Undertale - O Início escrita por FireboltVioleta


Capítulo 3
Invasão




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Renata sempre teve problemas em acordar, até mesmo com as badaladas contínuas que o rei Desgore desferia para perturbar, inutilmente, seu interrupto sono. Ela tinha de descansar, afinal, passava o dia todo em treinos para se tornar a melhor guerreira possível.

Porém, mesmo com as dificuldades em se manter de pé até mesmo com o barulho, foi extremamente audível para ela característicos sons de gritos e súplicas vindas de fora, assim como o alerta do reino a soar gravemente.

Na vivacidade com sua mãe e pai, resolveu checar pela janela do casebre qual era o problema para protegê-los, afinal, não era comum uma invasão, e na verdade nunca fora. No total, o reino não havia um único histórico de ataques em si. 

Quando abriu as duas plataformas de madeira, viu o incêndio que os atacantes estavam causando, utilizando de tochas para atear chamas em todos os objetos inflamáveis da população local. Os humanos brandiam suas lanças, açoitando-as na direção dos desesperados monstros, que tentavam como podiam acalmar aquilo. 

Então, pela primeira vez, Renata viu um monstro ser abatido: um jovem semelhante a um pato, que suplicava paz para os invasores humanos, teve a ponta de ferro luminescente estocada em seu tórax, rasgando-o por completo. 

Jorrando sangue viscoso e negro dos ferimentos até o solíneo pedregoso, o pobre monstro emitiu um audível "crac" de seu interior, indicando que a alma acabara de ser destroçada. Logo após, um baque e um monte de poeira esvoaçante no céu. 

Renata se chocou com a cena, perplexa com a situação. Enxergou uma centelha de esperança, esperança que podiam resolver sem brigar, se destruir no ar, fronte aos olhos. 

A monstra apanhou a espada reluzente que tinha como reserva em casa, utilizada para os tórridos treinos de batalha com as árvores deterioradas. Analítica, pensou se seria a coisa certa a fazer. 

Não repensou ao ter a estalagem invadida por três homens encapsulados em capas, aos quais portavam lâminas de grande porte, afiadas ao ponto de rasgar a própria pele do portador quando teve um deslize no manejo. 

Porém, antes da monstra ir em batalha, um dos homens se engalfinhou em sua arma, suicidando-se precocemente com a lâmina açoita de Renata. 

Vendo isso como mais que um motivo para guerra, justamente por seus códigos morais, os outros dois vieram na intenção de assassinar brutalmente a garota, rasgando o ar com gritos de guerra. 

Então, ela sentiu uma mão apalpar seu pé e o puxar para um alçapão oculto sob ela. O odor acre inundou suas narinas, que já reconheceram o cheiro peculiar de experimentos falhos.

Uma colega de Renata, bem semelhante a W.D Gaster, rotacionava a chave no alçapão agora sobre elas, impedindo a entrada dos humanos. A monstra se pôs a suspirar e não deu tempo para perguntas, puxando Renata pelas escadas nas escotilhas.

Mesmo com a guerreira querendo sair para proteger seu reino, ou até mesmo saber que droga de lugar era aquele, resolveu se manter em calma e serena quietude, apreciando a estrutura férrea em formatos de tubos esguios, interligados a uma passarela por toda a região. 

Alana, a assistente de Gaster, suava frio. Não queria ou desejava conversar no momento, ela apenas queria trazer o máximo de monstros possíveis até a região de trabalho subterrâneo do laboratório, ao qual emendou sutilmente sob todas as casas do reino.

— Hã... — gaguejou Renata, ainda em espanto. — Para onde estamos seguindo? 

— Proteção. — iniciou uma curva suave pelos degraus rotatórios que levariam até o laboratório. 

— Na minha opinião, isso é covardia. 

Alana ignorou a fala. 

Finalmente atingindo a localização desejada, no interior das enormes paredes resistentes do laboratório que resistia aos ataques dos humanos, a assistente avistou Sans, o pequeno revenant que segurava Papyrus nos braços. 

— Papai vai voltar, 'Lana? — indagou o menor. 

— Vai, querido. — suspirou com pesar. — Vai, sim. 

E enquanto Alana acalmava a criança, Renata espreitou sob a cortina, contemplando a tragédia que estava ocorrendo fora das paredes. 

Catástrofe. 

Ela só teve tempo de se desesperar quando avistou uma certa peixinha encurralada por vários guerreiros. 

                    (xxx)

Skarllet tentava de tudo para evitar guerrear contra aquele povo que tanto viveu pacificamente com os monstros. Em sua concepção, com certeza teria algum motivo lúcido para a primeira — de muitas – invasão. 

Mas, por mais que evitasse, se sentia obrigada em batalha. Brandia a lança e bloqueava os golpes que a matariam, como estava ocorrendo com muitos dos civis abismados. 

Ao seu lado, também integrante da Guarda Real, Amy não renunciava à guerra. Ela mantinha os civis em sua retaguarda, ao mesmo tempo que afastava os inimigos e os atacava de forma voraz. 

Monstros pequenos corriam para longe de toda a batalha, mas, em sua maioria, em vão; eles eram mortos pelos impiedosos atacantes, que pouco se importavam em quem perfuravam com as armas. 

Skarllet estava horrorizada com tudo, mas a natureza pacífica de seu reino não tinha lhe ensinado a assassinar os outros. Ela continuava ereta e confiante, apenas bloqueando em resposta aos invejosos homens. 

Blue Hyoko estava servindo como protetora a tudo aquilo, salvando a todos que podiam. Em sintonia com Amy, que ia lhe protegendo para ela poder salvar aos outros, B. Hyo sentia seu âmago se comprimir a todas as mortes que presenciava. 

Kira, uma monstra civil, havia sumido tinha um tempo, junto a Alana e Renata. A probabilidade de estarem todas mortas era enorme, mas as fagulhas de esperança ainda espreitavam nas três protetoras dos monstros. 

— Hyoko, salve aquela ali! — exclamou Amy, avançando para proteger a fronteira de B. Hyo. 

Uma monstrinha pequena, semelhante a um dinossauro turvo amarelo, tremia. O seu óculos saltava dos olhos enquanto contemplava, atônita, um dos homens prestes a assassiná-la. 

Então, a pequena Alphys teve um curso em seu destino, quando Blue se arrastou ao solo e a retirou da mira da arma, que cravou no fundo do solo térreo. 

Skarllet protegeu a monstra civil com um bloqueio, permitindo sua fuga com a pequena amante a cientista. O terror e espanto eram visíveis no rosto da monstrinha, que apenas não chorava por estar paralisada. 

— Calma, já passou... — B. Hyo tentou lhe confortar. 

— U-Undyne. — gaguejou. — Salvem ela. 

A dinossaura apontou, com o dedo gorducho e atrofiado, para a diagonal, na lacuna de palha e gesso de uma casa longínqua, onde um fluxo de humanos armados cercavam algo. 

E as três avistaram a pequena peixinha prestes a morrer de forma cruelmente brutal. 

          (xxx)

Undyne estava tendo seu sangue derramado por feridas e antros nos braços magros e singelos. A peixinha estava completamente encurralada, praticamente presenciando a sua precoce morte. 

Ela não entendia. Não entendia o porquê da atrocidade que os humanos estavam causando, não compreendia nada. Ela só queria entender o motivo de ter presenciado seus parentes e colegas morrendo por nada. 

Quando Undyne sentiu torrentes de sangue e lágrimas saírem de um olho agora inutilizado, engoliu o grito de dor e permaneceu inerte. 

— Até, monstra imunda! 

Mas quando a lança ia lhe matar, o cabo acabou perfurando outra superfície fofa e grudenta. Undyne sentiu gotas molharem sua face, e um suspiro alto de dor do corpo que lhe servira de escudo.

Renata se sacrificara  para salvar a pequena. 

 

 


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