Descendentes escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 5
Repaginada geral




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P.O.V. Alec.

Nada me preparou para essa experiência. 

Ela acordou com a corda toda.

—Bom dia! Hora da repaginada geral.

—O que isso quer dizer?

—Onde fica o seu armário?

—Ali.

—Tá tudo lá dentro?

—Sim.

—Ótimo, vai ser mais fácil assim. Vamos ver se tem algo que preste ai.

Ela vasculhou o meu armário e começou a fazer pilhas com as minhas roupas.

—Eca! Feio, horrível, horroroso.

Ela arrumava palavras e sons para descrever o quanto as minhas roupas eram feias.

—Uau! Finalmente alguma coisa que dá pra salvar.

—U! Uma capa vermelha! Eu tenho uma dessa, exatamente igual usei no Halloween passado. Vamos vender.

—Vender?!

—É. Você é menino, isso ai não presta pra nada.

 -E pra quem planeja vender isso?

—Uma loja de fantasias de Halloween.

Num estalar de seus dedos literalmente todas as minhas roupas menos um sobretudo preto estavam encaixotadas. E o sobretudo estava num cabide guardado no armário.

Passamos na loja de fantasias, ela vendeu tudo e conseguimos um bom dinheiro. 

—Próxima parada, o salão de beleza.

O cabeleireiro lavou meu cabelo, cortou um pouco a minha franja e secou com o secador. Agora com ela foi mais complicado.

Cassie fez uma tal hidratação profunda e ainda com aquele plástico na cabeça foi fazer as unhas com a manicure.

—Redonda ou quadrada?

—Quadrada.

A moça lixou as unhas dela, passou uma coisa que elas chamavam de base, óleo de cravo da índia e depois fez francesinha e colou um strass em cada dedo indicador. Nos pés ela passou um rosa bem clarinho.

—Pronta pra tirar amiga?

—Claro.

O cabeleireiro lavou o cabelo dela, secou no secador, fez escova e passou  outros instrumentos que eu não sabia o que eram.

—Prontinho.

Ela passou uma coisa numa máquina, saiu um papel e nós fomos embora.

—Ele fez tudo de graça?

—Não Alec, eu paguei.

—Mas, eu não vi o dinheiro.

—Eu paguei com cartão.

—Cartão?

—É. Cartão de crédito. Vamos, temos que ir ao shopping.

Entramos no volvo prateado e ela dirigiu até um lugar que eu nunca tinha visto na vida.

—O que é isso?

—É um shopping center. Vamos, temos que reabastecer o seu armário.

Lá dentro tinha música que saia de lugar nenhum.

—Onde está a orquestra?

—Orquestra? Tá falando sério?

—É claro.

—Ai, esse menino vai me dar um trabalho...

—Eu tenho novecentos anos.

—Exatamente por isso. Vem.

Ela selecionava as roupas e eu vestia elas.

—Verde não é a sua cor. Vamos tentar azul.

—Experimenta.

Quando eu sai ela ficou chocada.

—Nossa! Ficou, demais.

Saímos do tal shopping com uma penca de sacolas, tantas que ela teve que arrumar corretamente para que o porta malas fechasse.

Assim que chegamos á residencia dos Cullen ela me ajudou a descarregar e desempacotar as coisas. Passamos o resto da tarde tirando as etiquetas das roupas, no dia seguinte ela começou a passar as roupas novas.

—Obrigado Cassie. 

—De nada. Gentileza gera gentileza, nunca se esqueça disso.

—Obrigado por ter me dado o melhor dia da minha existência.

—A gente só foi ao cabeleireiro e ao shopping. Isso é programa de menina.

—É mesmo?

—É. O verão ta quase acabando o que quer dizer que você vai ter que ir á escola.

—Eu nunca fui á escola.

—Pra tudo tem uma primeira vez. Quer ajuda pra arrumar as suas coisas?

—Não. Eu me viro.

—Tá. Qualquer coisa me chama.

Ela desceu as escadas e logo estava de volta.

—Toma. Eu sei que não é sangue da veia, mas se quiser se alimentar de sangue humano tem que ser assim. Por aqui nós temos uma regra, nade de se alimentar de pessoas vivas.

P.O.V. Elijah.

Vou tentar uma abordagem diferente. Com as duas, porque a verdade é que eu descobri na manhã seguinte que a duplicata com quem havia passado a noite não era Katerina Petrova graças á mancha de sangue no lençol branco.

Toquei a campainha e ela abriu.

—Então você sabia o tempo todo e não correu me dedurar pro seu irmão? Essa foi uma interessante reviravolta nos fatos.

—Eu nunca me perguntei o porque de eu não te entregar para o Niklaus, mas de alguma forma essa nunca foi uma possibilidade pra mim.

—Porque você não sabia o meu nome. Se não teria me entregado.

—Acredita mesmo nisso?

—Porque acha que eu coloquei o seu sobrenome na nossa filha? Você nem ao menos percebe seu próprio padrão.

—E qual seria esse padrão?

—Se você não tem o sobrenome Mikaelson você é peão de xadrez para a adorável primeira família, você é descartável. Pra vocês tanto faz como tanto fez se os outros vivem ou morrem tudo o que importa é manter a sua família intocada. Olha, ele me trouxe flores. Que lindo.

—Mamãe? Ta tudo bem ai?

—Ta tudo bem amor. Vai deitar.

—Mas, eu quero um beijo de boa noite.

—Tudo bem. Vá embora, você não merece a gente e sabe disso.

—Espera.

Puxei-a e dei-lhe um beijo. E dei pra ver que eu a deixei abalada.

—Eu amo você. Sempre amei você.

—Esse é o problema. Num segundo você me ama e no segundo seguinte tenta me matar. E eu tenho uma filha pra cuidar, tenho que pensar na Cassie antes de qualquer outra coisa e crianças precisam de estabilidade, noção de certo e errado, limites, exemplos e se a Cassie tivesse você como exemplo sabe lá Deus o que ela ia virar. Por tanto, enquanto você for você e eu for eu e a nossa filha estiver no meio não vai acontecer nada entre nós. Sinto muito.

—O que isso quer dizer?

—Quer dizer que eu e a Cassie precisamos de uma constante e você não passa de uma variável. Precisamos de alguém que esteja lá quando a gente precisar, de alguém em quem possamos confiar e você não é essa pessoa e sabe disso. Sinto muito Elijah.

Ela fechou a porta na minha cara. Ouvi ela desejar boa noite á Cassie, dar-lhe um beijo e descer as escadas outra vez, ela se encostou na porta e escorregou lentamente, pude ouvi-la chorar e pedir:

—Porque não me manda um cara legal pra variar? Mas, não só traidores, assassinos, puladores de cerca. Porque não me manda alguém descente pra variar? O meu primeiro namorado me traiu, o segundo é um assassino traidor que tem fama de bonzinho e cumpridor de promessas, mas na primeira oportunidade enfia uma estaca no meu coração. Ele arrancou o meu coração do peito e comeu.

Ela chorava um choro de cortar o coração. Ainda chorando ela começou a cantar. A música era assim:

—Eu continuo sangrando amor, ele me cortou, me abriu e eu continuo sangrando amor.

Esse era o modo dela dizer que me amava, mas tinha medo, medo de mim e do que eu faria com ela ou com a menina.

—Mãe? O que aconteceu com você? Te fizeram alguma coisa?

—Não. Tá tudo bem.

—Foi o pai não foi? Eu sei que você ama ele, mas tem medo dele machucar a gente.

—Não Cassie, eu tenho medo dele nos matar. Porque é o que eles fazem, eles matam, destoem, magoam e quando você pensa que a traição deles não pode doer mais fundo... você descobre que pode. Eles mentem, eles traem, eles fazem qualquer coisa pra sobreviver e por isso nunca vão ter uma vida de verdade. Eles não tem amor, porque não o merecem.

Ouvi ela rir.

—O que foi?

—O jeito que você tá sempre enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans e ficando na pontinha dos pés, sua avó faz isso, eu faço e você pegou essa mania de nós e também morde o lábio quando tá nervosa.

—Eu te amo mãe.

—Também te amo filha, mais do que qualquer coisa no mundo. Mais do que a minha própria vida. Agora cama.

—Vem comigo.

Elas subiram as escadas e logo estavam dormindo, mas o resto dos habitantes da casa passou a noite em claro. Nenhum deles se quer ficou com sono.

—O que que é isso? Eles não dormem.

—Você deve ser o pai da Cassie. E tem razão a gente nunca dorme, nunca.

Assim que cheguei em casa Niklaus perguntou:

—Pra que as flores?

—Não é da sua conta.

—São pra duplicata não são?

—Sim.

—E eles estavam dormindo quando chegou lá?

—Eles não dormem. Eles nunca dormem.

—O que?

—Eles não comem comida humana, não dormem e o sol não os machuca. A verbena não os afeta, estacas não atravessam sua pele. Eles são realmente a evolução da raça vampira, são mais fortes que nós.

—É verdade.

—Caroline?

—Oi Klaus. Sentiu saudades?

—Niklaus ela não está aqui.

—Então era verdade o que a duplicata disse?

—Era. Eu sabia que ia morrer, sabia que você não atenderia o celular e me deixaria pra morrer eu sabia de tudo o que me aconteceria, mas eu te amei imensamente, ainda amo e você me deu tudo o que eu mais queria na vida. Então, obrigado.

—Tá me agradecendo por ter te matado?

—Não. To te agradecendo por ter me dado dois lindos filhos.

—Dois?

—Gêmeos.

—Dois meninos?

—Não. Henrik e Hannah, um menino e uma menina. Pedi pra Renesmee colocar o seu sobrenome neles já que eu queria eles á salvo de vocês.

—O que isso quer dizer?

—Quer dizer que na lógica distorcida da sua família se você não tem Mikaelson na certidão de nascimento você é descartável.

—Isso não é verdade.

—É sim. Imagine, se você jamais soubesse que Hope era sua filha e um dia topasse com ela na rua e ela de alguma forma o ofendesse. Você a deixaria ir? A deixaria viver?

—Não. Ela já estaria morta.

—Pois é. Aposto que foi por essa mesma razão que Renesmee escolheu colocar o sobrenome de Elijah em Cassie.


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