Blood Queen escrita por Karol Plantikow


Capítulo 3
Capitulo 3




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Quando as portas se abriram só se ouvia espadas tilintarem. Eu fiquei para ali embaixo do portal. O capuz cobria praticamente todo meu rosto e deixei que vissem que não seguram nenhuma arma. Havia uns quinze guardas dentro daquela sala e todos que me encaravam estavam com a espada em punho.

A sala do trono era enorme. Do lado direito estava uma lareira de mármore branco e do esquerdo havia uma mesa de madeira com muitos lugares. O piso era em mármore cinza e o teto alto era ornamentado com pinturas florais e céus azuis e estrelados e deles pendiam quatro candelabros de prata. Ao fundo da sala havia janelas que iam até o teto e delas pendiam grossas cortinas vermelhas que estavam abertas e iluminavam todo o ambiente. E entre uma janela e outra sobre um patamar estava um trono todo feito de prata e também ornamentado como aquelas portas das casas mais nobres da cidade e o estofamento era feito de um vermelho intenso.

Ao lado do trono estava um soldado com cabelos vermelhos e olhos verdes. Encarava-me com raiva e pensei que aquele possuía um cargo mais alto que aqueles outros ali no salão. De pé em frente ao trono ainda sobre o patamar alguns metros a minha frente estava o rei. Não havia coroa sobre sua cabeça, os cabelos eram castanhos claro e os olhos azuis como o céu de primavera. Ele vestia uma camisa branca meio amassada e calças pretas. Ele parecia entediado e não havia nenhuma surpresa em sua face. Uma mascara de pedra. Era essa sua expressão.

Aquele sentinela que eu havia derrubado da escada estava parado atrás de mim. Caminhei alguns passos para dentro da sala. Cada passo, cada respiração era observado pelos guardas. Será que estavam me esperando? Parei no meio do salão e encarei o rei.

—Saiam todos. Continuamos nossa reunião depois. - Todos aqueles guardas guardaram suas espadas e saíram da sala. Apenas aquele de cabelos ruivos continuava como uma estátua e de arma em punho.

O rei se sentou preguiçosamente no trono. Sua voz era grave. Autoridade. Medo. Mas era possuía uma beleza além de qualquer elfo. Todos os elfos possuíam uma beleza que não era comum entre humanos e conjurados, mas a beleza daquele rei ia além. Provavelmente já havia sido um guerreiro, supus ao analisar seus ombros largos.

—Não me lembro de contratar você para algum serviço. – Disse ele ao me olhar de cima a baixo.

—Onde está o meu pai? – Disparei de volta. Minha voz saiu mais alta do que imaginei.

Ele sorriu perigosamente – Nas masmorras.

—Desgraçado. - Eu disse entre dentes e empunhei minha espada.

O soldado ruivo fez menção de descer do patamar, mas o rei fez um gesto com a mão e ele parou.

Sorri. –Que cachorro obediente.

O ruivo trincou os dentes de raiva.

—Ele não é nenhum cachorro. - Disse o rei me encarando sem nenhuma expressão.

—Pode não ser, mas obedece como tal.

—Basta! – Brandiu o ruivo e desceu do patamar pronto para me atacar.

—Milon - O rei ficou de pé e parecia não ter gostado da atitude do solado. Ele parou. – Vamos começar de novo, assassina.

Meu sangue gelou. Como ele sabia?

—Eu me chamo Aiken, rei Aiken, – ele gesticulou para o ruivo – Este é Milon, o general do exercito élfico.

—E...

—Ainda não terminei – ele me interrompeu – você se chama Lanayh? Não, Chryth? Dyna? – ele desceu do patamar e tomou o lugar de Milon na minha frente e meu sangue pareceu ter sumido – Já sei Melice? – abri a boca para falar, mas – Melhor, Charlotte.

Senti meu coração parar e depois voltar a bater. Como ele sabia do meu nome verdadeiro? O que haviam feito com meu pai para saber aquelas informações?

O rei sorriu.

Apertei o cabo de minha espada e parti para cima do rei. Em um segundo atrás não havia nenhuma espada com ele e agora empunhava uma e pode se defender de meu golpe. Dei um passo para trás por causa do impacto das lâminas e avancei novamente. Outra defesa. Dessa vez ele me atacou e abaixei para não ter meu pescoço arrancado. Eu consegui chutar sua barriga e ele deu alguns passo para trás e sorriu mortalmente – Bom. Muito bom. –Disse ele abaixando a espada.

Covarde, desgraçado.

—Não quero lutar com você – continuou ele enquanto caminhava de volta ao trono.

Eu tremia. Minha respiração estava ofegante e tive que me concentrar para não deixar meus joelhos falharem e eu cair naquele mármore. Eu estava fraca. Precisava me alimentar e aquele capuz parecia me sufocar, então o abaixei. Deixei que vissem meu rosto magro, deixei que vissem meu cabelo loiro e trançado e meus olhos marrons como a terra.

—Onde está o meu pai? – Guardei minha espada. Outra pequena batalha e eu não conseguiria nem me defender.

—Já disse – ele me olhava nos olhos – nas masmorras.

—Por que tamanha crueldade?

—Ofereci a ele uma acordo, mas ele não aceitou e disse que preferia ficar nas masmorras.

—Mentiroso.

Rei Aiken olhou para sua espada e voltou a me encarar. – O quão está disposta pela liberdade de seu pai?

Milon ocupava novamente seu lugar a direita do rei e o olhou com espanto.

—Faço qualquer coisa pelo meu pai.

Pude jurar que um lampejo de dor passou pelos olhos azuis do rei, mas sumiu quando ele sorriu – Pode começar com a espada Grunn.

—Não. – Sussurrou Milon, ele parecia espantado.

—O que tenho que fazer com ela? – Perguntei ignorando Milon e o rei fazia o mesmo.

—Vê essas gemas? – ele apontou para duas gemas de prata encrustadas no cabo da espada e havia mais duas do outro lado. Assenti. – Quero que encante cada gema dessa com o poder de um conjurador.

Agora sabia o motivo do espanto de Milon, -Isso é impossível – a mais de oitenta anos houve uma caça aos conjuradores e principalmente os conjuradores da água e do fogo haviam sido exterminados.

—Eu tentei. - Disse o rei descansando a espada Grunn no braço do trono.

—Quanto tempo eu tenho? – Eu tinha que tentar, havia esperança.

—Leve o tempo que for necessário.

Pisquei algumas vezes para tentar acreditar na resposta do rei, não questionei com receio de que mudaria de ideia, - Eu aceito.

Milon não parecia acreditar, ele me olhava e voltava o olhar para o rei, fez isso umas três vezes. Incrédulo.

Aiken se levantou.

—Eu irei precisar de dinheiro e... comida. – Eu disse enquanto olhava o rei descer do patamar e caminhar até onde eu estava.

—É claro. Milon ira levar você até seu pai, depois lhe entregara dinheiro e comida.

Generosidade élfica? Onde estava aquele rei miserável e cruel?

Assenti.

Ele me entregou a espada. Ela era leve como nenhuma outra que eu havia empunhado. O metal parecia sorrir ao meu toque. Não era uma arma feita pelos anões. Não mesmo. Eu peguei minha espada e entreguei ao rei – Prometo que voltarei. – e coloquei a espada Grunn no lugar de minha outra espada.

Ele assentiu e Milon passou ao meu lado em direção à porta que eu havia escancarado. Puxei o capuz sobre minha cabeça e segui Milon.

Saímos da sala do trono e notei que naquele corredor de tapete vermelho não havia portas em ambos os lados, mas apenas em um. O outro lado possuía um guarda corpo de ferro ornamentado e uma escadaria que se abria para aquele pátio interno e coberto que eu havia visto na noite anterior. O pátio era gigante e havia portas, muitas portas pelas lareais do pátio. Descemos as escadas e seguimos para os fundos, onde havia mais portas. Milon abriu uma e entramos num corredor sem tapetes, caminhamos em silêncio. Ele abriu outra porta e essa dava para um minúsculo cômodo, parecido com aquele que eu havia passado quando invadi o castelo pelo túnel, a diferença é que esse não fedia a mofo e a escada não subi, mas sim descia. Milon seguia sempre na frente. Descemos, descemos. Parei no meio do caminho para respirar, estava muito fraca. Milon sorriu e mostrei os dentes para ele e continuei a descida ainda ofegante.

Paramos num pequeno hall, de um lado a escada continuava mais para baixo. Engoli em seco ao pensar o que faziam naquelas profundezas. E do outro lado havia outra porta que Milon já estava batendo. Ouvi passos do outro lado que não pertenciam a meu pai. Travas foram retiradas do lado de dentro e a porta se abriu. Um guarda de cabelo negros apareceu.

—Ela veio visitar o pai. – Disse Milon ao guarda.

O elfo abriu mais a porta para me deixar entrar.

—Seja breve, ou vou deixar que fique de vez com ele. – Milon não gostava de minha presença e muito menos de ter que me acompanhar.

Não olhei para o general e o guarda quando passei por aquela porta. Ali era escuro, a única entrada de iluminação era feita por uma minúscula janela com grades no alto da parede ao lado esquerdo. As celas ficavam nos dois lados das paredes e um corredor dava acesso a elas. Eu conseguia sentir meu pai e caminhei mais rápido.

Deitado em uma cama de feno na quinta sela do lado esquerdo estava ele.

—Pai? – Minha voz estava baixa.

Ele se levantou e veio até mim.

—Não deveria ter vindo. – Disse ele me abraçando, sem se importar com aquelas grades que nos separava.

—Fizeram alguma coisa com você? – Me afastei para avaliar.

—Não, não fizeram nada.

Suspirei aliviada e abaixei o capuz. – O rei disse que lhe propôs um acordo, mas você não aceitou.

—Ele disse que me daria uma casa e emprego, porém teria que ficar nessas terras, - a imagem das casas coloridas me veio à mente. Será? – mas eu disse que preferiria morrer nessas masmorras a trabalhar para ele. – Terminou ele.

Desviei o olhar para aquela janela no alto da parede, - Ainda há esperança.

— O que quer dizer com isso? – Meu pai segurou meu rosto entre suas mãos calejadas pelas armas.

— Fiz um acordo com o rei.

—Que tipo de acordo? – Meu pai parecia assustado.

Afastei minha capa apenas para mostrar o cabo da espada Grunn.

Ao vê-la meu pai soltou meu rosto e deu um passo para trás. Ele tinha a mesma expressão que Milon exibiu quando aceitei o acordo.

—O que tem de tão especial nessa espada? – Eu precisava saber o motivo de tanto espanto.

—Essa espada é muito antiga. Foi feita pelo único ferreiro élfico e é a última que ainda existe, - por isso era mais leve mesmo parecendo o contrario – ele a fez para ser entregue a sua parceira, uma conjuradora. – Uma parceria impossível – Mas então antes que ele a entregasse em segredo, os humanos começaram a invadir Wydder. Depois das batalhas a espada ficou para o rei e nunca havia sido entregue a uma conjuradora - meu pai olhou para a espada que repousava ao meu lado – até agora.

Senti meu peito sendo esmagado. Será que aquele maldito rei élfico sabia o que eu era? Não, não, não.

—Filha, calma. – Meu pai viu que eu não estava bem. – Me diga qual o acordo que fizeram.

Minha respiração estava ofegante e aquele lugar parecia me sufocar e se fechar. Cai de joelhos.

—Filha! – Meu pai se abaixou e estendeu a mão para mim. Eu estava longe de seu toque. – Respira. Filha respira.

Olhei para ele que ainda estava com o braço estendido. – Tenho que... que encantar essas gemas... com os quatro elementos. – o braço de meu pai caiu no chão da cela.

—Não. – Sussurrou ele.

Apenas assenti e respirei. – Pai, eu vou te tirar daqui. Posso demorar um pouco, mas eu prometo que vou. – Os olhos dele estavam marejados. – Eu só não sei... por onde começar.

Ele estendeu o braço novamente e dessas vez eu consegui segurar sua mão e me arrastei para mais perto dele.

—Comesse pelo reino de Andrya, - disse ele – antes da caça aos conjuradores, eles eram responsáveis por guardar um grande acervo de livros de conjuração. Certamente ainda estão lá. Mas você terá que entrar no castelo.

Sorri. – Obrigada. – Eu o abracei.

Milon entrou naquele corredor, - A visita acabou. – Ele parecia impaciente.

— Tome cuidado. – Advertiu meu pai a mim.

Me lentei com dificuldade, minha respiração continuava ofegante. Então segui até a saída.

Eu havia prometido que voltaria e que tiraria meu pai dali não importando o que haveria de fazer, mas eu iria, pois havia prometido e promessa para mim é algo extremamente valioso.

Subi aquelas escadas com muita dificuldade, quase pedi para me Milon me carregasse, mas ele parecia feliz demais em me ver quase enfartar. Parei muitas vezes durante a subida e Milon xingava a cada parada.  Finalmente chegamos ao topo, meus pulmões ardiam e minha garganta queimava.

Saímos daquele cômodo e voltamos a caminhar por aquele corredor. Milon entrou em outra porta e eu acompanhei. Era uma sala bem iluminada por janelas que ocupavam todo e fundo e estava abertas. Vento. No centro havia uma mesa de jantar com quatro cadeiras e um candelabro pendia sobre ela. As paredes eram enfeitas com arabescos prata e um recamier estava de frente à lareira de mármore branco que ficava ao lado direito do cômodo.

Parei de observar o cômodo quando meus olhos se depararam com o que havia sobre a mesa: comida. Muita comida.

Caminhei até uma cadeira e me sentei. Abaixei o capuz e me servi sem pensar no que estava colocando em meu prato. Estava faminta demais para isso. Nem mesmo me importei com a presença de Milon que agora estava jogado sobre o recamier, que pude notar ser de cor bege. Ele monitorava cada movimento meu.

—Não tem medo em ficar tão relaxado enquanto divide uma sala com uma assassina? – Perguntei depois de me empanturrar de comida. Espero não me arrepender de ter comido tanto.

—Acha mesmo que eu me sentiria ameaçado por uma mestiça pequenina como você? – Ele sorriu com escarnio e se levantou.

—Realmente sou uma mestiça pequenina, mas quando ataquei o seu rei você não fez nada para me impedir.

Milon apareceu na minha frente e me segurou pelo pescoço. Seu rosto estava tão perto do meu que eu conseguia sentir sua respiração.

—Meu rei percebeu o quanto você está fraca e por isso ele deixou que você atacasse. Ele parou quando percebeu que você resistiria a nenhum golpe, - ele se aproximou mais – pois ele sabia que se fosse eu quem estivesse lutando – ele apontou para minha cabeça com o indicador da mão livre – essa sua cabeça não estava mais ai. – Ele me soltou e eu puxei um grande fôlego, pois ele havia apertado meu pescoço e eu sabia que ele poderia quebra-lo sem nenhum esforço.

—Você deveria fazer uma visita ao reino de Nuska, lá eles ensinam a arte da meditação e paciência. - Eu disse passando a mão pelo pescoço.

—Pelo jeito você não aprendeu direito. - Milon mostrou os dentes.

Eu me levantei da cadeira e puxei o capuz sobre a cabeça.

—Me leve embora daqui antes que eu resolva testar o fio da espada Grunn. – Eu disse caminhando em direção à porta.

Milon abriu a porta e nós continuamos a caminhar por aquele corredor sem tapetes e sem ornamentos além dos candelabros de prata. Passamos direto pela entrada na qual havíamos chegado até aquele corredor e seguimos em frente. Entramos por outros corredores e por fim entramos num hall como aquele das masmorras, mas esse não havia escadaria, mas apenas uma porta de madeira que estava trancada.

Milon me entregou duas sacolas de dinheiro. – Se souber economizar dará para passar um bom tempo. – Grunhiu ele.

Mostrei os dentes ao pegar as sacolas e as colocar nos bolsos de meu casaco.

Milon abriu e porta e saímos a poucos metros da fonte onde eu havia fingido pegar água na noite anterior. Seguimos caminhando perto dos ciprestes até chegar em uma rua de pedra e continuamos até aquela grade gigante.

Estava frio ali fora, mas não quanto deveria estar. Mágica, só poderia ser.

Quando chegamos à frente aquelas grades olhei para a floresta além e notei que os ventos eram mais violentos e as árvores estavam praticamente sem folhas. Até o céu estava mais cinza que daquele lado da muralha.

A grade começou a subir e mesmo assim aquele vento não entreva no reino élfico.

—Volte apenas quando tiver conseguido. – Ordenou Milon.

Apenas o olhei e segurei minha língua. Dei as costas para ele e fui em direção à floresta. Quando o vento gélido me atingiu e fez minha capa voar eu estremeci. Ouvi uma risada baixa e fiz um gesto obsceno por cima do ombro e continuei minha caminhada.

Eu tinha que achar um lugar quente para passar a noite, pois tinha apenas dois dias para chegar ao reino de Andrya antes da neve começar a cair. Então eu comecei a correr. Ainda estava fraca e isso me fez cair várias vezes, mas me levantava e continuava. Havia um fio de esperança para libertar meu pai e eu me agarrei o quanto pude a ele.

Já era noite e o vento estava muito mais forte quando entrei em uma caverna a poucos quilômetros da fronteira do reino de Andrya. Eu e meu pai já havíamos passado algumas noites ali naquela caverna. Por sorte nenhum animal hibernava por ali. Acendi uma fogueira e me aproximei dela para tentar esquentar meus ossos que tremiam tanto que eu mal conseguia ficar sentada. Deitei-me no chão e abracei meus joelhos para tentar parar de tremer.

Fiquei ali olhando para aquele fogo enquanto o sono não vinha. Lembrei-me de tudo que havia passado naquele dia e da louca proposta que havia aceitado. A imagem dos olhos azuis daquele rei me veio à mente. Será que tudo o que sabíamos sobre os elfos era mentira? Não. Meu pai era um elfo e ele mesmo tinha testemunhado torturas horríveis a mando do rei. Mas aquele rei... Era diferente?

Peguei a espada Grunn e olhei para aquelas gemas prateadas, haviam mais pedras preciosas cravadas no cabo dourado, porém menores. Eu sabia que meu pai não havia me contado toda a história por trás daquela espada. Havia mais, muito mais. O espanto de Milon não seria por uma história romântica entre um elfo e uma conjuradora. A menos que ele tenha sentido a parceira com uma conjuradora. Semicerrei os olhos ao pensar nisso. Sorri por fim ao imaginar Milon com alguma fêmea.

Voltei o olhar para as gemas. Não seria impossível encontrar conjuradores, mas sim difícil. E eu estava em vantagem: só precisaria encontrar três conjuradores. Pois a conjuradora da terra já estava com aquela espada.


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