HL: Hikari - Light in the Darkness escrita por Son Alee, Heroes Legacy


Capítulo 2
Vermelho sangue


Notas iniciais do capítulo

eaiii galerinha, como estão?
Hoje trago um capítulo novinho novinho de Hikari, espero que gostem :D



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Tokyo Medical & Surgical Clinic, dias atuais

 

Um quarto branco com uma pequena porém confortável cama no centro encostada na parede. Deitada no leito, a jovem Akemi se recuperava do ferimento causado por Rose, uma dos envolvidos no assassinato de seu pai. No criado mudo, um vaso com rosas brancas enfeitavam o lugar, eram as preferidas da garota, pois a faziam lembrar de sua falecida mãe. A jovem tinha preso ao seu rosto um tubo transparente que descia por sua garganta, ajudando-a a respirar.

Abrindo a porta, duas enfermeiras entraram para verificar as funções vitais e o quadro clínico da policial. Notaram uma pequena melhora, porém, nada esperançoso.

— Parece que ela vai ficar assim pra sempre…

— Não diga isso, Sue. - disse a mais velha com tom de repreensão. - Ela vai ficar bem.

— Claro… - a jovem parou por um segundo repentinamente, encarando a mão de Akemi. - Você viu isso, Yui?

— O que foi? - questionou.

— A mão dela… a mão dela se moveu. - disse ainda olhando para a garota.

Sem dar atenção, Yui retirou-se do quarto, sendo seguida por Sue, que ainda olhava para trás curiosa.

 

~*~

 

“ Que… que lugar é esse?”

Akemi piscou os olhos embaçados, tentando enxergar melhor o lugar onde estava. Seu corpo ainda estava imóvel, devido ao seu frágil estado de saúde.

“ Que merda é essa?... Está difícil respirar com isso…”

Juntando a pouca força que lhe restava, retirou com dificuldade o tubo de sua boca, tossindo após terminar de puxá-lo. Aos poucos, seu corpo estava recuperando os movimentos, mas ainda era difícil mover-se. Esticando o braço para o seu lado esquerdo, a garota apertou o pequeno botão próximo as flores, caindo no chão durante o processo.

“ Merda… isso dói…”

Após poucos minutos, duas enfermeiras e um médico entraram correndo no quarto, levantando a garota e colocando-a na cama.

— Ela… ela acordou… - disse Sue surpresa.

— Não é hora para surpresas. Pegue o soro estabilizador.

— Sim, doutor. - disse pegando uma seringa com um líquido transparente, entregando-o para o médico.

Espetando a agulha no braço da jovem, o homem fez o líquido esvaziar a seringa lentamente, a fim de não causar dor a garota. Aos poucos, a respiração da policial voltou ao normal, seus batimentos também se normalizaram. Tudo havia corrido bem.

 

Algumas horas depois

 

Batidas na porta fizeram com que Akemi desviasse sua atenção para o homem que acabara de entrar. Hideki segurava um pequeno buquê com rosas brancas, mas o que mais chamou a atenção de sua irmã foram as vestes do rapaz. As roupas de oficial que o homem usava eram semelhantes às de seu pai, porém, com um pequeno emblema vermelho, lembrando uma rosa preso no local onde um brasão da Polícia japonesa deveria estar.

— Que bom que acordou, irmã. - disse o jovem sem conter a emoção ao vê-la depois de tanto tempo.

— É bom poder te ver também, irmão. - respondeu com a voz fraca. - Encontraram as pessoas que mataram nosso pai ontem? - perguntou.

— Akemi… - Hideki parou por um instante, procurando palavras para explicar o que havia mudado durante seu coma. - isso foi há dois anos… Você ficou dois anos em coma, irmã. - respondeu com tristeza a pergunta da irmã.

— Co...como assim? - disse com a voz trêmula. - Isso não pode ser verdade… não pode…

— Eu sinto muito, mas é a verdade… Seu ferimento foi muito grave, foi um milagre você ter saído viva…

— E o que foi feito? Prenderam os culpados? Eles pagaram pelo que fizeram? - uma lágrima escorreu pelo olho da jovem, que se segurava para não demonstrar sua dor e revolta.

— Eles mandam no Japão agora… Sinto muito…

— Como deixou isso acontecer?! Como?!

— Foi por você, droga! - gritou jogando as flores no chão. - Foi tudo por você! Se eu e todos os outros não tivéssemos aceitado serví-los, você e metade do país teriam morrido…

— Você trabalha pra eles? Realmente tomaram o país? O que houve com a Nexus? A Nêmesis? Ninguém fez nada para nos salvar?

— A Nexus não está nem aí para nós… A Nêmesis do país trabalha com eles, de algum modo o resto do mundo acha que vivemos normalmente, nossas comunicações com o resto do planeta não existem mais, apenas os membros da elite têm acesso ao que se passa fora de nossas fronteiras…

— Isso não é verdade…

— Essa é a verdade, Akemi… - falou levantando-se. - Quando sair do hospital, pode ir para este lugar. - Hideki retirou de seu bolso um papel com um endereço anotado a caneta.

— Hideki…

— E antes que eu me esqueça. - interrompeu - Pelo poder a mim concedido como autoridade máxima da Polícia de Tokyo, eu, Hideki Tanaka afasto a cadete Akemi Tanaka de suas funções como servidora do povo japonês por tempo indeterminado. - virando-se para a porta, o homem saiu sem ouvir as palavras de sua irmã, e por mais que lhe machucasse, aquilo era o certo a ser feito.

 

Tokyo Medical & Surgical Clinic, alguns dias depois

 

Recolhendo seus pertences e os ajeitando em uma caixa branca, Akemi aguardava ansiosa por sua alta do hospital. Ainda muito fraca, se movia com um pouco de dificuldade, utilizando uma muleta de madeira para se apoiar. Incomodada com o pouco que sabia sobre o que havia acontecido com seu país, a garota se perdia em pensamentos alternados, entre fazer algo para transformar seu lar em uma República próspera novamente, ou sentar-se e nada fazer, para não prejudicar seus amados companheiros. A dúvida no coração de Akemi lhe tirou o sono durante algumas noites, e por vezes, deixou que lágrimas escapassem de seus olhos tristes e cansados.

— Senhorita Tanaka, posso entrar? - perguntou uma mulher alta de cabelos pretos, acompanhada de duas enfermeiras.

— Olá, pode sim… - Respondeu com a voz fraca, olhando para a moça que acabara de chegar. - Você é?

— Desculpe, meu nome é Iwa Yoshigawa. Sou uma amiga de seu pai e também a assistente do Fundo Policial para Soldados Incapacitados em Combate. Soube que teria alta, então vim fazer o meu trabalho.

— Não precisa se preocupar, senhora Iwa…

— Irei te acompanhar até sua nova casa, senhorita Tanaka.

— Akemi… Pode me chamar de Akemi.

— Bom, tudo bem então… Akemi. - disse com um pequeno sorriso.

— Bom, vou mesmo precisar de carona…

— Mandarei alguém para pegar suas coisas, pode me acompanhar? - falou abrindo a porta.

— Claro… - a jovem andou lentamente apoiando-se na frágil muleta que a sustentava.

 

~*~

 

No estacionamento do hospital, um carro grande de cor preta aguardava as duas. Os vidros altos e espessos eram cobertos por uma fina camada de filme preto, deixando os ocupantes do veículo invisíveis para quem os olhava de fora. Akemi diminuiu ainda mais os passos lentos para olhar melhor o automóvel.

— Ei, espera… - disse ao ver que se tratava de um veículo pertencente à maior facção criminosa do Japão, a Yakuza.

Atrás de Akemi, dois homens altos usando roupas pretas a seguraram, cada um por um braço, levantando-a e levando-a para dentro do carro.

— O que está acontecendo aqui? - perguntou a garota.

— Meu chefe quer te ver. - disse Iwa ao entrar no carro. Retirando seu sobretudo, revelou um vestido preto utilizado por mulheres de alta classe, com as costas à mostra,fazendo com que a tatuagem que cobria quase por completo suas costas ficasse exposta.

— Yakuza? - disse surpresa. - Ai, droga…

 

Parque Yoyogi, mais tarde naquela noite

 

O céu limpo permitiu que a lua cheia e as estrelas fossem observadas por aqueles que estavam deixando o parque, que fecharia em pouco menos de meia hora. Parado ao lado de uma cerejeira, uma pessoa com roupas escuras observava os arredores, parecendo esperar alguém. Seus dedos se moviam rapidamente por dentro do bolso de sua jaqueta, mostrando ansiedade. Após algum tempo de espera, pôde ver uma silhueta caminhando e sua direção lentamente, fazendo-o tirar as mãos do bolso.

— Caramba, por quê demorou tanto? - perguntou o que aguardava.

— Peço desculpas, tive um imprevisto. - respondeu o homem. - aqui está o que me pediu. - retirou um envelope de seu bolso, entregando-o em seguida.

— Obrigado, Hideki. - disse o outro. - Por que não mandou um subordinado? É arriscado tratar desse assunto pessoalmente, senhor…

— Bem, se quer algo bem feito, faça você mesmo. - respondeu virando-se de costas. - Diga que mandei lembranças. Nos encontramos aqui novamente em um mês, Toshiro.

— Deixa comigo! - disse acenando com os dedos. - Até breve, Senhor Hideki. - Disse antes de sumir instantaneamente.

O parque agora estava em silêncio, sendo banhado pela solitária luz pálida lunar.

 

Akabane, Tóquio

 

Longe da desordem e barulho do centro da cidade, o carro que levava Akemi estacionou  próximo à uma grande casa de madeira, com estátuas de samurais, um em cada lado do grande portão, e no centro, a cabeça de um dragão, símbolo da máfia japonesa. saindo do veículo, os ocupantes foram recebidos por homens armados com espadas e ternos pretos.

“ Bela hora pra ficar sem poderes, Akemi!”

Entrando na residência, um homem careca com barba comprida sentado ao centro da sala os aguardava. Aquele era o líder da atual maior família Yakuza do japão. Ao seu lado, uma bela garota com trajes em vermelho com detalhes brancos chamou a atenção de Akemi.

— Akemi! - disse o homem sorrindo. - Bem vinda, minha querida.

— Quem é você? - perguntou a garota, que levou um soco de Iwa no rosto em seguida, fazendo-a cair no chão e cuspir sangue.

— Iwa! - gritou furioso ao se levantar. - Se tocá-la novamente, pagará muito caro….

— Perdão, meu mestre. - disse curvando-se.

— Levantem-a. - ordenou o velho.

Dois homens andaram até Akemi, colocando-a de pé próxima ao líder. A garota o olhou fixamente nos olhos do homem, enquanto tinha seu rosto limpo pela bela moça, que a olhava sem desviar o olhar. Os traços do velho lhe lembravam alguém muito próximo, o homem que deu sua vida para não manchar sua honra.

— Você parece meu pai… velhote… - disse pausadamente - Quem… quem é você?

— Meu nome é Yamaguchi Tanaka… Pai de Sasuo tanaka. - sorrindo para a garota, o chefe da casa revelou algo que Sasuo tentou esconder de seus filhos. - Eu sou seu avô, Akemi.


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Notas finais do capítulo

Yakuza? Neta de líder da yaukuza? OMG!
sim, tudo isso não fazia parte da trama original, mas eu pensei: "e se?". Bom, vamos ver o que vai dar ^^
Obrigado a todos que lêem e me apoiam, agradeço de coração ♥
Não me deixem no vácuo, me digam o que acharam ^^ XD ♥



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