‘’ [..] Amar é como um combate de relâmpagos
e dois corpos por um só mel derrotados. [...]’’
—Cem Sonetos de Amor -Manhã XII –Pablo Neruda

Sempre fora assim desde que ela conseguia se lembrar : Clarisse puxava-lhe os cabelos, batia nela mesmo que de leve, implicava com suas roupas, quebrava seus brinquedos, rasgava seus desenhos, definitivamente a morena nunca lhe dera um segundo de paz desde o dia em que haviam se conhecido no pré aos seis anos de idade, não era difícil descobrir quem faria parte de que turma, Clarisse era uma valentona nata em quanto Annabeth já se mostrava extremamente esperta com tão pouca idade, estavam já de lados opostos.
Elas tinham por volta de uns oito anos quando aconteceu, Annie brincava com algumas garotas no intervalo, ela havia levado sua boneca preferida para a escola naquele dia, um rapaz –Luke Castellan- tomou a boneca de sua mão e ameaçou quebra-la, a loira começou a chorar e pedir para que ele lhe devolvesse a mesma, o jovem apenas ria e continuava a brincadeira perversa....Foi quando ela avistou Clarisse e logo pensou que as coisas iriam piorar, mas a jovem de cabelos escuros avançou sobre o rapaz e lhe deu uma ‘’surra’’ recuperando em seguida a boneca e entregando-a a sua dona que olhava tudo de forma confusa e assustada, quando lhe perguntaram porque tinha feito tal ato a menor apenas afirmou que apenas ela podia implicar com sua sabidinha e deixou bem claro que qualquer um que tentasse ferir a loira teria de se ver com ela, ninguém nunca mais ousou implicar com Annabeth de qualquer outra forma.
Os romances começaram quando eles tinha em torno de doze anos, meninas se declaravam para meninos, beijos eram roubados, tudo acontecia bem rápido. Ela não se lembrava como ou porque mas de alguma forma havia beijado Percy Jackson e semanas depois eram um casal. Clarisse continuava a implicar com e parecia odiar o rapaz com todas as suas forças...
Foi numa tarde de inverno que a bomba estourou, fazia um frio assustador, ela se lembrava perfeitamente de como tudo havia sido, até mesmo dos pequenos detalhes...Luke Castellan havia pego os rapazes no flagra, Jason e Percy estavam se agarrando de uma forma bem Hot de acordo com o rapaz loiro, trancados no armário do zelador, o menino vendeu a reportagem quentíssima para as líderes do Jornal da Escola Selena E Drew que no dia seguinte publicaram, claro a princípio todos não quiseram acreditar, imaginaram que tal furo fosse apenas uma história inventada por Luke para ferrar com um dos casais mais populares da escola e os dois garotos mais amados, porem ficou difícil defender os rapazes quando Luke apareceu com fotos dos dois daquele mesmo dia. O coração dela estava despedaçado, achava amar o rapaz e que ele a amava, Annabeth chorou e chorou, as amigas –Calypso, Hazel,Piper e Reyna- Não saíram de seu lado um segundo sequer, mas foi a presença de Clarisse que realmente fez toda a diferença para ela, no terceiro dia da grande descoberta Annabeth foi terminar com o rapaz mas descobriu que alguém havia chegado primeiro do que ela : Clarisse La Rue estava rolando no chão com Percy, ela socava o garoto com uma força imensa e sua expressão não era nada amigável, um pequeno filete de sangue escorria do lado esquerdo de sua boca e ela estava bem suja, o rapaz estava num estado muito pior claro, Reyna estava junto da garota acompanhada de Frank, eles impediam que os amigos de Percy –também seus e de Annie- se metessem na briga
—Ela está sendo justa, um a um. Percy merece isso.
A garota de cabelos negros longos e sempre trançados dizia em quanto segurava Jason com certa facilidade, Frank mal conseguia segurar Tyson. Ela lembrava-se perfeitamente bem das palavras de Clarisse para Percy, sobre ele ser um completo babaca e não merecer o amor de alguém como Annie, lembrava-se da garota dizendo para que o rapaz ficasse longe de sua sabidinha ou ele iria acabar precisando de um caixão.....E então ela havia se aproximado e chamado por Clarisse, o efeito fora quase que imediato, toda a raiva que os olhos castanhos continham sumiu no instante que esses se encontraram com os acinzentados da loira e ali Annabeth teve certeza de que elas nunca haviam sido apenas amigas.
Foi mais ou menos dois meses depois que o pedido veio, ainda fazia frio e a neve reinava soberana por toda parte, desde o acontecimento ‘’Clarisse Surra Percy’’ que também havia virado manchete na escola –novamente Luke Castellan atacara com sua câmera fotográfica, o rapaz tinha talento para a coisa- Clarisse tornara-se muito mais próxima da loira, nos primeiros dias isso havia lhe deixado de certa forma desconfortável mas com o passar do tempo se acostumou com a presença forte e protetora de Clarisse, ela lhe passavam muito mais segurança que Percy e se Annabeth quisesse ser sincera consigo mesma sentia muito mais prazer na companhia daquela garota bruta e valentona do que do cabeça de algas que era seu ex namorado.
—Ela não é nenhum gênio e realmente é dona de um temperamento difícil mas é um amor quando quer e possui um coração enorme e bondoso.
Afirmava a todos que vinham reclamar sobre a menina …Bem, o dia estava radiante mesmo com toda a neve, eram as semanas que antecederiam um baile da escola, Clarisse havia lhe chamado para um passeio na floresta, estavam cabulando aula mas a loira não conseguira dizer um não depois da cara que a outra lhe fizera, então lá estavam elas no meio da floresta, neve por toda parte e do nada Clarisse se ajoelhou segurando em uma de suas mãos:
—Eu sei que você ama romance, não sou boa com palavras Annie –dissera-lhe em tom doce e cheio de ternura e amor- não sei me expressar da forma correta mas a verdade é que eu sou e sempre fui apaixonada por você, e te quero como minha para toda a vida. Gostaria de ser minha namorada, Annie?
O sim de Annebeth demorara em torno de cinco minutos para sair, seguido de uma loira extremamente animada se jogando em cima de uma morena ainda mais feliz e um primeiro beijo totalmente desajeitado. Sim, aquele era um começo inusitado afinal, mas era algo forte e verdadeiro, algo que a loira sabia que iria durar para sempre, sorriu vendo Leo se afastar indo na direção de seu amor verdadeiro e olhou para baixo analisando sua mão entrelaçada com a da mais velha, não dava para negar que elas formavam o casal perfeito, os perfeitos opostos, o amor perfeito.
—Nos usando como exemplo, esquentadinha?
—Bem, ele precisava de um empurrãozinho para se tocar....
—Ele precisava de um empurrão ao estilo La Rue, uma verdadeira trombada!
Falou rindo para a namorada, Clarisse La Rue era seu oposto nato, desde o começo o destino lhes pusera dos lados opostos da moeda, uma representava a sabedoria a outra representava a força. Uma sempre queria resolver tudo levada a diálogos e logica, a outra ia pelos impulsos e força bruta...Mas ali em quanto rodeava o pescoço de sua morena e sentia suas mãos firmes e quentes lhe segurando pela cintura, em quanto seus lábios novamente fundiam-se em um só na perfeita dança entre doçura e selvageria a loira não tinha a menor dúvida de que era ela, de que sempre havia sido.
—Eu te amo, La Rue.
Disse quebrando o beijo com um selinho e viu novamente o brilho nos olhos da morena.
—Eu te amo, Chase.
Clarisse La Rue, seu oposto nato, era a sua cara metade, seu amor verdadeiro, era aquela morena brigona, resmungona, respondona, tão diferente de si que lhe faria feliz para sempre, e pelo que viesse depois.