Guerra escrita por Halt_Gabriel


Capítulo 7
Capítulo 7: Vou com um cavalo voador para Atenas




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  Todos estavam incrédulos. Eu, principalmente.
- Vamos, Héctor. - Chamou-me Quiron. Segui-o até a Casa Grande. Todos pareciam estar atordoados. Nico di Angelo saíra rapidamente do campo de batalha.
Quando chegamos na grande Casa, ouvi o centauro praguejando: “como eu temia”.
- Senhor, eu ouvi bem ? Você já imaginava que meu pai fosse Hades.
- Escute, Héctor. Aquela discussão que eu tive com você, eu cedi de propósito. E você discutiu quase exatamente como um filho do Deus dos Mortos discutiria. Mas eu tinha esperanças de que não fosse.
- Por quê ?
- Por dois motivos, Héctor. O primeiro, de menos importância, é que não temos um chale para Hades aqui no acampamento. Filhos de Hades não são aceitos aqui. E, o mais importante, bem... quando você faz aniversário ?
- Dia 9 de Agosto, por quê ?
- Di immortales... não consigo acreditar !
- O QUÊ FOI, CARAMBA !?!?!?!? - Não consegui conter minha raiva.
- A Grande Profecia – Quiron estava palido – Ela diz que o filho de um dos Três Grandes, quando completar 16 anos, decidirá o futuro do mundo. Thália não pode ser. Então, todos pensamos que seria Percy. Mas você apareceu... - eu fiquei pálido.
  - Quer dizer que... eu não posso mais ficar aqui ? E que no proximo verão eu vou ter que decidir o curso que o mundo irá tomar ?!
- Temo que sim, garoto.
- Eu não posso acreditar ! - Quase desmaiei.
- Entretanto, você foi o campeão do torneio. Receberá uma missão. - suspirei.
- Prossiga – falei.
- Bem, você vai para a Grécia, Atenas.
- Grécia ?! Por quê ?!?!
- Você precisa achar novos recrutas. E, se possível, trazer Giges.
- Giges ? Tipo...o cara de cem mãos ?
- Centímano, é o correto. Mas sim, ele mesmo. Ele foi para Atenas para fugir do mundo, um pouco. E soube que ele cuida de alguns hipogrifos, lá. Podem ser úteis. (Nota: Giges é um centímano, de fato, da mitologia grega. Mas esse negócio de Atenas e hipogrifos é coisa minha mesmo ! :p)
- Okay. Vou me esforçar o máximo possível.
- Então, partirá amanhã. É melhor começar a arrumar as malas.


  O café da manhã que parecera tão bom, agora estava distante. Meu jantar foi triste, mesmo com as comemorações da mesa de Hermes. Na hora da oferenda, aproximei-me da lareira, e joguei a comida no fogo.
 - Para Hades – disse, com um pouco de amargura.
Voltei para o chalé. Comecei a pensar nos meus sonhos. A grande taça provavelmente significasse a vitória no campeonato. Hades me matando, provavelmente uma mensagem de meu pai tentando me trazer pro meu “verdadeiro lar” ou alguma baboseira dessas. Mas e o filho de Apolo ? Bom, era esperar pra ver !
Minhas malas estavam prontas. Antes de ir, me despedi de Percy, Annabeth e Nico, que me deram boa sorte. Falei também com Thália, e Ártemis me deu um pingente para colocar no meu cordão de prata (não era o cordão que Quiron me dera). Este pingente era um arco, feito em prata. - Se precisar das Caçadoras, arranque o pingente do cordão. Iremos em ajuda.
- Obrigado, senhora – agradeci, e dirigi-me ao morro. Neste momento, Quiron veio galopando até mim.
- Héctor ! Héctor !
- O que ?
- O meio de viagem.
- O que tem ? Eu vou de avião, certo ?
- Não. A princípio você iria pegar um carro e viajaria ao aeroporto. Mas mudei de ideia. Você vai com um pégaso.
- De novo ?! - desanimei-me.
- Sim...
  - Argh... - Ahh, de novo nããõoooo !!!
- Enfim, aqui está ele. - neste momento, um enorme cavalo branco, com grandes asas azul-claras aterrissou ao nosso lado.
- Este é Porkpie. Espero que te ajude.
- Ei, Porkpie. Beleza ? - o pégaso relinchou. - Espero que isso seja um sim ! - e montei nele. Despedi-me de Quiron e alçamos voo.
  Mais uma vez: nada agradável. Só que desta vez, a distância foi ainda maior. Agarrava-me ao pescoço de Porkpie desesperadamente. Cara, como aquilo era difícil ! De qualquer forma, aquilo era muito mais rápido que um avião, e conseguimos chegar lá em pouco mais de um dia e meio.
  Eu estava morrendo de fome. Tinha uns 600 dólares (dinheiro que meus pais pagaram pelo falso acampamento). Estacionei Porkpie em um celeiro. Eu não imaginava a reação de um ser humano quando visse um pégaso, mas o dono do celeiro onde eu havia deixado o cavalo voador pareceu não notar as asas.
  Podia até ser a Grécia, mas acabei em uma lanchonete típica de Nova York. Comi um cachorro-quente e uns três cheeseburgers. Pois é, eu sou um mal exemplo !
  Saindo do restaurante, tive uma surpresa. Um garoto com uma capa negra puxou-me pelo ombro, colocou uma faca rente ao meu pescoço e falou:
- Recrutamento meio-sangue ? - ele havia falado em grego antigo, por isso eu entendi.
- Não, Missão Meio-Sangue.
- Então prepare-se para morrer ! - Estávamos em um beco escuro, e ninguém presenciaria a cena. As Caçadoras jamais chegariam a tempo. Eu só tinha uma chance... dei uma joelhada...ahn...na parte sensível do garoto, digamos assim. Ele curvou-se de dor, e eu juntei meus braços e dei uma cotovelada dupla em suas costas. Chutei-o, e ele contraiu-se de dor. Puxei o cordão e coloquei o florete em seu pescoço.
- Você vai me responder algumas perguntas... - afirmei. Percebi que sua boca sangrava, e ele lançava-me um olhar de ódio.
- Prefiro morrer !
- Eu acho que não. - Olhei fixamente para ele. Ajoelhei-me, fiz uma inspeção geral e desarmei-o. Consegui duas adagas de bronze celestial.
- Vamos começar o interrogatório... para quem você trabalha ?
- Não direi.
- Várias pessoas passaram por este beco. Por que não viram a cena ?
- A Névoa.
- O que é isso ?
- Uma névoa que cobre os olhos mortais, de modo que não consigam ver as criaturas mágicas.
- Hmm... pelo visto você resolveu responder as perguntas... para quem você trabalha ?
- Já disse que não responderei a isso.
- Escute aqui, eu sou filho de Hades. Posso matá-lo e torturá-lo durante a sua morte. Agora responda: para quem você trabalha ?
- Lorde...Cronos...
- Bom... e onde está Giges ?
- Não sei.
- Aonde...ele...está – falei, cerrando os dentes.
- Lorde Cronos ainda está tentando descobrir !
- Vou deixar esta passar. Mas, como não posso me dar ao luxo de deixar você por ai... - cravei a espada em seu coração. - Descanse em paz. Espero que, como recompensa, vá para o Elísio. - Deitei-o em uma parte mais limpa do chão, e fechei seus olhos, ainda abertos. Joguei as armas na mochila e saí, voltando ao celeiro. Notei que minha roupa estava suja de fuligem, mas, por sorte, não tinha sangue.
  Adentrei o alojamento, e falei com Porkpie:
- Ei, garoto – achei que era um apelido apropriado – Posso demorar bastante para voltar. Aproveite seu capim, então ! - Porkpie deu um leve relincho, acho que de aprovação. Saí do celeiro.
Bem, eu estava na Grécia. Havia chegado com um cavalo voador. Pois bem, estava na hora de explorar !


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