Íris’s PDV

Que homenzinho mais convencido... realmente achou que me “completou”. Confesso que ele não é nada mal na cama, na verdade, ele  é muito bom. Me atrevo a dizer até que ele conseguiu me saciar por um tempo, mas é claro que em voz alta eu nunca diria isso.

Escolhi os CD’s e fui pro caixa pagar. Já estava na porta saindo quando em segurou o meu braço

:- Você realmente é muito arrogante, mas apesar dessa mascara fria que você usa eu consigo ver o calor e a fragilidade nos seus olhos

:- E você realmente é muito convencido e por trás dessa pose de “o bonzão”, você não passa de um adolescentezinho inexperiente.

Soltei o meu braço do aperto dele e sai dali.

Jason’s PDV

Eu... não... acredito. Que audácia

:- Por que eu acho que vocês já se conheciam!?

:- Por que foi com ela com quem dormi ontem

:- Ah... uau... e você deixou ela falar tudo aquilo assim por que? Se apaixonou por acaso?

:- Cala essa boca Roger

:- E qual seria o motivo então?

:- Eu não sei, mas não vai ficar assim

Ela definitivamente era diferente. Nenhuma mulher tinha me tratado assim. Ela parecia interessada só em sexo, não entendo como ela possa ter ficado tão brava. Ela é uma maluca!

Depois do expediente eu fui pra casa da única pessoa do mundo que sabe de absolutamente tudo sobre mim

:- Maninho, que bom te ver, já estava pensando em ir te visitar

:- Oi Ana, senti saudades. Eu preciso conversar

:- Haha... pode entrar eu vou fazer um café, vamos pra cozinha

Minha irmã é a única que realmente tenta me entender. Nosso pai nos abandonou quando éramos criança. Mamãe até chegou a namorar, mas nunca se casou novamente. Já faz uns cinco anos que ela morreu. Eu tinha dezoito ano, a Ana tinha uns vinte anos.

:- O que você andou aprontando pra estar tão distraído assim?

É... não tem como esconder nada dela, ela me conhece muito bem. Apenas sorri e comecei o desabafo

:- Um ruiva maluca esta me deixando louco.

:- Ai ai... já vi isso antes

:- Engraçadinha

:- Esta bem, eu vou parar pra você me contar e depois eu te incomodo mais

Íris’s PDV

Estava em casa brincando com o mixador nos CD’s novos que eu havia comprado pela manhã, mas por algum motivo não consegui me concentrar o suficiente para parar de brincar e escolher o que tocaria hoje à noite. Cada música lembrava ele, cada batida me lembrava da noite que tivemos.

Apenas um nome se destacava em minha mente: o dele. É muito difícil pra mim admitir isso... ele, de fato, me deixou querendo mais de um jeito que nenhum me deixou antes.

Desisti de pensar em músicas então fui assistir um pouco de TV, mas nenhum canal conseguiu prender a minha atenção. Tentei arrumar ou até limpar algo pela casa, mas não conseguia me distrair.

No fim desisti e acabei ligando pra minha única confidente na Terra. Como minha mãe havia me deixado com meu irmão e meu pai e fugiu com o amante, eu tinha apenas sete anos e meu irmão dez. Meu pai mora hoje com sua terceira esposa em Tulsa. Meu irmão, Bill, mora aqui em Nova York também, está casado com uma moça chamada Marla (se eu não me engano é brasileira com descendência francesa) e tem uma filha, a Julie Marie. Bill diz que Marla vive lhe pedindo para que eu vá lhes visitar. Ele sempre foi amável, dedicado e carinhoso

Liguei pra Ana, minha melhor amiga e confidente

:- Alô

:- Oi Aninha, que saudade

:- Íris! Senti tanto sua falta. Quando você vai vir aqui pra comermos bolo de novo?

Eu consegui sentir o riso em sua voz. Nunca consigo esconder nada dessa menina

:- Então... o que você vai fazer hoje?

:- Nada, estava conversando com meu irmão, mas ele acabou de sair. Quer que eu vá ai ou você vem aqui?

:- Hahaha, estou ai em dez minutos

:- Vou esperar

:- Ta, até mais

:- Até

Desliguei o celular e já corri atrás de minha bolsa e minhas chaves. Fui com a moto até sua casa a quase 200 Km/ h.

Jason’s PDV

Minha irmã, apesar de adorar pegar no meu pé nessas horas, foi super compreensiva.

Flash Back on:

:- Olha Jason... eu entendo ela ter ficado irritada, você foi muito...

:- Idiota... ?

:- Eu ia dizer prepotente e ignorante, mas já que você falou

Eu fiquei em silencio esperando que ela continuasse. Ana me olhava calma enquanto procurava as palavras certas pra continuar.

:- Jay... você se lembra que me falou que estava cansado da maneira que vivia sua vida amorosa? E que queria mudar?

Eu assenti e ela continuou

:- Imagino que se lembre do que eu lhe disse

:- Você falou que estava orgulhosa da minha atituda e que, apesar de não ser fácil, eu encontraria a garota certa que me motivaria a seguir em frente com a decisão

:- Exato

Eu a olhei tentando entender onde ela queria chegar com isso

:- Bem... e se essa moça for a garota que lhe falei?

:- Duvido muito, ela mais me motiva a bater nela do que a mudar

:- Nem se atreva a bater em uma mulher!

Não disse nada, apenas desviei de seu olhar

:- Jay... eu nunca disse que ela te motivaria a mudar do jeito óbvio. Vai que ela espera de você uma atituda que você mesmo nunca imaginou?!

:- Hum... poder ser

:- Pense bem, dê uma chamou a si mesmo

Eu assenti e ela abriu seu radiante sorriso

Flash Back off