Estava deitado sozinho. Não conseguia parar de pensar em tudo que acontecera nesse dia. Não conseguia parar de pensar nele.

Gou tratou de meus ferimentos, e até mesmo cozinhou para mim. Não entendia o porquê de ele me tratar assim tão bem. E isso era o que mais me intrigava.

Fiquei olhando para o teto pensativo. Sentia minhas costas arder. Levantei e fui para o banheiro. Ao chegar lá fiquei olhando para o espelho me sentindo patético dentro daquelas roupas enormes. Quando estava voltando para o quarto me encontrei com Gou no corredor, e senti meu rosto corar um pouco.

Gou: Está sem sonho, Takumi?

Takumi: Sim.

Ele me olhava nos olhos me deixando desconsertado. Observo cada traço de seu rosto parando em sua boca, e por um momento sinto vontade de provar o sabor de seus lábios.

O que? Que pensamento foi esse? Devo está ficando louco. Sacudo a cabeça institivamente para afastar esses pensamentos, fazendo o outro se preocupar comigo.

Gou: O que foi? Está sentindo dor?

Takumi: Não é nada, não precisa se preocupar.

Ficamos em silencio por alguns segundos, e meu desejo de toca-lo só aumenta.

Gou: Se quiser posso fazer um chá para você.

Takumi: Não precisa se incomodar.

Gou: Eu insisto.

Takumi: Obrigado então.

Gou: Espere no quarto, já vou levar para você.

Dizendo isso ele segue para cozinha me deixando sozinho no corredor. Vou para o quarto e me sento na cama enquanto o espero.

Não conseguia tirar a imagem de seu rosto de minha mente. Não conseguia me livrar da vontade de beija-lo.

Sou tirado de meus pensamentos pelo mesmo, que entra no quarto com uma bandeja nas mãos.

Gou: Trouxe alguns biscoitos também.

Gou coloca a bandeja em cima da cama, se sentando logo em seguida.

Takumi: Obrigado, de verdade.

Olho para um canto qualquer, evitando olhar para ele, sabendo que meu rosto estava corado.

Gou: Não precisa agradecer.

Começamos a comer e a tomar o chá. Sempre ele perguntava como estava me sentindo, se não precisava de algo. E a cada momento que passava me sentia ainda com mais vontade de beija-lo.

Terminamos de comer e ele saiu com a bandeja do quarto, me deixando sozinho. Depois de alguns instantes ele volta e me deseja boa noite.

Gou: Está se sentindo bem mesmo?

Takumi: Sim, eu já disse, não precisa se preocupar.

Ele fica parado na porta me olhando de um jeito estranho.

Gou: Takumi?

Takumi: Sim?

Ele entra no quarto ainda com um olhar estranho em seu rosto. Se aproxima de mim, deixando  um espaço bem pequeno entre nós.

Takumi: Gou?

Ele não responde. Sinto suas mãos segurar meu rosto suavemente, e o toque me faz arrepiar. Seu rosto está cada vez mas perto do meu, tanto que consigo sentir sua respiração. E então sinto seus lábios nos meus. Eles são macios e doces. O beijo é calmo e contido.

Ele se afasta me olhando nos olhos. Como não digo nada ele se levanta para sair, mas é impedido por mim, que segura sua mão.

Gou: Takumi...

Takumi: Gou...

Sem dizer mais nada ele volta a me beijar, dessa vez de maneira mais intensa que antes. Sinto sua língua pedir passagem, e eu concedo. Ele explora cada canto de minha boca, e eu faço o mesmo na sua.

Separamo-nos para respirar, voltando ao beijo logo em seguida. Ficamos assim por um tempo, nos beijando. E então ele se afasta.

Gou: Acho melhor a gente dormir, temos aula amanhã.

Takumi: Sim.

Gou: Boa noite!

Takumi: Boa noite!

Ele me dá um selinho e sai do quarto.

Deito e fico olhando para o nada, pensando em tudo que acabara de acontecer. Ainda podia sentir os lábios deles nos meu. Sorrio com esses pensamentos, nunca havia me sentido assim antes.

Fecho os olhos e me entrego ao sono. Meu ultimo pensamento antes de dormir foi que ele realmente era alguém muito especial.