andar pelo corredor.

 

—Ah, eu disse que era bem mais fácil pegar o metrô e começamos a vir juntos. Porque não veio falar com a gente se nos viu?

 

—Hum... Talvez porque eu vi que você a puxou para um beijo como nunca fez comigo? 

 

Maya parou e ficou de frente para ele. O olhar firme em seus olhos. Ela nem piscou e ele ficou um pouco sem jeito, mas depois abriu a boca parecendo procurar o que dizer.

 

—Maya... Mas... Não era bem assim... eu deixava você me beijar...

 

—Isso mesmo - Ela o interrompeu e segurou em sua camiseta e o puxou para perto mostrando poder - No máximo você pegava na minha mão, ficava do meu lado, talvez até me desse um selinho, porém você nunca me beijou! Era eu sempre quem te beijava! Era eu quem mostrava o quanto gostava de ficar com você! 

 

—Mas Maya... Eu... Gostava de ficar com você também... Só que...

 

—Lucas, para de tentar consertar as coisas, não vai funcionar! Sabe... Olha não fala comigo... Quando eu vi você a beijando... Aquele sentimento... Aquela prova de amor entre vocês... Eu só queria... Eu só... 

 

Maya soltou ele e o empurrou para a frente com os olhos marejados, contudo ela manteve o pé firme no chão e não deixou com que ele a visse chorar. Ela não iria deixar ele pensar que a magoou. Não ia dar esse gosto a ninguém.

 

—Queria... O que?

 

Ela abaixou o olhar e encarou o chão enquanto ele a encarava. Nenhum dos dois sabiam o que dizer, mas Maya queria que ele fosse embora. Ela odiava se sentir quebrada e com ele ali ela facilmente se sentia assim.

 

—Lucas... Vai embora, ta legal? Não deixa a Riley esperando.

 

—Okay... Maya... Eu sinto muito... Eu nunca te machucaria, não queria te magoar...

 

Lucas se virou e caminhou até o final do corredor. Ele desceu as escadas e a loira escorou na parede e sentou no chão com os olhos ainda mais molhados. Ela não queria chorar. Ela só queria que aquela sensação alegre de quando saiu da sala voltasse e a atacasse em cheio. Partes de sua conversa ecoavam em sua cabeça... "Quando eu vi você a beijando... Aquele sentimento... Aquela prova de amor entre vocês... Eu só queria... Eu só...", "Queria... O que?". Maya engoliu o choro e olhou para os armários à frente.

 

—Só queria sentir seu beijo contra os meus lábios - Sussurrou para si mesma - Queria que me beijasse como fez com ela... Com amor... Paixão de verdade... Era isso que eu queria...

 

Ela fechou os olhos e deixou com que suas lágrimas rolassem por sua face antes de limpá-las com as palmas das mãos e respirar fundo. Ela não podia se atrasar e não ia deixar que um garoto ridículo atrapalhasse o seu dia. Se levantou e passou pelo corredor, desceu as escadas e enfrentou o sol forte de tarde ao sair para fora. Ela não iria se deixar por derrotada. Ela não ia sofrer, porque ela nunca teve esperanças mesmo. Nunca entregou seu coração por completo. Ela nunca o faria... Esperanças são para os tolos. Ela era esperta demais para passar por isso, ela não iria se decepcionar porque não ia se entregar a nada, ela sabia que isso era a coisa mais sensata a se fazer. Ou pelo menos, era o que pensava ser mais sensato.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem! Amo respondê-los!

Até o mais breve possível!

XOXO



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