Ele me Entende. escrita por Fucking Dreamer


Capítulo 1
SourBuck -One Shot.


Notas iniciais do capítulo

Eu amo viajar em ship, esse é um dos que eu mais gosto, e espero que gostem também.
Comentem ♥



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Estava a espera de Jenny, hoje tínhamos uma festa no barracão e precisávamos de carona, o carro pizza sempre servia. Ela não chegava e já estava atrasado, eu tinha que chegar uma hora antes da festa para arrumar os equipamentos de DJ, mas já era para estar lá a 20 minutos.

Não aguentava mais esperar, com certeza eu teria que correr arrumar as coisas, levar o equipamento demora e Steven não estava disponível hoje para ser meu roadie. Além do mais o verão já esta acabando e logo as festas não serão tão frequentes. A sensação de voltar a estudar já me assombrava, pelo menos era meu ultimo ano e depois pretendo cair fora de beach city, talvez ir até Empire City e tentar sorte com a carreira, é claro que Cauda Amarela não concordaria, mas estamos fazendo grande progresso, o problema será abandonar meus amigos, eu Buck e Jenny estamos juntos desde sempre, eu queria que fossemos todos juntos, Jenny eu consegui convencer mas o problema era Buck, por mais que seu pai o tirasse dos nervos ele não podia sair daqui, ele dizia ser culpa da pressão que é ser o filho do prefeito. Tirando isso o plano já está parcialmente pronto para o próximo verão, desde as grandes desilusões com meu pai, o maior canalha que eu já conheci, o futuro vem me dando mais medo, mas sei que vai passar. E Vidalia está do meu lado nessa.

Buzinas! É isso, finalmente chegaram! A porta abre e vem Buck me ajudar a levar o equipamento.

—E ai cara, foi mal a demora. –Ele diz.

—Mal? Cara eu tenho que arrumar todas as coisas.

Ele chega perto de mim, parece mais melancólico que o normal. Coloca a mão no meu ombro e diz.

—Foi mal mesmo, é serio. Depois eu te explico.

Alguma coisa aconteceu, eu o conheço, ele não fica assim se não tiver acontecido alguma coisa. Assim que abro a boca para perguntar o que ouve, Jenny buzina e grita:

—Você não vem não?

Buck grita de novo, pegando os cabos de minhas mãos:

—Calma cara já estamos indo. Eu pego o resto do equipamento e corro até o carro pizza. Jenny e o equipamento ficam na frente, assim eu e Buck sentamos atrás. Colocamos o sinto e vamos em direção ao barracão. Buck estava mais quieto que o normal, estava morrendo de curiosidade para perguntar o que tinha-o abalado, mas se ele não contou pra Jenny quer dizer que não vai mais contar pra ela, vou esperar até que a gente esteja sozinhos, então eu pergunto.

—Qual o repertorio de hoje? –Jenny pergunta

—O de sempre –respondo. E umas mixagens novas que estou trabalhando

—Legal.

Buck apenas sorri, e arruma seus óculos escuros. O barracão não é longe mas mesmo assim não deixo de colocar meus fones, carro e fones de ouvido, duas coisas que parecem combinar muito bem. Também assim evito ouvir Jenny brigar com seu pai pelo telefone por pegar o carro sem pedir. Na metade do caminho Buck tira um de meus fones e coloca em seu ouvido.

—Essa é sua nova mixagem?

—É uma delas, gostou? -respondo

—Cara ficou incrível, uma das melhores que você já fez.

—Obrigado.

Ele estava sorrindo, não evito sorrir também, então ele deita a cabeça em meu ombro, eu devo ter corado ao ponto de parecer uma pimenta. Por que ele fez isso? Com o tempo me acostumei com a ideia, mas com certa tensão. Jenny deve ter percebido meu desconforto, pois virou pra trás no sinal e deu um sorriso meio malicioso, não entendi direito. Buck continuou quieto naquela posição até chegarmos ao barracão, o que é estranho já que geralmente eu sou o mais quieto.

Chegamos lá, apenas 20 minutos antes de começar a festa e não tínhamos praticamente nada pronto, só a Kiki, que graças a muito esforço de Jenny para convencê-la veio ajudar a arrumar o barracão. Enquanto as irmãs acabavam de colocar as coisas de decoração, Buck veio me ajudar a ajeitar o equipamento, era pesado então cada um pegou metade e colocamos na mesa perto da tomada, achei aí uma boa oportunidade para perguntar o que o incomodava.

—Ei cara.

—O que?

—Eu estava querendo te perguntar, por que você ta assim?

—Assim?

—Fala serio, acha que eu não percebi que você está triste? Eu te conheço, quando você fica quieto tem alguma coisa errada. Além do que, vocês se atrasaram bastante, tem alguma coisa haver?

—Tem sim. Ta, vem cá. Ele me puxa pelo braço para o canto da sala.

—Você vai ficar bravo, é a mesma coisa de sempre.

—Seu pai?

Buck e seu pai tem uma historia um grande problema de falta de afeto na verdade. Desde que eu conheço ele (e faz muito tempo) seu pai foi o prefeito de Beach City, e antes dele o pai dele e assim por diante. Isso faz o Sr. Dewey ficar muito ausente na vida dele, e acredite em mim, eu sei muito bem o que é ter um pai ausente, acho que é por isso que nossa amizade é tão forte, a gente se entende.

—Sim.

—O que ele fez dessa vez?

—É de novo aquela historia dos negócios da família, ele fica falando “Meu filho o futuro prefeito de Beach City”. Ele nunca me perguntou o que eu queria de verdade, eu sou quase um adulto, então eu o confrontei.

—De verdade? Serio dessa vez?

Ele tirou os óculos e mostrou os olhos cheios vermelhos lacrimejando. Isso era um mau sinal, ele nunca tira os óculos. Seus olhos são castanhos penetrantes, diferentes dos meus azuis, são bonitos de um jeito obscuro.

—Serio.

—E o que aconteceu?

—Ele não levou a serio uma palavra que eu disse. Mano eu não sou mais uma criança, ele tem que entender que não é porque nossa família toda se envolveu com a politica que eu quero, e também, eu disse pra ele que se ele só queria ficar perto de mim pra falar sobre isso, e para ser um pai ele tinha que ficar longe, então ele que não diga ser meu pai.

—Ele disse mais alguma coisa?

—Ele tentou, mas... eu sai antes que ele pudesse responder. Ele me olhou de um jeito que eu conhecia. O mesmo jeito que o dia que ele perguntou se podia ficar na minha casa porque ficou deixado pra fora sem perceber quando criança, do mesmo jeito que uma semana antes da ultima eleição quando não conseguiu nem ver seu pai. Então eu o abracei forte, bem forte. E disse:

—Você sabe que vai ter que voltar lá e falar com ele, vai dar tudo certo. E mesmo se não der eu vou estar aqui pra te ajudar a subir a cabeça de novo. As vezes eles só não percebem o quanto estão nos forçando, nem preciso te falar sobre o Calda Amarela né? Ou mesmo mês passado com o Marty. Do mesmo jeito que você estava lá eu to aqui.

Eu soltei o abraço e ele sorriu, colocando os óculos de novo.

—Valeu cara, mesmo. –ele disse.

Então ele foi ajudar a Jenny e eu acabei de arrumar a mesa de DJ. Dez minutos depois a festa havia começado. Mais e mais gente foi chegando, até aquele cara metido Kevin. A festa estava ótima, todos dançando e o lugar estava quase cheio, nunca vi tanta gente naquele barracão. Mesmo as pressas a festa conseguiu dar certo. Fiquei as próximas três horas tocando musica seguida de musica, sem descansar. Era isso que eu gostava, me sentia completo e é isso que eu quero fazer. Mas já estava começando a ficar cansado. Senti alguém me puxar pelo braço. Era o Buck.

—Vai ficar atrás da mesa o tempo todo ou vem dançar DJ?

—Vou ficar aqui mesmo.

—Vai nada, coloca algumas faixas pra tocar e vem comigo.

Nem tentei argumentar e o obedeci, ele me levou ate o meio da pista, com todas as pessoas dançando como loucas. Resolvi seguir seus passos, mas ainda preferia ficar atrás da mesa. O eletrônico tocava bem alto, estava incrível, as luzes estavam piscando e colorindo todos de vermelho e azul claro. Então deixei de apreciar as pessoas e olhei para Buck, ele dançava como se ninguém estivesse olhando, sempre gostei disso nele em festas, então ele percebeu que eu o olhava, se aproximou de mim, uma luz vermelha o cobriu por completo enquanto ele chegava perto. Ele estava muito perto, eu corei novamente, ele sorriu de um jeito sincero e me beijou. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas retribui. Já havia perdido a noção do que fazia, então o beijo começou a se aprofundar, ele pediu permissão com a língua, e eu concedi. Ficamos assim no meio de todos por um tempo.

Então me veio um choque de realidade. O que eu estava fazendo? Parei o beijo, ele me olhou estranho e eu só consegui sair correndo. Fui para trás do barracão. Sente lá e coloquei meu fone de ouvido, de nada adiantava já que a musica estava muito alta, mas ele me acalmava. Não sabia o que pensar, muito menos o que sentir. Ele me beijou, ele é meu melhor amigo a tantos anos, nunca pensei que... Nossa.. E eu gostei, eu gostei muito. O que isso fazia de mim? Eu sou gay? O que eu sou? Eu não sei mais de nada, só que, quando ele me beijou eu realmente senti alguma coisa, era como um peso sendo deixado para trás. Eu fiquei leve, e feliz. O que aquilo significava? Mas agora o problema é, eu fugi, porque eu fugi? Ele deve estar me odiando nesse momento, mas eu não tenho coragem de ir até la pedir desculpas, pelo menos não agora. Então nos 20 minutos que se seguiram eu apenas encostei minha cabeça numa arvore, ainda atrás do barracão, fechei os olhos e fiquei pensando.

—Você ta bem? –Uma voz disse.

Abri os olhos e lá estava ele, na minha frente. Devo ter corado novamente, pela 3 vez hoje.

—Acho que estou. –Respondo.

—Posso? –disse já sentando do meu lado.

—Claro.

—Eu sabia que você viria aqui, você sempre quer fugir mas não vai longe, então foge com musica.

—Você me conhece. -digo

—Sim. E você sabia que eu viria.

—Sim. Respondi, e assim nos dois rimos.

Então ele disse:

—Escuta, assim, desculpa por... aquilo. Eu não percebi o que estava fazendo, me pareceu certo na hora, mas eu percebi que você não gostou então, desculpa.

— Não peça desculpas, não foi ruim. Eu só não entendi.

—Eu também não. –Ele disse e tirou os óculos.

—Me desculpa por ter corrido.

—Não esquenta. Ei, você disse que não foi ruim? -

Não, bem sim. Ah eu ainda não entendi. Sabe, eu gostei, o que isso faz de mim?

—Uma pessoa comum, a melhor pessoa que eu já conheci.

Não tinha resposta melhor, eu nunca havia imaginado uma coisa dessas mas parecia tão certo, e era tão bom. Então puxei seu rosto para perto do meu e o beijei, ele correspondeu. Ficamos assim por um tempo, então eu tive que voltar como DJ.

Até agora eu não entendi quase nada, apenas que eu sentia algo muito forte por Buck Dewey.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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