The Dimensional Traveller escrita por LoKs22


Capítulo 1
O Viajante Dimensional.


Notas iniciais do capítulo

Olá, se você tem paciência para ler tudo isso, muito obrigado e se você puder comentar depois de ler (independente se gostou ou não) agradeço. Uma curiosidade que eu tenho que falar é, que até esta na sinopse, O Viajante usa nomes de personagens que alguns de vocês podem reconhecer (exemplo: Jack Sparrow), mas ele não é esses personagens, só queria botar algumas referências na fic. Da para notar lendo, só quero garantir que entendam.
Obrigado e boa leitura.



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 Dimensão 4.230.859.100. O Diamante da Vida:

 Nas planícies de Krinu, dois irmãos haviam derrotado uma estranha criatura de pelo azul e olhos brilhantes conhecida como Nekfrost.

 Os dois irmãos eram Timont e Samant Roxsteim. . Sua força era anormal para um jovem de sua idade, capaz de segurar uma espada de tamanho igual a ele com apenas a mão esquerda. A espada era de aço e não possuía nenhum detalhe especial.

 Sua irmã mais nova, Samant, tinha apenas quatorze anos, a cor de sua pele, de seu cabelo longo, mas amarrado na forma de rabo de cavalo, e dos olhos eram iguais a do irmão. Vestia uma longa camisa verde-claro, com um casaco sem mangas verde escuro, calça azul, afivelado com um cinto pequeno e marrom, botas de couro pequenas e uma única luva preta na mão esquerda na qual possuía um pequeno símbolo mágico marcado. Finalizando, ela segurava uma espada curta comum com a mão direita, cuja bainha ficava amarrada no lado esquerdo de seu cinto.

— Ufa – disse a irmã coberta de sangue azulado do monstro. – Foi demorado, mas conseguimos matar o Nekfrost, acha que vão acreditar que matamos ele?

 — Talvez sim, se levarmos a cabeça dele com a gente. Difícil vai ser eles não acreditarem. Ainda mais com você coberta com o sangue de Nekfrost.

 — Ah é. Bem, é melhor voltarmos para a vila rápido.

 Pouco antes de seguirem, uma figura se aproxima, que usava um longo roupão vermelho com desenhos de estrelas amarelas, um chapéu pontudo azul e segurava um cajado de madeira com um cristal dourado no topo.

 — Eu observei a luta de vocês – disse a figura se aproximando, revelando ser um homem adulto com cabelo preto, pele branca e olhos castanhos – Vocês dois realmente são fortes para uma dupla tão jovem.

 — Obrigada, moço. – disse Samant se sentindo elogiada. – Gostei da sua roupa de mago. Os magos de onde a gente veio não têm roupas coloridas como a sua.

 — Obrigado, mas quem é você? – Perguntou o irmão mais velho formalmente.

 — Oh, perdoe-me. Eu sou um aventureiro, no momento, que nem vocês. Meu nome é Lucario Zoro.

 — Isso é um nome comum por aqui?

 — Não. É bem incomum se perguntar.

 — E o que o senhor quer?

 — Gostaria de pedir a ajuda de vocês para me acompanharem em uma pequena aventura. Existe uma ruína do povo ancião, vocês sabem quem são os anciões, não é?

 — A raça que existia antes da vinda dos deuses e da criação dos povos que existem atualmente, e que também só guerreavam todo o tempo em procura de mais poder? Não, imagina.

 —Sim, essa ruina que eu falo já foi explorada e muitos pegaram as riquezas que ela possuía.

 — Então, qual a graça se não vai ter nenhum desafio ou recompensa?

 — Não disse que não teria desafios, e nem que não sobrou nada por lá. Parece que o subterrâneo daquela ruina é defendido por criaturas elementais, mas elas não são como elementais invocados por magos. Elas mudam de forma e tamanho como se controlassem o elemento que são. Enfim, elas protegem uma joia conhecida como O Diamante da Vida.

 — Mas se já conseguiram passar pela ruina, porque não pegaram esse diamante?

 — Simples, porque não podiam, o diamante é protegido por um selo mágico criado por um ancião e só alguém que possui o mesmo tipo de magia pode desfazer o selo.

 Timont imediatamente entendera tudo, ele e a irmã trocaram olhares levemente e depois encararam o aventureiro.

 — É por isso que você está pedindo isso especificamente para nós?

 — Sim, eu descobri que a pequena Samant possui uma marca que a permite usar magia dos anciões sem nenhum problema e ainda por cima sem nenhum limite.

 — É, mas ter esse poder todo é chato, as batalhas ficam mais fáceis. Uso ele apenas em lutas em que só posso vencer com magia, e como eu uso ele sem querer de vez em quando, acabei conseguindo essa luva que bloqueia completamente o uso dela.

 — Entendo bem, mas ainda acho que essa seja a única forma de liberar a joia do selo. Vocês vão me ajudar?

 Os dois irmãos trocaram olhares de novo e acenam positivamente a cabeça ao mesmo tempo.

 — Não tem problema, senhor Zoro.

 — Excelente! – Disse ele agradecendo com um aperto de mão. – Me encontrem na entrada do bosque na hora que quiserem, fica ao leste da vila que vocês estão indo.

 — Ok, senhor, nos vemos lá.

 Os dois seguiram de volta seu caminho para a vila, pegando a recompensa por matar o Nekfrost, passando na hospedaria local para descansar e tomar um banho. Depois desse descanso, os irmãos foram na direção em que foi mencionado a eles pelo mago aventureiro e o encontram exatamente onde ele disse que estaria, na entrada do bosque.

 — Ótimo. Fico feliz que tenham vindo tão rápido.

 — Você esperou a gente esse tempo todo. – Exclamou Timont. – Ficamos lá por três horas.

 — Eu sou uma pessoa paciente. Sem mais demora, vamos seguir caminho.

 Eles entraram no bosque, caminhando em uma trilha de terra cheia de folhas. A aparência do local era amistosa, árvores verdes e cheias de vida, com luzes do sol passando entre as folhas, animais silvestres passeando ao redor e parecia que nenhum mal ia ataca-los durante a caminhada.

 — As ruínas não ficam muito longe. – Comentou Lucario. – Enquanto isso, posso perguntar uma coisa?

 — Se é sobre como eu consegui esse tipo de magia, já vou dizendo que é uma longa história. – Samant explicou.

 — Por acaso essa história possui uma versão resumida?

 Os dois irmãos se olharam em dúvida.

 — Pode contar você, eu sou péssimo em contar essa história. – Confirmou Timont.

 — Eu posso tentar. Deixa eu ver.... Você já sabe que os Anciões eram um povo que sempre estavam em guerra um com os outros, mas depois que os deuses chegaram e derrotaram eles, alguns foram amaldiçoados a sempre reencarnarem como insetos no mundo atual, entretanto parte do poder mágico deles ainda renasceu junto de seus corpos e com isso eles começaram a usá-los para infectar outras pessoas, com a esperança de voltar a serem quem eram. Eu fui uma dessas pessoas, e ele, lentamente, consumia a minha mente até ter todo controle.

 — Como conseguiu derrotar essa doença?

 — Havia uma sociedade de magos bem distante de onde morávamos, eram chamados de Magos do Oeste. Eu e meu irmão ouvimos que eles descobriram a cura para essa infecção e fomos imediatamente até eles, demorou um mês inteiro, mas conseguimos chegar até eles. Aparentemente a cura era uma magia avançada de transferir a mente de uma pessoa para outra, e a pessoa que entrou teria que derrotar o ancião. Obviamente ele não estava com todo o seu poder, mesmo assim foi complicado, mas no fim eu e meu irmão derrotarmos ele.

 — E foi nessa luta mental na qual você absorveu a magia do ancião? Impressionante para vocês dois.

 Os dois irmãos agradeceram o elogio.

— Quantos anos tinham?

 — Samant tinha dez, e eu tinha quatorze.

 — Tiveram tamanha aventura ainda tão jovens. Infelizmente a hora da conversa acabou, essa aqui é a ruina da qual estava falando.

 Eles adentram os restos de uma construção de pedra negra, não tinha muito além de pilastras quebradas e paredes destruídas.

 — Por aqui. – Disse o mago apontando mais à frente, mostrando uma escadaria esburacada e escura levando até a profundeza.

 — Ótimo, esquecemos a tocha. – Timont lembrou.

 — Quando se é um mago não é preciso tochas. – Lucario disse, ele levantou o seu cajado e criou uma bolha de luz para cada um. – Vamos indo agora.

 Os três entraram no calabouço, a aparência assustadora e infeliz do lugar era devido às paredes de pedra completamente pretas e os sons que ecoavam dos longos corredores que eles seguiam. Quando eles entraram na primeira sala, dois montes de pedra lisa ganharam vida e os atacaram. Lucario enfraqueceu um, criando espinhos de gelo e destruindo os braços e pernas dele. O Elemental conseguia se reconstruir, mas antes de conseguir esse feito, Timont o atacou com sua espada e o fez em pedaços. O segundo foi alvo de Samant, ela o distraiu enquanto os outros dois lidavam com um, cada golpe do monstro foi desviado com perfeição por Samant, que sabia que não podia acabar com ele sem a ajuda do irmão, Timont aproveitou a distração e atacou o monstro bem nas costas. Isso criou uma brecha na qual o mago lançou outro espinho de gelo mais poderoso e destruiu o Elemental.

 Na sala seguinte, os três se encontram com um lago gigantesco, e de dentro dele saiu outro Elemental enorme, com tentáculos, feito puramente de água. Lucario já sabia que a criatura não seria tocável ou destrutível enquanto ela pudesse se separar e mudar. Algo tinha que mantê-la junta, foi aí que ele usou um feitiço elétrico muito poderoso, que manteve o Elemental preso na sua forma atual. Esse foi o momento perfeito em que os dois irmãos correram até o monstro e, simultaneamente, socaram-no com muita força. Esse Elemental se desfez aos poucos depois de ter levado o soco. Timont e Samant levaram um pequeno dano da eletricidade, mas nada grave.

 Na próxima sala, eles foram cercados por pequenas chamas de tamanho parecido com os que são vistas em tochas. Elas eram ágeis e desviavam facilmente dos feitiços de água ou de gelo que o mago lançava, e a mesma coisa acontecia quando os irmãos atacavam elas. O que Lucario fez em seguida foi usar fogo contra fogo, literalmente, deixando as chamas cada vez maiores e maiores até serem possíveis de se apagar com água rapidamente.

 Os três finalmente chegaram à última sala do calabouço, com o Diamante da Vida apenas a uma escadaria de distância. Entretanto, eles se depararam com o desafio final, um Elemental feito de puro ar, sem nenhuma forma definida.  Ele soltava rajadas de ventos fortes o suficiente para cortar os espinhos de gelo que o mago lançava, os irmãos também não conseguiam ataca-lo. Lucario pensou em algo: ele pediu para que os irmãos atraíssem a criatura para dentro de um quadrado no chão marcado por ele, e ao fazerem o tal pedido, Lucario prendeu o Elemental em um cubo de pedra e encheu o cubo com fogo. As chamas consumiram todo o ar dentro do cubo, e o monstro foi junto.

 Eles tinham finalmente conseguido, depois de subirem a escadaria, os três estavam de frente com o Diamante da Vida em cima de um pedestal, suas cores variavam entre azul e verde, mas ele emergia uma aura roxa estranha, e essa aura era a proteção criada pelo Ancião. Samant tira a sua luva e quebra a proteção com um toque. Ela pega o Diamante e o entrega a Lucario.

 — Bem, conseguimos. – Afirmou Lucario.

 — Sim, passamos por todos aqueles elementais estranhos e conseguimos a sua pedra colorida. Aliás, por que os elementais tinham formas tão estranhas? Eles eram diferentes de tudo que já vi.

 — Porque esses elementais foram criados pelo próprio Diamante da Vida. – O mago respondeu. – Essa é a habilidade dele, ele cria vida em objetos que não deveriam estar vivos, como alguns elementos da natureza e esses elementais possuem formas criadas por eles mesmos assim que nasceram.

 — Oh, e o que você vai fazer com ela? – Samant perguntou.

 — Nada que envolva sua habilidade especial. Obrigado pela ajuda, imagino que queiram uma recompensa.

 — Não precisa, senhor. Essa aventura foi ótima e valeu a pena vir.

 — Aprecio essa atitude. Vamos embora.

 Os três saíram do calabouço, saíram do bosque e a partir daí seguiram direções diferentes, despedindo-se com um aperto de mãos.

 Dimensão 3.278.133.200. O Diamante da Luz:

 Na galáxia NEL, em uma estrela muito distante, havia uma estação espacial conhecida como Ponto de Segurança. Era lá que boa parte dos sobreviventes da Extinção Galáctica moravam, trocavam mercadorias e conversavam. Um humano de cabelos pretos, olhos castanhos, vestindo um longo sobretudo preto de linhas azuis com uma camisa branca por dentro, uma calça e botas combinando com o sobretudo e segurando um capacete preto com um visor tecnológico.

 Ele se aproximou de uma das várias naves estacionadas dentro da estação. Chegando na entrada lateral da nave, ele pressionou um botão do painel na parede. A porta emitiu um som agudo e a porta se abriu, revelando uma lança tecnológica, flutuando com um pequeno foguete no fim do cabo, a área plana da lâmina era feita de placas de metal com circuitos verdes protegidos, em um dos lados dessa área havia um disco metálico conectado, a parte afiada da lança era liberada por um laser entre os dois lados dela. Com esse laser ligado a lança se apontou na direção do humano.

 — Quem é você? E o que você quer? – perguntou uma voz feminina emitida pela lança, e era transmitida por uma Technian, uma raça robótica capaz de sentir e pensar, porém suas mentes podem se conectar em vários corpos robóticos.

 — Ei, não precisa se alarmar. Eu sou Gordon Freeman, nesse instante, eu sou um investigador que procura ajuda com uma coisa. Gostaria de falar com Markon, O Colorfian.

 — Markon está... de luto, ele não está aceitando missões no momento.

 — Mesmo que essa missão envolva o Conselho?

 — O Conselho está morto! – Exclamou a lança. – Markon derrotou todos e explodiu a base central deles.

 — É, mas suas instalações de pesquisa ainda estão ativas e uma delas acaba de criar um grande avanço, tal avanço que pode trazer O Conselho de volta ao seu objetivo principal de governar a galáxia.

 — Conseguiu me deixar curiosa, continue.

 A lança se afastou e deixou o humano falar.

 — Bem, em um planeta de clima gélido, uma das instalações de pesquisa encontrou um diamante incomum em algumas ruínas. Esse diamante libera energia única se conectado a um gerador e essa instalação descobriu diversos usos para essa energia.

 — Que tipo de energia estamos falando?

 — Eles a chamam de Luz Pura, pelo fato de que a energia é improvável de se ver em ambientes claros e sua potência ser rápida como um raio.

 — Que tipo de avanços eles conseguiram até agora?

 — Ainda não tenho certeza, mas descobri que um de seus projetos incluem uma armadura que usa a Luz Pura tanto como fonte de energia, tanto como arma.

 — Você escutou tudo, Markon? – Perguntou ela e alguém se aproximou pelo corredor atrás dela. Os Colorfians eram conhecidos por sua pele cinzenta e marcas pretas e brancas no corpo, também possuíam a habilidade de mudar a cor das íris de seus olhos, cada cor revelava ter uma habilidade diferente do Colorfian. Markon não era diferente, uma marca preta passava entre os olhos e a pele cinzenta dele, seu cabelo era escuro, grande e bagunçado. Suas vestes eram mais coloridas, embora sua expressão mostrasse o oposto, ele expressava ser alguém quieto e vazio.

— Sim, Chivi, ... eu escutei – Respondeu Markon silenciosamente – eu aceito, se você tiver as coordenadas do planeta podemos ir agora.

 — Excelente – disse o humano bem animado – Eu irei mandá-las para o senhor agora e nos encontraremos lá.

 — Não, você vem com a gente, nessa nave.

 O humano não recusou e nem reclamou. Ele entrou e foi para a sala de comando junto com a lança e o colorfian. Markon retirou o disco da Chivi e a conectou com a nave, e depois de receber as coordenadas, a nave foi para o planeta.

 — Chegaremos lá em alguns instantes. – Disse Chivi pelos comunicadores da nave.

 — Ótimo, vou ao meu quarto me preparar, quando chegarmos lá, me avise. – Respondeu Markon com uma voz monótona enquanto saia da sala.

— Vejo que o humor de vocês não está muito agradável. – Gordon mencionou.

 — Sim. – Respondeu ela, aparecendo como um holograma em cima do painel de controle. - Como eu disse, Markon está de luto por uma amiga muito querida. Isso faz tempo, mas como ela era uma Colorfian também, ele acaba sentindo como se fosse o único da sua raça de novo.

 — Ah sim, os Colorfians também foram alvos da Extinção Galáctica, um dos maiores mistérios desse universo.

 — Seu povo também foi alvo?

 — Digamos que eles não estão nessa galáxia.

 — Se eles tentaram sair da galáxia, provavelmente morreram, você sabe disso não é?

 — Você que está dizendo, não eu.

 — Falando em morte, chegamos ao destino.

 Chivi avisou Markon que eles haviam chegado e a nave pousou bem distante da instalação, para não chamar atenção.

 Eles atravessaram uma mata densa e gélida e encontraram a instalação. Ela não parecia muito grande, só dois andares eram visíveis, havia paredes metálicas com o símbolo do conselho desenhado em azul em algumas partes, poucas janelas, mas todas fechadas, uma antena grande no centro do telhado e guardas nas duas entradas da instalação.

 — Eu lido com o guarda da entrada direta, e você com o da esquerda. – Cochichou Markon montando uma estratégia.

 O humano concordou, e eles se separaram. Markon atraiu o guarda para longe da entrada e o furou com sua lança antes que ele notasse, Gordon colocou seu capacete e ligou um aparelho de camuflagem, permitindo que ele se aproximasse sem ser notado, em seguida retira uma pistola de dentro do sobretudo e nocauteia o guarda com ela.

 Gordon invade os sistemas da porta com outro aparelho e a abre. Markon, por outro lado, usou sua habilidade de aumento da força física: seus olhos mudaram para a cor vermelha e ele forçou a porta até ficar aberta.

 Ao entrarem na instalação, eles descobriram que os pesquisadores e cientistas de lá eram pessoas sequestradas de outros centros de pesquisa. Antes de conseguirem liberá-los, Chivi detectou guardas descendo do segundo andar pela escada. Markon correu até a escada, deixou sua lança escorada próxima dele, em seguida seus olhos mudaram para a cor marrom e ele se camuflou na parede. Naquele momento, Chivi ativou um programa que fez com que as roupas do colorfian se camuflassem com ele.

 Quando os guardas desceram da escada, passaram direto por Chivi e Markon e se encontraram de frente com Gordon. Antes que pudessem gritar “Intruso!”, a lâmina laser da lança corta a cabeça de todos com um golpe. Em seguida, os dois enfrentaram todos os guardas do segundo andar. Gordon libertou os sequestrados e mandou eles esperarem até um local que ele mesmo mostrou no mapa. Pouco antes de irem, um dos cientistas deu a eles visores capazes de ver a Luz Pura. Ele também avisou que os protótipos e a joia que procuravam estava nas salas subterrâneas da instalação.

 Eles desceram pelo único meio disponível, o elevador.

 — Até agora está indo bem. – Comentou Gordon.

 — Por enquanto.

 — Será que você se importaria em responder uma pergunta minha?

 — Talvez.

 — Como é que você conseguiu sobreviver na Extinção Galáctica? Eu sei que minha pergunta deve ter sido pesada, não precisa responder se não quiser.

 Markon se sentiu um pouco incomodado com a pergunta.

 — Hmpf, tudo bem, eu conto. Eu era criança na época, enquanto eu e minha mãe tentávamos fugir de vários daqueles guerreiros estranhos, estava sobrando apenas uma nave para fugir. Mas não havia ninguém nela, minha mãe se sacrificou para manter eles ocupados e me disse o que eu tinha que fazer para fazer a nave voar. Quando eu consegui, a nave estava em orbita, mas não a salvo do ataque. Eu precisava de tempo para o botão de hiperespaço ativar. Durante esse tempo, um piloto de uma nave de combate Colorfian me protegeu e também se sacrificou para me salvar. Quando apertei o botão de hiperespaço minha última visão foi do meu planeta explodindo.

 — Sinto muito ouvir isso.

 — Por que queria saber da minha vida?

 — Isso não importa. Olhe, já estamos chagando no andar.

 Ao chegarem no andar subterrâneo, sua presença foi notada pelos sensores, e um alarme foi acionado. Vários guardas apareceram e começaram a atirar neles com armas lasers. Gordon se protegeu atrás da parede do elevador, Markon mudou a cor dos olhos para amarelo e sua velocidade, junto com o seu reflexo, aumentou enormemente, e os tiros que ele não desviou foram defendidas pela lança. Markon eliminou um a um os inimigos em questão de minutos. Gordon elogiou as habilidades do Colorfian enquanto saia de sua proteção.

 —Isso... foi... divertido. – Disse Markon ofegante, mas sorrindo.

 — Certamente foi. – Confirmou Gordon. Ao olhar as salas de pesquisa envolta, encontrou com diversos outros cientistas sequestrados e os protótipos feitos de Luz Pura. Depois de libertar todos os pesquisadores, uma voz feminina e furiosa ecoou pelos alto-falantes da instalação.

 — Quem diabos são vocês?! – Gritou ela. – Como descobriram da minha instalação? Parem agora, vocês estão destruindo toda a minha pesquisa!

 — Esse é o plano! – ironizou Markon. – Eu vim impedir você de reconstruir o Conselho.

 — Vocês não entendem. A galáxia precisa de ordem e controle, se não iremos acabar destruindo uns aos outros.

 — Nós temos ordem e não precisamos que um soldado aponte uma arma em nossas cabeças para lembrar. Pare de fingir que o Conselho são os mocinhos, eles só querem ficar no topo assim como eram antes da Extinção Galáctica!

 A mulher nos alto-falantes ficou furiosa, assim como Markon também, e calou-se. Quando chegaram na entrada da sala de geradores, onde ficava o diamante que eles procuravam, um painel próximo trancava e protegia a porta através de um código.

 Chivi se ofereceu para decifrar o código e desativar a proteção, porém Markon quis desafiar a sua mente e tentou decifrar o código sozinho. Seus olhos mudaram para a cor azul, seu raciocínio lógico e sua inteligência foram aumentados, ele olhava com atenção para o painel, em alguns segundos ele resolveu o quebra-cabeça e desativou o escudo. Conseguindo abrir a porta.

 A sala seguinte possuía uma fila de geradores retangulares bem grandes com tubos conectados, vindos de uma máquina cilíndrica e transparente no centro da sala. Dentro dela havia o diamante, branco e muito brilhante, transferindo sua energia para os tubos. Na frente da máquina havia uma mulher de pele azul e coberta de marcas roxas, quatro olhos completamente laranjas, sem cabelo e vestindo a armadura tecnológica de Luz Pura.

 — Uma Liepkian. – Identificou Chivi. – Suas marcas lembram até o....

 — Conselheiro Quor’ke – Completou Markon. – Você é filha dele, não é?

 — Isso não importa. – Respondeu ela furiosa. – Ele está morto, e tudo que eu queria fazer era deixá-lo orgulhoso de mim. Eu vou fazer questão de cumprir o ultimo sonho dele, trazer ordem para a galáxia!

 Um capacete, automaticamente, se formou na cabeça dela pela armadura e nos seus braços haviam pequenos canhões carregados de energia. Ela os levantou, e Gordon e Markon pularam no momento em que ela atirou. Os raios passaram por pouco e desintegraram tudo no caminho. Os dois seguiram caminhos opostos. Gordon atraiu a atenção dela. Enquanto isso, Chivi fazia um escaneamento rápido na armadura. Parecia que ela tinha um escudo poderoso e era bem difícil de penetrá-lo, mas ainda assim Chivi detectou uma brecha nas costas da armadura, onde era possível ver o compartimento que armazenava a energia. A mulher voltou sua atenção para Markon e começou a atirar nele.

 O Clorfian desviou-se usando a habilidade dos olhos amarelos. Os tiros acertaram os geradores. Na qual explodiram em sequência, uma das explosões acertou a mulher na armadura e a empurrou em direção ao Gordon. Chivi avisou Gordon sobre o ponto fraco da armadura. Ele retirou sua pistola laser e acertou esse ponto fraco antes a mulher levantasse. Sua raiva foi maior que a sua atenção. Antes que ela pudesse notar que o compartimento estava falhando, a armadura entrou em curto e sofreu uma explosão interna. A mulher e a própria armadura foram desintegrados pela energia.

 Com a vitória nas mãos, eles pegaram o diamante e saíram da instalação. Uma nave sobrevoou eles no momento em que eles estavam do lado de fora, indo em direção ao local que o Gordon havia mandado os cientistas.

 — Quem são aqueles? – Perguntou Markon curioso.

 — Uma agencia de transporte. Chamei eles antes de entrarmos lá dentro.

 — Eles vão levar aqueles cientistas de volta para os seus lares?

 — Vão levá-los para onde os cientistas quiserem.

 — Entendo.

 — Bem, está na hora de eu ir. – Afirmou Gordon se despedindo com um aperto de mãos. – Foi um prazer fazer essa missão com vocês.

 — Sim foi mesmo. Ah, antes de ir, eu sei o porquê você me fez aquela pergunta. Obrigado.

 — De nada.

 Markon e Chivi seguiram de volta para a sua nave, enquanto o investigador adentrava o bosque pelo lado contrário.

  Dimensão 301.920.001.940 O Diamante Comum:

 Na cidade de Lowground, conhecida por ser uma cidade perigosa que se estendia até dentro de uma montanha rachada, no edifício dos Bob Rider’s, um grupo de mercenários conhecidos. Nesse dia, a chefe do grupo estava escutando o rádio até ouvir alguém a chamando. A chefe se chamava Janet, sua pele era escura, seus olhos castanhos e o cabelo era preto e curto. Vestia uma jaqueta de um lado azul e outro vermelho sem mangas com uma camisa preta por baixo, uma calça jeans azul e botas longas de couro preta com detalhes em marrom.

 — Chefe! – Disse a funcionária dela. – A entregadora do seu remédio chegou!

 — Já estou indo! – Respondeu ela, descendo rapidamente do seu escritório até a entrada, ao chegar lá se encontra com Melody, uma farmacêutica que desenvolveu o remédio para Janet contra sua fragilidade corporal, uma doença que ela desenvolveu devido a acontecimentos passados. Melody era branca, com olhos azuis, o cabelo castanho e liso, estava usando um casaco preto, saia longa e botas de chuva, para evitar chamar a atenção. Ela também carregava uma pequena caixa nas mãos.

 — Oi, Janet. – Cumprimentou Melody no momento em que a viu.

 — Oi, Melody. – Ela respondeu e Melody entregou o remédio na mão dela. – Obrigada por trazer o meu remédio, mas você sabe que podia ter mandado o correio entregar, né?

 — Sim, mas eu queria ter certeza se você está bem. Então, como vai indo o seu negócio?

 — Você sabe, voando por aí com o meu dirigível, caçando tesouros, aceitando trabalhos, enfrentando gangues, piratas, milionários malucos, o de sempre.

 — Ah, incrível! Por acaso você sabe que essa é a penúltima entrega de remédios que tenho que te entregar, não é? Depois disso, seu corpo não vai mais precisar tomar esses remédios

 — Sim, eu sei. Mas espero poder te visitar de vez em quando, se não for muito incomodo.

 — Isso seria maravilhoso, e não seria incomodo nenhum, mas enfim tenho que ir. Preciso voltar a Limit Valley. Até mês que vem.

 — Até lá.

 Melody saiu por onde entrou, e Janet ficou parada lá por alguns segundos, sonhando acordada sobre o futuro dela com Melody.

 — Puta merda, se beijem logo! – Disse Janet, mas com um tom e atitude totalmente diferentes. Aquela era Sanit, uma segunda personalidade da Janet que acabou tendo “consciência própria”. As duas dividem o mesmo corpo, alternando entre uma e outra quase toda hora. – Se na última entrega você não beijar ela, eu beijo!

 — Cala a boca, Sanit! – Respondeu Janet. – Não tem nada entre mim e a Melody.

 — Discordo chefe – Comentou a funcionária lendo uma revista. – Vocês duas dariam um belo casal, tirando a parte da personalidade homicida e parte de ser dona de um estabelecimento mercenário. Vocês seriam muito fofas juntas.

 — Você tem sorte que eu não posso te despedir, Penny. – disse Janet, e depois Sanit toma conta do corpo. – Falando em despedir: LOGAN, SEU BOSTA! Já terminou de colocar a porra do lança-chamas na Lady Phoenix?!

 — Fa-falta pouco, chefe. S-só preciso montar algumas peças e co-conectar os tanques.

 — Termina rápido, porra, Porque eu quero usá-la no meu próximo trabalho!

 — Si-sim, chefe!

 Os dois estavam conversando sobre o dirigível de combate da Bob Rider’s Company, Dirigíveis de combate são menores e mais rápidos que os comuns, a base sustentada pelo balão possui um formato de um barco e também tem um espaço aberto entre o balão e a parte de cima da base constituindo-se de um chão de metal, onde fica o controle da aeronave, as metralhadoras laterais e o canhão frontal. O interior era onde ficava a sala de máquinas, armazém e dormitórios.

 Logan, por sua vez, era o especialista em armas da companhia, possuía até um rosto bonito para alguém de seu ramo de trabalho, pele clara, olhos azuis e cabelo preto bastante bagunçado. Suas roupas eram tão sujas quanto sua cara, um casaco de couro preto com uma camisa marrom por dentro, uma bermuda bege com um cinto cheio de ferramentas guardadas e botas de couro preta.

 Enquanto Sanit conversava com Logan, um homem entrou no estabelecimento. Pele branca, olhos castanhos, de cabelo curto preto e bem arrumado, vestindo um longo casaco de tecido azul-escuro, calça preta, botas de couro verde escuro e um chapéu preto com uma tira branca. Ele se aproximou da Penny lentamente, que se manteve calma lendo a revista.

 — Aqui é Bob Rider’s Company? – Perguntou o homem misterioso.

 — Se você lesse a placa na entrada, saberia. – Respondeu Penny ironicamente. O homem riu em resposta.

 — Gostaria de falar com a sua chefe Janet Grey, é sobre um trabalho que gostaria de oferecer.

 — Chefe! Temos um cliente! -  Gritou Penny e Janet apareceu pouco tempo depois.

 — Olá, como posso ajudá-lo, senhor...?

 — Lucifer Morningstar, prazer em te conhecer.

 — Prazer. – Nessa hora Sanit controlou o corpo de Janet. – Então, qual é a merda que você quer que eu resolva?

 — Com sua licença, Sanit. Gostaria de falar apenas com a Janet sobre isso.

 — Se quer conversar com a mais chata, problema seu. – Janet volta a ter controle do corpo e continou a conversa. – Desculpe, ela aparece sem pedir toda hora. Como você sabia dela?

 — Eu fiz uma pesquisa antes vir aqui. Se não incomoda em me responder, por que deixar uma personalidade tão instável controlar o seu corpo?

 — Acho que é porque, querendo ou não, ela é uma parte de mim e ela representa uma parte importante do meu passado, mas eu não posso simplesmente negar a existência dela na minha vida, senão ela me faz perder o controle de outras coisas e nesse trabalho ela consegue se divertir matando pessoas, e eu me divirto voando com o Dirigível. Enfim, chega de falar de mim, quero saber mais sobre você, Lucifer.

 — Bem, hoje eu sou um colecionador que encontrou uma peça muito valiosa em um leilão da máfia leste, é um diamante enorme e muito raro, com um valor mínimo de dois milhões, e eu gostaria que você o recuperasse.

 — D-do-dois MILHÕES?! – gritaram todos do local.

 — E pretendo te pagar três milhões em troca do diamante.

 Janet ficou de boca aberta, quase se tornando um sorriso.

 — Puta que pariu! E dessa vez é a Janet que está falando. Por que o senhor não compra no leilão?

 — E que graça teria nisso? Mas devo te avisar os convidados do leilão são muito importantes e eu não feriria eles se fosse você.

 — E onde vai ser o leilão?

 — Mansão Irlinstone. A família chefe da máfia. – Respondeu Penny, e sua chefe olhou surpresa para ela. – Que foi? Eu tenho contatos bons esqueceu?

 — Tudo bem, vai ser algo perigoso, mas já lidei com coisas piores. Vou aceitar seu pedido.

 — Excelente! – disse Lucifer bastante contente, e os dois deram um aperto de mão amigável. – Trarei o dinheiro no momento que você pegar o diamante. Até lá, boa sorte.

  O homem se retira e todos se arrumaram para partir. Penny só colocou um chapéu de piloto com óculos de elásticos, Logan vestiu um colete de metal por cima da camisa como proteção e Janet não mudou nada, ela só preparou a trilha até a mansão, que por sorte ficava na costa do oceano EastPeace, carregou todas as armas do dirigível e tomou seu remédio que havia sido entregue pela Melody. Quando tudo ficou pronto, Lady Phoenix levantou voo e passou por cima de Lowground, saindo pela enorme rachadura lateral da montanha.

 Na mansão dos Irlinstones, cinco horas depois, O leilão estava prestes a começar. Haviam vários milionários, chefes de gangues e outros tipos de foras da lei, que se preparavam para dar lances ao lindo diamante mostrado.

 Pouco antes do chefe da máfia começar o seu anuncio, um de seus guardas o chamou.

 — O que foi? – Perguntou o chefe, irritado por causa da interrupção.

 — Senhor, a torre principal da mansão disse estar vendo um dirigível armado vindo em nossa direção.

 — São piratas?

 — Pior, senhor, são os Bob Rider’s. Outro guarda reconheceu a pintura e eu já disse para o pessoal da torre que se a nave se aproximar mais era para derrubá-la.

 Quando o guarda terminou a frase, uma explosão ocorreu e o estrondo assustou todos. Quando viram pela janela, só havia uma estrutura totalmente destruída.

 — Aquela era...?

 — A torre principal, senhor.

 — Eu vou tentar colocar ordem nisso aqui. Até lá destruam aquela coisa a todo custo!

 — Sim, senhor!

 O chefe da máfia chamou a todos.

 — Senhoras e senhores, parece que estamos com um pequeno problema. Mas não temam, meu pessoal vai...

 Sua frase foi interrompida por outra explosão, dessa vez mais próxima da mansão.

 — Chega disso. – Disse um dos convidados. – Eu não vou morrer por esse diamante.

 Todos concordaram e saíram da mansão rapidamente, deixando somente os mafiosos no local.

 Enquanto isso, na Lady Phoenix, Penny usava o seu binoculo para observar a mansão e notou que todos os carros chiques haviam saído do local.

 — Pronto chefe, acho podemos atacar o salão principal.

 — Perfeito! – Disse Sanit animada. – Logan, ligou o rádio, essa porra vai ser do caralho!

 — S-sim, chefe! – Ele pegou o rádio e o amarra na mesa que estava presa ao chão próximo do leme, era por lá que Janet e Sanit controlavam e moviam a nave. O rádio começou a tocar uma das músicas favoritas da Sanit.

 —Essa é Bang Bang? Isso aí que é música! Logan, você já terminou com a porra do meu lança chamas?

 — Nã-não chefe, tinha muitos cabos para conectar a-aos tanques e....

 — Muitos cabos?! É um lança chamas, não um rádio, porra! Termina logo antes que eu te atire no canhão.

 — O-o-ok, chefe. – Logan saiu correndo até a frente onde o lança-chamas se localizava.

 — Algum barco vindo em nossa direção?

 — Ainda não, mas os guardas mafiosos estão entrando neles.

 — Não mais. – Sanit parou o dirigível, pegou um bastão de metal e o enfiou dentro de um buraco em frente do leme. Ela correu até o canhão e o mirou no porto, quando todos os homens entraram nos barcos, ela atirou bem em cima deles. A explosão destruiu vários barcos, e uma onda criada pelo estrondo da explosão virou os que sobraram.

 — Eu preciso ir até a sala de máquinas. – Disse Janet. Rapidamente ela correu até o interior da Lady Phoenix. – Penny, tira o bastão da trava e segura o leme!

 — Sim, chefe! – Ela seguiu o que sua chefe mandou e manteve o leme segurado.

 Janet, ao entrar na sala de máquinas, vestiu um par de luvas de couro e um óculos com elásticos. Suas ações eram rápidas, mexeu uma válvula ali, puxou uma alavanca aqui e manteve as máquinas em boa forma com suas ferramentas. Quando terminou, ela guardou as luvas e óculos de volta no lugar e correu de volta para o exterior.

 Conforme eles se aproximaram, Sanit carregou outra bala para o canhão e dessa vez o mirou na mansão. O tiro explodiu boa parte da construção virada para a costa.

 — Penny, quando eu disser já, você para o barco! E Logan, quando eu disser fogo é bom eu ver fogo saindo dessa porra, entendeu?

 — Sim, chefe! – Gritaram os dois simultaneamente.

 Eles esperavam pacientemente as ordens de sua chefe, que observou a mansão com um sorriso, até o momento certo chegar.

— Já! – Sanit gritou, e Penny puxou uma alavanca que fez o dirigível parar. Ela esperou um pouco, quando os guardas se levantaram, e mais entraram pela porta, tanto pelo primeiro quanto pelo segundo andar, ela gritou. – FOGO!

 As chamas saíram de um buraco na área frontal da nave, Os guardas não tiveram nem tempo para levantar suas armas antes de serem atingidos pelo fogo. Gritos ecoaram pelos corpos flamejantes, tais gritos fizeram com que Sanit soltasse uma risada de prazer. Quando os gritos se calaram, o dirigível se aproximou mais da mansão, logo Sanit jogou uma corda e desceu para o andar do leilão junto de uma pistola.

 Pelos escombros e corpos de gente, ela encontrou o diamante transparente e grande o suficiente para ocupar toda a sua mão. Enquanto admirava o minério precioso, ela escutou uma arma carregando, e ela olhou para o lado e viu o chefe da máfia intacto, apontando uma metralhadora para Sanit.

 — Porra, você é à prova de fogo, por acaso?

 — Não, só sei me defender bem de um ataque como o seu. Você por acaso tem qualquer ideia do que acabou de fazer? Minha reputação foi completamente sujada e pelo quê só por uma merda de um diamante? Nem me responda, porque eu irei acabar com tudo isso agora!

 Antes que ele pudesse puxar o gatilho, uma bala atravessou sua cabeça, vinda de um revolver segurado pelo colecionador, que estava segurando duas malas na outra mão. Ninguém viu de onde ele veio, só notaram sua presença depois do tiro.

 — O que o senhor veio fazer aqui?! – Disse Janet surpresa, mas aliviada.

 — Eu te disse que buscaria o diamante assim que você o tivesse. Falando nisso, aqui está a sua recompensa.

 Ele jogou as duas malas na direção dela, que confirmou o preço que haviam combinado. Sanit entregou o diamante nas mãos do colecionador muito satisfeita.

 — Você é estranho, eu gostei disso. – Sanit diz e em seguida Janet retorna a controlar seu corpo. – Espero que possamos fazer negócio novamente.

 — Com todo o dinheiro que estou dando, não precisarão de outro negócio por um bom tempo. Melhor vocês irem antes que mais mafiosos cheguem.

 — E quanto ao senhor, Lucifer?

 — Eu tenho meus métodos de fuga, não se preocupem.

 Os dois se despedem uma última vez, e a Lady Phoenix voa para o horizonte enquanto o colecionador deixa os escombros da mansão mafiosa.

  Dimensão 1.650.172 O Diamante da Morte:

   Ventos empurravam a vela de um barco à deriva no mar, pequeno e com apenas duas pessoas abordo. Um homem branco, de cabelo curto, preto e olhos castanhos, vestindo um casaco de tecido azul, com um colete de couro marrom por cima, uma calça preta apertada por um cinto na qual havia um coldre com uma arma carregada, botas de couro vermelhas e um chapéu longo usado normalmente por capitães de navios, dirigindo o barco.

 O outro estava desmaiado, tinha acabado de ser salvo pelo outro homem e suas roupas ainda estavam ensopadas. Sua pele era bronzeada, seus olhos azuis e seu cabelo crespo era castanho escuro. Ele vestia roupas comuns para tripulantes de navios, camiseta branca, casaco marrom, bermuda cinza, sapato pretos e uma bandana vermelha na cabeça. Com o tempo ele acordou de um pesadelo.

 — Capitão! – Gritou ele assustado até perceber que estava em um barco pequeno na qual havia um desconhecido dirigindo-a. – Onde eu estou? Quem é você?!

 — Calma aí, amigo. – Respondeu ele calmamente. – Eu sou Jack Sparrow, nesse momento eu sou um explorador dos mares à procura de um item muito raro. Durante a viagem eu te encontrei boiando no mar e te salvei. Você é bem sortudo. O que aconteceu com você?

 — Então foi isso, obrigado pelo salvamento. Meu nome é Ace Krad, eu era um pirata da tripulação do Lucio, o enganador. Ele era um gênio em enganar seus inimigos e iludir sua sorte, nós ouvimos lendas de um diamante escondido nas profundezas de um ilha conhecida como a Caça-Morta, ou Karalel nos documentos antigos. As lendas diziam que o diamante era protegido pelos mortos, essas lendas cresceram depois que navios foram completamente saqueados por piratas que não morriam, meu capitão ficou curioso, e depois de muitos favores e apostas, ele teve o mapa em mãos. Infelizmente, conforme nos seguíamos para a ilha, fomos atacados e aqueles que nos atacavam não morriam, independente do quanto cortávamos seus corpos, nenhum deles caiam. Meu capitão morreu em luta e eu cai no mar junto a minha espada... Espere um pouco, cadê a Sirent? Eu não posso ter perdido ela.

 — Fala dessa espada aqui? – Jack retira a espada de um baú atrás dele, sua lâmina curvada feita de um metal preto e o cabo vermelho. – É uma lâmina interessante, onde você a conseguiu?

 — Você não acreditaria se eu te contasse.

 — Aah, por favor, eu adoro contos improváveis!

 — Hmmm, está bem. Quando eu era criança, traí uma pessoa muito importante para mim, e quando eu fugi uma tempestade atacou e eu me afoguei. Ao abrir meus olhos, vi que estava morto e minha alma estava no mar dos mortos, você sabe que se a pessoa estiver próxima da superfície ela tem a chance de renascer em outro humano, eu estava perto da superfície, mas me recusei a renascer, eu queria ter uma punição pela minha traição. Eu desci ainda mais as profundezas daquele mar, passei pelas Presas do Sofrimento e me aprofundei até o mar das trevas, lá encontrei o demônio da morte que se surpreendeu com a minha decisão de querer punição. Ele me disse que daria a punição que eu desejava, mas avisou que minha alma talvez não aguentaria e simplesmente deixaria de existir. Eu aceitei, e a punição era me afogar na pura escuridão, tal coisa faria minha alma se desfazer em um piscar de olhos, mas eu suportei até que o fim. O demônio ficou impressionado, e decidiu me dar outra chance. Um renascimento com um corpo já adulto, e com memorias da minha antiga vida, com isso veio a promessa de viver em uma região repleta de aventuras. Outra recompensa foi essa espada, quando é tocada pelo fogo sua lâmina fica coberta por chamas negras que consomem qualquer material inflamável. Acredite se quiser.

 — Que história grandiosa! E esse demônio não te cobrou nada?

 — Só que eu jamais pare de me aventurar.

 — Excelente. Pois iremos para uma aventura agora e preciso da ajuda de suas chamas para pegar o diamante.

 — Espera aí Você também está atrás do diamante?

 — Sim, era esse item raro que mencionei mais cedo.

 — E quer a minha ajuda com isso?

 — Claro. Acontece que os mortos-vivos só conseguem se mover usando seus músculos, que são regenerados pelo diamante, se queimarmos a carne junto com os músculos, eles não conseguirão se mover, mesmo com diamante controlando suas almas.

 — Como você sabe disso?

 —Eu pesquisei bastante. Infelizmente a hora de conversar acabou, a ilha está na nossa vista! Só precisamos recuperar energia, tem um saco de frutas atrás de você, vamos comê-las antes de chegarmos.

 Os dois tiveram sua rápida refeição e chegaram na ilha de clima tropical, com uma enorme floretas cobrindo-a. Jack prendeu cordas ligadas ao barco na praia, e eles seguiram até a floresta dessa ilha. No caminho, Jack encontrou uma espada velha perfurando um esqueleto no chão e a pegou. Eles seguiram pelo meio do mato, atraindo insetos e cobras de todo lado, quando finalmente avistaram uma caverna, vigiada por dois mortos-vivos, e eles pareciam até pessoas normais, mas de suas bocas só saiam grunhidos e seus olhos estavam completamente vazios, e cada um segurava uma espada. Jack estava preparado, de dentro do seu chapéu ele tirou duas urnas de óleo e o passou um pouco por cima de sua espada.

 — O plano é simples – Cochichou Jack. –, nós batemos nossas espadas uma na outra, as duas queimam com a chama negra e atacamos esses guardas.

 — Entendido.

 O plano ocorreu como pensado. As espadas dos dois envolveram-se com chamas negras e ambos correram para cima dos mortos-vivos. Uma luta foi rapidamente lançada, Jack desarmou um facilmente o primeiro e perfurou o peito dele. Ace por outro lado, atacou sem pensar até o morto abrir a guarda e ser cortado no ombro. Os grunhidos dos mortos sendo queimados ecoaram pela caverna. De repente mais dois mortos-vivos vieram correndo, um deles carregando uma pessoa viva no ombro, esse deixa a pessoa jogada no chão para lutar com os outros dois. Jack conhecia técnicas boas com a espada, defendendo com a espada curva em uma mão e contra atacando em seguida, enquanto Ace usou a mesma técnica que usou antes até acertar o oponente.

 — Por que eles carregariam uma pessoa viva? – Perguntou Ace curioso.

 — Simples. O Diamante dos mortos só consegue criar um morto-vivo de cada vez.

 Eles liberaram o prisioneiro amarrado, que estava desmaiado, e Ace conseguiu reconhecer a figura, um adulto de pele negra, bem fraco, careca e de olhos castanhos. Vestia as mesmas roupas que Ace porém com uma bandana azul na testa.

 — O Kioze está vivo? Ele é um dos meus companheiros no navio do Lucio. Então deve ter outros sobreviventes na caverna, não é?

 — Provavelmente.

 Depois de acordarem Kioze, ensinaram a ele o truque envolvendo o óleo e fogo. Eles entraram na caverna e enfrentaram mais mortos-vivos, que mantinham mais tripulantes aprisionados. Depois de libertarem os outros, pensaram que a única forma de todos saírem de lá seria pegando o navio dos mortos-vivos. Muitos ficaram com medo, mas depois que Kioze mostrou o truque da espada flamejante, os tripulantes perceberam que tinham uma chance de ganhar.

 Eles saíram da caverna, adentrando mais a ilha, enfim encontraram uma cidade antiga, cujo o centro havia uma pirâmide com um homem no topo sentado em um trono de pedra, e em sua mão direita estava o Diamante da Morte. Esse homem era fraco, mas coberto com joias e ouro.

 — Vocês acham mesmo que podem enfrentar o meu exército? – Disse o homem. – Eu sou o grande Loyan Denwe e vocês serão parte da minha tripulação!

 Ele solta uma risada maligna, mas Jack, Ace e Kioze, junto com os tripulantes e suas espadas em chamas, enfrentaram os piratas de Loyan em uma feroz batalha. Jack e Ace forçaram um caminho até a pirâmide. Em frente a ela observaram o capitão de Ace, Lucio, porém já amaldiçoado pelo Diamante. Ace ficou para enfrentar Lucio, e Jack subiu em direção ao Loyan.

 Ace conhecia os truques de Lucio, que usava um sabre curvado muito peculiar. Esse morto-vivo ainda sabia como usar esses truques e tentou usá-los contra Ace, com ilusões de ótica, distrações e outros truques não surtiram efeito. Ace conseguiu acertar a cabeça de Lucio após encurralá-lo ele em uma parede. Enquanto isso, Jack se viu de frente com Loyan, e ele estava protegido por dois guerreiros orientais, cobertos de armadura. Eles eram altos e seguravam lanças afiadas.

 — Seu fogo não perfurará meus guerreiros tão facilmente. – Gabou-se Loyan.

 — Tem razão, eles têm resistência ao fogo, mas o senhor tem resistência contra um... – Antes de Jack terminar a frase, ele mesmo tira sua pistola carregada e atira na cara desprotegida de Loyan. - ... Tiro?

 O impacto fez com que Loyan batesse a cabeça no trono e em seguida caísse no chão, soltando o Diamante no processo. O diamante caído rolou na direção de Jack, que o pegou.

 Todos os mortos-vivos pararam de lutar e olharam em direção a pirâmide.

 — Kioze e Ace, supondo que vocês estivessem em minha posição, o que fariam com o controle dessas pessoas?

 — Eles lutaram muito na vida, não precisam fazer isso na morte. Não é, Kio?

 — Sim, dê a essas almas a paz que elas procuram.

 — Escutaram eles, eu ordeno que suas almas fiquem paz e longe do controle desse diamante!

 Todos os corpos viraram pó, e suas almas, metaforicamente, voaram para longe. Jack observou o navio de Loyan à distância e deu a direção para Ace e os outros. O navio estava cheio das riquezas saqueadas pelos mortos. Antes de partirem houve uma comemoração muito animada nesse mesmo navio.

 — Então, Jack Sparrow. O que pretende fazer com esse diamante?

 — Não irei usá-lo para invocar os mortos, se é isso que está pensando. Infelizmente, preciso ir agora. Afinal, quem vai ser o novo capitão desses homens?

 — Kioze, ele é melhor para incentivar as pessoas e bolar estratégias. Eu só fico na sombra.

 — Então, antes de eu ir – Jack respirou fundo levantando uma garrafa de rum. –, Um viva ao capitão Kioze, O Lâmina Flamejante!

 Todos gritaram “Viva”, olhando para Kioze, que agradeceu ao Ace pela ajuda e, antes de perceberem, Jack Sparrow havia ido embora.

 Dimensão 10.510.666.697 O Diamante da Escuridão:

 Terra-Sem-Alma, região Mu, Nick Burkhardt e Kess Pain viajavam em um caminhão verde e velho, até uma base abandonada da Resistência. Nick era um homem adulto de pele clara, olhos castanhos e cabelo preto. Ele vestia um colete jeans de mangas rasgadas, com uma camiseta vermelha por baixo, uma bermuda azul, um coldre amarrado na cintura, que guardava uma Magnum, um tênis laranja velho e um boné branco de listras vermelhas.

 Kess tinha dezenove anos, possuía uma cor de pele mais escura, seus olhos eram verde-claro e seu cabelo curto e crespo era castanho. Ela vestia cores mais escuras, uma jaqueta de couro preta, com uma camisa roxa por baixo, uma calça legue roxa bem escura e botas pretas. Ao lado dela estava seu rifle de precisão bem equipado, dentro da jaqueta havia duas SMGs travadas e embaixo do seu banco estava sua mochila cheia de munição e um r

 — Ainda falta muito para chegarmos? – Disse Kess enquanto Nick dirigia o caminhão.

 — Falta pouco.

 — Por que a resistência construiria uma base tão longe de qualquer estrada? Já não basta existirem aos montes como baratas, parece até que eles não precisam que mandem comida para eles.

 — Pelo o que me disseram, eles estavam trabalhando em algo que os ajudaria a ganhar a guerra.

 — “Guerra”, como se um bando de lunáticos armados atirando uns nos outros em busca de poder não fosse normal hoje em dia, não estou certa?

 — Sim, tem razão. – Disse Nick depois de uma leve risada.

 — Mas aí, esse trabalho é tão difícil que você precisou chamar por mim e ao Zero pra fazer, por quê?

 — Essas pessoas estavam mexendo com fogo pesado, por assim dizer. Algo tão perigoso, que ao manusearem ele de forma errada, foram transformados em criaturas mutantes, e esse algo é o que eu quero pegar.

 — E depois você vai me pagar aquelas mil pratas? Para o Zero também?

 — Sim, embora Zero ainda não me disse o preço do trabalho.

 — Ele é assim mesmo, quieto, misterioso e sempre de mal humor. Demorou meses até convencer ele a me ensinar a usar uma arma, e ele ainda diz que foi uma péssima escolha. Não sei o porquê, eu sempre fiz tudo do melhor jeito, até aprendi a usar rifles com 15 anos.

 — Você o conhece desde quando?

 — Desde que eu tinha doze anos. Quando eu fiquei doente e meu tio pediu ao Zero para me levar até o laboratório da região e receber uma vacina. Ele era tão maneiro que eu quis me tornar igual a ele quando ficasse mais velha. E aqui estou eu.

 Eles riram calmamente, até que um rádio comunicador na mochila da Kess começou a tocar uma voz feminina.

 — Colmeia-12 chamando ferrão-24, responda ferrão-24. Câmbio – Disse a voz do rádio e Kess pegá-lo em seguida.

 — Fala aí, priminha querida. Como tá indo a eleição de prefeita de Dust Town?

 — Horrível! Hoje é o dia do debate, lembra? Aquele que você disse que iria estar do meu lado pra me apoiar?

 — Oooh, foi mal. Mas acho que você vai se dar bem mesmo sem mim, digo, você precisa de um pouco mais de confiança em si mesma.

 — É verdade. Mas eu tenho medo de palco, esqueceu? Fico nervosa com tanta gente me olhando e ninguém do meu lado pra ajudar.

 — Mas você nunca está sozinha. Você sempre terá o seu pai com você. Com isso eu quero dizer que tudo que ele sabia e acreditava está em você. Ele foi um prefeito ótimo e respeitado por todos da cidade, faça com que o povo veja isso em você também.

 — Não acho que poderei ser igual ao meu pai.

 — Logico que não, você será melhor do que ele, confia em mim! Você é mais inteligente, organizada e concentrada do que qualquer outro maluco nesse mundo ferrado em que vivemos, só mostre o quanto você é assim durante o debate, e o povo vai te apoiar.

 — Acho que tem razão. Eu vou mostrar para todos que eu posso ser uma boa prefeita e meu que meu gênero não me torna inferior a ninguém.

 — Isso aí! Arrebenta com eles! Quando eu voltar é melhor você estar usando aquela faixa de prefeito.

 — Obrigada, prima. – As duas desligaram o rádio e Kess o guarda de volta na mochila.

 — Sabe o que foi engraçado nessa conversa? – Comentou Kess. – Ela é mais velha que eu e precisou de apoio moral.

 — Garanto que ela ficou nervosa por causa da grande quantidade de pessoas que não acreditam que mulheres sejam boas governantes. Eu não ligo muito pra esse tipo de coisa, eu viajo muito pra me importar com o que acontece na política local.

 — Bem, meu tio dizia que desde que o nosso mundo regrediu e a mente das pessoas também decaíram, atualmente existem milhares de homens que acreditam que mulheres só servem pra duas coisas, ciência ou dança. Tentar entender esses homens é a mesma coisa que tentar entender como a Resistência consegue tanto trouxa acreditando nas teorias de conspiração deles, entende?

 —Sim, falando da Resistência, parece que chegamos ao nosso destino.

 Em sua frente eles viram um forte de metal reforçado, cercado de placas de metal pregadas umas nas outras. Na entrada dava para ver Zero apoiado de costas na parede esperando pelos dois, ao lado de sua motocicleta preta com desenhos de labaredas. Zero era um adulto de pele branca, cabelo castanho, olhos azuis e vestia-se de um modo similar a Kess, jaqueta de couro preta, uma calça cinza-escuro e botas pretas. Nas suas costas havia uma bainha para um facão enorme e no seu coldre estava uma Desert Eagle.

 Nick parou o caminhão na frente de Zero, que não mudou sua expressão de serio ao ver os dois.

 — Oi Zero, feliz em me ver? – Perguntou Kess se aproximando dele.

 — Não, mas estou curioso do porquê você veio até aqui.

 — Eu chamei ela. – Explicou Nick descendo do caminhão com algumas lanternas. – O trabalho vai terminar rapidamente com a ajuda dela.

 — Se você diz. Mas o que aconteceu aqui de qualquer maneira?

 — Como já expliquei para a jovem Kess, as pessoas daqui encontraram um antigo projeto do governo, uma joia, que por algum motivo libera um vírus mutante capaz de infectar qualquer ser vivo em volta somente quando o ambiente está em extrema escuridão. Por isso que estou dando a vocês essas lanternas, para mantê-los protegidos. Não se preocupem com a bateria, elas são bastante duráveis, só não derrubem.

 As lanternas eram d prender na cabeça. Após colocarem, Nick foi o primeiro a entrar na base. Kess e Zero ficaram um pouco afastados cochichando.

 — Percebeu que ele se veste como um caminhoneiro, mas fala como se fosse um ricaço? – Kess perguntou.

 — Sim, percebi. – Respondeu ele, em seguida os dois começaram a acompanhar Nick mais de perto.

 A base estava bastante escura, como se esperado. As janelas estavam tampadas com pedaços planos de metal. Os corredores eram parcialmente grande e longos, as portas eram improvisadas com metal enferrujado ou madeira velha e as lâmpadas estavam quebradas. Ao chegarem no meio de um corredor, eles ouviram um grito horripilante, e na frente deles apareceram as pessoas mutantes. Suas peles estavam negras como óleo de motor e seus olhos estavam completamente vermelhos, não era possível ver nem mesmo a pupila deles. As deformações de seus corpos eram variadas, alguns tinham braços maiores, outros tinham longas pernas, as bocas deles eram maiores e mais longas que o normal, entre outros. Eles vestiam roupas com o símbolo da Resistência no ombro.

 — Eita porra! – Gritou Kess. Nesse momento as criaturas correram na direção deles. Kess pegou as duas SMGs de dentro da jaqueta e começou a atirar neles um de cada vez, até todos caírem no chão. Os corpos deles derreteram e um líquido gerado se moveu para longe deles. Eles avançaram o corredor e depararam-se com uma separação de caminhos, dois corredores seguindo lados opostos.

 Antes que pudessem escolher, mais criaturas vieram dos dois lados, elas eram rápidas. Zero pegou os da esquerda, acertando cada tiro de sua arma na cabeça deles, e Nick os da direita, atirando com sua Magnum que, mesmo não acertando a cabeça, dava muito dano nas criaturas. Os corpos dessas criaturas derreteram novamente, e o líquido foi no caminho da esquerda, os três o seguiram em direção a uma enorme sala de metal, no centro havia uma joia quase tão escura quanto o ambiente. O líquido estranho foi absorvido pelo diamante, e um corpo monstruosamente gigantesco tomou forma.

 — Puta que pariu! – Gritou Kess. Pegando seu rifle de precisão potente que ela trazia nas costas. – Vou precisar de fogo pesado pra matar esse daí!

 — Ainda não. – Avisou Nick. – Zero, mantenha a criatura ocupada por um tempo, e Kess, quando eu te pedir para atirar, atire bem no peito dele. Temos que tirar a pedra de dentro desse monstro.

 — Entendido.

 — Você que manda!

 Zero fez uma investida contra o monstro. Os ataques daquilo, que facilmente esmagariam os ossos de uma pessoa, não surtiram tanto efeito em Zero, que utilizou o seu facão para cortar os membros dos monstros e mantê-lo parado. Quando Nick finalmente se posicionou e mandou Kess atirar, ela puxou o gatilho, e a bala se impactou em um lado do diamante, o que o empurrou ele para fora do corpo daquele monstro.

 Quando a pedra estava perto de cair, Nick pulou e agarrou-a ela bem na hora. A luz da lanterna impedia o diamante de controlar aquelas gosmas, e naquela hora o monstro se desfez, junto com o líquido deixado pelos corpos.

 — Nós conseguimos mesmo? – Desconfiou Kess.

 — Sim, conseguimos. Vamos voltar para fora.

 Os três caminharam lentamente até a saída, tomando cuidado para o diamante não cair. Zero e Kess ficaram afastados de Nick caso alguma coisa acontecesse. Chegando na saída, Nick parou de se preocupar com a luz e desligou sua lanterna, os outros dois também desligaram em seguida.

 — Isso foi uma missão de sucesso. Aqui, Kess, suas mil pratas. – Nick entregou o dinheiro para Kess com um grande sorriso no rosto.

 — Valeu, é sempre bom fazer negócio com completos desconhecidos. – Respondeu ela, rindo em seguida.

— E Zero, você ainda não me disse o preço do seu serviço.

 — Eu só quero uma resposta sincera. – Disse Zero se aproximando do homem. – Eu já vivi nesse lugar por anos, conheci vários tipos de pessoas, mas com o tempo você nota que existem um número específico de tipos. Você no caso não tem nenhum tipo que eu já vi ou conheci. O que eu quero perguntar é: o que é você?!

 Nick ficou surpreso com a pergunta, mas não se recusou a responder. Ele abaixou o seu boné e fez um pequeno sorriso.

 — Sabia que ia notar. O que eu sou é uma pergunta difícil porque eu sou muitas coisas. Às vezes eu sou um aventureiro, outras, um investigador. Tem momentos que sou um colecionador, mas tem aqueles em que eu sou um explorador. Porém, uma coisa que eu sempre sou, todo dia é... um viajante!

 Ao terminar sua frase, o viajante voltou para seu caminhão e dirigir-se para o horizonte. Zero ficou satisfeito com sua resposta e, levando Kess na garupa da sua moto, foram embora daquela base abandonada.


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Notas finais do capítulo

Se você leu tudo, muito obrigado mesmo! Lembre-se de comentar caso tenha algo a acrescentar, sendo algo bom ou ruim, eu aguento e garanto que responderei no mesmo dia em que você comentar.

Caso você tenha ficado bastante curioso sobre o fim dessa história, eu tenho um epilogo para ela que eu postei no meu blog de escrita, se quiserem ler aqui está o link: http://loks-imagination.tumblr.com/post/154266187508/epilogo-o-diamante-dimensional . (Eu colocaria o epilogo na história, mas ai passaria dos limites de dez mil palavras)



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