-O que você pretendia fazer? Iria se matar, por aquela garota idiota? Damon, ela só queria brincar com você. 

-E você não? 

-Eu te segui até aqui. Enquanto ela ficou com Stefan. 

Senti uma pontada no peito. 

-Vamos. Eu te perdoou.

Dei uma gargalhada. Era um riso irônico. A expressão no rosto de Katherine não era nada feliz.

-Você me perdoa?

-Sim. Afinal, você me traiu com  aquela garota. Elena - seu tom era uma mistura de desdém com o infantil habitual. 

-Você se fingiu de morta por todos esses anos. E nunca pensou em voltar. Eu te procurei. 

-Damon, eu não estava pronta para voltar. E eu estava chateada com vocês. Porque você e Stefan ainda estão brigados. E irmãos não podem viver assim. 

Permaneci em silêncio. Como ela era irritante.

-Agora, vamos embora. - aquilo era uma ordem. 

-E se eu não for?

- Se você não for...- Katherine colocou o dedo indicador no queixo, como se estivesse pensando no que fazer. 

-Vai me matar? 

-Não. Isso acabaria com a graça. Mas a Elena... 

-Não se atreva. - a raiva tomou conta de mim. Mas era isso mesmo que Katherine queria. 

-Calma, não precisa grunhir pra mim. Eu te transformei no que você é. Não tenho medo de você. - ela se aproximava. Tinha me esquecido do quão sedutora ela era. Mas naquele momento eu só pensava em Elena.

Não tinha condições de enfrentar Katherine. Não no estado em que eu estava.

-Mesmo porque - estávamos a cerca de um centímetro de distância. Estava ficando com náuseas.- Você não me machucaria.

Teria que entrar no jogo dela. Pelo menos até estar forte o suficiente para enfrentá-la. Iria fazer com que ela se arrependesse de usar Elena contra mim.

Já nem me lembrava do seu gosto. E na verdade, preferia que continuasse assim. Não posso mentir. Katherine ainda me atraía. Ou a qualquer homem são. Mas a unica garota que eu queria estar beijando agora, era a unica  que eu não teria. 

Ela sorriu. 

-Agora, vamos? - Sua mão deslizou suavemente pelo meu braço, até encontrar a minha. Assim ela me levou para deus sabe onde.

Não tinha sequer noção de aonde estava indo.  

Katherine derrubou alguma coisa no chão, pouco antes de sairmos da clareira.

A encarei, curioso.

-Não é nada. Só uma coisa que não preciso mais.

-Está aqui há quanto tempo?

-O suficiente para saber de tudo o que tem acontecido aqui. Você e Stefan se comportaram muito mal. Mas Stefan foi pior. Por isso agora estou tomando minha decisão. Aquela que eu deveria ter feito a vários anos atrás.

-É mesmo? - tentava ao máximo esconder o meu desprezo naquele frase.

Como se o que ela quisesse ainda fizesse alguma diferença.

-Eu escolhi você, Damon. E agora nós ficaremos juntos por toda a eternidade.

Sério, estava começando a achar que ela tinha algum distúrbio. 

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Estava procurando por Damon há uma semana. Me alimentava pouco, e  estava mais fraca do que quando sai de Mistyc Falls. Enfim cheguei em uma clareira, no meio de uma floresta. 

Havia algo estranho naquele lugar. Umas duas ou três árvores pareciam ter sido arrancadas por algo muito forte e estavam caídas por ai. Aquilo parecia um campo de batalha de vampiros.

Ou quem sabe de um vampiro. Era óbvio que Damon passara por ali. Mas eu não tinha muitas esperanças. Ele já devia estar bem longe àquela  hora. 

Uma raposa estava caçando ali perto. 

-Encontrei minha janta.- disse para mim mesma.

Se quisesse encontrar Damon, precisava de mais do que aquilo. Precisava me alimentar de verdade. Com sangue humano. 

Mas eu não sabia como fazer. Perdera as duas unicas "pessoas" que podiam me ajudar. 

Estava sozinha. 

Tomei o sangue da raposa. Não queria mata-la. Mas a fome era intensa. 

Então me lembrei que havia uma pequena cidade ali por perto. Teria que arriscar. 

Caminhei para fora da clareira. Então pisei em algo.

Era uma jóia. Parecia antiga. Uma relíquia. Resolvi guardá-la. 

Não demorou para chegar na pequena cidade. Procurei um bar. Homens bêbados são mais fáceis de seduzir.

Sorri, irônica, ao me lembrar de Damon no bar com aquela garota. Talvez ele nem tivesse certeza do que estava fazendo. 

Todos olharam para mim quando eu entrei. Aqueles homens nojentos, senti vontade de matar todos. 

Um deles olhava para mim e sorria. Em sua boca faltavam alguns dentes e haviam alguns podres. Eu sorri de volta e ele veio até mim. 

-Olá, lindinha. 

-Oi. - respondi, inocente. 

-Você não é daqui, é? 

-Não. Escuta, esse lugar está muito cheio. Não gostaria de ir para outro lugar?

-Com você? Até ao inferno, meu amor.

Acertou em cheio, eu pensei. Mas só sorri para o homem. O bar ficava a alguns metros da floresta. Então eu só tive que entrar um pouco mais fundo naquela densidade de plantas.  

-E então? - o homem perguntou com um sorriso malicioso no rosto. 

Não estava com paciência  pra joguinhos. 

-Feche os olhos. - pedi, com delicadeza. Tentava ser o mais doce possível, já que não tinha Poder suficiente para controlá-lo. 

Consegui ver uma boa veia palpitando em seu pescoço. Algo me dizia que devia ser aquela. Sem esperar mais, ataquei. Devo ter acertado a veia certa, pois o homem sangrava com intensidade.

Droga, vou matá-lo, pensei. Mas depois de pouco tempo, não pensei em mais nada. Só em como aquilo era bom. O homem gritou por um tempo. Mas depois parou. Eu tomei todo o sangue dele. Até não sobrar mais nada.

Então eu senti. Era deliciosa aquela sensação. A sensação do Poder. Agora seria mais fácil encontrá-lo.

Ouvi um barulho vindo dos arbustos. Estava vindo alguém. Joguei o corpo do homem deus sabe onde. Estava realmente forte. E limpei a boca. 

-Elena!

-Bo...Bonnie?