Dream Journal escrita por hahareally


Capítulo 1
30/09/2016


Notas iniciais do capítulo

Deary dream diary...



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Sufocamento.
Outra vez.
Esse era um clássico, milhares de vezes eu tinha ouvido falar do sonho em que você grita por ajuda, ela está bem ali, na sala do lado, mas nenhum som sai de sua boca, por maior esforço que seja.
Bom, não quero começar pelo final (embora talvez já tenha feito isso), estou escrevendo isso agora às 04:48, ainda sinto lágrimas me vindo aos olhos várias vezes, e acabei de acordar do pior sonho que a minha vida curta e comumente ordinária já teve que atravessar.
Eu não estava morrendo, em nenhum momento eu tinha qualquer ameaça de morte, era só o medo. O mais real e puro medo que eu já tinha sentido em toda a minha vida, sem a menor sombra de dúvidas, e senti que algo tão grande assim merecia ser registrado.
Dentro do sonho, eu tinha a ilusão de que estava acordada, e isso provavelmente foi o que deixou todo esse inferno ainda mais aterrorizante do que já era, porque eu estava delirando.
Tinham certos lapsos em que eu estava na escola, sentada em minha cadeira, e aquilo também me parecia realidade, eu estava sentada no meu lugar de costume, assim como Elisa, minha amiga, atrás dela no entanto era onde se encontrava uma anomalia, um ponto solto, uma desconhecida. Eu só a vira de relance, estava muito empenhada em tentar entender o que a própria Elisa me dizia, enquanto isso, sentia minhas mãos tremerem como se de frio, embora no sonho em me lembrasse que estava um clima ameno, um pouco mais gelado, mas não o suficiente para que eu tremesse daquele jeito, eu sentia a minha fala falhar diversas vezes por meu queixo estar na mesma situação das mãos, e me sentia uma verdadeira louca, desesperada para entender o que Elisa me dizia, com a voz arrastada, e ela me olhando como se eu parecesse exatamente do jeito em que me sentia, louca, maluca, pirada, e a menina desconhecida atrás dela (que num primeiro momento eu pensei conhecer, mas logo vi que estava errada) segurando o riso, de alguma forma eu sabia que era em respeito a Elisa.
E então eu me sentia ''acordar'', minha cama estava uma bagunça maior do que eu costumava deixar, eu via o livro que eu tinha deixado na escola hoje sobre meu tablet, e na extensão do carregador, estava o meu celular, cujo eu me agarrava, querendo me comunicar com alguém, embora fosse esse o meu desejo, eu rapidamente liguei em uma faixa de música para me acalmar, o kpop que tocava era provavelmente a única coisa com lógica em tudo aquilo, já que antes de dormir eu tinha assistido um vídeo com essa temática (não que seja do meu agrado, não é, mas eu acho engraçado pessoas comentando sobre), examinei a ponta do carregador do celular, quebrado, já estava com mal contato, mas naquele momento estava estourado, como se alguém tivesse puxado com tremenda força, e eu perguntei a mim mesma se não havia sido eu, num ataque de sonambulismo, me levantado da cama e puxado o carregador da sala para o quarto junto do celular, e poderia continuar a noite toda imersa em teorias, no entanto, a música estava alta demais, eu queria abaixar o volume, já que sentia minha mãe se aproximando, mas errei o botão, e tudo o que me restava era fingir que estava dormindo.
''Nossa Nathalia'', eu a ouvia dizer, tentando me acordar, sem obter sucesso, ''eu sei que você tem quinze anos, mas...''. Acabava aí, eu não a ouvia mais, ouvia a televisão que ela havia ligado, mas apenas isso, só depois de acordar fui reparar no que ela havia dito, caso você não saiba, o que eu tenho quase certeza de que não sabe, eu tenho quatorze anos, não quinze, voltando ao sonho, eu finalmente tentei me mexer.
Todo o meu corpo estava mole, não que eu estivesse derretendo, mas me sentia sem forças pra fazer nada, e comecei a chamar a minha mãe, tentando usar todo o ar que havia em meus pulmões, mas sem conseguir emitir mais que alguns ruídos, em me mexia na cama, tentando socar as paredes, o meu otimismo me convencendo de que eu iria conseguir chamar a atenção dela, e ela explicaria o que estava acontecendo comigo, mas eu não conseguia, nunca, nunca, nunca, até que eu finalmente, e realmente, consegui acordar.
Senti como se tivesse me libertado da pior prisão do mundo, o ar entrando em meus pulmões como um presente gratificante, sem perder tempo, puxei o meu macaco de pelúcia para o quarto de minha mãe e me deitei ali, bem ao lado dela, sem medo algum de atravessar a casa escura, o que era, provavelmente, a primeira vez em que eu fazia isso sozinha, mas logo voltei ao meu quarto, também sem medo, com ânsia de escrever.


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Notas finais do capítulo

Agora são 05:35, para quem tem interesse em acompanhar a contagem.
Os pássaros em minha janela sempre me incomodaram com seus cantos, mas agora, eu não conseguia pensar em nenhum som mais reconfortante.

Xoxo, até a próxima.



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