She's back home escrita por Mares on Mars


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único, não muito grande, mas o suficiente pra dar aquele nózinho na garganta. Espero que vocês gostem!



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O alarme da base soava ensurdecedor por todos os cantos. “Alerta laranja de quebra de segurança”.

— Que diabos quer dizer alerta laranja? — Phil gritou para Melinda, apressado, enquanto os dois corriam em direção ao centro do alarme: o hangar e única entrada da base.

— Deve ser alguma coisa do tipo nível 8 — ela respondeu e os dois derraparam em uma esquina de dois corredores e continuaram a correr.

— Invasor? — ele questionou, dois minutos depois, quando foram praticamente atropelados por um pequeno esquadrão, o que estava sob a supervisão de Melinda, completamente armados e marchando para o mesmo destino que o par de agentes.

— Talvez — disse e deu de ombros, antes de ambos voltarem a correr em direção ao hangar.

“Comandante, aguardando ordens”, a voz de Piper soou no ouvido da chinesa, que respirou fundo antes de acelerar mais ainda o passo. Não poderia dar ordem alguma antes que avaliasse a situação.

— Em posição, aguardem ordem — a mulher respondeu e menos de um minuto depois, chegaram às portas escancaradas do hangar. De onde estavam não era possível ver muito do invasor, afinal, o esquadrão havia fechado-se em uma posição defensiva perfeita, com suas armas apontadas para o intruso — Abram espaço, eu preciso passar — ela ordenou com firmeza, a voz alta, e como o ordenado, um corredor abriu-se entre os agentes, e os corações de Melinda May e Phil Coulson quebraram-se.

Ajoelhada em frente ao esquadrão, completamente ensopada, com uma mochila jogada ao lado, as mãos atrás da cabeça, o rosto abaixado e corpo tremendo violentamente de frio e soluços, estava Skye. Ou Daisy, como ela gostava de ser chamada ultimamente.

“Todos os agentes em contato com o intruso, ordens para atirar”, a voz do diretor soou em todos os comunicadores.

— Nãaaaao — Melinda gritou com força e empurrou agentes para fora de seu caminho, em desespero para chegar até Skye. Daisy, droga, o nome dela é Daisy. Phil vinha logo atrás dela, e em segundos, ambos haviam alcançado a garota — Não atirem — ela ordenou, com uma mão posicionada sobre os cabelos escuros da menina e a outra mão erguida na direção dos membros de seu esquadrão.

— Eu posso saber o que está acontecendo aqui? — a voz de Jeffrey foi ouvida, e em seguida, o diretor surgiu à vista dos dois agentes que agora serviam como um escudo humano para a garota.

— Você não vai atirar nela. Você não pode — Coulson disse com firmeza, o corpo rígido e tenso, parado ao lado de Melinda, com uma mão pairando ameaçadoramente sobre o coldre em sua cintura, onde sua 9mm aguardava.

— Por que não Coulson? Ela é uma assassina, e uma fugitiva — o diretor rebateu rapidamente, sinalizando para que o esquadrão mantivesse sua posição, com as armas empunhadas e apontadas para os dois agentes opositores.

— Se você atirar nela, vai ter que atirar em nós dois primeiro — May barganhou com a voz perigosa, e encarou o diretor com sua expressão mais ameaçadora.

— Então que assim seja… Eu perco dois bons agentes mas me livro da criminosa do ano — Jeffrey declarou.

— Então faça… Dê a ordem, porque nós não vamos sair daqui — Phil falou por fim, e inconscientemente, segurou a mão de Melinda. Ele tinha certeza que aquele era seu último momento. Houveram minutos de silêncio, em que Jeffrey avaliou a posição que se encontrava. Daisy ainda estava atrás dos dois agentes, ainda sem erguer o rosto, ainda tremendo. Tome uma decisão, o ex-diretor pensava com impaciência, ansiando por tirar a garota dali, para dar-lhe roupas secas e prometer que estava tudo bem. A seu lado, Melinda tinha o mesmo sentimento, e sua ansiedade quase borbulhava na superfície de sua pele.

— Abaixem as armas…. — o diretor declarou por fim, e os agentes suspiraram aliviados — Vocês dois são os responsáveis por ela. Dêem tudo o que ela precisa, e depois levem ela pra uma avaliação no laboratório. Em dois dias, eu vou interrogá-la pessoalmente e ela terá um julgamento justo, dentro da SHIELD — o homem explicou tudo rapidamente e sinalizou para que o esquadrão se retirasse do hangar em sua companhia. Quando restaram só os três, Melinda soltou um soluço estrangulado e no mesmo segundo estava ajoelhada no chão, de frente a Skye.

— Me perdoa…. Eu não mereço, mas eu imploro, me perdoa — a garota começou a dizer, ou melhor, implorar, assim que relanceou a chinesa a sua frente. Ela definitivamente chorava e soluçava descontroladamente, e May sentiu lágrimas picando em seus olhos. Oito meses. Fora esse o tempo em que Skye passara longe, e agora todas as emoções desse tempo lutavam para escapar. A menina ainda implorava perdão, quando a mais velha puxou-a para seus braços em um abraço necessitado, e foi então que as duas cederam ao choro mais real dos últimos meses. Em um movimento rápido, Melinda estava sentada no chão, e praticamente embalava Skye em seu colo — Eu sinto muito, eu nunca deveria ter ido embora!

— Shhh! Vai ficar tudo bem… Você vai falar tudo o que precisa para o diretor e a gente vai dar um jeito nisso — a mulher garantiu, com as mãos passando pelos cabelos curtos da garota, e sentiu uma mão firme em seu ombro. Phil, que ficara observando quase atônito a reação de Melinda à volta de Skye, agora estava parado a seu lado, com uma expressão compreensiva.

— Nós precisamos levar você pra dentro — ele disse para a garota, que ergueu o olhar em sua direção, parecendo extremamente envergonhada — Não precisa me olhar assim… Tá tudo bem — ele garantiu e estendeu a mão para ajudá-la a levantar-se. Ela aceitou de imediato e May espelhou seu movimento.

— Você não tá… bravo comigo? — ela perguntou com insegurança, sem muita coragem para olhá-lo nos olhos.

— Eu fiquei triste porque você foi embora… E desesperado enquanto eu procurava por você, e aliviado porque você voltou… Mas eu não posso ficar bravo com você, eu não sou seu pai, ou seu chefe, não mais — ele respondeu, sentindo seu coração diminuindo e apertando-se ao dizer tais palavras e as duas mulheres o olharam com carinho.

— Você é… — Skye rebateu imediatamente — Meu pai! É você, desde aquele dia há quatro anos… Vocês dois! — acrescentou, e Melinda sentiu um nó em sua garganta — Eu fui tão burra… Eu quis tanto ser parte de alguma coisa, me sentir completa… E eu ignorei tudo o que eu já tinha aqui, e quando eu me dei conta, eu precisei me afastar — divagou, com novas lágrimas surgindo em seus olhos — Eu não queria ter mais nada a perder… Eu não posso perder vocês — declarou e respirou fundo — Por favor… Vocês me aceitam de volta? — ela perguntou por fim, mas não houve resposta, pois Phil e Melinda tiveram a mesma ideia, ao mesmo tempo, e antes que se desse conta de que qualquer movimento havia sido feito, a menina viu-se no meio de um abraço forte de ambos os agentes.

— É claro que nós te aceitamos de volta, Daisy — a mulher respondeu, com os braços firmemente em volta da garota.

— Skye… Meu nome é Skye — declarou e fechou os olhos, permitindo-se ser engolfada pela sensação de estar em casa novamente. Os próximos dias seriam difíceis, muitas explicações para dar, muitas desculpas para pedir.

Mas ela estava em casa.

Ela não precisava mais fugir.

Tudo iria ficar bem.




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Notas finais do capítulo

O que acharam?